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Estudo in silico da reatividade cruzada entre epitopos de hantavírus

Rigo, Maurício Menegatti January 2011 (has links)
Diariamente, o organismo humano é desafiado através da invasão de patógenos. No caso da invasão viral, o principal meio de defesa ocorre através do Receptor de Linfócito T (TCR), o qual interage com o peptídeo viral (epitopo) que é apresentado pelo Complexo Principal de Histocompatibilidade de classe I (MHC-I). Dada a imensidão de epitopos possíveis e a limitação do organismo em possuir um único TCR para reconhecer cada antígeno, o sistema imunológico desenvolveu o mecanismo de reatividade cruzada, através do qual um mesmo TCR pode reconhecer diferentes epitopos virais. Nesse trabalho nos propomos a estudar a seqüência da proteína de nucleocapsídeo (proteína N) de diferentes espécies do gênero Hantavírus através de uma abordagem in silico, utilizando ferramentas de imunoinformática. No primeiro trabalho (capítulo dois) apresentamos uma revisão sobre o uso de ferramentas de imunoinformática na resolução de problemas relacionados à imunogenicidade. No terceiro capítulo, analisamos a seqüência de aminoácidos da proteína N de 34 espécies do gênero Hantavírus. Nossos resultados mostraram que epitopos murinos localizam-se preferencialmente em áreas conservadas dentro do alinhamento de sequencias da proteína N. Duas regiões da proteína N – N94-101 e N180-188 - de três espécies virais – Sin Nombre (SNV), Puumala (PUUV) e Hantaan (HTNV) - possuem aminoácidos com grande similaridade físico-química, mas geram respostas imunológicas diferenciadas. Portanto, no quarto capítulo, nosso objetivo foi construir os complexos pMHC referentes às regiões N94-101 e N180-188 da proteína N das espécies SNV, PUUV e HTNV através de uma abordagem in silico desenvolvida pelo nosso grupo e analisar as diferenças estruturais e moleculares que possam estar envolvidas na indução da resposta imunológica diferenciada observada in vitro. Nossos resultados mostram uma diferença no padrão de cargas entre os complexos pMHC de SNV/PUUV e HTNV referente à região N94-101 e uma diferença na topologia referente à região N180-188. Nosso trabalho foi o primeiro a analisar os mecanismos de reatividade cruzada entre epitopos da proteína N de espécies virais do gênero Hantavírus a partir da construção de complexos pMHC partindo da estrutura primária dos epitopos. Ainda, ao final da dissertação, é apresentado um trabalho que visa, através da docagem e dinâmica molecular, diferenciar bons e maus ligantes de MHC-I. / The human organism is constantly challenged against several pathogens. In the viral context, the main defense occurs through T Lymphocyte Receptor (TCR) which interacts with the viral peptide (epitope) presented by the Major Histocompatibility Complex of class I (MHC-I). Since there is an infinitude of epitopes and the organism could not be able to accommodate one single TCR for each epitope, the immune system developed the cross-reactivity response, where the same TCR could recognize several viral epitopes. In this work, we studied the nucleocapside (N) protein sequence from several species of the Hantavirus genus through an in silico approach, using immunoinformatics tools. In the first work (second chapter) we presented a review about the use of immunoinformatics tools to solve issues concerning immunogenicity. In the third chapter, we analyzed the N protein sequence from 34 hantaviruses species. Our results have shown that murine epitopes are preferentially localized over conserved areas of the N protein alignment. Two N protein regions – N94-101 and N180-188 – from three different species – Sin Nombre (SNV), Puumala (PUUV) and Hantaan (HTNV) – have remarkable physical-chemical similarity, however, generated different immunological responses. Based on that, in the fourth chapter we aimed to construct pMHC complexes from N94-101 and N180-188 regions from SNV, PUUV and HTNV, through an in silico approach developed by our research group, to analyze structural and molecular differences that would be involved in the differential immunological response induction observed in vitro. Our results point to a difference of the charges distribution on the pMHC complexes from SNV/PUUV and HTNV in the N94-101 region and topology differences in the N180-188 region. Our work was the first to analyze the cross-reactivity mechanisms among epitopes of the N protein from hantaviruses species through in silico construction of pMHC complexes from linear epitope sequence. Also, at the end, it will be presented a work that uses molecular docking and molecular dynamics, attempting to differentiate good and bad MHC-I ligands.
