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Caracterização espacial e temporal da endemia hansênica na zona urbana de Floriano-Piauí, 2004 a 2013 / Spatial and temporal characterization of leprosy endemic in the urban area of Floriano, Piauí, 2004-2013

Santos, Luimar de Jesus January 2015 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-04T12:31:27Z (GMT). No. of bitstreams: 2 26.pdf: 2562771 bytes, checksum: 91007d039c45c97e0ee69407216428d0 (MD5) license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5) Previous issue date: 2015 / Introdução: A hanseníase é uma doença infecciosa crônica, causada pelo Mycobacterium leprae, que pode produzir alterações na pele e nos nervos periféricos com potencial para produzir deformidades e incapacidades físicas. O objetivo desta pesquisa foi caracterizar a distribuição da hanseníase na zona urbana de Floriano, Piauí, no período compreendido entre 2004 e 2013. Métodos: Trata-se de estudo ecológico, que utilizou como população de estudo os casos novos registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), dados do censo demográfico de 2010 e a malha digital dos bairros. Foram feitas distribuições do total de casos e taxa de detecção, análise descritiva das características sociodemográficas, epidemiológicas, clínicas e operacionais. Foi investigada a distribuição espacial do número de casos e taxa de detecção global nos bairros, em seguida foi calculado o índice de Moran (I) e o índice local de Moran (LISA). A condição socioeconômica foi verificada com a construção de um escore baseado em cinco indicadores do censo demográfico de 2010 em valores percentuais: domicílios com pelo menos cinco moradores, domicílios sem banheiro ou sanitário, renda do responsável pela família de um a dois salários mínimos, ligação a rede geral de água, ligação a rede geral de esgoto. (...) Conclusões: A taxa de detecção global da hanseníase em Floriano ultrapassou em todos os anos do período estudado o parâmetro de hiperendemia preconizado pelo Ministério da Saúde (40 casos/100.000 habitantes) e a detecção elevada em menores de 15 anos evidenciou transmissão ativa e recente da doença. Verificou-se na distribuição espacial que existiu uma concentração de casos nas áreas centrais com tendência a espalhamento pelas áreas adjacentes e a periferia no decorrer do período. Foram detectados aglomerados com taxas muito elevadas, especialmente na região central.
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Hanseníase e estigma no século XXI: narrativas de moradores de um território endêmico

Ramos, Leila Bitar Moukachar 13 February 2017 (has links)
Há mais de uma década o Brasil é 2° país do mundo com maior número de pessoas doentes de hanseníase, com prevalência de 1,5 casos por 10.000 habitantes. Diagnóstico precoce, exame dos contatos e a eliminação do estigma são estratégias no enfrentamento da endemia. Apesar dos avanços científicos e tecnológicos acrescidos da organização da rede de serviços no SUS, persiste no século XXI, o estigma da lepra construído desde tempos remotos. As narrativas que expressam o impacto da doença consideram o processo histórico da segregação em leprosários adotado por dois séculos no Brasil. Este estudo tem como cenário o município de Uberlândia, no estado de Minas Gerais, considerado em situação de alta endemicidade para hanseníase. Focalizou o bairro Lagoinha, um dos clusters hiperendêmico no município, marcado nos anos 1970-1980 pelo processo de disciplinarização do doente no espaço urbano. O objetivo foi compreender os significados das narrativas relacionadas ao estigma, produzidas pelos moradores do território e suas implicações na manutenção da endemia hansênica. Trata- se de uma pesquisa qualitativa, tipo estudo de caso com triangulação de métodos. Os instrumentos e técnicas utilizados foram: encontros, visita domiciliar, entrevista em profundidade e semiestruturada, grupo focal, diários de campo e genograma. Os participantes, moradores do território, foram divididos em três grupos: grupo 1 (G1) aqueles que vivenciaram o adoecimento, casos notificados de 2005 a 2015, grupo 2 (G2) contatos familiares dos casos notificados; grupo 3 (G3) membros da comunidade, sadios e não contatos. A interpretação dos dados empregou a metodologia da Análise do Discurso que, segundo Foucault, é um conjunto de enunciados que se apoiam em formações discursivas que permitem ou não a sua realização. Foram identificadas três formações discursivas: a (in)certeza da cura, a persistência do medo e a atualidade do estigma na segregação. O estigma, vivenciado ou presumido, é uma barreira para comunicação do diagnóstico mesmo para aqueles que apoiam as recomendações para o exame dos contatos e impacta na decisão de revela-lo aos familiares, definindo critérios de seleção, muitas vezes divergentes dos critérios clínicos. A dor e o medo durante os exames na fase do diagnóstico são muito marcantes nas narrativas. Os marcadores moleculares e