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Condições de trabalho e morbidade referida para distúrbios osteomusculares em catadores de materiais recicláveis / Work conditions and reported morbidity for musculoskeletal disorders in recyclable material collectorsMandelli, Marcia Cristina Castanhari 26 May 2017 (has links)
INTRODUÇÃO: A urbanização tem sido acompanhada por um crescente aumento no volume e na diversidade de resíduos sólidos produzidos. O reaproveitamento desses resíduos vem sendo feito desde o início do século XX, inicialmente pela figura do \"velho garrafeiro\", até que em 2003 ocorre o reconhecimento da profissão do \"catador de materiais recicláveis\" na Classificação Brasileira de Ocupações. O problema ambiental decorrente da geração e do descarte de resíduos fez com que fosse instituída a Política Nacional de Resíduos Sólidos, sendo que entre suas diretrizes há o estimulo à participação do catador na cadeia produtiva da reciclagem. Não obstante a ocorrência de avanços nas condições de trabalho dos catadores persistem exposições penosas às cargas biomecânicas, tais como esforços físicos, posições viciosas e movimentos repetitivos. Adicionalmente, a organização do processo produtivo e o modo com que os catadores desenvolvem suas tarefas, são situações que predispõem a riscos e danos à saúde. OBJETIVO: Identificar a ocorrência de dor/desconforto osteomusculares relacionados ao trabalho em catadores que atuam em cooperativas de triagem na Região Metropolitana de São Paulo. MÉTODO: Estudo transversal, com amostra constituída por 250 catadores distribuídos em quatro cooperativas, com entrevista dirigida por um instrumento de coleta de dados padronizado. RESULTADOS: Entre os catadores predominou o gênero feminino (62%), a idade entre 41-59 anos (53%), a raça negra/parda (66,4%) e abaixa escolaridade (77% com menos de oito anos de estudo). A dor/desconforto osteomuscular foi referida por 163 (65%) dos catadores, entre esses, a localização na coluna foi a mais frequente (50%), seguida dos membros superiores (45%) e membros inferiores (31%). Os resultados encontrados na análise multivariada mostraram que dor/desconforto estava associado aos meios de produção da cooperativa (p<0.000), ao fato de ter tido outra ocupação (p=0.007) e ter tido acidente de trabalho (p=0.043). CONCLUSÕES: As condições de trabalho observadas eram extremamente precárias e constituíam importante fator de risco para distúrbios osteomusculares. Catadores estão expostos à mesma posição de trabalho por longo período, posturas inadequadas, monotonia, esforço físico, repetitividade e manuseio de materiais cortantes. As condições em que desempenham suas tarefas são prováveis fatores a problemas osteomusculares / INTRODUCTION: Urbanization has been accompanied by a growing increase in the volume and diversity of solid waste produced. The practice of reusing these wastes has been carried out since the beginning of the XX century, initially by the figure of the \"bottle dealer\", up to 2003 when we had the recognition of the profession of \"recyclable materials collector\" in the Brazilian Classification of Occupations. The environmental problem caused by the production and disposal of waste led to the establishment of the National Solid Waste Policy, and among its guidelines there is an stimulus to the participation of the waste collector in the recycling chain. Despite the improvements in the working conditions of the waste collector, exposures to biomechanical loads, such as physical stresses, vicious positions and repetitive movements persist. In addition, the organization of the production process and the way in which the collectors perform their tasks are situations that predispose to risks and damages to health. OBJECTIVE: To identify the occurrence of musculoskeletal pain / discomfort related to the work of recyclable materials collector working in sorting cooperatives in the Metropolitan Region of São Paulo. METHOD: A cross-sectional study with a sample of 250 collectors distributed in four cooperatives, with an interview conducted by a standardized data collection instrument. RESULTS: Among the recyclable materials collector, the majority were women (62%), with age between 41-59 years (53%), of black / brown race (66.4%) and low education (77% with less than 8 years of schooling). Musculoskeletal pain / discomfort was reported by 163 (65%) of the recyclable materials collector, among them, the location in the spine was the most frequent (50%), followed by upper limbs (45%) and lower limbs (31%). The results found in the multivariate analysis showed that pain/discomfort was associated with the means of production of the cooperative (p < 0.000), having had another occupation (p=0.007) and having had a work accident previously (p = 0.043). CONCLUSIONS: The working conditions observed are extremely precarious and constitute an important risk factor for musculoskeletal disorders. Waste pickers are exposed to the same work position for long periods, inadequate postures, monotony, physical effort, repetitiveness and handling of sharp materials. The conditions under which they perform their tasks are likely factors to musculoskeletal problems