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Estudo in silico da reatividade cruzada entre epitopos de hantavírus

Rigo, Maurício Menegatti January 2011 (has links)
Diariamente, o organismo humano é desafiado através da invasão de patógenos. No caso da invasão viral, o principal meio de defesa ocorre através do Receptor de Linfócito T (TCR), o qual interage com o peptídeo viral (epitopo) que é apresentado pelo Complexo Principal de Histocompatibilidade de classe I (MHC-I). Dada a imensidão de epitopos possíveis e a limitação do organismo em possuir um único TCR para reconhecer cada antígeno, o sistema imunológico desenvolveu o mecanismo de reatividade cruzada, através do qual um mesmo TCR pode reconhecer diferentes epitopos virais. Nesse trabalho nos propomos a estudar a seqüência da proteína de nucleocapsídeo (proteína N) de diferentes espécies do gênero Hantavírus através de uma abordagem in silico, utilizando ferramentas de imunoinformática. No primeiro trabalho (capítulo dois) apresentamos uma revisão sobre o uso de ferramentas de imunoinformática na resolução de problemas relacionados à imunogenicidade. No terceiro capítulo, analisamos a seqüência de aminoácidos da proteína N de 34 espécies do gênero Hantavírus. Nossos resultados mostraram que epitopos murinos localizam-se preferencialmente em áreas conservadas dentro do alinhamento de sequencias da proteína N. Duas regiões da proteína N – N94-101 e N180-188 - de três espécies virais – Sin Nombre (SNV), Puumala (PUUV) e Hantaan (HTNV) - possuem aminoácidos com grande similaridade físico-química, mas geram respostas imunológicas diferenciadas. Portanto, no quarto capítulo, nosso objetivo foi construir os complexos pMHC referentes às regiões N94-101 e N180-188 da proteína N das espécies SNV, PUUV e HTNV através de uma abordagem in silico desenvolvida pelo nosso grupo e analisar as diferenças estruturais e moleculares que possam estar envolvidas na indução da resposta imunológica diferenciada observada in vitro. Nossos resultados mostram uma diferença no padrão de cargas entre os complexos pMHC de SNV/PUUV e HTNV referente à região N94-101 e uma diferença na topologia referente à região N180-188. Nosso trabalho foi o primeiro a analisar os mecanismos de reatividade cruzada entre epitopos da proteína N de espécies virais do gênero Hantavírus a partir da construção de complexos pMHC partindo da estrutura primária dos epitopos. Ainda, ao final da dissertação, é apresentado um trabalho que visa, através da docagem e dinâmica molecular, diferenciar bons e maus ligantes de MHC-I. / The human organism is constantly challenged against several pathogens. In the viral context, the main defense occurs through T Lymphocyte Receptor (TCR) which interacts with the viral peptide (epitope) presented by the Major Histocompatibility Complex of class I (MHC-I). Since there is an infinitude of epitopes and the organism could not be able to accommodate one single TCR for each epitope, the immune system developed the cross-reactivity response, where the same TCR could recognize several viral epitopes. In this work, we studied the nucleocapside (N) protein sequence from several species of the Hantavirus genus through an in silico approach, using immunoinformatics tools. In the first work (second chapter) we presented a review about the use of immunoinformatics tools to solve issues concerning immunogenicity. In the third chapter, we analyzed the N protein sequence from 34 hantaviruses species. Our results have shown that murine epitopes are preferentially localized over conserved areas of the N protein alignment. Two N protein regions – N94-101 and N180-188 – from three different species – Sin Nombre (SNV), Puumala (PUUV) and Hantaan (HTNV) – have remarkable physical-chemical similarity, however, generated different immunological responses. Based on that, in the fourth chapter we aimed to construct pMHC complexes from N94-101 and N180-188 regions from SNV, PUUV and HTNV, through an in silico approach developed by our research group, to analyze structural and molecular differences that would be involved in the differential immunological response induction observed in vitro. Our results point to a difference of the charges distribution on the pMHC complexes from SNV/PUUV and HTNV in the N94-101 region and topology differences in the N180-188 region. Our work was the first to analyze the cross-reactivity mechanisms among epitopes of the N protein from hantaviruses species through in silico construction of pMHC complexes from linear epitope sequence. Also, at the end, it will be presented a work that uses molecular docking and molecular dynamics, attempting to differentiate good and bad MHC-I ligands.
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Estudo in silico da reatividade cruzada entre epitopos de hantavírus

Rigo, Maurício Menegatti January 2011 (has links)
Diariamente, o organismo humano é desafiado através da invasão de patógenos. No caso da invasão viral, o principal meio de defesa ocorre através do Receptor de Linfócito T (TCR), o qual interage com o peptídeo viral (epitopo) que é apresentado pelo Complexo Principal de Histocompatibilidade de classe I (MHC-I). Dada a imensidão de epitopos possíveis e a limitação do organismo em possuir um único TCR para reconhecer cada antígeno, o sistema imunológico desenvolveu o mecanismo de reatividade cruzada, através do qual um mesmo TCR pode reconhecer diferentes epitopos virais. Nesse trabalho nos propomos a estudar a seqüência da proteína de nucleocapsídeo (proteína N) de diferentes espécies do gênero Hantavírus através de uma abordagem in silico, utilizando ferramentas de imunoinformática. No primeiro trabalho (capítulo dois) apresentamos uma revisão sobre o uso de ferramentas de imunoinformática na resolução de problemas relacionados à imunogenicidade. No terceiro capítulo, analisamos a seqüência de aminoácidos da proteína N de 34 espécies do gênero Hantavírus. Nossos resultados mostraram que epitopos murinos localizam-se preferencialmente em áreas conservadas dentro do alinhamento de sequencias da proteína N. Duas regiões da proteína N – N94-101 e N180-188 - de três espécies virais – Sin Nombre (SNV), Puumala (PUUV) e Hantaan (HTNV) - possuem aminoácidos com grande similaridade físico-química, mas geram respostas imunológicas diferenciadas. Portanto, no quarto capítulo, nosso objetivo foi construir os complexos pMHC referentes às regiões N94-101 e N180-188 da proteína N das espécies