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Evolução geológica pré-cambriana e aspectos da metalogênese do ouro do cráton São Luís e do Cinturão Gurupi, NE-Pará/ NW-Maranhão, Brasil / Évolution géologique précambrienne et aspects de la métallogenèse de l’or du Craton São Luís et de la Ceinture Gurupi, NE-Pará / NW-Maranhão, BrésilKLEIN, Evandro Luiz 06 July 2004 (has links)
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Previous issue date: 2004-07-06 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / CPRM - Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais / Serviço Geológico do Brasil / FADESP - Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa / Na região limítrofe entre os estados do Pará e Maranhão, conhecida como Gurupi,
afloram rochas ígneas e metamórficas recobertas por sedimentação fanerozóica, ocupando parte
da Província Estrutural Parnaíba. Estudos geocronológicos pioneiros baseados nos métodos Rb-
Sr e K-Ar mostraram a existência de dois domínios geocronológicos distintos nessa região com
rochas aflorantes em direção à costa atlântica apresentando assinatura paleoproterozóica, com
idades em torno de 2000 Ma, enquanto que rochas aflorantes para sul-sudoeste mostram
assinatura neoproterozóica, principalmente entre 800 e 500 Ma. Esses domínios passaram a ser
denominados, respectivamente, Cráton São Luís e Cinturão Gurupi. Propostas litoestratigráficas
sucederam-se por mais de duas décadas, mas sempre careceram de dados geocronológicos
robustos para justificar o posicionamento estratigráfico das unidades. Modelos evolutivos
polarizaram-se entre propostas de evolução monocíclica ou policíclica para o Cinturão Gurupi,
também carecendo de geocronologia e geologia isotópica para consubstanciar interpretações.
Além disso, depósitos auríferos associam-se às duas unidades geotectônicas, mas raros foram
alvo de estudos geológicos ou genéticos. Esta tese aborda em maior ou menor grau esses
problemas gerais. Uma reformulação da litoestratigrafia regional e uma proposta de evolução geológica foi
alcançada através da reavaliação dos dados geológicos, geoquímicos, geocronológicos e
isotópicos existentes, e da geração de novos dados geocronológicos em zircão por evaporação de
Pb e U-Pb convencional e por LAM-ICP-MS. Dados isotópicos de Nd em rocha total foram
também obtidos, permitindo a investigação de processos de acresção e retrabalhamento crustal.
Os resultados mostram que a região possui uma evolução relativamente complexa, com intensa e
extensa geração de rochas juvenis cálcico-alcalinas e subordinado retrabalhamento de crosta
continental arqueana entre 2,24 e 2,15 Ga, e com fusão crustal, migmatização localizada,
plutonismo peraluminoso, metamorfismo e deformação em torno de 2,10 Ga. Os seguintes
resultados foram obtidos para as unidade litoestratigráficas e litodêmicas estudadas no Cráton
São Luís: Grupo Aurizona, metavulcanossedimentar ligado a arcos de ilha, idade máxima 2241
Ma (juvenil), com provável evolução até cerca de 2200 Ma; Suíte Intrusiva Tromaí, tonalitos
metaluminosos, calcico-alcalinos de arco de ilha oceânico, 2168 Ma (juvenil); Granito Areal,
calcico-alcalino fracamente peraluminoso, 2150 Ma (mistura de material juvenil e
retrabalhamento de arco de ilha). No Cinturão Gurupi foram obtidos os seguintes resultados:
Metatonalito Igarapé Grande, tonalito granoblástico de ocorrência localizada, 2594 Ma;
Complexo Itapeva, gnaisses tonalíticos localmente migmatizados, 2167 Ma (dominantemente
juvenil); Formação Chega Tudo, vulcanossedimentar ligada a arcos de ilhas, 2150-2160 Ma
(juvenil); Granito Maria Suprema, muscovita leucogranito (peraluminoso) intrusivo
sintectonicamente no Complexo Itapeva há 2100 Ma (fusão crustal), idade de outros granitoides
peraluminosos já datados anteriormente na região. O Grupo Gurupi é tentativamente posicionado
no Paleoproterozóico (>2160 Ma), mas não há elemento que comprove essa hipótese. Os dados
são interpetados em termos de tectônica de placas, com abertura de bacia oceânica um pouco
antes de 2260 Ma, formação de arcos de ilha oceânicos, subducção e produção volumosa de
magmas calcico-alcalinos e retrabalhamento dos arcos entre 2170-2150 Ma. Esse conjunto foi
amalgamado a uma margem continental periférica a um bloco arqueano existente ao sul (parte
arqueana do Cráton Amazônico ou núcleo cratônico encoberto atualmente pela sedimentação
fanerozóica) numa colisão fraca, dirigida de NNE para SSW, mas suficiente para gerar algum
espessamento crustal e permitir a fusão de parte da crosta paleoproterozóica recém formada e da
crosta arqueana (ou de seus derivados detríticos) preexistente. Esse episódio colisional, ocorrido
há cerca de 2100-2080 Ma refletiu-se no metamorfismo, deformação e migmatização local, além
da intrusão dos granitóides peraluminosos.