imunológicos são referenciados como uma possibilidade de diagnóstico precoce e a certeza da cura, motivada pelo tratamento, se contrapõe ao medo da transmissão, das reações hansênicas e da recidiva. A implantação do diagnóstico sorológico da infecção a partir do qPCR para identificação do DNA do bacilo seria um grande avanço no século XXI para o enfrentamento da endemia. O genograma de um núcleo familiar permitiu uma análise singular da “determinação hereditária” da doença. O estudo aponta para a importância de valorizar como os sujeitos compreendem as causas e efeitos da hanseníase e a influência nas decisões relacionadas a doença. As interpretações dos pacientes e da comunidade sobre o processo de adoecimento interferem no tratamento sendo necessário ampliar a perspectiva do cuidado porque o aspecto simbólico do adoecimento não tem sido reconhecido como importante na reprodução dos riscos, sendo negligenciado nas políticas públicas de saúde no Brasil. / For over a decade Brazil has had the world’s second highest number of Leprosy diagnoses, with 1.5 occurrences per 10,000 of population. Early diagnosis, examination of contacts and overcoming stigma are strategies deployed towards tackling this endemic. Despite scientific and technological advances and the existence of a care network within Brazilian’s Unified Health System (SUS), a long-held stigma lingered into the 21st century. The narratives deployed to express the impact of Leprosy derive from a historical process of segregation of the diseased for over two centuries in Brazil. The context for this project is the city of Uberlândia (state of Minas Gerais), regarded as highly endemic for Leprosy. The study was focused on one of the city’s hyperendemic clusters - the district of Lagoinha, outlined in the 1970’s and 80’s by a process of disciplinarisation of the diseased within the urban context. The objective is to understand the meanings derived from narratives regarding stigma, as produced by the region’s dwellers, and its implications on the maintenance of the endemic. This is a qualitative research in the form of case study with a triangulation of methods. Data collection tools were: meetings, home visits, in-depth and semi-structured interviews, focus groups, field diaries, and genograms. Participants were separated into three groups - G1: those who experienced the illness process, notified between 2005 and 2015 (index case); G2: family network of index cases; G3: healthy members of the community without exposure to the disease. Data was interpreted using discourse analysis, a method which according to Foucault raises a range of statements based on discursive formations, which in turn may or may not enable its achievement. Three formations were identified: (un)certainty of cure, persistence of fear, and up-to-dateness of stigma in the segregation. Stigma, be it experienced of presumed, surfaces as a barrier to the communication of diagnosis even amongst those who support the recommendation for examination of contacts. It influences the decision of disclosure to the family network, defining selection criteria often divergent from the clinical criteria. The pain and fear experienced during the diagnostic stage of examination are strongly present in the narratives. The molecular and immunological markers are referenced as a possibility for early diagnosis, and the certainty of cure stimulated by the treatment contrasts with the fear of transmission, of Leprosy reactions and relapse. The genogram of a family nucleus enabled a unique analysis of the “hereditary determination” of the disease. The study points to the importance of appreciating how people understand causes and effects of Leprosy and its influences on decisions related to the disease. The interpretations from patients and the community about the process of illness interfere with treatment, making it necessary to broaden the perspective of care given that the symbolic aspect has not been acknowledged as important for the reproduction of risks, thus being neglected by Brazilian public health policies. Finally, the application of serological diagnoses of the infection from qPCR to identify the DNA of the bacillus would be a great 21st century development in facing the endemic. / Tese (Doutorado)
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Práticas sociais, memórias e vivências no combate à lepra: isolamento compulsório em asilos-colônia e preventórios brasileiros 1935 a 1986

Silveira, Bruna Alves 30 July 2013 (has links)