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Exposição biomecânica durante o manuseio de caixas em ambiente real e simulado com trabalhadores industriaisNogueira, Helen Cristina 18 November 2016 (has links)
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Previous issue date: 2016-11-18 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) / Bundesministerium für Bildung und Forschung (BMBF) / Musculoskeletal risks involving manual box handling can be minimized with the adoption of preventive approaches such as the inclusion of handles in boxes. However, the literature indicates the acquisition of motor skills over working time, can also be a protective factor in development of musculoskeletal disorders. Thus, the study 1 aimed to evaluate the physical load of the upper arms and upper back between 37 novice and 21 experienced subject during handling a new box design compared to commercial ones. The order of surfaces to handle (places to boxes depositions – floor and shoulder levels) and the type of box was randomized. In addition to direct measures
(electrogoniometry, inclinometry and electromyography) subjective scales were used to assess the comfort and perceived effort. In general, both experienced and inexperienced
subjects had lower biomechanics load handling non-commercial boxes compared to
commercial ones. However, the inexperienced subjects demonstrated greater reductions
in physical overload during the handling of non-commercial boxes, being more advantageous the recommendation of these boxes for this user profile. In the real work setting, handling boxes is highly rotating mainly in developing countries. Thus, interventions focus on boxes could help the workers, who may have different levels of
experience with the job. However, the real work environment involves other tasks besides handling box, and tasks distribution over time could minimize the handling risks. In this way, the study 2 has been proposed to assess the physical exposure in real environment, where in addition to handling box workers perform other activities, aiming to identify the representative handling task in the total work exposure. The
biomechanical exposure was assessed from muscular electrical activity of trapezius and
upper limb movement recordings during a period of 4 hours to the work routine. The results showed that handling box task required the greater activation of the trapezius in relation to other activities, particularly in peak loads (percentiles 90 and 99 APDF - Amplitude Probability Distribution Function). Effect size calculations have identified the magnitude of the difference between the tasks is large, particularly in peak loads. In relation to the total job, handling box differed by greater amplitudes of upper back
forward flexion and left arm elevation postures. Thus, the handling task requires interventions to decrease the physical load in a real work environment in order to promote occupational health, as identified in simulated environment by other studies. The conclusions of this thesis are related to the importance of considering the profile of workers' experience and the need to assessment work exposure involving all tasks
performed, emphasizing the importance of studies involving workers in the real working environment. / Os riscos musculoesqueléticos do manuseio de caixas podem ser minimizados a partir da adoção de medidas preventivas, como a inserção de alças em caixas. No entanto, a literatura aponta que a aquisição de habilidades motoras, ao longo do tempo de trabalho, também pode ser um fator protetor no desencadeamento de lesões musculoesqueléticas. Dessa forma, o Estudo 1 teve como objetivo avaliar a carga física dos membros superiores e do tronco superior imposta à 37 sujeitos inexperientes e 21 experientes durante o manuseio de um novo design de caixa, comparado às caixas comerciais. A ordem do ajuste das superfícies onde as caixas foram depositadas (chão e ombro) e da utilização das caixas foi randomizada. Além de medidas diretas (eletrogoniometria, inclinometria e eletromiografia) foram utilizadas escalas para avaliação da agradabilidade e do esforço percebido. Em linhas gerais, tanto os sujeitos experientes como os não experientes apresentaram menor carga biomecânica durante o manuseio das caixas não comerciais comparadas às comerciais. No entanto, os inexperientes demonstraram maiores reduções da sobrecarga física durante o manuseio das caixas não comerciais, sendo mais vantajosa a recomendação dessas caixas para esse perfil de