A região foi novamente palco de atividade no Neoproterozóico, com o bloco amalgamado
no Paleoproterozóico sendo rompido, com formação de rifte continental marcado pela intrusão de
magma alcalino (Nefelina Sienito Gnaisse Boca Nova) há 732 Ma. Rochas sedimentares
depositadas nessa bacia (Formação Marajupema) apresentam cristais detríticos de zircão, os mais
jovens com 1100 Ma. Esse rifte evoluiu provavelmente para uma bacia oceânica, de dimensões
ainda desconhecidas, o que é sugerido por dados recentes da literatura que mostram grande
quantidade de cristais detríticos de zircão com idade em torno de 600-650 Ma em bacias
sedimentares da região, que contêm sedimentos imaturos, e pela intrusão de granitóide
peraluminoso (colisional), há 550 Ma. Essa bacia foi fechada, com a colisão do orógeno contra o
bloco amalgamado no Paleoproterozóico, com transporte de massa de SSW para NNE. A idade
do clímax desse episódio orogênico neoproterozóico e do metamorfismo que o acompanhou não
foi claramente determinada, existindo informações ambígüas que apontam para o intervalo 650-
520 Ma (zircão do nefelina sienito e idades Rb-Sr e K-Ar em minerais).
A metalogenia dos depósitos auríferos foi abordada numa escala de reconhecimento
através do estudo geológico dos mesmos, dos fluidos hidrotermais e das condições físicoqu
ímicas de formação dos depósitos. As investigações envolveram análises químicas de cloritas,
estudos de inclusões fluidas e geoquímica de isótopos estáveis (O, H, C, S) e radiogênicos (Pb).
Relações estruturais e texturais permitiram caracterizar os depósitos como pós-metamórficos e
tardi- a pós-tectônicos com relação aos eventos paleoproterozóicos, conforme sugerido pelos
isótopos de Pb (pós 2080 Ma). Regionalmente os depósitos foram formados em condições de T-P
entre 280°-380°C e 2-3 kb, a partir de fluidos aquo-carbônicos relativamente reduzidos, de baixa
salinidade (5% massa equiv. NaCl), moderada a alta densidade, e ricos em CO2 (tipicamente <20
moles %; traços de CH4 e N2), que sugerem fortemente separação de fases. Estudos de isótopos
estáveis sugerem fontes distintas para fluidos e solutos. Duas fontes são indicadas para o carbono
presente em carbonatos, grafita e inclusões fluidas: uma fonte orgânica subordinada e outra fonte
indefinida, que pode ser magmática, metamórfica ou mantélica (ou mistura de ambas). O enxofre
de sulfetos apresenta assinatura magmática, tendo derivado diretamente de magmas ou por
dissolução de sulfetos magmáticos. Isótopos de oxigênio e hidrogênio de minerais silicatados e
inclusões fluidas combinados atestam fontes metamórficas para os fluidos. Portanto, reações de
desidratação e descarbonização produzidas durante o metamorfismo das seqüências
vulcanossedimentares paleoproterozóicas devem ter produzido os fluidos investigados. O ouro foi
transportado por um complexo do tipo Au(HS)2
- e precipitou devido à separação de fases e
reações dos fluidos com as rochas encaixantes. Os dados geológicos e genéticos encaixam-se no
modelo de depósitos auríferos orogênicos encontrados em cinturões metamórficos de todas as
idades. Os resultados globais deste estudo trazem implicações para o entendimento das orogenias
paleo- e neoproterozóicas que erigiram a Plataforma Sul-Americana e para a formação e
desagregação de supercontinentes como Atlantica, Rodinia e Gondwana Ocidental. O quadro
delineado encontra boa correlação, principalmente no que concerne ao Paleoproterozóico, com o
que é descrito para parte da porção sudeste do Escudo das Guianas e para a porção sul do Cráton
do Oeste da África. O quadro Neoproterozóico é ainda incipientemente compreendido para que
se façam maiores correlações. / In the Gurupi region, located at the border between the Pará and Maranhão states in
northern Brazil, igneous and metamorphic rocks crop out as part of the Parnaíba Structural
Province. Early geochronological studies, based on the Rb-Sr and K-Ar methods have shown two
geochronological domains. The rocks that crop out towards the Atlantic margin showed a
Paleoproterozoic signature, around 2000 Ma, whereas the rocks that crop out towards the inner
portions of the continent showed a Neoproterozoic signature, especially between 800 and 500
Ma. These domains have been then defined as the São Luís Craton and Gurupi Belt, respectively.