This study represents a discussion about the social practices that are found on compulsory isolation, in asylums-cologne and preventions, of affected people through leprosy and healthy children. A practice that was considered the principal measure of fighting the disease, which was adopted by the Brazilian government from 1930 to 1986, period understood by the research. There was a public campaign that propagated the possibility of a unique quality of life, such as the objective of encouraging the hospitalization of the maximum of the \"sick\"as possible. As a matter of fact, the asylums-cologne were designed and constructed for that all of the necessities of the \"lepers\" were answered within the insulation. Those lepers stayed completely far away from the \"city\" and the \"healthy\" part of society. The provision of basic services such as housing and food, the performance of various social events, leisure activities and culture had been properly registered through different measures and was also confirmed by their own \"internal\" of the season. It was practically a life without burden for the residents of this area. Therefore, all of these qualities of life that are properly structured, was not sufficient to compensate for a life of confinement. Interviews, documentaries, photos and even poems written by \"ex-internal\" militate against authoritarian practices and hygienists, on behalf of which many subjects have lost their families, had homes torched, were caught by the police health as criminals, being thus robbed of their own lives and from the bosom of \"society\". Such social practices brought irreparable damage, on aspects of the social, psychological, financial and moral. Produced memories of horror, marked by fear, insecurity, frustration, pain and various traumas. Despite the isolation have become officially extinct in mid-1986, the terminology of the disease have been replaced officially by Hansen\'s disease by force of law, and the government has granted special pension indemnity of character to the subjects who were isolated on the basis of the disease, these memories that are still in dispute. It is in the development and redevelopment of experiences in isolation, in the fight for the right to this memory, which often manifests itself in patrimonial conservation of the old asylums or until the creation of museums within these spaces. Acknowledgement and for compensation for the children who have been deprived of the company of country, a fact that reverberated in the trajectory of their lives or in the search of new social practices, decoupling the idea of leprosy and approaching the current concepts about leprosy. / Este estudo apresenta uma discussão acerca das práticas sociais que instituíram o isolamento compulsório em asilos-colônia e preventórios, das pessoas acometidas pela lepra e seus filhos indenes. Prática que foi considerada a principal medida de combate a doença, adotada pelo governo brasileiro de meados de 1930 a 1986, período compreendido pela pesquisa. Nesse período, havia uma campanha publicitária que propagava a possibilidade de uma qualidade de vida ímpar, com o objetivo de incentivar a internação do máximo de doentes . De fato, os asilos-colônia foram projetados e construídos para que todas as necessidades dos leprosos fossem atendidas no isolamento, ficando os mesmos completamente afastados da cidade e da parcela sadia da sociedade. Prestação de serviços básicos como moradia e alimentação, realização de diversos eventos sociais, atividades de lazer e cultura foram devidamente registradas por diferentes mídias e também confirmada pelos próprios internos da época. Era praticamente uma vida sem ônus para os moradores desse espaço. Entretanto, toda essa qualidade de vida, devidamente estruturada, não foi suficiente para compensar uma vida de confinamento e privações sociais. Entrevistas, documentários, fotografias e até poesias escritas por ex-interna depõem contra práticas autoritárias e higienistas, em nome das quais muitos sujeitos perderam suas famílias, tiveram casas incendiadas, foram capturados pela polícia sanitária como criminosos, sendo assim subtraídos de suas próprias vidas e do seio da sociedade . Tais práticas sociais trouxeram prejuízos irreparáveis nos aspectos sociais, psicológicos, financeiros e morais. Produziram memórias de horror, marcadas pelo medo, pela insegurança, frustração, dor e diversos traumas. Apesar de o isolamento ter se extinguido oficialmente em meados de 1986, ou seja, a terminologia da doença ter sido substituída oficialmente por hanseníase, por força de lei, e do governo ter concedido pensão especial de caráter indenizatório aos sujeitos que foram isolados em função da doença, essas memórias ainda se encontram em disputa, seja na elaboração e reelaboração das experiências vivenciadas no isolamento, na luta pelo direito a essa memória, que muitas vezes se materializa na preservação patrimonial dos antigos asilos ou até na criação de museus dentro desses espaços. Disputa que também se dá na luta do reconhecimento e por indenização para os filhos que foram privados da companhia dos pais, fato que repercutiu na trajetória de suas vidas ou na busca de novas práticas sociais, que, espera-se, se dissociem da ideia da lepra e se aproximem dos conceitos atuais sobre a hanseníase. / Mestre em História

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