SNV, PUUV e HTNV através de uma abordagem in silico desenvolvida pelo nosso grupo e analisar as diferenças estruturais e moleculares que possam estar envolvidas na indução da resposta imunológica diferenciada observada in vitro. Nossos resultados mostram uma diferença no padrão de cargas entre os complexos pMHC de SNV/PUUV e HTNV referente à região N94-101 e uma diferença na topologia referente à região N180-188. Nosso trabalho foi o primeiro a analisar os mecanismos de reatividade cruzada entre epitopos da proteína N de espécies virais do gênero Hantavírus a partir da construção de complexos pMHC partindo da estrutura primária dos epitopos. Ainda, ao final da dissertação, é apresentado um trabalho que visa, através da docagem e dinâmica molecular, diferenciar bons e maus ligantes de MHC-I. / The human organism is constantly challenged against several pathogens. In the viral context, the main defense occurs through T Lymphocyte Receptor (TCR) which interacts with the viral peptide (epitope) presented by the Major Histocompatibility Complex of class I (MHC-I). Since there is an infinitude of epitopes and the organism could not be able to accommodate one single TCR for each epitope, the immune system developed the cross-reactivity response, where the same TCR could recognize several viral epitopes. In this work, we studied the nucleocapside (N) protein sequence from several species of the Hantavirus genus through an in silico approach, using immunoinformatics tools. In the first work (second chapter) we presented a review about the use of immunoinformatics tools to solve issues concerning immunogenicity. In the third chapter, we analyzed the N protein sequence from 34 hantaviruses species. Our results have shown that murine epitopes are preferentially localized over conserved areas of the N protein alignment. Two N protein regions – N94-101 and N180-188 – from three different species – Sin Nombre (SNV), Puumala (PUUV) and Hantaan (HTNV) – have remarkable physical-chemical similarity, however, generated different immunological responses. Based on that, in the fourth chapter we aimed to construct pMHC complexes from N94-101 and N180-188 regions from SNV, PUUV and HTNV, through an in silico approach developed by our research group, to analyze structural and molecular differences that would be involved in the differential immunological response induction observed in vitro. Our results point to a difference of the charges distribution on the pMHC complexes from SNV/PUUV and HTNV in the N94-101 region and topology differences in the N180-188 region. Our work was the first to analyze the cross-reactivity mechanisms among epitopes of the N protein from hantaviruses species through in silico construction of pMHC complexes from linear epitope sequence. Also, at the end, it will be presented a work that uses molecular docking and molecular dynamics, attempting to differentiate good and bad MHC-I ligands.
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Estudo sorológico retrospectivo sobre a hantavirose no município de Cássia dos Coqueiros, no período de 1986 a 1991 / ESTUDO SOROLÓGICO RETROSPECTIVO SOBRE A HANTAVIROSE NO MUNICÍPIO DE CÁSSIA DOS COQUEIROS, NO PERÍODO DE 1986 A 1991

Badra, Soraya Jabur 23 April 2010 (has links)
As infecções por Hantavirus têm obtido nos últimos anos maior atenção por parte dos órgãos de saúde pública dos países da Europa, Ásia e Américas por produzirem graves doenças. No Brasil, já chegam a 1077 os casos notificados de Síndrome Pulmonar e Cardiovascular por Hantavirus (SPCVH), sendo que 70 destes ocorreram na região de Ribeirão Preto, com letalidade de 48%. Sabendo que os Hantavirus do Continente Americano só passaram a ser conhecidos a partir de 1993, interroga-se se infecções por estes agentes ocorriam no Brasil antes deste ano, o que serviu de motivação para este trabalho. Trata-se de um estudo retrospectivo sobre a situação das infecções por Hantavirus na população do Município de Cássia dos Coqueiros, região de Ribeirão Preto, SP. Com cerca de 2800 habitantes, o Município tem sua atividade econômica essencialmente agrícola, tendo mostrado, em anos recentes, grande intensidade de cultivo da gramínea Brachiaria decumbens. De 1999 a 2003 ali ocorreram 4 casos de SPCVH entre trabalhadores rurais. A presente investigação utilizou 1876 soros coletados entre 1986 e 1991, por ocasião de uma pesquisa sobre hepatites virais, e mantidos desde então em soroteca. Os soros foram testados para pesquisa de IgG contra Hantavirus utilizando um ELISA que tem como antígeno a proteína N recombinante do vírus Araraquara, que produziu os casos de SPCVH na região. Dentre os soros analisados, 89(4,7%) apresentaram resultados positivos, mostrando que esta infecção já ocorria, previamente à descrição dos Hantavirus americanos, e que, provavelmente, deve estar ocorrendo há muitos anos nesta região. / As infecções por Hantavirus têm obtido nos últimos anos maior atenção por parte dos órgãos de saúde pública dos países da Europa, Ásia e Américas por produzirem graves doenças. No Brasil, já chegam a 1077 os casos notificados de Síndrome Pulmonar e Cardiovascular por Hantavirus (SPCVH), sendo que 70 destes ocorreram na região de Ribeirão Preto, com letalidade de 48%. Sabendo que os Hantavirus do Continente Americano só passaram a ser conhecidos a partir de 1993, interroga-se se infecções por estes agentes ocorriam no Brasil antes deste ano, o que serviu de motivação para este trabalho. Trata-se de um estudo retrospectivo sobre a situação das infecções por Hantavirus na população do Município de Cássia dos Coqueiros, região de Ribeirão Preto, SP. Com cerca de 2800 habitantes, o Município tem sua atividade econômica essencialmente agrícola, tendo mostrado, em anos recentes, grande intensidade de cultivo da gramínea Brachiaria decumbens. De 1999 a 2003 ali ocorreram 4 casos de SPCVH entre trabalhadores rurais. A presente investigação utilizou 1876 soros coletados entre 1986 e 1991, por ocasião de uma pesquisa sobre hepatites virais, e mantidos desde então em soroteca. Os soros foram testados para pesquisa de IgG contra Hantavirus utilizando um ELISA que tem como antígeno a proteína N recombinante do vírus Araraquara, que produziu os casos de SPCVH na região. Dentre os soros analisados, 89(4,7%) apresentaram resultados positivos, mostrando que esta infecção já ocorria, previamente à descrição dos Hantavirus americanos, e que, provavelmente, deve estar ocorrendo há muitos anos nesta região.