Several lithostratigraphic propositions have been developed throughout more than two decades.
However, these propositions always lack robust geochronological support. Geotectonic models
discussed a one- or two-phase evolution for the Gurupi Belt, also lacking robust geochronological
and isotopic data to consubstantiate the interpretations. Furthermore, among the several gold
deposits that occur in both the cratonic and belt areas, only a few have geological and genetic
information. These subjects are addressed in more or less depth by this thesis.
New propositions for the regional lithostratigraphy and geological evolution have been
achieved in this work by revaluating the available geological, geochemical, geochronological and
isotopic dataset, as well as by adding new geochronological data on zircon (Pb-evaporation, U-Pb
ID-TIMS, and LAM-ICP-MS) for most of the igneous and orthometamorphic rocks in the region.
Whole rock Nd isotope data have also been obtained, allowing the discussion of crustal accretion
and reworking. The results show a rather complex geological evolution with intensive and
extensive crustal growth between 2.24-2.15 Ga and crustal reworking, involving melting,
migmatization, metamorphism, and deformation around 2.10 Ga. The following results have been
obtained for the São Luís Craton: Aurizona Group, metavolcano-sedimentary sequence,
maximum age of 2241 Ma (juvenile) that possibly evolved until c.a. 2200 Ma; Tromaí Intrusive
Suite, calc-alkaline, metaluminous tonalites of oceanic island arc, 2168 Ma (juvenile); Areal
Granite, calc-alkaline, weakly peraluminous, 2150 Ma (mixing of juvenile and arc materials). In
the Gurupi Belt, the following results have been obtained: Igarapé Grande Metatonalite, small
and localized granoblastic tonalite, 2594 Ma; Itapeva Complex, weakly migmatized tonalitic
orthogneiss, 2167 Ma (mostly juvenile); Chega Tudo Formation, metavolcano-sedimentary
sequence (back-arc basin?), 2150-2160 Ma; Maria Suprema Granite, syntectonic, peraluminous
muscovite-bearing granite, 2100 Ma (similar to other peraluminous granitoids in the Gurupi
Belt). The Gurupi Group is tentatively placed in the Paleoproterozoic (>2160 Ma), but this must
still be proved. The above data are interpreted on a plate tectonics basis, as follows. An oceanic
basin is open at ca. 2260 Ma and is followed by the onset of subduction, formation of island arcs
and voluminous calc-alkaline magmatism in oceanic settings, and concomitant reworking of the
arcs between 2170-2150 Ma. This set of oceanic terranes has been accreted (soft-collision) onto
an Archean continental margin to southwest (Archean part of the Amazonian Craton or a present
day concealed cratonic nuclei). The collision provoked the metamorphism, deformation, and
partial melting of the newly formed Paleoproterozoic crust and of part of the Archean bloc, or
their erosive detritus, migmatization, and emplacement of peraluminous granitoids at 2100-2080
Ma. The region has been the locus of a second event in the Neoproterozoic. A continental rift
developed in the bloc that was assembled in the Paleoproterozoic, as attested by the intrusion of a
nepheline syenite (Boca Nova) at 732 Ma. Sedimentary rocks that filled this rift (Marajupema
Formation) have detrital zircon crystals that show the youngest ages around 1100 Ma. The rift
evolved probably to an oceanic basin, as suggested by the widespread occurrence of detrital
zircons with ages around 550 Ma in small sedimentary basins that have been filled with immature sediments. The precise time of orogenesis climax that followed basin closure, with mass transport
from SSW to NNE and accompanying metamorphism, is not yet constrained. Equivocal
geochronological information point to 650-520 Ma (zircon of the nepheline syenite, Rb-Sr and KAr
ages in minerals).
