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O psicanalista num programa de transplante de fígado: a experiência do \"outro em si\" / The psychoanalyst in a programme of liver transplant: the experience of the \"other in oneself\"Moretto, Maria Livia Tourinho 26 May 2006 (has links)
Este trabalho tem como objetivo geral a investigação sobre a experiência do \"outro em si\", tal como nos é revelada na clínica psicanalítica e na interlocução com a equipe. Os objetivos específicos são: formalizar teoricamente o processo de inserção e a construção do lugar do psicanalista na equipe, a partir de nossa experiência na Disciplina de Transplante e Cirurgias do Fígado do HCFMUSP, dado que a forma pela qual um psicanalista responde a essas demandas é o que possibilita ou não a sustentação de sua atuação clínica na instituição; analisar situações clínico-institucionais nas quais o psicanalista está inserido, na interlocução com os outros discursos, tomando como referência as diferentes ancoragens éticas, de modo a compreender sua participação no campo das decisões e as conseqüências disso para ele, para o paciente e para a instituição; fazer a diferença do conceito de corpo na Psicanálise e na Medicina para dar subsídios teóricos ao trabalho do psicanalista; formalizar teoricamente o transplante de fígado como experiência de corporeidade e subjetividade, simultaneamente, a partir da clínica psicanalítica com os pacientes, analisando o processo de adoecimento, suas repercussões psíquicas, a incidência do transplante no corpo, a experiência do \"outro em si\" e suas conseqüências. Chamamos de vertente institucional o trabalho do psicanalista na interlocução com os outros discursos, e de vertente clínica o trabalho do psicanalista com os pacientes quesão convocados à experiência do \"outro em si\". Partimos do pressuposto fundamental de que o trabalho do psicanalista na instituição se dá na interface das duas vertentes. As situações clínico-institucionais são colocadas de modo a privilegiar a indissociabilidade das duas vertentes, que nos parece ser o que há de específico do trabalho do psicanalista na instituição de saúde. A experiência do \"outro em si\" é da ordem da estranheza, e só pode ser definida a (cotinua) (continuação)partir da relação que cada sujeito estabelece com sua subjetividade, dado que é a experiência que lhe dá acesso a esse saber. Assim como a entrada do psicanalista na equipe não corresponde à sua inserção, o enxerto do novo órgão na situação do transplante não corresponde à sua incorporação. Em ambos os casos, convém que essa estranheza seja preservada para que possa ser tratada, para que cada sujeito e cada equipe possam lidar com ela a partir de seus próprios recursos. Isso gera conseqüências no campo das decisões na instituição. O psicanalista introduz a clínica do sujeito no serviço de saúde ocupando o lugar do \"outro em si\" da equipe. Sua permanência na equipe implica o resgate da clínica médica propriamente dita, esta que se vê tão ameaçada de extinção pelo casamento da ciência com a bioeconomia tecnológica / The general aim of this thesis is to investigate the experience of the \"other in oneself\' as it is revealed through the psychoanalytic clinic and communication between team members. The specific objectives are: to formalize the insertion process and construction of the position of the psychoanalyst in the team on a theoretical basis, according to our experience in the Discipline of Transplant and Surgery of Liver of the General Hospital of the Medical University of the State of São Paulo (HCFMUSP), Brazil, once the way a psychoanalyst responds to the demands is what makes the support of the clinical work in the institution possible or not; to analyze clinical and institutional situations in which the psychoanalyst is inserted and the communication with other discourses, taking as reference the different ethical support so that it is possible to understand the participation in the area of decisions and its consequences for the analyst, for the patient and for the institution; to differentiate the concept of body in psychoanalysis and in medicine, to give theoretical support to the psychoanalyst work; to formalize the liver transplant as a physical and subjective experience on a theoretical basis and simultaneously, consider the psychoanalytic experience with the patients, analyzing the sickness process, its psychic repercussions, the incidence of the transplant on the body, the experience of the \"other in oneself\'\" and its consequences. The work of the psychoanalyst inthe interface with other discourses is named the institutional current and his work with the patients who are called to experience the \"other in oneself\" is the clinical one. We assume the fundamental presupposition that the work of the psychoanalyst in the health institution is held in both directions. The clinical institutional situations are set in order to privilege the interdependence of the two (continue) (continuation)currents, what seems to be the specific aspect of the psychoanalyst work in the health institution. The experience of the \"other in oneself\" brings a sense of weirdness and can only be defined according to the relation that each subject establishes with his subjectivity since it is the experience that gives access to this subjective knowledge. As well as the psychoanalyst insertion in the team does not mean that it will incorporate him, the insertion of a new organ in the transplant situation does not mean it will be integrated by it. In both cases it is advisable that this weirdness is preserved, so that each subject and each team can handle it with their own resources. It brings consequences to the field of decisions in the institution. The psychoanalyst introduces the clinic of the subject in the health service occupying the position of the \"other in oneself\"\' in the team. Strictly speaking, bis permanence in the team implies the rescue of the medical clinic that has been threatened with the extinction of the science partnership withtechnological bioeconomy