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Estudo sorológico retrospectivo sobre a hantavirose no município de Cássia dos Coqueiros, no período de 1986 a 1991 / ESTUDO SOROLÓGICO RETROSPECTIVO SOBRE A HANTAVIROSE NO MUNICÍPIO DE CÁSSIA DOS COQUEIROS, NO PERÍODO DE 1986 A 1991

Soraya Jabur Badra 23 April 2010 (has links)
As infecções por Hantavirus têm obtido nos últimos anos maior atenção por parte dos órgãos de saúde pública dos países da Europa, Ásia e Américas por produzirem graves doenças. No Brasil, já chegam a 1077 os casos notificados de Síndrome Pulmonar e Cardiovascular por Hantavirus (SPCVH), sendo que 70 destes ocorreram na região de Ribeirão Preto, com letalidade de 48%. Sabendo que os Hantavirus do Continente Americano só passaram a ser conhecidos a partir de 1993, interroga-se se infecções por estes agentes ocorriam no Brasil antes deste ano, o que serviu de motivação para este trabalho. Trata-se de um estudo retrospectivo sobre a situação das infecções por Hantavirus na população do Município de Cássia dos Coqueiros, região de Ribeirão Preto, SP. Com cerca de 2800 habitantes, o Município tem sua atividade econômica essencialmente agrícola, tendo mostrado, em anos recentes, grande intensidade de cultivo da gramínea Brachiaria decumbens. De 1999 a 2003 ali ocorreram 4 casos de SPCVH entre trabalhadores rurais. A presente investigação utilizou 1876 soros coletados entre 1986 e 1991, por ocasião de uma pesquisa sobre hepatites virais, e mantidos desde então em soroteca. Os soros foram testados para pesquisa de IgG contra Hantavirus utilizando um ELISA que tem como antígeno a proteína N recombinante do vírus Araraquara, que produziu os casos de SPCVH na região. Dentre os soros analisados, 89(4,7%) apresentaram resultados positivos, mostrando que esta infecção já ocorria, previamente à descrição dos Hantavirus americanos, e que, provavelmente, deve estar ocorrendo há muitos anos nesta região. / As infecções por Hantavirus têm obtido nos últimos anos maior atenção por parte dos órgãos de saúde pública dos países da Europa, Ásia e Américas por produzirem graves doenças. No Brasil, já chegam a 1077 os casos notificados de Síndrome Pulmonar e Cardiovascular por Hantavirus (SPCVH), sendo que 70 destes ocorreram na região de Ribeirão Preto, com letalidade de 48%. Sabendo que os Hantavirus do Continente Americano só passaram a ser conhecidos a partir de 1993, interroga-se se infecções por estes agentes ocorriam no Brasil antes deste ano, o que serviu de motivação para este trabalho. Trata-se de um estudo retrospectivo sobre a situação das infecções por Hantavirus na população do Município de Cássia dos Coqueiros, região de Ribeirão Preto, SP. Com cerca de 2800 habitantes, o Município tem sua atividade econômica essencialmente agrícola, tendo mostrado, em anos recentes, grande intensidade de cultivo da gramínea Brachiaria decumbens. De 1999 a 2003 ali ocorreram 4 casos de SPCVH entre trabalhadores rurais. A presente investigação utilizou 1876 soros coletados entre 1986 e 1991, por ocasião de uma pesquisa sobre hepatites virais, e mantidos desde então em soroteca. Os soros foram testados para pesquisa de IgG contra Hantavirus utilizando um ELISA que tem como antígeno a proteína N recombinante do vírus Araraquara, que produziu os casos de SPCVH na região. Dentre os soros analisados, 89(4,7%) apresentaram resultados positivos, mostrando que esta infecção já ocorria, previamente à descrição dos Hantavirus americanos, e que, provavelmente, deve estar ocorrendo há muitos anos nesta região.
