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"A recusa à desospitalização entre pacientes internos de hospital psiquiátrico" / "The refusal of desospitalization among internal patients of psychiatric hospital"

Machado, Vanessa Cristina 28 January 2004 (has links)
A conduta terapêutica em relação ao paciente psiquiátrico que prescrevia o asilamento sofreu alterações ao longo do tempo. Após a Segunda Guerra Mundial, em conseqüência de uma série de fatores sociais e econômicos, a desospitalização aparece como elemento da assistência psiquiátrica, desencadeando um processo de construção de uma nova política de saúde mental. Apesar de nacionalmente haver uma proposta de desospitalização, observa-se atualmente um número significativo de pessoas que permanecem internadas em hospitais psiquiátricos por tempo indeterminado. Na região de Ribeirão Preto, no Hospital Santa Tereza, nota-se uma situação particular: alguns pacientes internados recusam-se a desospitalização. O presente trabalho objetivou estudar os fatores envolvidos na recusa da desospitalização a partir do relato de pacientes internos em um hospital psiquiátrico com o diagnóstico de esquizofrenia e capacidade verbal preservada, investigando como os mesmos se posicionam em relação a sua hospitalização e desospitalização. Estudou-se aqueles que realmente confirmavam a recusa à desospitalização e, dentre esses, segundo escolha aleatória, foi aplicada uma entrevista semi-estruturada. Foi desenvolvida uma análise qualitativa, tendo como referência a análise de conteúdo temática. Após leitura exaustiva das entrevistas, chegou-se a oito unidades temáticas e os respectivos achados: O porquê da internação, os pacientes relataram ter “adoecido", descrevendo vozes e profunda tristeza; Causalidade, houve associação entre perda de pessoas queridas e bens materiais, assim como evento espiritual e o advento dos sintomas psiquiátricos; Atribuição do destino ao outro, o outro como responsável pelo seu enlouquecimento e pela sua internação, selando, assim, seu destino; As mazelas sociais, características pessoais que não correspondem aos padrões sociais, como rompimento com família, trabalho e razão; Família, ausência da instituição familiar ou de vínculos familiares; Proteção hospitalar, proporcionando a sensação de segurança material como abrigo e assistência médica e a garantia de não contato com o outro, ameaçador e diferente; Identidade, possibilidade de exercer um trabalho limitado às suas capacidade físicas, estar cumprindo pena e estar se submetendo a um tratamento de saúde física; Motivo alegado como recusa, surgindo variados relatos que se estendem desde a sensação de liberdade ainda que internado até os longos anos de internação, fazendo com que o modo de vida asilar fosse incorporado fortemente pelos pacientes. A partir da análise dos dados se conclui que aspectos subjetivos dos pacientes, como o alheamento e o ‘sujeitamento’, são reforçados pelo funcionamento institucional, combinando-se de forma a perpetuar o isolamento na vida desses pacientes. Esses achados mostram-se importantes na medida em que podem contribuir com futuras elaborações de políticas públicas em saúde mental, além de trazer aspectos da dinâmica subjetiva que devem ser considerados no planejamento de tratamentos mais adequados à especificidade da população. / The therapeutic conduct which used to prescribe the isolation to the psychiatric pacient, has undergone some alterations along the time. After the Second World War, in consequence of a series of social e economic factors, the dehospitalization appears as na element of the psychiatric assistence, unleashing a process of construction of a new policy of mental health. In spite of a national proposal of dehospitalization, we currently observe a meaningful number of people who remain confined in psychiatric hospitals for indeterminate time. In the region of Ribeirão Preto city, in the Santa Tereza Hospital, we can see a peculiar situation: some confined pacients who refuse the dehospitalization. The present research aims at studying the factors involved in the refusal of dehospitalization, departing from the report of pacients with diagnosis of schizophrenia and preserved verbal hability, interned in a psychiatric hospital, to investigate how they behave concerning their hospitalization and dehospitalization. We have studied those who really confirmed the refusal to dehospitalization and, among these, by random choice, a semi- structured interview was applied. A qualitative analysis was developed, having the analysis of thematic content as reference. After exaustive reading of the interviews, we got to eight thematic units, and the respective results: The reason for the internation, the pacients reported having gotten “sick", describing voices and deep sadness; Origin, there was association with the loss of dear people and possessions, as well as spiritual event and the beginning of the psychiatric symptoms; Attribution of the destiny to the other one, the other as responsible for the madness and for the internation, sealing the patient´s fate; The social illnesses, personal characteristics that do not correspond to the social patterns, as family breakdowns, work and reasoning disruption; Family, the lack of the family institution, or of family ties; Hospital protection, providing the feeling of material security as shelter and medical assistance, the warranty of no contact with the other, which is threatening and different; Identity, possibility to carry out a work limited to his/her own physical capacity, be under punishment, and undergoing a physical health treatment; The reason alledged as refuse, arising several reports which go since the feeling of liberty, even confined, to the long years of confinement, that make the life pattern of the asylum to be strongly assimilated by the pacients. From the data analysis, it was concluded that the subjective aspects of the pacients, like the alienation and the ‘submition’, are reinforced by the institutional functioning, which combined, perpetuate the isolation in the life of these people. These findings show important as they can corroborate with future elaborations of public policies in Mental Health, besides bringing aspects of the subjective dynamics that should be considered for the planning of more adequate treatments to the specificity of the population.