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O percurso histórico do serviço de psicologia do hospital de clínicas de Porto AlegreSilva, Leda Pibernat Pereira da January 2006 (has links)
As primeiras inserções de atividades psicológicas em hospitais gerais no Brasil datam da década de 1950. No entanto, foi nas últimas duas décadas que o interesse pela Psicologia Hospitalar cresceu significativamente, chegando a organizar-se como uma especialidade regulamentada pelo Conselho Federal de Psicologia em 2000. Apesar de tal prática ser bastante documentada no centro do país - local por onde os psicólogos começaram a desenvolver as primeiras atividades em hospitais gerais, a história desenvolvida no Sul do país carece de maiores registros. Nesse sentido, o objetivo específico deste estudo é resgatar a história das atividades psicológicas no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e reunir dados para a análise da expansão da psicologia no momento em que ingressa em novos ambientes que não os tradicionais: clínica, escola e indústria. O período demarcado vai de 1971, com a abertura do Hospital, até 1986, com a estruturação de um Serviço de Psicologia que reuniu as psicólogas da instituição sob uma mesma chefia. Para a coleta e análise dos dados foi utilizado o método de História Oral, devido à escassez de registros escritos sobre a constituição e o desenvolvimento do serviço em questão. Trata-se de um estudo qualitativo a partir do qual foi construída uma narrativa histórica. Foram entrevistadas 10 profissionais que desenvolveram atividades na área da psicologia em diferentes momentos do período considerado. Como resultados, constam na narrativa que a Psicologia entrou no HCPA pela via Organizacional, para realizar a seleção dos funcionários do hospital. Somente alguns anos mais tarde a Psicologia Clínica foi incorporada à instituição, via a unidade de Pediatria. Discute-se que as destituições sofridas pelo setor organizacional, e o momento histórico vivido pela Psicologia, foram alguns dos motivos da criação de um Serviço independente, pois a reunião oficial das profissionais forneceria maior autonomia e segurança para as psicólogas na instituição. Além disso, a criação de Serviços de Psicologia em hospitais serviu como fator de consolidação da Psicologia Hospitalar no Brasil. / The first insertions of psychological activities in general hospitals in Brazil date from the decade of 1950. However, it was in last two decades that the interest for Psychology in medical settings grew significantly, arriving to organize itself as a specialty regulated by the Federal Advice of Psychology in 2000. Although such practice is sufficiently registered in the center of the country – the place where the psychologists had started to develop the first activities in general hospitals, the history developed in the South of the country lacks better registers. In this direction, the specific goal of this study is to rescue the history of the psychological activities in Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) and to congregate data for the analysis of the psychology expansion at the moment where it goes into newer environments than not the traditional ones: clinic, school and industry. The demarcated period goes from 1971, with the opening of the Hospital, up to 1986, with the creation of a Department of Psychology that congregated the psychologists of the institution under the same command. For the collection and analysis of the data, the Oral History method was used, due to scarcity of written registers about the constitution and the development of the service in question. From this qualitative study was constructed a historical narrative. Ten professionals, who had developed activities in the area of psychology at different moments of the considered period, had been interviewed. As results, they consist in the narrative that Psychology entered in the HCPA by the Organizational way, to carry through the selection of the hospital employees. Just in a few years later Clinical Psychology was incorporated to the institution, by the unit of Pediatrics. It is argued that the destitutions suffered by the organizational sector, and the historical moment lived by Psychology, had been some of the reasons of the creation of an independent Department, because the official meeting of the professionals would supply greater autonomy and security to the psychologists in the institution. Moreover, the creation of the Department of Psychology in hospitals served as a reason for the consolidation of the Psychology in medical settings in Brazil.
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Mudanças, incertezas e significados: vivências de adolescentes com câncer no contexto hospitalar / Changes, uncertainties and meanings: living of teens with cancer in the hospital contextSimionatto, Katiele January 2016 (has links)
This clinical-qualitative-approach work aimed to investigate the meanings attributed
by adolescents to their cancer experiences in the hospital environment. The research scenario
was a Treatment Center for children with cancer, from a public hospital located in the interior
of Rio Grande do Sul. The participants were adolescents between 12 and 18 years old, going
through the treatment process. The participants were adolescents between 12 and 18 years old, going through the treatment process and the instrument used to collect data was semidirected
interviews. The study had a total of nine participants, which was delimited based on
saturation criteria, besides, the instrument of data collection was a semi-directed interview.