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Isolamento de hantavírus em cultura de células / Isolation of hantavirus in cell culture

Melo, Danilo Machado de 14 November 2017 (has links)
Hantavirus é um gênero na família Hantaviradae, incluindo agentes polimórficos, envelopados e com genoma de RNA fita simples, polaridade negativa e trissegmentado. Os Hantavírus são zoonóticos e mantidos na natureza em reservatórios das ordens Rodentia, Soricomorpha e Chiroptera. No Brasil, foram descritos 8 Hantavírus e destes, 6 causam doença humana grave e de alta letalidade, a Síndrome Pulmonar e Cardiovascular, sendo dentre eles o Araraquara (ARQV) o vírus de ocorrência nas regiões de Cerrado do Sudeste (incluindo Ribeirão Preto) e Planalto Central. ARQV destaca-se por produzir a maior letalidade dentre todos os Hantavírus existentes e possuir como reservatório o roedor silvestre Necromys lasiurus que o transmite ao homem por inalação dos aerossóis contaminados de suas excretas. Neste trabalho, detectamos genoma de Hantavírus em tecidos de Necromys lasiurus e em tecidos de morcego Desmodus rotundus, ambos capturados no Nordeste do Estado de São Paulo. Destes animais, foram feitas tentativas de isolamento de Hantavírus a partir de amostras de tecido de Necromys lasiurus e Desmodus rotundus. Os procedimentos foram realizados em laboratório de nivel de biossegurança 3, onde fizeram-se as inoculações em cultura de células VERO E6, com detecção viral após uma única passagem de 4 dias. Desta forma, foi possível isolar um Hantavírus a partir de sobrenadante do lisado de coração do roedor, o que foi confirmado pela presença do genoma viral do isolado por RT-PCR do sobrenadante de cultura celular e dos antígenos virais nas células Vero E6, por imunofluorescência indireta e western blot. O processo de isolamento mostrou-se reprodutível, por 3 vezes, para o mesmo tecido do roedor. Tais resultados encorajam que esta metodologia para isolamento de Hantavírus deva ser experimentada por mais vezes. O Hantavírus isolado (provavelmente ARQV) deverá fornecer importantes informações sobre seu genoma completo, além de propiciar vários estudos futuros. / Hantavirus is a genus in the Hantaviradae family, including polymorphic agents, it is enveloped and with a single stranded RNA genome, negative and tri-polarity polarity. Hantaviruses are zoonotic and kept in nature in reservoirs of the orders Rodentia, Soricomorpha and Chiroptera. There are 8 hantaviruses recorded in Brazil, 6 of them cause severe human disease and high lethality, a Pulmonary and Cardiovascular Syndrome, among which Araraquara (ARQV) is the virus that occurs in the Southeastern Cerrado (including Ribeirão Preto) and Central Plateau. ARQV stands out for producing higher lethality among all existing hantaviruses and has as reservoir the wild rodent Necromys lasiurus, which transmits to humans by inhalation of the contaminated aerosols of their excreta. In this work, we detected the genome of hantavirus in Necromys lasiurus and Desmodus rotundus, bat tissues, both captured in the Northeast of the State of São Paulo. Of these animals, attempts were made to isolate hantavirus from tissue samples of Necromys lasiurus and Desmodus rotundus. The laboratory tests of biosafety level 3, where inoculations in culture of VERO cells E6 were done, with viral detection after a single passage of 4 days. Thus, it was possible to isolate hantavirus from the rodent heart lysate supernatant, which was confirmed by the presence of the viral genome of the isolate by RT-PCR of the cell culture supernatant and the viral antigens in the Vero E6 cells by Indirect Immunofluorescence and Western Blot. The isolation process was reproducible, 3 times, for the same tissue of the rodent. These results indicate that this methodology for hantavirus isolation should be tested more often. The isolated Hantavirus (ARQV), should provide important information about its complete genome, as well as providing several future studies.
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Síndrome pulmonar por hantavírus : aspectos epidemiologícos e clínicos de 18 casos do Estado do Rio Grande do Sul

Severo, Marilia Maria dos Santos January 2002 (has links)
A infecção por Hantavirus pode causar febre hemorrágica com doença renal ou doença respiratória grave. Em novembro de 1998 foi diagnosticado o primeiro caso de Síndrome Pulmonar por Hantavirus (SPH) no Rio Grande do Sul (RS), Brasil. O objetivo deste estudo foi analisar os dados epidemiológicos, as características clínicas e a evolução dos casos de infecção por Hantavirus no RS. Foram estudados os dados dos primeiros 18 casos de SPH no RS, confirmada pela pesquisa de IgM para o vírus Sin Nombre pelo método de Ensaio Imuno Enzimático (ELISA), diagnosticados entre 01 de novembro de 1998 e 31 de dezembro de 2000. A média de idade dos pacientes foi de 39,8 anos (variando de 21 a 65 anos), 17 eram homens, 13 pacientes eram agricultores. As principais atividades de risco identificadas foram colheita e armazenamento de grãos (82,4%) e contato com roedores (76,5%). Os sintomas mais freqüentes foram febre (100%), mialgias (88,9%), dispnéia (88,9%), tosse seca (83,3%), dor abdominal (77,8%), vômitos (72,2%) e cefaléia (66,7%). Os achados mais comuns ao exame físico foram taquicardia (87,6%), hipotensao (72,2%), cianose (66,6%), agitação (55,6%) e edema periférico (38,9%). Treze pacientes (72,2%) apresentaram eventos hemorrágicos como hematúria (44,4%), hemoptise (27,7%) ou hematêmese (11,1%). Dois pacientes apresentaram insuficiência renal aguda grave. As anormalidades laboratoriais incluíram leucocitose (77,8%, média de 16,4 