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[en] AUDIO DESCRIPTION IN FILMS: HISTORY, CONCEPTUAL DISCUSSION, AND RECEPTION RESEARCH / [pt] AUDIODESCRIÇÃO EM FILMES: HISTÓRIA, DISCUSSÃO CONCEITUAL E PESQUISA DE RECEPÇÃOLARISSA MAGALHÃES COSTA 11 May 2017 (has links)
[pt] A presente pesquisa aborda a audiodescrição (AD) e situa-se no campo da tradução audiovisual (TAV), mais especificamente na área de tradução intersemiótica. A AD é a transformação de imagem em texto verbal, isto é, de código visual em código auditivo, e é realizada em produtos culturais, tendo como propósito torná-los acessíveis às pessoas com deficiência visual, noção que inclui cegueira congênita, cegueira adquirida e baixa visão. Embora a AD possa ocorrer em diferentes produtos, aqui ela é trabalhada somente em filmes, a partir de duas dimensões — uma fundamentalmente teórica e outra, prática — que se relacionam e se interalimentam. Na primeira dimensão, desenvolve-se uma reflexão sobre interpretar e descrever, a partir da exigência de se limitar a um mínimo a interpretação. As normas em geral estabelecem a busca pela objetividade para impedir manipulações ou atitudes paternalistas, evitando-se, por conseguinte, escolhas subjetivas, normalmente relacionadas ao uso de qualificativos. Leigos e especialistas com frequência ainda concebem descrever e interpretar dicotomicamente, e priorizam a descrição, tida como objetiva, em detrimento da interpretação, considerada subjetiva, valorativa. Pretende-se desconstruir essa dicotomia por meio de uma lógica de gradação que assume a necessidade empírica dos termos descrição e interpretação, mas que critica sentidos absolutizantes, excludentes, que lhes são atribuídos. Na segunda dimensão, isto é, num campo mais propriamente empírico, analisam-se, em uma pesquisa de recepção, as audiodescrições de gestos — entendidos como mímicas e estados emocionais — das personagens, por serem elementos pouco ou nada estudados, muito propícios à reflexão sobre as recomendações de não interpretar ou de limitar a um mínimo a interpretação. A pesquisa visa testar se audiodescrições mais interpretativas podem ser necessárias, ou mesmo indispensáveis, para a fruição da obra cinematográfica, e também se, de acordo com o tipo de deficiência visual, há diferentes preferências por ADs menos ou mais descritivas ou interpretativas. A pesquisa contou com dois grupos, um composto por alunos do Instituto Benjamin Constant (IBC) e outro composto por integrantes da Associação dos Deficientes Visuais do Estado do Rio de Janeiro (ADVERJ). Em conjunto, os alunos do IBC assistiram ao filme O palhaço e os integrantes da ADVERJ, ao filme Menos que nada; em seguida, em entrevistas individuais, responderam um questionário com perguntas referentes à compreensão do filme e aspectos específicos relativos a gestos. Além disso, assistiram novamente a quatro trechos do filme, um para cada tipo de gesto (substitutivos, divergentes, emotivos simples e complexos); cada trecho contou com duas versões de AD, uma mais descritiva e outra mais interpretativa, havendo neste caso maior uso de adjetivos e de advérbios, para que escolhessem a versão de sua preferência. Desse modo, procurou-se testar as conclusões teóricas em um contexto empírico de informações estritamente visuais e refletiu-se sobre características da AD que podem ser mais adequadas aos nossos públicos, principalmente a AD de gestos. Em sua parte inicial, a tese faz uma historiografia da AD como atividade e como objeto de estudo, de sua inserção nas esferas da mídia e da academia na Europa, nos Estados Unidos e no Brasil. / [en] This dissertation is about audio description (AD), a subject included in the field of audiovisual translation (AVT), more specifically in the area of intersemiotic translation. AD is the transformation of image into verbal text, i.e., of visual code into auditory code, and is performed on cultural products in order to make them accessible to visually impaired people, a spectrum that includes congenital blindness, acquired blindness and low vision. Even though AD can occur in different products, this study will be limited to motion pictures, in two different dimensions — one fundamentally theoretical and the other practical — that are interrelated and influence each other. In the first dimension, a discussion about interpreting and describing is triggered by the requirement of limiting interpretation to a minimum. Norms in general establish the search for objectivity in order to prevent manipulation or paternalistic attitudes, thus avoiding subjective choices, usually related to the use of qualifiers. Frequently, both lay people and specialists still conceive describing and interpreting as a dichotomy, and prioritize description, seen as objective, over interpretation, considered as subjective and valuational. The study aims at deconstructing this dichotomy by means of a many-valued logic that acknowledges the empirical need for the terms description and interpretation, but criticizes the absolutizing and excluding senses attributed to them. In the second, more empirical dimension, audio descriptions of characters gestures — understood as mimicry and emotional states — were subjected to reception analysis. Gestures were chosen because there has been little or no study at all about them and because they are quite convenient when it comes to reflecting upon the recommendations of not interpreting or of limiting interpretation to a minimum. The research aimed at determining whether more interpretive audio descriptions may be necessary, or even indispensable, to the enjoyment of motion pictures, and also whether, according to the type of visual impairment, there are different preferences for less or more descriptive or interpretive ADs. The study included two groups, one made up of students from the Benjamin Constant Institute (IBC) and another of members of the Associação dos Deficientes Visuais do Estado do Rio de Janeiro (Association of the Visually Impaired of Rio de Janeiro) (ADVERJ). The group of IBC students watched the film O palhaço (The clown), and the members of ADVERJ watched the film Menos que nada (Less than nothing); after that they were individually interviewed and answered a questionnaire with questions pertaining to the comprehension of the film itself and aspects specific to gestures. They also watched four passages of the movies again, one for each type of gesture (substitutive, divergent, simple and complex affect displays); each passage had two AD versions — one more descriptive and another more interpretive, with more adjectives and adverbs —, so that they could choose the version they preferred. The proposal, then, was to test theoretical conclusions in an empirical context of strictly visual information and to reflect upon AD characteristics that may be more adequate to Brazilian audiences in Rio de Janeiro, specially gesture AD. In its initial part, the dissertation presents a historiography of AD both as an activity and as an object of investigation. It also shows how AD came to be present in the different spheres of the media and the academy in Europe, the United States and Brazil.
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