The interviews were recorded in audio and fully transcribed, being analyzed by the technique
of Content Analysis. The categories, from the analysis, were organized in two articles. The first one is about the adolescent's diagnosis of cancer, demonstrating how overwhelming the news can be for the subjects, who had never faced such a threatening disease, as well as the rupture of daily life, since it exposes the significant changes that occurs in the routine of the adolescents, evidencing the consequences of their estrangement concerning social relations.
Another issue approached in the first article is the repercussions of illness, as well as the impact of the other's look on the adolescent, in other words, the stigmatization of the disease and the difficulty of having to bear the other's look considering the changes caused by the treatment (as hair loss or mask use). The first article also discusses the hospitalization of adolescents with children, in the same place. This way, the treatment center can be seen as a space that does not contemplate the psychosocial needs of hospitalized adolescents. The
second article deals specifically with school dropout, finding that, due to treatment, long
hospitalizations, as well as the implications of the disease and the care required, adolescents had to move away from school activities. It also explores the perception of adolescents about the hospital class - a service offered at the treatment center, which serves as a support for
adolescents to continue their studies. Finally, the second article explored the difficulty of reinsertion in school environment, concerning adolescents with cancer after treatment. It is worth to highlight that the consequences of diagnosis, treatment and hospitalization, when
experienced during adolescence period, may become a double problematic, since the adolescent needs to go through two complex processes: adolescence and illness. It is possible to conclude that there is a need for improvements regarding public policies and services for
adolescents with cancer. / O presente estudo, de abordagem clínico-qualitativa, objetivou investigar os significados atribuídos por adolescentes às suas vivências de câncer no ambiente hospitalar. O cenário da pesquisa foi um Centro de Tratamento de crianças com câncer, de um hospital público localizado no interior do Estado do Rio Grande do Sul. Participaram nove adolescentes entre 12 e 18 anos, os quais estavam em processo de tratamento. O número de participantes foi delimitado pelo critério de saturação e o instrumento de coleta de dados foi
uma entrevista semidirigida. As entrevistas foram gravadas em áudio e integralmente transcritas, sendo analisadas pela técnica de análise de conteúdo. As categorias, oriundas da análise, foram organizadas em dois artigos. O primeiro aborda o recebimento do diagnóstico
de câncer pelo adolescente, demonstrando o quanto tal notícia foi avassaladora para os sujeitos, os quais nunca haviam estado diante de uma doença tão ameaçadora, bem como a ruptura do cotidiano, uma vez que expõe as mudanças significativas que ocorreram na rotina dos adolescentes, evidenciando as consequências do seu afastamento das relações sociais.
Outro assunto abordado no primeiro artigo são as repercussões do adoecimento, assim como o
impacto do olhar do outro sobre o adolescente, isto é, a questão da estigmatização da doença e da dificuldade de ter que suportar o olhar do outro sobre as mudanças acometidas pelo
tratamento (por exemplo, alopecia, uso de máscara). O primeiro artigo aborda também a internação do adolescente junto a crianças, assinalando que o centro de tratamento pode ser
visto como um espaço que não contempla as necessidades psicossociais dos adolescentes internados. Já o segundo artigo trata especificamente da questão do afastamento da vida escolar, verificando que, devido ao tratamento, à longas internações, às implicações da doença e aos cuidados exigidos, os adolescentes tiveram que se afastar das atividades escolares.
Aprofunda-se, ainda, a respeito da percepção dos adolescentes sobre a classe hospitalar – um
serviço ofertado no centro de tratamento, que serve de apoio para que os adolescentes continuem os estudos. Por fim, o segundo artigo explorou a dificuldade de reinserção, no
ambiente escolar, do adolescente com câncer após o tratamento. Destaca-se que as consequências do diagnóstico, do tratamento e da hospitalização, quando vivenciadas durante a adolescência, tornam-se uma dupla problemática, pois o adolescente necessita passar por
dois processos complexos: o adolescer e o adoecer. Conclui-se que existe a necessidade de melhorias no que diz respeito às políticas públicas e aos serviços voltados aos adolescentes com câncer.