The metallogeny of selected gold deposits occurring in both the São Luís Craton and the
Gurupi Belt is addressed using varied information, such as geology, chlorite chemistry, fluid
inclusion geochemistry, and stable (O, H, C, S) and radiogenic (Pb) isotopes. Structural and
textural relationships, and Pb isotope data indicate a post metamorphic peak and late- to posttectonic
timing for the gold mineralization with respect to the Paleoproterozoic events (post 2080
Ma). At a regional scale, the deposits show a similar signature characterized by formation
temperatures between 280° and 380°C; pressures of 2-3 kbars; low-salinity (5 mass % NaCl
equiv), reduced and moderately dense aqueous-carbonic (CO2 <20 mol%, traces of CH4 and N2),
showing strong evidence for phase separation. Stable isotope studies suggest distinct sources for
fluids and solutes. The carbonate, graphite, and fluid inclusion carbon comes from two sources: a
depleted organic source, and an unknown source that may be magmatic, metamorphic or mantlederived
(or both). Sulfide sulfur derived directly from magmas or from the dissolution of
magmatic sulfides. Combined oxygen and hydrogen isotopes attest a metamorphic source for the
fluids. Therefore, dehydration and decarbonization reactions during the metamorphism of the
Paleoproterozoic metavolcano-sedimentary sequences appear to have produced the mineralizing
fluids. Gold was transported as a reduced sulfur complex, such as the Au(HS)2
- and precipitated
in response to the breakdown of this complex due to phase separation and fluid-rock interactions.
The geological and genetic constraints are consistent with the orogenic gold model, found in
metamorphic belts of all ages.
As a whole the results of this study have implications for the understanding of the
Paleoproterozoic and Neoproterozoic orogenies that built up the South American Platform and
for the assembly and break-up of the Atlantica, Rodinia, and West-Gondwana supercontinents.
The geological scenario outlined here for the Paleoproterozoic shows good correlations with
those found especially in the southeastern Guyana Shield and in the southern portion of the West-
African Craton. For the Neoproterozoic, the available information is still insufficient to draw
major correlations. / Chapitre 1 – Introduction et but du travail
À la frontière entre les états du Pará et Maranhão, au centre-nord du Brésil (région du
Gurupi), affleurent, au milieu de la couverture sédimentaire phanérozoïque, des roches
magmatiques, sédimentaires et métamorphiques Précambriennes, qui comprennent le Cráton São
Luís et la Ceinture Gurupi, lesquels contiennent plusieurs dépôts d’or (Fig. 1.1 et 1.2). Les
données géochronologiques Rb-Sr et K-Ar montrent des signatures paléoprotérozoïque et
néoprotérozoïque, respectivement, pour ces deux terrains. La région a été cartographiée à
l’échelle 1:250.000 et 1:500.000 et des problèmes qui persistent incluent : 1) la stratigraphie,
parce qu’aucune des unités ne possèdent des donnés géochronologiques sur zircon ; 2) l’évolution
géologique, surtout de la Ceinture Gurupi ; 3) la métallogénie aurifère n’est pas connue.
Promouvoir des avancées sur ces sujets est le but général de ce travail. Chapitre 2 – Méthodologie
Précédés par des travaux sur le terrain dans des aires clés et par la révision pétrographique
de plusieurs unités, les problèmes listés ci-dessus seront abordés de la façon suivante:
1) révision des propositions stratigraphiques préalables et discussion de leurs points faibles;
apport des donnés géochronologiques sur zircon (Pb-Pb par évaporation; U-Pb conventionnel et
LAM-ICP-MS) pour toutes les unités magmatiques et orthométamorphiques.
2) discussion des environnements tectoniques à partir de la révision du contenu lithologique des
unités stratigraphiques, des associations pétrographiques, de la réévaluation des données
géochimiques existantes et pour l’apport de donnés isotopiques Sm-Nd sur roches totales.