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"A recusa à desospitalização entre pacientes internos de hospital psiquiátrico" / "The refusal of desospitalization among internal patients of psychiatric hospital"

Vanessa Cristina Machado 28 January 2004 (has links)
A conduta terapêutica em relação ao paciente psiquiátrico que prescrevia o asilamento sofreu alterações ao longo do tempo. Após a Segunda Guerra Mundial, em conseqüência de uma série de fatores sociais e econômicos, a desospitalização aparece como elemento da assistência psiquiátrica, desencadeando um processo de construção de uma nova política de saúde mental. Apesar de nacionalmente haver uma proposta de desospitalização, observa-se atualmente um número significativo de pessoas que permanecem internadas em hospitais psiquiátricos por tempo indeterminado. Na região de Ribeirão Preto, no Hospital Santa Tereza, nota-se uma situação particular: alguns pacientes internados recusam-se a desospitalização. O presente trabalho objetivou estudar os fatores envolvidos na recusa da desospitalização a partir do relato de pacientes internos em um hospital psiquiátrico com o diagnóstico de esquizofrenia e capacidade verbal preservada, investigando como os mesmos se posicionam em relação a sua hospitalização e desospitalização. Estudou-se aqueles que realmente confirmavam a recusa à desospitalização e, dentre esses, segundo escolha aleatória, foi aplicada uma entrevista semi-estruturada. Foi desenvolvida uma análise qualitativa, tendo como referência a análise de conteúdo temática. Após leitura exaustiva das entrevistas, chegou-se a oito unidades temáticas e os respectivos achados: O porquê da internação, os pacientes relataram ter “adoecido”, descrevendo vozes e profunda tristeza; Causalidade, houve associação entre perda de pessoas queridas e bens materiais, assim como evento espiritual e o advento dos sintomas psiquiátricos; Atribuição do destino ao outro, o outro como responsável pelo seu enlouquecimento e pela sua internação, selando, assim, seu destino; As mazelas sociais, características pessoais que não correspondem aos padrões sociais, como rompimento com família, trabalho e razão; Família, ausência da instituição familiar ou de vínculos familiares; Proteção hospitalar, proporcionando a sensação de segurança material como abrigo e assistência médica e a garantia de não contato com o outro, ameaçador e diferente; Identidade, possibilidade de exercer um trabalho limitado às suas capacidade físicas, estar cumprindo pena e estar se submetendo a um tratamento de saúde física; Motivo alegado como recusa, surgindo variados relatos que se estendem desde a sensação de liberdade ainda que internado até os longos anos de internação, fazendo com que o modo de vida asilar fosse incorporado fortemente pelos pacientes. A partir da análise dos dados se conclui que aspectos subjetivos dos pacientes, como o alheamento e o ‘sujeitamento’, são reforçados pelo funcionamento institucional, combinando-se de forma a perpetuar o isolamento na vida desses pacientes. Esses achados mostram-se importantes na medida em que podem contribuir com futuras elaborações de políticas públicas em saúde mental, além de trazer aspectos da dinâmica subjetiva que devem ser considerados no planejamento de tratamentos mais adequados à especificidade da população. / The therapeutic conduct which used to prescribe the isolation to the psychiatric pacient, has undergone some alterations along the time. After the Second World War, in consequence of a series of social e economic factors, the dehospitalization appears as na element of the psychiatric assistence, unleashing a process of construction of a new policy of mental health. In spite of a national proposal of dehospitalization, we currently observe a meaningful number of people who remain confined in psychiatric hospitals for indeterminate time. In the region of Ribeirão Preto city, in the Santa Tereza Hospital, we can see a peculiar situation: some confined pacients who refuse the dehospitalization. The present research aims at studying the factors involved in the refusal of dehospitalization, departing from the report of pacients with diagnosis of schizophrenia and preserved verbal hability, interned in a psychiatric hospital, to investigate how they behave concerning their hospitalization and dehospitalization. We have studied those who really confirmed the refusal to dehospitalization and, among these, by random choice, a semi- structured interview was applied. A qualitative analysis was developed, having the analysis of thematic content as reference. After exaustive reading of the interviews, we got to eight thematic units, and the