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Conflitos e(m) brincadeiras infantis: diferenças culturais e de gênero / Cultural and gender differences in childrens play and conflictsMorais, Maria de Lima Salum e 17 November 2004 (has links)
O principal objetivo do trabalho foi comparar brincadeiras, conflitos e provocações de meninos e meninas de quatro a cinco anos de idade, pertencentes a dois grupos culturais: um de uma grande metrópole (São Paulo) e outro de uma pequena comunidade praiana no litoral norte de Estado de São Paulo (Ubatuba). As crianças foram observadas em atividade livre no pátio escolar. Em relação ao brincar, os principais resultados encontrados foram: as crianças de São Paulo se envolveram mais em brincadeiras simbólicas do que as ubatubanas e essas, mais em jogos de regras e em brincadeiras de contingência social do que as paulistanas; os meninos participaram mais de brincadeiras de contingência física do que as meninas e elas se envolveram mais em atividades de contingência social do que seus colegas. Predominaram as provocações de caráter não verbal entre as crianças ubatubanas. Os episódios de zombaria tenderam a ter conseqüências interacionais positivas em ambos os grupos, apesar de terem gerado também algumas reações negativas. As crianças de ambos os grupos apresentaram número equivalente de episódios de conflito, embora sua duração tenha sido maior entre as meninas de São Paulo. A principal causa de conflitos nos dois grupos culturais foi a disputa por brinquedos e a maior parte dos desenlaces teve caráter afiliativo. As crianças ubatubanas apresentaram táticas mais simples e diretas e as paulistanas, estratégias mais diversificadas e verbais de enfrentamento das situações conflituosas. Na discussão dos resultados, destaca-se a importância da configuração dos grupos de brincadeira e de dimensões culturais mais amplas como estilos de criação e códigos de comunicação , evidenciando-se a relevância de estudos interculturais para o avanço na compreensão do comportamento infantil / The major goal of the study was to compare play, conflicts and teasing in four to fiveyears- old children of two cultural groups: one from a big city (São Paulo), and another from a small seashore community (Ubatuba, São Paulo State). Children were observed in free play periods at school yard. The main findings concerning play were: São Paulos children engaged in more pretend play than seashores children, and these ones showed greater participation in games with rules and in social contingency play; boys engaged in more physical contingency activities than girls, while girls participated in more social contingency play than their male peers. Non-verbal teasing prevailed in seashore children, and teasing episodes had more frequent positive interational outcomes, although negative consequences were also found in the two groups. Children from both cultural groups presented equivalent number of conflicts and engaged in more same-sex disagreements, but the number of conflict turns was greater among São Paulos girls. Possession of objects and toys was the main conflict reason. Seashore children presented more simple and direct conflict strategies, and São Paulos children, more diversified and verbal tactics of conflict management. Contend resolutions had a predominantly affiliative character in both groups. In the discussion of data, play group configuration, as well as broader cultural dimensions such as rearing styles and communication codes , are emphasized, showing the importance of cross-cultural studies for advances in understanding childhood behavior
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Conflitos e(m) brincadeiras infantis: diferenças culturais e de gênero / Cultural and gender differences in childrens play and conflictsMaria de Lima Salum e Morais 17 November 2004 (has links)
O principal objetivo do trabalho foi comparar brincadeiras, conflitos e provocações de meninos e meninas de quatro a cinco anos de idade, pertencentes a dois grupos culturais: um de uma grande metrópole (São Paulo) e outro de uma pequena comunidade praiana no litoral norte de Estado de São Paulo (Ubatuba). As crianças foram observadas em atividade livre no pátio escolar. Em relação ao brincar, os principais resultados encontrados foram: as crianças de São Paulo se envolveram mais em brincadeiras simbólicas do que as ubatubanas e essas, mais em jogos de regras e em brincadeiras de contingência social do que as paulistanas; os meninos participaram mais de brincadeiras de contingência física do que as meninas e elas se envolveram mais em atividades de contingência social do que seus colegas. Predominaram as provocações de caráter não verbal entre as crianças ubatubanas. Os episódios de zombaria tenderam a ter conseqüências interacionais positivas em ambos os grupos, apesar de terem gerado também algumas reações negativas. As crianças de ambos os grupos apresentaram número equivalente de episódios de conflito, embora sua duração tenha sido maior entre as meninas de São Paulo. A principal causa de conflitos nos dois grupos culturais foi a disputa por brinquedos e a maior parte dos desenlaces teve caráter afiliativo. As crianças ubatubanas apresentaram táticas mais simples e diretas e as paulistanas, estratégias mais diversificadas e verbais de enfrentamento das situações conflituosas. Na discussão dos resultados, destaca-se a importância da configuração dos grupos de brincadeira e de dimensões culturais mais amplas como estilos de criação e códigos de comunicação , evidenciando-se a relevância de estudos interculturais para o avanço na compreensão do comportamento infantil / The major goal of the study was to compare play, conflicts and teasing in four to fiveyears- old children of two cultural groups: one from a big city (São Paulo), and another from a small seashore community (Ubatuba, São Paulo State). Children were observed in free play periods at school yard. The main findings concerning play were: São Paulos children engaged in more pretend