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Admirável Shakespeare novo: literatura, cinema e vídeo em prospero s books de Peter Greenaway

Santos, Eveline Alvarez dos 10 October 2012 (has links)
Made available in DSpace on 2015-09-25T12:20:38Z (GMT). No. of bitstreams: 1 PDF - Eveline Alvarez dos Santos.pdf: 3367960 bytes, checksum: 0aa0bb94c1f4bbcc6daed01dc099ba4e (MD5) Previous issue date: 2012-10-10 / The relationship between cinema and literature is well-known through time and through the theoretical comparative studies. In 1991, Peter Greenaway, an English film director, said in an interview for an important American magazine that cinema is not an excuse to illustrate literature . Besides that, we know literature is becoming, more and more, an object of inspiration to the cinema and television. Among these literary texts, we have many written by William Shakespeare, renowned as the England's greatest playwright and poet. According Leão (2008), there are more than seven hundred Shakespeareans translations to the cinema and TV since the nineteenth century. Peter Greenaway is one of the most important researches of the cinematographic language and its interface with different means, mainly the digital ones. According to Barros (2007), the new technologies made him rethink about his conceptions of cinema and they also helped to produce a kind of cinema based on research. Philippe Dubois (2004) and Arlindo Machado (2004) proposed a conception of video centered in an idea of a stage, which the kinetic movement is definer. The dialogue between cinema and digital video provokes many interesting discussions related to the cinematographic narrative structure and the visual conceptions of cinema. The French philosopher Gilles Deleuze (2005), in his studies about cinema, organizes two different kinds of image: movement-image and time-image. According Roberto Machado (2010), what differs these two kinds of image is their relation, directly and indirectly, with time. Based on this, Deleuze observers these images considering them important parts of the separation that we do between a narrative and a non-narrative cinema. Believing in the idea of a productive dialogue among literature, cinema and video, our research has as an objective to investigate, through intersemiotic theories and based on the studies of Peirce (2008), Gilles Deleuze (1993 e 2005), Bentes (2004) and Gérard Genette (1980) among others, how the inserts of videos in the movie Prospero s Books (1991), written and directed by Peter Greenaway and translation of the Shakespearian play The Tempest, present themselves overlapped to the cinematographic film. Based on these overlays, we are going to observe how they contribute to new readings of the cinematographic theories. To do this, we divided our work in three different parts. In the first part, we are going to discuss about how the theories of video started and its relation with cinema; in the second part, we focus in the discussion about cinematic narration and the differences between a narrative film and non-narrative one; in the third part, we are going to analyze some images of Prospero s Books and observe how these images build a non-narrative film. / A relação entre o cinema e a literatura é muito conhecida através do tempo e dos estudos teóricos comparativos. Em 1991, o inglês Peter Greenaway, diretor de filmes, disse em entrevista para uma importante revista americana que o cinema não é uma desculpa para ilustrar a literatura . Apesar disso, nós sabemos que a literatura vem se tornando, mais e mais, um objeto de inspiração para o cinema e a televisão. Dentre estes textos literários, nós temos muitos escritos por Shakespeare, renomado como o maior dramaturgo e poeta inglês. De acordo com Leão (2008), há mais de setecentas traduções de Shakespeare para o cinema e para a TV desde o século XIX. Peter Greenaway é um dos mais importantes pesquisadores da linguagem cinematográfica e de suas interfaces com diferentes meios, principalmente os digitais. De acordo com Barros (2007), as novas tecnologias fizeram-no repensar sobre a sua concepção de cinema e também o ajudaram a produzir um cinema de pesquisa. Philippe Dubois (2004) a Arlindo Machado (2004) propuseram uma concepção de vídeo centrada numa ideia de estágio, o qual o movimento cinético é definidor. O diálogo entre o cinema e o vídeo digital provoca muitas discussões interessantes relacionadas à estrutura da narrativa cinematográfica e a concepção visual de cinema. O filósofo francês Gilles Deleuze (2005), em seus estudos sobre cinema, classifica dois diferentes tipos de imagem: a imagem-movimento e a imagem-tempo. De acordo com Roberto Machado (2010), o que diferencia esses dois tipos de imagem é a relação que elas possuem, diretamente ou indiretamente, com o tempo. Baseado nisso, Deleuze observa estas imagens considerando-as partes importantes na divisão que fazemos entre cinema narrativo e não narrativo. Acreditando na ideia de um diálogo produtivo entre literatura, cinema e vídeo, nossa pesquisa tem como objetivo investigar, através de teorias intersemióticas e pautada nos estudos de Peirce (2008), Gilles Deleuze (1993 e 2005), Bentes (2004) e Gérard Genette (1980) dentre outros, como as inserções de vídeo no filme Prospero s Books (1991), escrito e dirigido por Peter Greenaway e tradução da peça shakespeariana A Tempestade, apresentam-se sobrepostas à película cinematográfica. A partir dessas sobreposições, verificaremos como estas contribuem para uma releitura das teorias cinematográficas. Para isso, nós dividimos nosso trabalho em três diferentes partes. Na primeira parte, discutiremos sobre como as teorias acerca do vídeo tiveram início e sua relação com o cinema; na segunda parte, estaremos focados em discutir acerca da narração no cinema e sobre as diferenças entre um filme narrativo e um não-narrativo; na terceira parte, iremos analisar algumas imagens de Prosperos s Books e observar como estas imagens constroem um filme não-narrativo.

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