x 103 por mm3), freqüentemente com formas jovens, aumento de hematócrito (em 61,1% dos pacientes, média de 52,4%), trombocitopenia (em 9 de 12 casos, média de 91,4x 103 por mm3) e creatinina sérica aumentada (em 13 de 15 pacientes). A radiografia de tórax, realizada em 17 pacientes, mostrou infiltrado intersticial em 94,1%, padrão alveolar em 58,8% e derrame pleural em 76,5% dos casos. Sete pacientes, todos com insuficiência respiratória grave, foram a óbito (taxa de mortalidade de 38,9%). O número médio de dias do início dos sintomas até o óbito foi 7,3 (variando de 4 a 9). Concluímos que, nos nossos casos, a Hantavirose acometeu especialmente homens, em faixa etária produtiva, e que a zona rural foi o provável local de contaminação dos pacientes. Adicionalmente, a SPH caracterizou-se por um quadro febril agudo com queixas sistêmicas e respiratórias, podendo apresentar manifestações hemorrágicas e, infreqüentemente, insuficiência renal. Casos graves evoluíram com edema pulmonar, rapidamente progressivo. A letalidade relacionada à doença foi elevada. / Hantavirus can cause hemorrhagic fever and renal disease or severe respiratory illness. In November 1998 the first case of Hantavirus Pulmonary Syndrome (HPS) was identified in Rio Grande do Sul (RS), Brazil. The aim of this study was to analyze epidemiological, clinicai and laboratory data and outcome of Hantavirus infection in RS, confirmed by the detection of IgM antibodies for Sin Nombre Virus using an enzymelinked immunosorbent assay (ELISA). Epidemiological and clinicai findings of the first 18 HPS cases in RS, diagnosed between November 01,1998 and December 31, 2000 were studied. The mean age of the patients was 39.8 years (range, 21 to 65); 17 were male, and 13 were farmers. The main identified risk activities were harvesting or storage of grains (82.4%) and contact with rodents (76.5%). The most common symptoms were fever (100%), myalgias (88.9%), dyspnea (88.9%), dry cough (83.3%), abdominal pain (77.8%), vomiting (72.2%) and headache (66.7%). The most common physical findings were tachycardia (87.6%), hypotension (72.2%), cyanosis (66.6%), restlessness (55.6%) and peripherical edema (38.9%). Thirteen patients (72.2%) had hemorrhagic events as hematúria (44.4%), hemoptysis (27.7%) or hematemesis (11.1%). Two patients developed severe renal insufficiency. The laboratory abnormalities included leukocytosis (in 77,8% of the patients; mean cell count 16.4 x 103 per mm3), often with myeloid precursors, an increased hematocrit (in 56.0 percent of patients; mean 52.4%), thrombocytopenia (in 9 out of 12 cases; mean platelet count, 914 x 103 per mm3), an elevated serum creatinine concentration (in 13 of 15 patients). Chest radiography, carried out in 17 patients, showed interstitial infiltrates in 94.1%, alveolar pattern in 58.8% of the patients and pleural effusion in 76.5% of the cases. Seven patients, ali with severe respiratory failure, died (case fatality rate, 38.9% percent). The mean number of days from onset of symptoms to death was 7.3 (range, 4 to 9). We concluded, in our cases, that HPS occured mainiy men, in productive age and the rural área was the probable place of patients' contamination. Additionally, HPS is characterized by a febrile illness with systemic and respiratory complaints, can exhibit hemorrhagic disturbances and, uncommonly, renal failure. Rapidly progressive, pulmonary edema occured in severe disease. The case fatality rate ofthe disease was high.
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Síndrome pulmonar por hantavírus : aspectos epidemiologícos e clínicos de 18 casos do Estado do Rio Grande do Sul

Severo, Marilia Maria dos Santos January 2002 (has links)
A infecção por Hantavirus pode causar febre hemorrágica com doença renal ou doença respiratória grave. Em novembro de 1998 foi diagnosticado o primeiro caso de Síndrome Pulmonar por Hantavirus (SPH) no Rio Grande do Sul (RS), Brasil. O objetivo deste estudo foi analisar os dados epidemiológicos, as características clínicas e a evolução dos casos de infecção por Hantavirus no RS. Foram estudados os dados dos primeiros 18 casos de SPH no RS, confirmada pela pesquisa de IgM para o vírus Sin Nombre pelo método de Ensaio Imuno Enzimático (ELISA), diagnosticados entre 01 de novembro de 1998 e 31 de dezembro de 2000. A média de idade dos pacientes foi de 39,8 anos (variando de 21 a 65 anos), 17 eram homens, 13 pacientes eram agricultores. As principais atividades de risco identificadas foram colheita e armazenamento de grãos (82,4%) e contato com roedores (76,5%). Os sintomas mais freqüentes foram febre (100%), mialgias (88,9%), dispnéia (88,9%), tosse seca (83,3%), dor abdominal (77,8%), vômitos (72,2%) e cefaléia (66,7%). Os achados mais comuns ao exame físico foram taquicardia (87,6%), hipotensao (72,2%), cianose (66,6%), agitação (55,6%) e edema periférico (38,9%). Treze pacientes (72,2%) apresentaram eventos hemorrágicos como hematúria (44,4%), hemoptise (27,7%) ou hematêmese (11,1%). Dois pacientes apresentaram insuficiência renal aguda grave. As anormalidades laboratoriais incluíram leucocitose (77,8%, média de 16,4 x 103 por mm3), freqüentemente com formas jovens, aumento de hematócrito (em 61,1% dos pacientes, média de 52,4%), trombocitopenia (em 9 de 12 casos, média de 91,4x 103 por mm3) e creatinina sérica aumentada (em 13 de 15 pacientes). A radiografia de tórax, realizada em 17 pacientes, mostrou infiltrado intersticial em 94,1%, padrão alveolar em 58,8% e derrame pleural em 76,5% dos casos. Sete pacientes, todos com insuficiência respiratória grave, foram a óbito (taxa de mortalidade de 38,9%). O número médio de dias