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O percurso histórico do serviço de psicologia do hospital de clínicas de Porto AlegreSilva, Leda Pibernat Pereira da January 2006 (has links)
As primeiras inserções de atividades psicológicas em hospitais gerais no Brasil datam da década de 1950. No entanto, foi nas últimas duas décadas que o interesse pela Psicologia Hospitalar cresceu significativamente, chegando a organizar-se como uma especialidade regulamentada pelo Conselho Federal de Psicologia em 2000. Apesar de tal prática ser bastante documentada no centro do país - local por onde os psicólogos começaram a desenvolver as primeiras atividades em hospitais gerais, a história desenvolvida no Sul do país carece de maiores registros. Nesse sentido, o objetivo específico deste estudo é resgatar a história das atividades psicológicas no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e reunir dados para a análise da expansão da psicologia no momento em que ingressa em novos ambientes que não os tradicionais: clínica, escola e indústria. O período demarcado vai de 1971, com a abertura do Hospital, até 1986, com a estruturação de um Serviço de Psicologia que reuniu as psicólogas da instituição sob uma mesma chefia. Para a coleta e análise dos dados foi utilizado o método de História Oral, devido à escassez de registros escritos sobre a constituição e o desenvolvimento do serviço em questão. Trata-se de um estudo qualitativo a partir do qual foi construída uma narrativa histórica. Foram entrevistadas 10 profissionais que desenvolveram atividades na área da psicologia em diferentes momentos do período considerado. Como resultados, constam na narrativa que a Psicologia entrou no HCPA pela via Organizacional, para realizar a seleção dos funcionários do hospital. Somente alguns anos mais tarde a Psicologia Clínica foi incorporada à instituição, via a unidade de Pediatria. Discute-se que as destituições sofridas pelo setor organizacional, e o momento histórico vivido pela Psicologia, foram alguns dos motivos da criação de um Serviço independente, pois a reunião oficial das profissionais forneceria maior autonomia e segurança para as psicólogas na instituição. Além disso, a criação de Serviços de Psicologia em hospitais serviu como fator de consolidação da Psicologia Hospitalar no Brasil. / The first insertions of psychological activities in general hospitals in Brazil date from the decade of 1950. However, it was in last two decades that the interest for Psychology in medical settings grew significantly, arriving to organize itself as a specialty regulated by the Federal Advice of Psychology in 2000. Although such practice is sufficiently registered in the center of the country – the place where the psychologists had started to develop the first activities in general hospitals, the history developed in the South of the country lacks better registers. In this direction, the specific goal of this study is to rescue the history of the psychological activities in Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) and to congregate data for the analysis of the psychology expansion at the moment where it goes into newer environments than not the traditional ones: clinic, school and industry. The demarcated period goes from 1971, with the opening of the Hospital, up to 1986, with the creation of a Department of Psychology that congregated the psychologists of the institution under the same command. For the collection and analysis of the data, the Oral History method was used, due to scarcity of written registers about the constitution and the development of the service in question. From this qualitative study was constructed a historical narrative. Ten professionals, who had developed activities in the area of psychology at different moments of the considered period, had been interviewed. As results, they consist in the narrative that Psychology entered in the HCPA by the Organizational way, to carry through the selection of the hospital employees. Just in a few years later Clinical Psychology was incorporated to the institution, by the unit of Pediatrics. It is argued that the destitutions suffered by the organizational sector, and the historical moment lived by Psychology, had been some of the reasons of the creation of an independent Department, because the official meeting of the professionals would supply greater autonomy and security to the psychologists in the institution. Moreover, the creation of the Department of Psychology in hospitals served as a reason for the consolidation of the Psychology in medical settings in Brazil.
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O percurso histórico do serviço de psicologia do hospital de clínicas de Porto AlegreSilva, Leda Pibernat Pereira da January 2006 (has links)
As primeiras inserções de atividades psicológicas em hospitais gerais no Brasil datam da década de 1950. No entanto, foi nas últimas duas décadas que o interesse pela Psicologia Hospitalar cresceu significativamente, chegando a organizar-se como uma especialidade regulamentada pelo Conselho Federal de Psicologia em 2000. Apesar de tal prática ser bastante documentada no centro do país - local por onde os psicólogos começaram a desenvolver as primeiras atividades em hospitais gerais, a história desenvolvida no Sul do país carece de maiores registros. Nesse sentido, o objetivo específico deste estudo é resgatar a história das atividades psicológicas no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e reunir dados para a análise da expansão da psicologia no momento em que ingressa em novos ambientes que não os tradicionais: clínica, escola e indústria. O período demarcado vai de 1971, com a abertura do Hospital, até 1986, com a estruturação de um Serviço