respective results: The reason for the internation, the pacients reported having gotten “sick”, describing voices and deep sadness; Origin, there was association with the loss of dear people and possessions, as well as spiritual event and the beginning of the psychiatric symptoms; Attribution of the destiny to the other one, the other as responsible for the madness and for the internation, sealing the patient´s fate; The social illnesses, personal characteristics that do not correspond to the social patterns, as family breakdowns, work and reasoning disruption; Family, the lack of the family institution, or of family ties; Hospital protection, providing the feeling of material security as shelter and medical assistance, the warranty of no contact with the other, which is threatening and different; Identity, possibility to carry out a work limited to his/her own physical capacity, be under punishment, and undergoing a physical health treatment; The reason alledged as refuse, arising several reports which go since the feeling of liberty, even confined, to the long years of confinement, that make the life pattern of the asylum to be strongly assimilated by the pacients. From the data analysis, it was concluded that the subjective aspects of the pacients, like the alienation and the ‘submition’, are reinforced by the institutional functioning, which combined, perpetuate the isolation in the life of these people. These findings show important as they can corroborate with future elaborations of public policies in Mental Health, besides bringing aspects of the subjective dynamics that should be considered for the planning of more adequate treatments to the specificity of the population.
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Uma história dos discursos psiquiátricos, exames, internações e práticas ambulatoriais voltadas à família em Goiás / A history of psychiatric discourses, examinations, hospitalizations and outpatient practices directed at the family in Goiás

Barreto, Railda Aparecida Barbosa 29 March 2018 (has links)
Submitted by Luciana Ferreira (lucgeral@gmail.com) on 2018-04-30T12:32:37Z No. of bitstreams: 2 Dissertação - Railda Aparecida Barbosa Barreto - 2018.pdf: 3263329 bytes, checksum: 0f13b79f73e0d36b8ba0e1852746f311 (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) / Approved for entry into archive by Luciana Ferreira (lucgeral@gmail.com) on 2018-04-30T12:34:41Z (GMT) No. of bitstreams: 2 Dissertação - Railda Aparecida Barbosa Barreto - 2018.pdf: 3263329 bytes, checksum: 0f13b79f73e0d36b8ba0e1852746f311 (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) / Made available in DSpace on 2018-04-30T12:34:41Z (GMT). No. of bitstreams: 2 Dissertação - Railda Aparecida Barbosa Barreto - 2018.pdf: 3263329 bytes, checksum: 0f13b79f73e0d36b8ba0e1852746f311 (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) Previous issue date: 2018-03-29 / This dissertation seeks to analyze, from the historical genealogical perspective of Michel Foucault, the discourses and practices of psychiatry applied to the family of people who undergo the psychiatry in Goiás. In order to reach our objective, we stablished a historical cut from the year of 1954, with the construction of the Psychiatric Hospital Adauto Botelho - Goiânia, until 1995, when, through the psychiatric reform movement, that hospital was closed. From the research sources, such as medical journals, journals, psychiatric records, dissertations and thesis, we highlight the emergence of two ruptures that indicate the place occupied by the family in the context of hospitalization and psychiatric de-hospitalization. In the first rupture, we mapped out that psychiatry assumed the custody of its subjected personand the family, when it appeared, it was to answer some of the functions made from psychiatry. In the second rupture, we show that, under the initiatives of psychiatric reform, the family was considered strategic in psychiatric custody in Goiás. However, it was up to psychiatry to use varied tactics to trigger the family and make it responsible in the treatment of the person subjected to the psychiatric power, especially as an active participant in the de-hospitalization policy. In both ruptures, we discussed the formation of statements acredited as truths about the family and the construction of alliances of the family and of psychiatry with other knowledge, to establish their speeches, etc. We believe that there is no single way of telling history and others will be necessary, but we hope that this work can contribute to the debate about the place attributed to the family in psychiatric care in Goiás. In addition, we want to contribute to