do início dos sintomas até o óbito foi 7,3 (variando de 4 a 9). Concluímos que, nos nossos casos, a Hantavirose acometeu especialmente homens, em faixa etária produtiva, e que a zona rural foi o provável local de contaminação dos pacientes. Adicionalmente, a SPH caracterizou-se por um quadro febril agudo com queixas sistêmicas e respiratórias, podendo apresentar manifestações hemorrágicas e, infreqüentemente, insuficiência renal. Casos graves evoluíram com edema pulmonar, rapidamente progressivo. A letalidade relacionada à doença foi elevada. / Hantavirus can cause hemorrhagic fever and renal disease or severe respiratory illness. In November 1998 the first case of Hantavirus Pulmonary Syndrome (HPS) was identified in Rio Grande do Sul (RS), Brazil. The aim of this study was to analyze epidemiological, clinicai and laboratory data and outcome of Hantavirus infection in RS, confirmed by the detection of IgM antibodies for Sin Nombre Virus using an enzymelinked immunosorbent assay (ELISA). Epidemiological and clinicai findings of the first 18 HPS cases in RS, diagnosed between November 01,1998 and December 31, 2000 were studied. The mean age of the patients was 39.8 years (range, 21 to 65); 17 were male, and 13 were farmers. The main identified risk activities were harvesting or storage of grains (82.4%) and contact with rodents (76.5%). The most common symptoms were fever (100%), myalgias (88.9%), dyspnea (88.9%), dry cough (83.3%), abdominal pain (77.8%), vomiting (72.2%) and headache (66.7%). The most common physical findings were tachycardia (87.6%), hypotension (72.2%), cyanosis (66.6%), restlessness (55.6%) and peripherical edema (38.9%). Thirteen patients (72.2%) had hemorrhagic events as hematúria (44.4%), hemoptysis (27.7%) or hematemesis (11.1%). Two patients developed severe renal insufficiency. The laboratory abnormalities included leukocytosis (in 77,8% of the patients; mean cell count 16.4 x 103 per mm3), often with myeloid precursors, an increased hematocrit (in 56.0 percent of patients; mean 52.4%), thrombocytopenia (in 9 out of 12 cases; mean platelet count, 914 x 103 per mm3), an elevated serum creatinine concentration (in 13 of 15 patients). Chest radiography, carried out in 17 patients, showed interstitial infiltrates in 94.1%, alveolar pattern in 58.8% of the patients and pleural effusion in 76.5% of the cases. Seven patients, ali with severe respiratory failure, died (case fatality rate, 38.9% percent). The mean number of days from onset of symptoms to death was 7.3 (range, 4 to 9). We concluded, in our cases, that HPS occured mainiy men, in productive age and the rural área was the probable place of patients' contamination. Additionally, HPS is characterized by a febrile illness with systemic and respiratory complaints, can exhibit hemorrhagic disturbances and, uncommonly, renal failure. Rapidly progressive, pulmonary edema occured in severe disease. The case fatality rate ofthe disease was high.
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Síndrome pulmonar por hantavírus : aspectos epidemiologícos e clínicos de 18 casos do Estado do Rio Grande do Sul

Severo, Marilia Maria dos Santos January 2002 (has links)
A infecção por Hantavirus pode causar febre hemorrágica com doença renal ou doença respiratória grave. Em novembro de 1998 foi diagnosticado o primeiro caso de Síndrome Pulmonar por Hantavirus (SPH) no Rio Grande do Sul (RS), Brasil. O objetivo deste estudo foi analisar os dados epidemiológicos, as características clínicas e a evolução dos casos de infecção por Hantavirus no RS. Foram estudados os dados dos primeiros 18 casos de SPH no RS, confirmada pela pesquisa de IgM para o vírus Sin Nombre pelo método de Ensaio Imuno Enzimático (ELISA), diagnosticados entre 01 de novembro de 1998 e 31 de dezembro de 2000. A média de idade dos pacientes foi de 39,8 anos (variando de 21 a 65 anos), 17 eram homens, 13 pacientes eram agricultores. As principais atividades de risco identificadas foram colheita e armazenamento de grãos (82,4%) e contato com roedores (76,5%). Os sintomas mais freqüentes foram febre (100%), mialgias (88,9%), dispnéia (88,9%), tosse seca (83,3%), dor abdominal (77,8%), vômitos (72,2%) e cefaléia (66,7%). Os achados mais comuns ao exame físico foram taquicardia (87,6%), hipotensao (72,2%), cianose (66,6%), agitação (55,6%) e edema periférico (38,9%). Treze pacientes (72,2%) apresentaram eventos hemorrágicos como hematúria (44,4%), hemoptise (27,7%) ou hematêmese (11,1%). Dois pacientes apresentaram insuficiência renal aguda grave. As anormalidades laboratoriais incluíram leucocitose (77,8%, média de 16,4 x 103 por mm3), freqüentemente com formas jovens, aumento de hematócrito (em 61,1% dos pacientes, média de 52,4%), trombocitopenia (em 9 de 12 casos, média de 91,4x 103 por mm3) e creatinina sérica aumentada (em 13 de 15 pacientes). A radiografia de tórax, realizada em 17 pacientes, mostrou infiltrado intersticial em 94,1%, padrão alveolar em 58,8% e derrame pleural em 76,5% dos casos. Sete pacientes, todos com insuficiência respiratória grave, foram a óbito (taxa de mortalidade de 38,9%). O número médio de dias do início dos sintomas até o óbito foi 7,3 (variando de 4 a 9). Concluímos que, nos nossos casos, a Hantavirose acometeu especialmente homens, em faixa etária produtiva, e que a zona rural foi o provável local de contaminação dos pacientes. Adicionalmente, a SPH caracterizou-se por um quadro febril agudo com queixas sistêmicas e respiratórias, podendo apresentar manifestações hemorrágicas e, infreqüentemente, insuficiência renal. Casos graves evoluíram com edema pulmonar, rapidamente progressivo. A letalidade