usuário. O contexto real de trabalho, o manuseio de caixas nos países em desenvolvimento é altamente rotativo. Dessa forma, intervenções na caixa poderiam favorecer os trabalhadores, que podem ter diferentes níveis de experiência com o
trabalho. No entanto, o ambiente real de trabalho envolve outras tarefas além do manuseio de caixas, e a forma como as tarefas são distribuídas ao longo do tempo poderiam minimizar os riscos do manuseio. Dessa forma, o estudo 2 foi proposto para avaliar a exposição física em ambiente real, onde além do manuseio de caixas os trabalhadores realizam outras atividades, a fim de identificar a representatividade do manuseio na exposição total do trabalho. A exposição foi avaliada a partir do registro da atividade elétrica muscular do trapézio e dos movimentos do membro superior durante um período de 4h da jornada de trabalho. Os resultados demonstraram que o manuseio de caixas exigiu a maior ativação do trapézio em relação às demais atividades
realizadas, particularmente nas cargas de pico (percentis 90 e 99 da APDF – Amplitude
Probability Distribution Function). Cálculos do tamanho do efeito identificaram que a
magnitude da diferença entre as tarefas é grande, principalmente nas cargas de pico. Já
em relação ao trabalho total, o manuseio de caixas se diferiu pelas maiores amplitudes
da postura de flexão anterior da coluna superior e de elevação do membro superior esquerdo. Dessa forma, o manuseio de caixas requer intervenções para diminuição da sobrecarga física em ambiente real de trabalho, a fim de promover saúde ocupacional, como identificado em ambiente simulado por outros estudos. As conclusões desta tese são referentes à importância de se considerar o perfil de tempo de experiência dos trabalhadores, bem como a necessidade de avaliações da exposição do trabalho envolvendo todas as tarefas realizadas, enfatizando a importância de estudos realizados
com trabalhadores e no ambiente real de trabalho. / FAPESP: 2013/04839-5 / FAPESP: 2015/12493-7 / CNPq: 162324/2012-0
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Condições de trabalho e morbidade referida para distúrbios osteomusculares em catadores de materiais recicláveis / Work conditions and reported morbidity for musculoskeletal disorders in recyclable material collectorsMarcia Cristina Castanhari Mandelli 26 May 2017 (has links)
INTRODUÇÃO: A urbanização tem sido acompanhada por um crescente aumento no volume e na diversidade de resíduos sólidos produzidos. O reaproveitamento desses resíduos vem sendo feito desde o início do século XX, inicialmente pela figura do \"velho garrafeiro\", até que em 2003 ocorre o reconhecimento da profissão do \"catador de materiais recicláveis\" na Classificação Brasileira de Ocupações. O problema ambiental decorrente da geração e do descarte de resíduos fez com que fosse instituída a Política Nacional de Resíduos Sólidos, sendo que entre suas diretrizes há o estimulo à participação do catador na cadeia produtiva da reciclagem. Não obstante a ocorrência de avanços nas condições de trabalho dos catadores persistem exposições penosas às cargas biomecânicas, tais como esforços físicos, posições viciosas e movimentos repetitivos. Adicionalmente, a organização do processo produtivo e o modo com que os catadores desenvolvem suas tarefas, são situações que predispõem a riscos e danos à saúde. OBJETIVO: Identificar a ocorrência de dor/desconforto osteomusculares relacionados ao trabalho em catadores que atuam em cooperativas de triagem na Região Metropolitana de São Paulo. MÉTODO: Estudo transversal, com amostra constituída por 250 catadores distribuídos em quatro cooperativas, com entrevista dirigida por um instrumento de coleta de dados padronizado. RESULTADOS: Entre os catadores predominou o gênero feminino (62%), a idade entre 41-59 anos (53%), a raça negra/parda (66,4%) e abaixa escolaridade (77% com menos de oito anos de estudo). A dor/desconforto osteomuscular foi referida por 163 (65%) dos catadores, entre esses, a localização na coluna foi a mais frequente (50%), seguida dos membros superiores (45%) e membros inferiores (31%). Os resultados encontrados na análise multivariada mostraram que dor/desconforto estava associado aos meios de produção da cooperativa (p<0.000), ao fato de ter tido outra ocupação (p=0.007) e ter tido acidente de trabalho (p=0.043). CONCLUSÕES: As condições de trabalho observadas eram extremamente precárias e constituíam importante fator de risco para distúrbios osteomusculares. Catadores estão expostos à mesma posição de trabalho por longo período, posturas inadequadas, monotonia, esforço físico, repetitividade e manuseio de materiais cortantes. As condições em que desempenham suas tarefas são prováveis fatores a problemas osteomusculares / INTRODUCTION: Urbanization has been accompanied by a growing increase in the volume and diversity of solid waste produced. The practice of reusing these wastes has been carried out