preserve the documentary collection in the history of mental health in the State of Goiás, making it accessible to other people interested in this field of research. / O objetivo desta dissertação foi o de analisar, partindo da perspectiva histórica genealógica de Michel Foucault, os discursos e práticas da psiquiatria que se dirigiram à família do psiquiatrizado em Goiás. Para o alcance do objetivo tivemos como recorte histórico o ano de 1954, com a construção do Hospital Psiquiátrico Adauto Botelho - Goiânia, até o ano de 1995, quando, através do movimento da reforma psiquiátrica, houve a sua desativação. A partir das fontes pesquisadas, como revistas médicas, jornais, prontuários psiquiátricos, dissertações e teses, destacamos a emergência de duas rupturas que assinalam o lugar ocupado pela família no contexto da hospitalização e da desospitalização psiquiátrica. Na primeira ruptura mapeamos que a psiquiatria assumia a tutela do familiar psiquiatrizado e a família, quando se apresentava, era para responder algumas funções colocadas pela psiquiatria. Na segunda ruptura, evidenciamos que, já sob as iniciativas da reforma psiquiátrica, a família passou a ser considerada estratégica na assistência psiquiátrica em Goiás. No entanto, coube à psiquiatria se utilizar de táticas variadas para acionar a família e torná-la participante ativa na política de desospitalização. Em ambas as rupturas, discutimos sobre a formação de verdades a respeito da família e a construção de alianças da família e da psiquiatria com outros saberes, para firmar seus discursos, etc. Consideramos que não existe uma única maneira de contar história e que outras serão necessárias, porém, esperamos que esta escrita possa contribuir no debate a respeito do lugar atribuído à família na assistência psiquiátrica em Goiás, como também na preservação do acervo documental sobre a história da saúde mental no Estado, tornando-o acessível aos demais interessados na área.
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DESOSPITALIZAÇÃO PSIQUIÁTRICA E PROMOÇÃO DA SAÚDE EM RESIDÊNCIA TERAPÊUTICA / Phychiatric deprivation and health promotion in therapeutic residency

PORTO, FLÁVIA FIGUEIRA DE ANDRADE 15 March 2017 (has links)
Submitted by Noeme Timbo (noeme.timbo@metodista.br) on 2017-06-01T18:20:13Z No. of bitstreams: 1 Flávia Figueira de Andrade Porto.pdf: 933698 bytes, checksum: 54b857f57d2d2e816fad00c57178fa90 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-06-01T18:20:13Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Flávia Figueira de Andrade Porto.pdf: 933698 bytes, checksum: 54b857f57d2d2e816fad00c57178fa90 (MD5) Previous issue date: 2017-03-15 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / The de-hospitalization of people with a long-term history in psychiatric hospitals is a priority among public mental health policies in Brazil, which consider the rupture of family and social life aggravating the process of psychic illness. In order to provide care for these people outside the hospitals, health facilities were created, such as therapeutic residences, community-based housing with the assistance of daily caregivers. This work was the result of the professional experience of the psychologist accompanying the dehospitalization of thirty patients to three new therapeutic residences in the city of São José dos Campos / SP. Based on Winnicott's psychoanalysis, this research described and analyzed the experience of de-hospitalization and health promotion in this context, with emphasis on the group interactions and experiences of the residents in the hospital and residential space, in care and community relations. The instruments used were: participant observation and interview based on a previously elaborated script with the residents. The results indicated that the interactions and experiences in the therapeutic residency, for the most part, were kept rigid by rules and restrictions in the occupation of the home space, handling of personal belongings and circulation in the community; The care relationships demanded an active presence of the care agents, especially in the attention to the body, in the management of psychopathological symptoms and in the mediation of conflicts with the neighborhood and other people in the community. It was concluded that care relationships, even in de-hospitalization circumstances, can trap subjects and inhibit creative processes, as well as repercussions in the prevention of acute psychotic crisis and rehospitalization. The challenge in promoting health in therapeutic residency was to overcome situations that make it impossible for the residents to be in life with all their excesses, particularities