de Psicologia que reuniu as psicólogas da instituição sob uma mesma chefia. Para a coleta e análise dos dados foi utilizado o método de História Oral, devido à escassez de registros escritos sobre a constituição e o desenvolvimento do serviço em questão. Trata-se de um estudo qualitativo a partir do qual foi construída uma narrativa histórica. Foram entrevistadas 10 profissionais que desenvolveram atividades na área da psicologia em diferentes momentos do período considerado. Como resultados, constam na narrativa que a Psicologia entrou no HCPA pela via Organizacional, para realizar a seleção dos funcionários do hospital. Somente alguns anos mais tarde a Psicologia Clínica foi incorporada à instituição, via a unidade de Pediatria. Discute-se que as destituições sofridas pelo setor organizacional, e o momento histórico vivido pela Psicologia, foram alguns dos motivos da criação de um Serviço independente, pois a reunião oficial das profissionais forneceria maior autonomia e segurança para as psicólogas na instituição. Além disso, a criação de Serviços de Psicologia em hospitais serviu como fator de consolidação da Psicologia Hospitalar no Brasil. / The first insertions of psychological activities in general hospitals in Brazil date from the decade of 1950. However, it was in last two decades that the interest for Psychology in medical settings grew significantly, arriving to organize itself as a specialty regulated by the Federal Advice of Psychology in 2000. Although such practice is sufficiently registered in the center of the country – the place where the psychologists had started to develop the first activities in general hospitals, the history developed in the South of the country lacks better registers. In this direction, the specific goal of this study is to rescue the history of the psychological activities in Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) and to congregate data for the analysis of the psychology expansion at the moment where it goes into newer environments than not the traditional ones: clinic, school and industry. The demarcated period goes from 1971, with the opening of the Hospital, up to 1986, with the creation of a Department of Psychology that congregated the psychologists of the institution under the same command. For the collection and analysis of the data, the Oral History method was used, due to scarcity of written registers about the constitution and the development of the service in question. From this qualitative study was constructed a historical narrative. Ten professionals, who had developed activities in the area of psychology at different moments of the considered period, had been interviewed. As results, they consist in the narrative that Psychology entered in the HCPA by the Organizational way, to carry through the selection of the hospital employees. Just in a few years later Clinical Psychology was incorporated to the institution, by the unit of Pediatrics. It is argued that the destitutions suffered by the organizational sector, and the historical moment lived by Psychology, had been some of the reasons of the creation of an independent Department, because the official meeting of the professionals would supply greater autonomy and security to the psychologists in the institution. Moreover, the creation of the Department of Psychology in hospitals served as a reason for the consolidation of the Psychology in medical settings in Brazil.
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O psicanalista num programa de transplante de fígado: a experiência do \"outro em si\" / The psychoanalyst in a programme of liver transplant: the experience of the \"other in oneself\"Maria Livia Tourinho Moretto 26 May 2006 (has links)
Este trabalho tem como objetivo geral a investigação sobre a experiência do \"outro em si\", tal como nos é revelada na clínica psicanalítica e na interlocução com a equipe. Os objetivos específicos são: formalizar teoricamente o processo de inserção e a construção do lugar do psicanalista na equipe, a partir de nossa experiência na Disciplina de Transplante e Cirurgias do Fígado do HCFMUSP, dado que a forma pela qual um psicanalista responde a essas demandas é o que possibilita ou não a sustentação de sua atuação clínica na instituição; analisar situações clínico-institucionais nas quais o psicanalista está inserido, na interlocução com os outros discursos, tomando como referência as diferentes ancoragens éticas, de modo a compreender sua participação no campo das decisões e as conseqüências disso para ele, para o paciente e para a instituição; fazer a diferença do conceito de corpo na Psicanálise e na Medicina para dar subsídios teóricos ao trabalho do psicanalista; formalizar teoricamente o transplante de fígado como experiência de corporeidade e subjetividade, simultaneamente, a partir da clínica psicanalítica com os pacientes, analisando o processo de adoecimento, suas repercussões psíquicas, a incidência do transplante no corpo, a experiência do \"outro em si\" e suas conseqüências. Chamamos de vertente institucional o trabalho do psicanalista na interlocução com os outros discursos, e de vertente clínica o trabalho do psicanalista com os pacientes quesão convocados à experiência do \"outro em si\". Partimos do pressuposto fundamental de que o trabalho do psicanalista na instituição se dá na interface das duas vertentes. As situações clínico-institucionais são colocadas de modo a privilegiar a indissociabilidade das duas vertentes, que nos parece ser o que há de específico do trabalho do psicanalista na instituição de saúde. A experiência do \"outro em si\" é da ordem da estranheza, e só pode ser definida a (cotinua) (continuação)partir da relação que cada sujeito estabelece com sua subjetividade, dado