since the beginning of the XX century, initially by the figure of the \"bottle dealer\", up to 2003 when we had the recognition of the profession of \"recyclable materials collector\" in the Brazilian Classification of Occupations. The environmental problem caused by the production and disposal of waste led to the establishment of the National Solid Waste Policy, and among its guidelines there is an stimulus to the participation of the waste collector in the recycling chain. Despite the improvements in the working conditions of the waste collector, exposures to biomechanical loads, such as physical stresses, vicious positions and repetitive movements persist. In addition, the organization of the production process and the way in which the collectors perform their tasks are situations that predispose to risks and damages to health. OBJECTIVE: To identify the occurrence of musculoskeletal pain / discomfort related to the work of recyclable materials collector working in sorting cooperatives in the Metropolitan Region of São Paulo. METHOD: A cross-sectional study with a sample of 250 collectors distributed in four cooperatives, with an interview conducted by a standardized data collection instrument. RESULTS: Among the recyclable materials collector, the majority were women (62%), with age between 41-59 years (53%), of black / brown race (66.4%) and low education (77% with less than 8 years of schooling). Musculoskeletal pain / discomfort was reported by 163 (65%) of the recyclable materials collector, among them, the location in the spine was the most frequent (50%), followed by upper limbs (45%) and lower limbs (31%). The results found in the multivariate analysis showed that pain/discomfort was associated with the means of production of the cooperative (p < 0.000), having had another occupation (p=0.007) and having had a work accident previously (p = 0.043). CONCLUSIONS: The working conditions observed are extremely precarious and constitute an important risk factor for musculoskeletal disorders. Waste pickers are exposed to the same work position for long periods, inadequate postures, monotony, physical effort, repetitiveness and handling of sharp materials. The conditions under which they perform their tasks are likely factors to musculoskeletal problems
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Manuseio de carga : sintomas musculoesqueléticos e indicadores psicossociais em ambiente real e efeito da adaptação de caixas na redução de fatores de riscoNogueira, Helen Cristina 20 November 2012 (has links)
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Previous issue date: 2012-11-20 / Universidade Federal de Sao Carlos / With the rapid development of civil aviation in Brazil there was a large number of subjects involved in the aircraft maintenance work. Much of workers develop tasks involving manual material handling (MMH), which already have evidenced musculoskeletal risks. However, workers from the aircraft maintenance industry suffer huge pressure due the safety issues and the quality of the work that is performed. There were no studies in the literature that addressed the risk factors present in this sector. Thus, the aim of Study 1 was to evaluate the psychosocial indicators, as well as reports of musculoskeletal symptoms and disorders among workers iof the aircraft maintenance industry. One hundred and one employees were assessed using the Nordic Musculoskeletal Questionnaire, a standardized physical examination, the Job Content Questionnaire and the Utrecht Work Engagement Scale. The results indicate that the workers are exposed to good psychosocial conditions, which have neither prevented the emergence of musculoskeletal disorders, nor the self reported pain and functional disability, particularly associated with the lower back. As the MMH was the main activity performed by the aircraft maintenance workers assessed, musculoskeletal disorders seem to be associated with the biomechanical characteristics of this activity. Despite the risks already identified, the literature suggests some strategies for reducing the physical load imposed to the musculoskeletal system during MMH. These strategies such as the implementation of handles on boxes, ensuring better coupling object/hands during handling. However, the recommendations of adaptations in boxes are not conclusive regarding handle placement, and their impact on workers' musculoskeletal conditions. Thus, the Study 2 was conducted based on a systematic literature review. The aim was to synthesize evidence regarding the effect of adjustment on boxes, aiming at reduction of musculoskeletal load. A survey was conducted in the following databases: Embase, Pubmed / Medline, Web of Science, and Lilacs Bireme CINAHAL, Sportdiscuss, Cochrane. Two reviewers independently selected the relevant studies, and any disagreements were solved by consensus. Cross-sectional