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A judicialização das relações escolares: um estudo sobre a produção de professores / The judicialization of school relations: an inquiry into the production of teachers.Tiberio, Wellington 02 May 2011 (has links)
Os professores, para além de seus cursos de formação, são produzidos cotidianamente pela forma como vivem a experiência de ser professor, o que se realiza no interior do próprio funcionamento da instituição escolar. Esse funcionamento está baseado em uma série de racionalidades que delimitam o fazer docente, estabelecendo assim as referências para uma forma de pensar e de fazer-se como professor. E é nessa atualidade escolar que se verifica a ampla circulação de termos como segurança, gestão de riscos, necessidade de proteção, dano, vulnerabilidade, judicialização, entre outros, o que aponta para a existência de intensos investimentos na linha das políticas de controle e vigilância. Esse trabalho se dedicou à realização de um exercício analítico sobre o funcionamento do que foi aqui considerado como uma economia jurídica que atravessa a escola e que é refinada na sua dinâmica cotidiana. Tal economia foi abordada na sua articulação com o imperativo da busca por bem-estar e felicidade, uma das principais estratégias de governo dos indivíduos na contemporaneidade. Na instituição escolar essa economia jurídica produz sujeitos e um modo de se relacionar com a vida; produz, portanto, importantes efeitos, que se tentou desnaturalizar abordando-os do ponto de vista das estratégias de poder. As principais referências utilizadas foram os desenvolvimentos analíticos de Michel Foucault (1926-1984) acerca das relações de poder e das tecnologias de produção dos sujeitos, tendo o seu conceito de governamentalidade como ponto de condensação. Tentou-se uma escrita que, ao entrar no jogo da verdade que envolve a educação escolar, contribua de forma particular para obstaculizar alguns efeitos de poder que os discursos verdadeiros sobre educação, escola, professor, etc., têm produzido. Tal iniciativa, para além de uma simples ação negativa, pode também ser compreendida como uma forma de enfrentar uma situação de sufocamento, de excesso de certezas que impedem a ação do pensamento, coisa comum na atual educação escolar, e assim assume a forma de uma ação positiva de produção de vãos, brechas e buracos. Uma importante consideração a respeito do que foi analisado refere-se à ideia de que, nas escolas, ao invés de produzirmos formas de vida fortalecidas pelos confrontos no plano ético, temos produzido formas de vida enfraquecidas pela submissão à necessidade normativa e aos conchavos indispensáveis à autoproteção. Tal movimento está na base de um estreitamento do agir político que o tem restringido à garantia da formalidade e à conveniência individual. Sem pretensões à produção de esclarecimentos, tal trabalho procura atuar no plano da provocação do pensamento, onde o que está em questão é a coragem. / Teachers, beyond their formation courses, are produced day-to-day by the way they experience being teachers, a process that takes place within the very operation of educational institutions. This operation is based on a series of rationalities which delineate teaching, thus establishing references for a way of thinking and making oneself as a teacher. In present-day educational reality the wide usage of terms such as security, risk management, need for protection, damage, vulnerability, judicialization, among others, points towards the existence of intensive investment along the lines of control and vigilance policies. The present work has carried out an analysis on the mechanisms of what has been considered here as a juridical economy which pervades schools and is refined at its daily dynamics.This economy has been approached in its connections with the urgence for a search for welfare and happiness, one of the main governmental strategies of contemporary individuals. Within educational institutions this juridical economy produces subjects and a mode of relating to life. Therefore it produces important effects which we have tried to denature by approaching them from the viewpoint of the strategies of power. The main references used were the works of Michel Foucault (1926-1984) on relations of power and technologies for the production of subjects, having as a point of condensation his concept of governmentality. By entering the game of truth involving school education we have attempted to contribute in a particular manner towards hindering some of the effects of power that true discourses produce on education, school, teachers etc. Besides a mere negative action, such an initiative might also be understood as a way to confront a suffocating situation where the excess of certainties hampers the action of thought. This situation occurs often in current school education as it assumes the form of a positive action that produces gaps, breaches and holes. One important consideration on what has been analyzed: in schools, instead of life forms strengthened by confrontations at the ethical sphere, what has been under production is life forms weakened by the submission to normative need and to the plots indispensable to selfprotection. This movement forms the basis of a process that narrows political action down to ensuring formality and individual convenience. Although without any claim to clarification, we have focused on inciting reflective thought, where what is at stake is courage.