que é a experiência que lhe dá acesso a esse saber. Assim como a entrada do psicanalista na equipe não corresponde à sua inserção, o enxerto do novo órgão na situação do transplante não corresponde à sua incorporação. Em ambos os casos, convém que essa estranheza seja preservada para que possa ser tratada, para que cada sujeito e cada equipe possam lidar com ela a partir de seus próprios recursos. Isso gera conseqüências no campo das decisões na instituição. O psicanalista introduz a clínica do sujeito no serviço de saúde ocupando o lugar do \"outro em si\" da equipe. Sua permanência na equipe implica o resgate da clínica médica propriamente dita, esta que se vê tão ameaçada de extinção pelo casamento da ciência com a bioeconomia tecnológica / The general aim of this thesis is to investigate the experience of the \"other in oneself\' as it is revealed through the psychoanalytic clinic and communication between team members. The specific objectives are: to formalize the insertion process and construction of the position of the psychoanalyst in the team on a theoretical basis, according to our experience in the Discipline of Transplant and Surgery of Liver of the General Hospital of the Medical University of the State of São Paulo (HCFMUSP), Brazil, once the way a psychoanalyst responds to the demands is what makes the support of the clinical work in the institution possible or not; to analyze clinical and institutional situations in which the psychoanalyst is inserted and the communication with other discourses, taking as reference the different ethical support so that it is possible to understand the participation in the area of decisions and its consequences for the analyst, for the patient and for the institution; to differentiate the concept of body in psychoanalysis and in medicine, to give theoretical support to the psychoanalyst work; to formalize the liver transplant as a physical and subjective experience on a theoretical basis and simultaneously, consider the psychoanalytic experience with the patients, analyzing the sickness process, its psychic repercussions, the incidence of the transplant on the body, the experience of the \"other in oneself\'\" and its consequences. The work of the psychoanalyst inthe interface with other discourses is named the institutional current and his work with the patients who are called to experience the \"other in oneself\" is the clinical one. We assume the fundamental presupposition that the work of the psychoanalyst in the health institution is held in both directions. The clinical institutional situations are set in order to privilege the interdependence of the two (continue) (continuation)currents, what seems to be the specific aspect of the psychoanalyst work in the health institution. The experience of the \"other in oneself\" brings a sense of weirdness and can only be defined according to the relation that each subject establishes with his subjectivity since it is the experience that gives access to this subjective knowledge. As well as the psychoanalyst insertion in the team does not mean that it will incorporate him, the insertion of a new organ in the transplant situation does not mean it will be integrated by it. In both cases it is advisable that this weirdness is preserved, so that each subject and each team can handle it with their own resources. It brings consequences to the field of decisions in the institution. The psychoanalyst introduces the clinic of the subject in the health service occupying the position of the \"other in oneself\"\' in the team. Strictly speaking, bis permanence in the team implies the rescue of the medical clinic that has been threatened with the extinction of the science partnership withtechnological bioeconomy
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Cuidadores domiciliares: a vivência subjetiva do cuidar / Home caregivers: the subjective experience of careYavo, Ivete de Souza 27 April 2012 (has links)
Atualmente a Assistência em domicílio se consolida como uma das práticas encontradas pelo sistema atual de Saúde que visa oferecer atendimento humanizado e melhor qualificado à pacientes e familiares. Nesta perspectiva, o cuidado domiciliar se caracteriza pela complementaridade dos papéis desenvolvidos pelo paciente, família, profissionais e instituições de saúde. A presente pesquisa teve como objetivo conhecer características emocionais e o contexto do trabalho do cuidador domiciliar bem como o sentido do cuidar para esses sujeitos. Participaram do estudo dez cuidadores domiciliares familiares, subdividos em dois grupos: cinco cuidadores de pacientes com câncer e cinco cuidadores de pacientes vítimas de acidente vascular cerebral atendidos por uma Programa de Assistência Domiciliar em um hospital no município de São Paulo. Para a coleta dos dados foram utilizadas sessões para entrevistas semi dirigidas e aplicação do Maslach Burnout Inventory (MBI). As entrevistas foram analisadas utilizando-se o método de análise de conteúdo, onde os dados observados foram agrupados em categorias e sub categorias. Os resultados apontam que o cuidar é uma experiência paradoxal, pois o cenário onde se desenvolve o cuidado é geralmente desconsiderado nas ações em saúde, muito embora, seja determinante para a apreensão da subjetividade do cuidador e do que se espera de suas tarefas. Questões ligadas a aspectos culturais e sociais como gênero aparecem reforçando o não compartilhamento de atividades entre os membros da família, gerando sobrecarga e desgaste físico e emocional. Enquanto nas entrevistas o sentimento de cansaço, fadiga e exaustão foram constantemente abordados pelos cuidadores, no MBI, alguns destes aspectos não foram observados. Conclui-se assim que a relação cuidado e cuidador