3) présentation des attributs géologiques de sept dépôts aurifères sélectionnés et discussion des
aspects génétiques à partir des études sur inclusions fluides, sur la chimie minérale (chlorite) et
sur les isotopes stables (O, H, C, S) et radiogéniques (Pb). Chapitre 3 – Géologie régionale
3.1) En premier lieu, la région du Gurupi est placée dans le contexte géotectonique de l’Amérique
du Sud et du nord-ouest de l’Afrique (Fig. 3.1 à 3.10). Une brève révision de chacune des grandes
unités géotectoniques a été faite, en incluant les principales subdivisions tectoniques, les
constitutions lithologiques et les données géochronologiques. Cette révision montre que les unités
géotectoniques sont constituées par des blocs archéens soudés par des ceintures mobiles
paléoprotérozoïques et / ou néoprotérozoïques. Plusieurs événements ont été décrits pour
l’Archéen, alors que pendent le Paléoproterozoïque deux grandes orogenèses sont connues :
2250-2150 Ma, caractérisée par l’intense adition de croûte continentale juvénile ; et 2100-2070
Ma, caractérisée par le remaniement de la croûte préexistante (archéenne et / ou
paléoprotérozoïque).
3.2) Description de la lithostratigraphie, des données géochronologiques préalables, des unités
géologiques, et modifications préliminaires de la lithostratigraphie (les donnés
géochronologiques, lorsqu elles sont disponibles, sont placés entre parenthèses). La carte e la
coupe géologique, les colonnes stratigraphiques, ainsi que des photos de roches et d affleurement
sont fournies (Fig. 3.11 à 3.25). Pour le Craton São Luís les unités suivantes sont décrites:
- Group Aurizona : ensemble métavolcano-sédimentaire métamorphisé dans faciès schistes verts
(localement amphibolite) ;
- Suite Intrusive Tromaí : composée de batholites de tonalites (±trondhjemite, granodiorite)
calco-alcalins, métalumineuses, de teneurs moyennes en K2O, et contenant des enclaves de
roches magmatiques (microtonalite) ;
- Granite Areal : granites calco-alcalins, peralumineux, à forte teneur en K2O, et contenant des
enclaves de roches métavolcano-sédimentaires ;
- Suite Intrusive Tracuateua : granites à muscovite, péralumineux (2090 Ma) ;
- Microtonalite Caxias (1985 Ma).
Pour la Ceinture Gurupi, les unités suivantes sont décrites:
- Complexe Itapeva : orthogneiss tonalitique de faciès amphibolite, et localement migmatisé ;
- Group Gurupi : ensemble métasédimentaire métamorphisé dans le faciès schistes verts ;
- Formation Chega Tudo : ensemble volcano-sédimentaire métamorphisé dans le faciès schistes
verts;
- Quartzite Marajupema : quartzite à muscovite, biotite et cordiérite, métamorphisé en faciès
amphibolite ;
- Granite Cantão ; monzogranite en contenant des enclaves de roches metasédimentaires (2150
Ma) ;
- Granitoïdes peralumineux (Japiim, Jonasa, Ourém) : granites à muscovite (2070-2085 Ma) ;
- Granite Maria Suprema : granite à muscovite syntectonique ;
- Néphéline Syénite Gneiss Boca Nova : intrusion déformée et localement migmatisée ;
- Granite Ney Peixoto : granite peralumineux (550 Ma)
Par ailleurs, trois bassins sédimentaires (pré-siluriens) reposent sur les roches du Craton São Luís
et de la Ceinture Gurupi (formations Viseu, Igarapé de Areia et Piriá). Ils sont composées de
sédiments continentaux immatures (arkoses, conglomérats, greywackes).
3.3) Les modèles géotectoniques préalables (Fig. 3.26 à 3.28) sont basés plutôt sur des
informations structurales et géochronologiques Rb-Sr et K-Ar. Deux hypothèses sont confrontées
pour la ceinture Gurupi ; elles font état d’une évolution soit monocyclique, soit polycyclique. La
corrélation avec le Craton d Ouest de l’Afrique est presque consensuelle, le Craton São Luís
constituant une partie de ce craton, alors que la Ceinture Gurupi est tenue comme la continuation
des ceintures panafricaines (Fig. 3.29). Chapitre 4 – Géochronologie et isotopes du Néodyme
Les données isotopiques obtenues sur zircon et titanite sont présentés, tableaux 4.1 à 4.10
et figures 4.1 à 4.13. Les résultats isotopiques de Nd et les âges modèles (TDM) sont fournis par le
tableau 4.11et visualisés avec les figures 4.14 et 4.15. Le chapitre est accompagné par des
discussions sur les méthodologies analytiques et sur l interprétation des données aquises. Les
résultats suivants ont été obtenus:
- Group Aurizona : roche métapyroclastique, 2241 ± 2 Ma, interprétée comme l âge minimal
pour le volcanisme. Les données en Nd ne permettent pas de conclure de façon définitive, avec
un âge modèle de 2,42 Ma et εNd(t) de +0,8, mais elles indiquent une origine plutôt juvénile.