and needs of attention and adapted care. / A desospitalização de pessoas com história de longa permanência em hospitais psiquiátricos é prioridade dentre as políticas públicas de saúde mental no Brasil, que consideram a ruptura do convívio familiar e social, agravantes no processo de adoecimento psíquico. Para dar conta do atendimento a essas pessoas fora dos hospitais, foram criados equipamentos de saúde como as residências terapêuticas, moradias localizadas na comunidade com assistência de agentes de cuidados diários. Este trabalho foi fruto da experiência profissional do psicólogo acompanhando a desospitalização de trinta pacientes para três novas residências terapêuticas na cidade de São José dos Campos/SP. A partir da psicanálise winnicottiana, esta pesquisa descreveu e analisou a experiência de desospitalização e de promoção da saúde neste contexto, com ênfase nas interações grupais e vivências dos moradores no espaço hospitalar e residencial, nas relações de cuidado e comunitárias. Os instrumentos utilizados foram: observação participante e entrevista com base em um roteiro previamente elaborado, com os moradores. Os resultados apontaram: as interações e vivências na residência terapêutica, em sua maioria, mantiveram-se enrijecidas por regras e restrições na ocupação do espaço da casa, manuseio de pertences pessoais e circulação na comunidade; as relações de cuidado demandaram uma presença ativa dos agentes de cuidado, especialmente, na atenção ao corpo, no manejo de sintomas psicopatológicos e na mediação de conflitos junto à vizinhança e demais pessoas da comunidade. Concluiu-se que as relações de cuidado, mesmo em circunstâncias da desospitalização, podem aprisionar os sujeitos e inibir processos criativos, como também repercutirem na prevenção de crises psicóticas agudas e da reinternação. O desafio na promoção da saúde em residência terapêutica, configurou-se na superação de situações que impossibilitem a seus moradores estarem na vida com todos os seus excessos, particularidades e necessidades de atenção e cuidado adaptado.
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Avaliação epidemiológica de doentes mentais em casas de acolhimento de idosos na região sudoeste mineiro-Brasil / Epidemiological evaluation of mentally ill persons residing in Elderly Homes in the Southwest of Minas Gerais State, Brazil

Giubilei, Maurício 11 September 2006 (has links)
Made available in DSpace on 2016-05-02T13:54:44Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Dissertacao completa Mauricio Giubilei.pdf: 155857 bytes, checksum: eec715b4a732d4c696eef25d77658ae6 (MD5) Previous issue date: 2006-09-11 / Coordenacao de Aperfeicoamento de Pessoal de Nïvel Superior / Aims The authors tried to identify de-hospitalized mentally ill patients living in shelters or homes and then quantify and stratify them as to their destinations residence and behavior specially towards other residents in Elderly Homes The de-hospitalizations took place by the end of the 80s with changes to the Mental Health policy the creation of Paulo Delgado law and the consequent deactivation of psychiatric beds in Brazil mainly in Minas Gerais state Methods Two questionnaires were made one for the Elderly Homes and the other for their residents The survey only began after a Term of Consent was signed authorizing the participation in this study The first questionnaire consisted of questions regarding care homes themselves their managers main religion budget source number of employees and their specific duties Main types of covenants public or private endowments for specific and complementary assistance as well as the number of beds for elderly and mentally ill residents were also evaluated The Ministry of Health regulations regarding mentally ill patients were unknown to their managers As to the boards of directors they found it acceptable to have both mentally ill and elderly persons in the same environment However they were careful to explain the discomfort of this sociability Psychiatric support or specific hospitals were acknowledged The questionnaire consisted of residents data sociofamiliar factors psychiatric and psychological diagnostics medication and dosages Those residents coming from hospitals number of specialized psychiatric confinements and their behavior adjustments were also considered 520 residents in 11 homes located in 10 cities in the southwest region of Minas Gerais were evaluated Results Gender distribution was the same Average age was 22 to 100 years old (65,60 ± 14,39) Ages between 51 and 70 years old corresponded to 48,65% while in 82.49% of residents the ages were between 51 and 90 years Caucasian was 70.60% Regarding