relacionada à doença foi elevada. / Hantavirus can cause hemorrhagic fever and renal disease or severe respiratory illness. In November 1998 the first case of Hantavirus Pulmonary Syndrome (HPS) was identified in Rio Grande do Sul (RS), Brazil. The aim of this study was to analyze epidemiological, clinicai and laboratory data and outcome of Hantavirus infection in RS, confirmed by the detection of IgM antibodies for Sin Nombre Virus using an enzymelinked immunosorbent assay (ELISA). Epidemiological and clinicai findings of the first 18 HPS cases in RS, diagnosed between November 01,1998 and December 31, 2000 were studied. The mean age of the patients was 39.8 years (range, 21 to 65); 17 were male, and 13 were farmers. The main identified risk activities were harvesting or storage of grains (82.4%) and contact with rodents (76.5%). The most common symptoms were fever (100%), myalgias (88.9%), dyspnea (88.9%), dry cough (83.3%), abdominal pain (77.8%), vomiting (72.2%) and headache (66.7%). The most common physical findings were tachycardia (87.6%), hypotension (72.2%), cyanosis (66.6%), restlessness (55.6%) and peripherical edema (38.9%). Thirteen patients (72.2%) had hemorrhagic events as hematúria (44.4%), hemoptysis (27.7%) or hematemesis (11.1%). Two patients developed severe renal insufficiency. The laboratory abnormalities included leukocytosis (in 77,8% of the patients; mean cell count 16.4 x 103 per mm3), often with myeloid precursors, an increased hematocrit (in 56.0 percent of patients; mean 52.4%), thrombocytopenia (in 9 out of 12 cases; mean platelet count, 914 x 103 per mm3), an elevated serum creatinine concentration (in 13 of 15 patients). Chest radiography, carried out in 17 patients, showed interstitial infiltrates in 94.1%, alveolar pattern in 58.8% of the patients and pleural effusion in 76.5% of the cases. Seven patients, ali with severe respiratory failure, died (case fatality rate, 38.9% percent). The mean number of days from onset of symptoms to death was 7.3 (range, 4 to 9). We concluded, in our cases, that HPS occured mainiy men, in productive age and the rural área was the probable place of patients' contamination. Additionally, HPS is characterized by a febrile illness with systemic and respiratory complaints, can exhibit hemorrhagic disturbances and, uncommonly, renal failure. Rapidly progressive, pulmonary edema occured in severe disease. The case fatality rate ofthe disease was high.
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Soroprevalência de infecção por Hantavírus em roedores dos focos de peste do Brasil

Tavares de Souza Chioratto, Gerlane 31 January 2010 (has links)
Made available in DSpace on 2014-06-12T15:51:48Z (GMT). No. of bitstreams: 2 arquivo2832_1.pdf: 6876816 bytes, checksum: 8be9ca4e152088654137e1e30041bdb6 (MD5) license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5) Previous issue date: 2010 / A Síndrome Pulmonar Cardiovascular por Hantavirus (SPCVH) e a peste (bacteriose causada pela Yersinia pestis) são zoonoses que compartilham os mesmos roedores silvestres como reservatórios e cujas formas oligossintomáticas e respiratórias podem dificultar o diagnóstico clínico-epidemiológico em humanos. Apesar da sua relevância como problema de saúde pública, o conhecimento acerca da hantavirose no nordeste brasileiro é escasso, o que justificou a realização desse estudo de soroprevalência em amostras de soros de roedores capturados no nordeste do Brasil, em áreas focais de peste, e em profissionais que atuam nas atividades de vigilância e controle da peste. O estudo envolveu um total de 62 amostras de soro de profissionais dos estados de Pernambuco e Rio Grande do Norte e de 674 amostras de soro de roedores capturados nas atividades da rotina do Programa de Controle da Peste nos Estados do Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Bahia e Rio de Janeiro, entre os anos de 2000 a 2010 (depositadas na soroteca do Serviço de Referência Nacional em Peste do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães). As amostras de soro de roedores pertenciam às espécies: Akodon cursor (26), Calomys expulsus (01), Holochilus sciureus (06), Necromys lasiurus (291), Nectomys squamipes (24), Oligoryzomys nigripes (52), Oryzomys subflavus (143), Oryzomys ratticeps (04), Oxymicterus judex (05), Wiedomys pyrrhorhinos (1), Galea spixii (42), Thrichomys apereoides (44), Mus musculus (01) e Rattus rattus (34). Os soros de roedores foram analisados por ensaio imunoenzimático (ELISA) para detecção de anticorpos da classe IgG usando a proteína N recombinante do vírus Araraquara ou o kit IBMP EIE IgG HANTEC (ICC/FIOCRUZ/PR). As amostras humanas foram submetidas à análise por ELISA para hantavírus e por hemaglutinação passiva e inibição da hemaglutinação para pesquisa de anticorpos anti proteína F1 de Y. pestis. As análises revelaram a presença de anticorpos para hantavírus em seis amostras de soros de roedores: um A. cursor e três O. nigripes da Serra dos Órgãos-RJ e dois N. lasiurus da Serra da Ibiapaba-CE. Este foi o primeiro relato da presença de anticorpos contra hantavírus em roedores nesses estados. Nenhuma amostra dos animais provenientes da Bahia, Rio Grande do Norte e Pernambuco apresentou anticorpos contra hantavírus e nenhum dos profissionais do estudo foi reagente para hantavírus. A presença de anticorpos antipestosos foi detectada em dois profissionais sem que houvesse registro de quaisquer manifestações clínicas sugestivas do agravo, enfatizando o risco imanente das atividades em campo e laboratoriais, o que implica maior rigor no desenvolvimento dessas práticas

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