- Suite Intrusive Tromaí : huit échantillons datés (méthode Pb-Pb par évaporation sur zircon) ont
produit un intervalle d âges étroit, entre 2147 et 2168 Ma, alors qu un échantillon de titanite a
produit un age U-Pb presque concordant de 2168 ± 1 Ma. Cette période représente la principale
époque d activité d un magmatisme calco-alcalin d arc insulaire, lequel et lié à la subduction de
la croûte océanique. Cela est corroboré par les données isotopiques en Nd (âges modèles 2,22-
2,26 Ga; εNd(t) +2 / +3), qui attestent le caractère juvénile de ce magmatisme.
- Granite Areal : deux échantillons montrent des ages de 2152 ± et 2149 ± 4 Ma (méthode Pb-Pb
par évaporation sur zircon); avec un âge modèle 2,23-2,26 Ga et εNd(t) +2. Ce granite est
interprété comme l’hybride de magmatisme calco-alcalin et du remaniement concomitant de l arc
insulaire.
- Complexe Itapeva: l’analyse U-Pb sur zircon a produit un âge concordant de 2167 ± 3 Ma et
montre un héritage à 2194 ± 18 Ma. Les âges modèles de 2,22-2,31 Ma et le paramètre εNd(t)
indiquent une origine plutôt juvénile pour le protolith du gneiss. Dans le même gneiss et dans les
mobilisats granitiques, les données Pb-Pb par évaporation sur zircon montrent une possible perte
de Pb vers 2100 Ma.
- Métatonalite Igarapé Grande : petit pluton préalablement considéré une partie du Complexe
Itapeva, a fourni des zircons archéens à 2594 ± 3 Ma (méthode Pb-Pb par évaporation sur
zircon) ; il est, donc, démembré de ce complexe.
- Formation Chega Tudo: deux échantillons de roches métavolcaniques montrent des âges de
2148 ± Ma et 2160 ± 3 Ma (méthode Pb-Pb par évaporation sur zircon), qui sont similaires aux
âges de la Suite Tromaí. Les données en Nd sont également similaires à ceux de la Suite Tromaí.
Dans un troisième échantillon, un zircon zircon dénonce un héritage à 2197 ± 4 Ma.
- Granite Maria Suprema : deux échantillons de granite à muscovite montrent des âges de 2100 ±
12 Ma (U-Pb, intersection supérieur) et 2080 ± 3 Ma (méthode Pb-Pb par évaporation sur zircon).
L’âge modèle de 2,30 Ga et le paramètre εNd(t) de +0,7 indiquent remaniement de sources
crustales légèrement plus anciennes.
- Formation Vila Cristal : des zircons détritiques d un schiste ont fourni des âges individuels
(méthode Pb-Pb par évaporation sur zircon) de 2164 Ma, 2635 Ma et entre 2000-2084 Ma,.
- Quartzite Marajupema : des zircons détritiques d un quartzite alumineux ont fourni trois
intervalles d âges individuels (méthode Pb-Pb par évaporation sur zircon) de 2140-2159 Ma,
1690-1830 Ma, 1100-1245 Ma.
- Néphéline Syénite Gneiss Boca Nova : un échantillon montre des zircons très complexes.
Pourtant, un âge concordant (méthode U-Pb, par ablation laser) a été déterminé à 732 ± 7 Ma.