não é um encontro simples, ou seja, o domicílio é um cenário complexo no qual é impossível homogeneizar ações e práticas de saúde / Currently, Home Assistance is consolidated as one of the practices found at the current health system aiming to offer humanized and better qualified service to the patients and their relatives. Hence, home caregiving is characterized by the complementarity of the roles developed by the patient, family, health professionals and institutions. The present research has the objective of knowing the emotional characteristics and the context of the home caregiver work, as well as the meaning of taking care for these individuals. Ten home caregivers, subdivided in two groups, participated on the study: five caregivers of cancer patients and five caregivers of patients who suffered stroke served by a Home Assistance Program in a hospital from the city of São Paulo. For the data collection, sessions for semi-directed interviews and the application of Maslach Burnout Inventory (MBI) were used. The interviews were analyzed using the content analysis method, where the observed data were grouped in categories and sub-categories. The results highlight that taking care is a paradoxical experience because the scenario where the caregiving is developed is generally not considered in health actions, although they are determinant for the apprehension of the caregivers subjectivity and of what is expected from their tasks. Issues concerning cultural and social aspects such as the gender reinforce the non-sharing of activities among the members of the family, generating overload and physical and emotional fatigue. Although the interviews showed that feelings of weariness, fatigue and exhaustion were constantly approached by the caregivers, in MBI test some of these aspects were not observed. It is concluded that care and caregiving relation is not a simple meeting, in other words, the household is a complex scenario where it is almost impossible to homogenize health actions and practices
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Pacientes acometidos pelo trauma raquimedular: considerações de um psicanalista no contexto hospitalar / Patients affected by rachimedullary trauma : considerations of a psychoanalyst in the hospital contextValle, Luciano Henrique da Silva Ribeiro do 07 July 2014 (has links)
O sujeito acometido pelo Trauma Raquimedular (TRM) seguido de lesão medular (LM) perde a sensibilidade e a motricidade de parte ou de quase todo o corpo, além do funcionamento do organismo ficar desregulado. Podem ser caracterizados em cinco grupos: Tetraplegia ou paraplegia, completas e incompletas, ou normal. Este trabalho foi uma proposta de revisitar, sob a luz das teorias freudo-lacanianas, o conteúdo dos atendimentos psicanalíticos a sujeitos com este acometimento, realizados no Hospital das Clínicas SP. A partir de relatos elaborados, recuperando evoluções e anotações dos Prontuários do Paciente e Protocolos do Serviço de Psicologia, de atendimentos a dez pacientes, foi possível não só re-investigar psicanaliticamente o material escutado das livres associações, como também construir mais sistematicamente o caminho traçado pelo atendimento psicanalítico nas especificidades da clínica de Lesão Medular. Para tanto, o alicerce de suporte foi o constructo silêncio, explorado teoricamente junto ao seu alcance na prática clínica, que em sua singularidade marcou este encontro analítico entre os pacientes com tetraplegia e o psicanalista em contexto hospitalar / The subject affected by Rachimedullary Trauma (RMT) followed by Spinal Cord Injury (SCI) loses the sensibility and the motor of part or of its entire body, and also suffers from the deregulation of its body`s functioning. These traumas can be characterized into five groups: Tetraplegia and paraplegia, complete and incomplete, or normal. This work is a proposal to revisit, under the freud-lacanian theories, the content of psychoanalytic care to subjects with this condition, performed at Hospital das Clínicas São Paulo. elaborate reports from recovered annotations of the Medical Records of Patients and Protocols of the Psychology Department, from the psychoanalytic care of ten subjects, it was not only possible to psychoanalytically re-investigate the heard material from the free associations, but also to build more systematically the route delineated by psychoanalytic care on the specificities of the clinical Spinal Cord Injury. For this purpose, the foundation supporting was the construct of silence, theoretically explored along its range in clinical practice, that in its singularity marked this analytic encounter between patients with tetraplegia and the psychoanalyst in a hospital context
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Pacientes acometidos pelo trauma raquimedular: considerações de um psicanalista no contexto hospitalar / Patients affected by rachimedullary trauma : considerations of a psychoanalyst in the hospital contextLuciano Henrique da Silva Ribeiro do Valle 07 July 2014 (has links)