play than seashores children, and these ones showed greater participation in games with rules and in social contingency play; boys engaged in more physical contingency activities than girls, while girls participated in more social contingency play than their male peers. Non-verbal teasing prevailed in seashore children, and teasing episodes had more frequent positive interational outcomes, although negative consequences were also found in the two groups. Children from both cultural groups presented equivalent number of conflicts and engaged in more same-sex disagreements, but the number of conflict turns was greater among São Paulos girls. Possession of objects and toys was the main conflict reason. Seashore children presented more simple and direct conflict strategies, and São Paulos children, more diversified and verbal tactics of conflict management. Contend resolutions had a predominantly affiliative character in both groups. In the discussion of data, play group configuration, as well as broader cultural dimensions such as rearing styles and communication codes , are emphasized, showing the importance of cross-cultural studies for advances in understanding childhood behavior
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O Dilema do porco-espinho: uma análise interacional do humor em relações próximasStallone, Letícia Rezende 03 April 2017 (has links)
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TESE_com_ficha_catalografica (1).doc.pdf: 1147180 bytes, checksum: e666ba9c6f99df77bc47cae176d7d32a (MD5) / Esta pesquisa tem como foco a construção do humor na interação em encontros sociais de um grupo de amigos. O objetivo deste trabalho é o de explorar a complexidade e ambivalência do humor em relações marcadas pela proximidade e afeto. Partindo-se do pressuposto de que o humor conversacional é um fenômeno relacional e colaborativo que depende do conhecimento de normas do grupo e é gerado pela possível quebra de expectativa com relação a esquemas de conhecimento, buscou-se descrever como são organizadas as sequências humorísticas e identificar que tipos de humor emergem na conversa e que funções esse humor exerce no contexto em estudo. Através de uma abordagem interacional da comunicação humorística e das contribuições da Análise da Conversa, verificamos que as sequências humorísticas se constituem de outras sequências envolvendo quem caça ou deixa um gatilho para o humor e, em alguns casos, outros participantes que alimentam o que disparou o humor. Em termos de tipos de humor, foram identificados a ironia, o humor fantasioso (Hay, 2001), a zombaria jocosa (Haugh, 2010; Haugh e Bousfield, 2012) e o abuso jocoso (Hay, 1994; Haugh, 2010; Haugh e Bousfield, 2012). Com relação ao humor fantasioso, propusemos duas categorias: o humor fantasioso exagerado e o humor fantasioso absurdo. Ambos envolvem o estabelecimento conjunto de um mundo imaginário com sua própria lógica, com regras irracionais e absurdas que não se aplicam ao mundo real (Hay, 2001), mas o primeiro categoriza-se pela construção conjunta de um mundo conhecido pelos participantes, e o segundo de um mundo nonsense. Evidenciamos que as zombarias jocosas podem ser direcionadas ao self de um dos participantes do grupo ou podem ser híbridas, tendo como alvo o self, uma terceira pessoa, ou um objeto. Quanto às funções, destacamos o entretenimento como função principal do humor no grupo. Como funções secundárias, estão: i) a de guardião das relações interpessoais em momentos de potencial conflito, e ii) a função de ameaça às relações quando algum aspecto do self é considerado sagrado, isto é, inegociável como objeto de humor. Como conclusão, salientamos o papel do humor no reforço das relações pessoais, dos valores do grupo e na sacralização da amizade. / This research focuses on the construction of humor in interaction, in social meetings of a group of friends. The aim of this study is to explore the complexity and ambivalence of humor in relationships marked by proximity and affection. Assuming that conversational humor is a relational and collaborative phenomenon that depends on knowledge of group norms and is generated by a possible breach of expectation with respect to knowledge schemes, we sought to describe how humorous sequences are organized, identify what types of humor emerge in conversation and what functions humor plays in the context under study. Through an interactional approach to humorous communication and with contributions from Conversation Analysis, we find that humorous sequences are constituted by other sequences involving participants who ‘hunt’ or who leave triggers for humor and, in some cases, other participants who feed the one who started the humorous sequence. In terms of types of humor, we identified irony, fantasy humor (Hay, 2001), jocular mockery (Haugh, 2010; Haugh and Bousfield, 2012) and jocular abuse (Hay, 1994; Haugh, 2010; and Haugh Bousfield, 2012). Regarding fantasy humor, we proposed two categories: an exaggerated fantasy humor and an absurd fantasy humor. Both involve the joint construction of an imaginary world with its own logic, with irrational and absurd rules that do not apply to the real world (Hay, 2001), but the first one is categorized by the joint construction of a world known by the participants, and the second one, a nonsense world. We show that jocular mockery may be directed at the self of one of the group members or may be hybrid, targeting the self, a third person or an object. As for the functions of humor, we highlight entertainment as the main function of humor in the group. As secondary functions are: i) humor as the guardian of interpersonal relationships in moments of potential conflict, and ii) humor as threat to relations when some aspect of the self is considered sacred, that is, non-negotiable as an object of humor. In conclusion, we emphasize the role of humor in strengthening personal relationships, the values of the group and sanctity of friendship.
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