L âge du métamorphisme qui a affecté cette syénite a été inférée à 650-580 Ma, mais elle
présente aussi des héritages paléoprotérozoïques et archéennes. Les nouvelles données en Nd et
informations géochimiques pré-existantes) suggèrent des sources juvéniles contaminées par des
sources continentales. Chapitre 5 – Discussions générales, lithostratigraphie et environnements tectoniques
Un nouveau schéma lithostratigraphique est proposé pour la région du Gurupi (figure 5-
1); il s’appuie sur la carte géologique (figure 5.2). L ensemble des donnés géologiques incluant
les types et les assemblages pétrographiques, les rapports aux contacts, les caractéristiques
métamorphiques, structurales, géochronologiques, géochimiques (quand elles existantes Fig.
5.3 à 5.7) et isotopiques sont utilisés pour l interprétation tectonique de chaque unité. En
conséquence de quoi les roches du Craton São Luís ont été interprétées comme étant formées
dans un environnement océanique, lié à la subduction et à la formation d arcs insulaires calcoalcalins
vers 2170-2150 Ma. La Ceinture Gurupi est quant à elle composée par des granitoïdes
peralumineux de 2100-2080 Ma, originaires de la fusion de la croûte continentale, qui se sont mis
en place au sein d ensembles sédimentaires et volcanosédimentaires de ~2160 Ma. D autres
unités, comme la syénite néphélinique et le granitoïde Ney Peixoto, ainsi que les formations
sédimentaires Vila Cristal et Marajupema, sont liés à une évolution postérieure qui a eu lieu au
Néoprotérozoïque. Chapitre 6 – Évolution géologique
Envisagée dans le cadre de la tectonique de plaques, l évolution géologique de la région
du Gurupi est proposé en prenant en compte les données disponible dans la littérature et celles
qui proviennent de cette étude. À environ 2240-2260 Ma un bassin océanique est ouvert à la suite
de la dislocation des continents archéennes (Liberia en Afrique, Craton Amazonien, au Brésil).
Les premiers arcs insulaires sont formés à cette époque ; ils sont représentés par les roches
metavolcano-sédimentaires du Group Aurizona. Entre 2170-2150 Ma a eu lieu la principale phase
d accrétion de la croûte de la région ; elle se manifeste par la mise en place des batholites calcoalcalins
juvéniles de la Suite Tromaí. De façon concomitante les arcs insulaires sont remaniés, ce
qui conduit à la formation et mise en place des granitoïdes de type Areal. Cet ensemble est ajouté
à la bordure continentale archéenne au sud, dans un épisode interprété comme collision de faible
ampleur, sans épaississement crustal expressif, mais suffisant cependant pour permettre la fusion
de la croûte, la migmatisation locale et la génération des granitoïdes à muscovite vers 2100-2080.
Cet épisode orogénique est bien connu au Brésil (cycle Transamazonien) et au nord-ouest de
l’Afrique (cycle Éburnéen). Comme le suggère l’intrusion de la syénite néphélinique Boca Nova,
qui caractérise la formation d un rift continental, ce bloc continental paléoprotérozoïque est
rompu vers 730-740 Ma. Le rift a ensuite probablement évolué en bassin océanique, de
dimensions non connues, lequel a été fermé vers 650-550 Ma, comme le suggère l’anatexie
crustal qui a produit le granite Ney Peixoto, ainsi que quelques données Rb-Sr e K-Ar sur
minéraux. Cet événement orogénique est, lui aussi, connu au Brésil et en Afrique, sous les noms
respectifs de cycles Brasiliano et Panafricain. Chapitre 7 – Géologie des dépôts aurifères
Une description de sept dépôts aurifères est présenté. Elle est basée sur des données
obtenues en surface et en carottes de sondage. Les dépôts montrent un remarquable contrôle
structural (Fig. 7.1 et 7.2) et sont caractérisés par des corps de minerai qui se distribuent
parallèlement à la structure des roches encaissantes. Esquisses géologiques et images
microscopiques de l altération hydrothermale sont montrées, figures 7.3 à 7.18.
Veines de quartz et disséminations en zones de décrochement sont les styles prédominants
de la minéralisation. L altération hydrothermale est peu variable entre les différents dépôts.
Quartz, sericite, chlorite, carbonate et pyrite sont les phases prédominantes. Les rapports
structuraux et les textures indiquent que l altération coupe la foliation métamorphique des roches
encaissantes, ce qui est un important marqueur chronologique.