studies were included. The scale proposed by Ariens (2000) was used to assess the quality of the studies included in this review. The electronic search yielded a total of 1170 references published in English. At the end of the selection process, and after manual search of references, the selection included 15 cross-sectional studies. Due to do the great methodological variability, regarding both methods and the proposed adaptations (size and mass of boxes), associated with the low quality of the studies prevented the synthesis of evidence. There is a need of using objective and subjective methods to evaluate standardized boxes with handles, which can also be applied to the assessment of other ergonomic interventions. Furthermore, the handles should be investigated using various positions and inclinations, and the MMH has to be carried out to different heights, in order to provide more conclusive evidence to support the implementation of those adaptations in the occupational practice. Experienced subjects have also to be considered in future studies. / Com o desenvolvimento acelerado da aviação civil no Brasil observou-se um elevado número de sujeitos envolvidos com o trabalho de manutenção de aeronaves. Grande parte dos trabalhadores desenvolvem tarefas que envolvem a realização do manuseio de cargas, o qual já tem grandes evidências de riscos musculoesqueléticos. No entanto, o setor de manutenção de aeronaves sofre grandes pressões com a segurança e com a qualidade do trabalho realizado. Não foram encontrados na literatura estudos que abordassem os fatores de risco presentes neste setor. Dessa forma, o Estudo 1 teve como objetivo avaliar os indicadores psicossociais, assim como os relatos de sintomas musculoesqueléticos entre trabalhadores do setor de manutenção de aeronaves. Cento e um funcionários foram avaliados por meio do Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares, por uma avaliação física padronizada e pelas Escala de Estresse e Trabalho e a Escala de Bem Estar e Trabalho. Os resultados indicam que trabalhadores da indústria de manutenção de aeronaves envolvidos com tarefas de manuseio de materiais são expostos a boas condições psicossociais, o que não impediu o surgimento de distúrbios musculoesqueléticos, nem o alto índice de relato de dor e incapacidade funcional, particularmente associado com a parte inferior da coluna. Como o manuseio de materiais foi a principal atividade realizada no setor de manutenção de aeronaves avaliado, os distúrbios musculoesqueléticos encontrados foram associados às características biomecânicas desta atividade. Apesar dos riscos já identificados, a literatura aponta algumas estratégias para redução da carga física imposta ao sistema musculoesquelético durante o manuseio de cargas. Tratam-se de estratégias nos instrumentos de trabalho, como a implementação de pegas em caixas, garantindo melhor acoplamento objeto/mãos durante o manuseio. No entanto, as adaptações em caixas não são conclusivas em relação às recomendações de posicionamento e sua repercussão nas condições musculoesqueléticas dos trabalhadores. Desta forma, foi realizado o Estudo 2 desta dissertação a partir de uma revisão sistemática da literatura. O objetivo foi sintetizar evidências em relação ao efeito da adaptação de caixas na redução da carga musculoesquelética. Foi realizada pesquisa nas seguintes bases de dados: dados Embase, Pubmed/Medline, Web of Science, Bireme e Lilacs CINAHAL, Sportdiscuss, Cochrane. Dois revisores independentes selecionaram os estudos pertinentes, e as eventuais discordâncias foram solucionadas por consenso. Foram incluídos estudos tranversais. A escala proposta por Ariens (2000) foi utilizada para avaliação da qualidade dos estudos incluídos nesta revisão. A busca eletrônica resultou em um total de 1170 referências publicadas em inglês. Ao final do processo de seleção e da busca manual das referências dos artigos inicialmente incluídos na revisão, totalizou-se a seleção de 15 estudos transversais. A grande variabilidade metodológica, tanto em termos de avaliação como em relação às formas de adaptação de pegas propostas, tamanho e massa das caixas, associadas à baixa qualidade dos estudos incluídos, inviabilizou o agrupamento dos estudos para síntese de evidência. Observa-se a necessidade da utilização conjunta de metodologias objetivas e subjetivas padronizadas na avaliação de caixas adaptadas com pegas, o que pode ser estendido para outros tipos de intervenções ergonômicas. Além disso, as caixas adaptadas precisam ser investigadas a partir de diferentes posicionamentos e inclinações das pegas, a serem manuseadas em diferentes alturas, para fornecer evidências mais definitivas para a implementação na prática ocupacional. A questão da experiência dos sujeitos avaliados também deve ser considerada em estudos futuros.
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