the laboring capacity 67.90% was between none and little Of all residents evaluated 72.90% had never had a psychiatric hospitalization and 10.40% had been hospitalized more than five times The results show that 20.00% of all residents suffer from dementia 19.80% were chronic psychotics and 13.30% schizophrenics 21.70% were mentally ills and 12.70% was the percentage of healthy residents The remaining residents presented other neuropsychiatric diagnostics 3,70% (19) were de-hospitalized from Psychiatric Hospital In general 15.30% had inadequate behaviors which interferes in their daily life and 64.40% make daily use of psychotropic medication against 35.60% who uses with non-psychotropic drugs or only and nothing at all Of the psychotropic medications used haloperidol is the main in 35.20% followed by diazepam 34.00% Biperideno 23.00% followed by Phenobarbital 21.50% and amitriptyline 14.90% Conclusion The study concluded that the number of psychiatric patients de-hospitalized and transferred to Elderly Homes was little in the evaluated area However a significant number of patients with chronic characteristics who alternated between Elderly Homes and Psychiatric Hospitals were identified Most of the Elderly Homes avoided residents with some sort of mental disorder especially schizophrenic ones Other chronic psychiatric patients with light symptoms and lack of monetary and family support were accepted in as a matter of philanthropy and humanity / Objetivo Através das mudanças na Política de Saúde Mental a partir da Lei Paulo Delgado e sua conseqüente diminuição de leitos psiquiátricos os autores buscaram por evidencia quantificar e estratificar doentes mentais de custódia desospitalizados seus destinos e habitações especialmente nas Casas de Acolhimento de Idosos em cidades do sudoeste mineiro Os comportamentos destes pacientes e dos outros condôminos suas capacidades psíquicas e funcionais número de internações psiquiátricas as medicações administradas foram avaliados e estratificados Método Após os diretores dessas casas autorizarem a realização deste estudo dois questionários foram aplicados um a elas e outro aos seus moradores O primeiro identificou uma a uma seus representantes dados econômicos operacionais quantidade de colaboradores e suas funções No segundo cada condômino foi identificado e obteve-se seu diagnóstico social econômico familiar psiquiátrico psicológico e seu tratamento após assinar um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido anuindo o nosso exame Todos seus 520 moradores doentes mentais ou não foram avaliados clinicamente e seus diagnósticos estabelecidos segundo a CID-10 Onze dessas casas foram visitadas em dez cidades nessa região definida Resultados A distribuição por sexo foi a mesma e as idades entre 22 a 100 anos Resultou que a predominância foi entre 51 a 70 anos cor de pele branca em 70,60 % e capacidade laborativa inapta em 67,90 % Seis ou mais internações psiquiátricas aconteceram em 10,40% e 20,00% encontravam-se demenciados Psicóticos crônicos e esquizofrênicos respectivamente eram 19,80% e 13,30 % Deficientes mentais encontrados em 21,70% contra 12,70 % de idosos preservados Apenas 3,70% (19) eram egressos de hospitais de custódia No total 15,30 % tinham comportamentos que interferiam no cotidiano dos condôminos Dos que usavam medicamentos regularmente 64,40 % usavam remédios psicotrópicos associados ou não a outros clínicos Destes 35,60% tomavam medicações clínicas ou nenhuma delas Das drogas psiquiátricas prescritas a prevalente foi o haloperidol em 35,20 % seguido do diazepan em 34,00 % o biperideno em 23,00 % fenobarbital em 21,50 % e a amitriptilina em 14,90 % Inexistiram leitos específicos para idosos e doentes mentais Conclusões Este estudo concluiu que o número de egressos de hospitais psiquiátricos de custódia encontrado foi pequeno em relação ao número de doentes mentais moradores dessas casas A capacidade de seus diretores em fazer diagnóstico de perfil de doente mental assim como o faz o psiquiatra inibiu a inclusão de novos condôminos A grande maioria de sua população (87,10%) era portadora de doenças mentais neurológicas neuriátricas entre outras com sintomatologia psiquiátrica Seis ou mais internações psiquiátricas ocorreram em 10,40% inferindo-se que esta alternância entre estas casas e hospitais psiquiátricos foi uma institucionalização contínua em psiquiatria O impacto social apresentou significativo grau de injúria seja ela física ou psíquica demonstrando que essas casas eram inespecíficas e incompletas para que houvesse harmonia entre condôminos de perfis geriátricos e psiquiátricos

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