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A judicialização das relações escolares: um estudo sobre a produção de professores / The judicialization of school relations: an inquiry into the production of teachers.Wellington Tiberio 02 May 2011 (has links)
Os professores, para além de seus cursos de formação, são produzidos cotidianamente pela forma como vivem a experiência de ser professor, o que se realiza no interior do próprio funcionamento da instituição escolar. Esse funcionamento está baseado em uma série de racionalidades que delimitam o fazer docente, estabelecendo assim as referências para uma forma de pensar e de fazer-se como professor. E é nessa atualidade escolar que se verifica a ampla circulação de termos como segurança, gestão de riscos, necessidade de proteção, dano, vulnerabilidade, judicialização, entre outros, o que aponta para a existência de intensos investimentos na linha das políticas de controle e vigilância. Esse trabalho se dedicou à realização de um exercício analítico sobre o funcionamento do que foi aqui considerado como uma economia jurídica que atravessa a escola e que é refinada na sua dinâmica cotidiana. Tal economia foi abordada na sua articulação com o imperativo da busca por bem-estar e felicidade, uma das principais estratégias de governo dos indivíduos na contemporaneidade. Na instituição escolar essa economia jurídica produz sujeitos e um modo de se relacionar com a vida; produz, portanto, importantes efeitos, que se tentou desnaturalizar abordando-os do ponto de vista das estratégias de poder. As principais referências utilizadas foram os desenvolvimentos analíticos de Michel Foucault (1926-1984) acerca das relações de poder e das tecnologias de produção dos sujeitos, tendo o seu conceito de governamentalidade como ponto de condensação. Tentou-se uma escrita que, ao entrar no jogo da verdade que envolve a educação escolar, contribua de forma particular para obstaculizar alguns efeitos de poder que os discursos verdadeiros sobre educação, escola, professor, etc., têm produzido. Tal iniciativa, para além de uma simples ação negativa, pode também ser compreendida como uma forma de enfrentar uma situação de sufocamento, de excesso de certezas que impedem a ação do pensamento, coisa comum na atual educação escolar, e assim assume a forma de uma ação positiva de produção de vãos, brechas e buracos. Uma importante consideração a respeito do que foi analisado refere-se à ideia de que, nas escolas, ao invés de produzirmos formas de vida fortalecidas pelos confrontos no plano ético, temos produzido formas de vida enfraquecidas pela submissão à necessidade normativa e aos conchavos indispensáveis à autoproteção. Tal movimento está na base de um estreitamento do agir político que o tem restringido à garantia da formalidade e à conveniência individual. Sem pretensões à produção de esclarecimentos, tal trabalho procura atuar no plano da provocação do pensamento, onde o que está em questão é a coragem. / Teachers, beyond their formation courses, are produced day-to-day by the way they experience being teachers, a process that takes place within the very operation of educational institutions. This operation is based on a series of rationalities which delineate teaching, thus establishing references for a way of thinking and making oneself as a teacher. In present-day educational reality the wide usage of terms such as security, risk management, need for protection, damage, vulnerability, judicialization, among others, points towards the existence of intensive investment along the lines of control and vigilance policies. The present work has carried out an analysis on the mechanisms of what has been considered here as a juridical economy which pervades schools and is refined at its daily dynamics.This economy has been approached in its connections with the urgence for a search for welfare and happiness, one of the main governmental strategies of contemporary individuals. Within educational institutions this juridical economy produces subjects and a mode of relating to life. Therefore it produces important effects which we have tried to denature by approaching them from the viewpoint of the strategies of power. The main references used were the works of Michel Foucault (1926-1984) on relations of power and technologies for the production of subjects, having as a point of condensation his concept of governmentality. By entering the game of truth involving school education we have attempted to contribute in a particular manner towards hindering some of the effects of power that true discourses produce on education, school, teachers etc. Besides a mere negative action, such an initiative might also be understood as a way to confront a suffocating situation where the excess of certainties hampers the action of thought. This situation occurs often in current school education as it assumes the form of a positive action that produces gaps, breaches and holes. One important consideration on what has been analyzed: in schools, instead of life forms strengthened by confrontations at the ethical sphere, what has been under production is life forms weakened by the submission to normative need and to the plots indispensable to selfprotection. This movement forms the basis of a process that narrows political action down to ensuring formality and individual convenience. Although without any claim to clarification, we have focused on inciting reflective thought, where what is at stake is courage.
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