O sujeito acometido pelo Trauma Raquimedular (TRM) seguido de lesão medular (LM) perde a sensibilidade e a motricidade de parte ou de quase todo o corpo, além do funcionamento do organismo ficar desregulado. Podem ser caracterizados em cinco grupos: Tetraplegia ou paraplegia, completas e incompletas, ou normal. Este trabalho foi uma proposta de revisitar, sob a luz das teorias freudo-lacanianas, o conteúdo dos atendimentos psicanalíticos a sujeitos com este acometimento, realizados no Hospital das Clínicas SP. A partir de relatos elaborados, recuperando evoluções e anotações dos Prontuários do Paciente e Protocolos do Serviço de Psicologia, de atendimentos a dez pacientes, foi possível não só re-investigar psicanaliticamente o material escutado das livres associações, como também construir mais sistematicamente o caminho traçado pelo atendimento psicanalítico nas especificidades da clínica de Lesão Medular. Para tanto, o alicerce de suporte foi o constructo silêncio, explorado teoricamente junto ao seu alcance na prática clínica, que em sua singularidade marcou este encontro analítico entre os pacientes com tetraplegia e o psicanalista em contexto hospitalar / The subject affected by Rachimedullary Trauma (RMT) followed by Spinal Cord Injury (SCI) loses the sensibility and the motor of part or of its entire body, and also suffers from the deregulation of its body`s functioning. These traumas can be characterized into five groups: Tetraplegia and paraplegia, complete and incomplete, or normal. This work is a proposal to revisit, under the freud-lacanian theories, the content of psychoanalytic care to subjects with this condition, performed at Hospital das Clínicas São Paulo. elaborate reports from recovered annotations of the Medical Records of Patients and Protocols of the Psychology Department, from the psychoanalytic care of ten subjects, it was not only possible to psychoanalytically re-investigate the heard material from the free associations, but also to build more systematically the route delineated by psychoanalytic care on the specificities of the clinical Spinal Cord Injury. For this purpose, the foundation supporting was the construct of silence, theoretically explored along its range in clinical practice, that in its singularity marked this analytic encounter between patients with tetraplegia and the psychoanalyst in a hospital context
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Cuidadores domiciliares: a vivência subjetiva do cuidar / Home caregivers: the subjective experience of careIvete de Souza Yavo 27 April 2012 (has links)
Atualmente a Assistência em domicílio se consolida como uma das práticas encontradas pelo sistema atual de Saúde que visa oferecer atendimento humanizado e melhor qualificado à pacientes e familiares. Nesta perspectiva, o cuidado domiciliar se caracteriza pela complementaridade dos papéis desenvolvidos pelo paciente, família, profissionais e instituições de saúde. A presente pesquisa teve como objetivo conhecer características emocionais e o contexto do trabalho do cuidador domiciliar bem como o sentido do cuidar para esses sujeitos. Participaram do estudo dez cuidadores domiciliares familiares, subdividos em dois grupos: cinco cuidadores de pacientes com câncer e cinco cuidadores de pacientes vítimas de acidente vascular cerebral atendidos por uma Programa de Assistência Domiciliar em um hospital no município de São Paulo. Para a coleta dos dados foram utilizadas sessões para entrevistas semi dirigidas e aplicação do Maslach Burnout Inventory (MBI). As entrevistas foram analisadas utilizando-se o método de análise de conteúdo, onde os dados observados foram agrupados em categorias e sub categorias. Os resultados apontam que o cuidar é uma experiência paradoxal, pois o cenário onde se desenvolve o cuidado é geralmente desconsiderado nas ações em saúde, muito embora, seja determinante para a apreensão da subjetividade do cuidador e do que se espera de suas tarefas. Questões ligadas a aspectos culturais e sociais como gênero aparecem reforçando o não compartilhamento de atividades entre os membros da família, gerando sobrecarga e desgaste físico e emocional. Enquanto nas entrevistas o sentimento de cansaço, fadiga e exaustão foram constantemente abordados pelos cuidadores, no MBI, alguns destes aspectos não foram observados. Conclui-se assim que a relação cuidado e cuidador não é um encontro simples, ou seja, o domicílio é um cenário complexo no qual é impossível homogeneizar ações e práticas de saúde / Currently, Home Assistance is consolidated as one of the practices found at the current health system aiming to offer humanized and better qualified service to the patients and their relatives. Hence, home caregiving is characterized by the complementarity of the roles developed by the patient, family, health professionals and institutions. The present research has the objective of knowing the emotional characteristics and the context of the home caregiver work, as well as the meaning of taking care for these individuals. Ten home caregivers, subdivided in two groups, participated on the study: five caregivers of cancer patients and five caregivers of patients who suffered stroke served by a Home Assistance Program in a hospital from the city of São Paulo. For the data collection, sessions for semi-directed interviews and the application of Maslach Burnout Inventory (MBI) were used. The interviews were analyzed using the content analysis method, where the observed data were grouped in categories and sub-categories. The results highlight that taking care is a paradoxical experience because the scenario where the caregiving is developed is generally not considered in health actions, although they are determinant for the apprehension of the caregivers subjectivity and of what is expected from their tasks. Issues concerning cultural and social aspects such as the gender reinforce the non-sharing of activities among the members of the family, generating overload and physical and emotional fatigue. Although the interviews showed that feelings of weariness, fatigue and exhaustion were constantly approached by the caregivers, in MBI test some of these aspects were not observed. It is concluded that care and caregiving relation is not a simple meeting, in other words, the household is a complex scenario where it is almost impossible to homogenize health actions and practices
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