Chapitre 8 – Aspects de la métallogenèse de l’or
Des études de géochimique minérale (chlorite), des inclusions fluides et le dosage des
isotopes stables sur les minéraux ont été faites. Elles visent à établir les conditions de température
et de pression de déposition de l or, la composition des fluides et les sources des composantes des
fluides et des solutés. Les résultats fournis sous forme de plusieurs tableaux sont synthétisés par
les figures 8.1 a 8.16. Malgré quelques différences entre les dépôts aurifères individuels,
l ensemble des résultats montrent qu ils se sont formés dans un intervalle de température
relativement étroit, entre 280°C et 380°C, sous des conditions de pression fluctuantes (2 ± 1
kbars) et dans des conditions réductrices de la fugacité d oxygène. Les inclusions fluides
montrent une signature régionale, c est à dire qu il s agit de solutions aqueuses carboniques (CO2
~20 mol%, traces de CH4 et N2) de basse salinité (5 % poids NaCl équivalente), produites par
séparation de phases (immiscibilité). Les études d isotopes stables montrent que le carbone
présente dans les minéraux carbonatés et dans les inclusions fluides provient d une source
organique subordonnée et d une autre source indéfinie, qui peut être magmatique,
métamorphique, crustal ou mantellique. Les isotopes de soufre dénoncent des sources
magmatiques directes ou indirectes (dissolution des sulfures magmatiques). La combinaison des
résultats isotopiques de l oxygène et de l hydrogène atteste l origine métamorphique des fluides.
On interprète la minéralisation comme produite aux stages finaux de l’orogenèse
Paléoprotérozoïque, comme suggéré par l étude des isotopes de Pb sur les minéraux de soufre,
après les conditions maximales de métamorphisme et de déformation, en profitant des fluides
produits par le métamorphisme des séquences volcanosédimentaires. L or a été transporté par un
complexe comme Au(HS)2.
- et a précipité après la déstabilisation de ce complexe en raison de
séparation de phase et réaction des fluides avec les roches encaissantes.
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Evolução temporal do depósito de óxido de ferro-cobre-ouro de Salobo, Província Carajás / Temporal evolution of the giant Salobo IOCG deposit, Carajas ProvinceMelo, Gustavo Henrique Coelho de, 1989- 25 August 2018 (has links)
Orientadores: Lena Virgínia Soares Monteiro, Roberto Perez Xavier / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências / Made available in DSpace on 2018-08-25T01:47:31Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2014 / Resumo: O depósito Salobo, de classe mundial, representa o maior e mais importante depósito de óxido de ferro-cobre-ouro (IOCG) da Província Carajás. O depósito é hospedado por rochas gnáissicas fortemente modificadas por processos de alteração hidrotermal espacialmente relacionados à Zona de Cisalhamento Cinzento. Idades U-Pb SHRIMP IIe em zircão obtidas nos gnaisses pemitem correlacioná-los aos granitoides sin-tectônicos da Suíte Igarapé Gelado (2.763 ± 4,4 Ma; MSWD = 1,7). Adicionalmente, idades U-Pb SHRIMP IIe em zircão de 2.950 ± 25 Ma (MSWD = 5,9) e 2.857 ± 6,7 Ma (MSWD = 0,001) foram atribuídas à cristalização dos protólitos e metamorfismo, respectivamente, de gnaisses do Complexo Xingu, que ocorrem como lascas tectonicamente imbricadas aos granitoides sin-tectônicos no depósito Salobo. Intensa alteração hidrotermal sobre as rochas gnáissicas hospeiras formou rochas ricas em hastingsita-actinolita, grunerita-almadina-biotita-(turmalina) e magnetita com bornita e calcocita disseminadas.O sistema hidrotermal evoluiu de alteração sódica-cálcica (hastingsita-actinolita) inicial seguido por estágio de enriquecimento em ferro (grunerita-almandina-faialita) e formação de turmalina. Alteração potássica com biotita subsequente foi acompanhada pela formação de magnetita, cogenética à precipitação do minério. O minério é constituído principalmente por bornita, calcocita, magnetita e quantidades menores de calcopirita, e ouro, além de exibir significativos conteúdos de Co, Ni, As, Ag, Mo e ETR. Alteração hidrotermal pós-mineralização (alteração potássica com feldspato potássico, alteração propilítica, e formação de hematita) também foi reconhecida espacialmente associada à colocação do granito Old Salobo (U-Pb SHRIMP IIe em zircão; 2.547 ± 5,3 Ma; MSWD = 0,92), sobrepondo-se à alteração hidrotermal e mineralização relacionada ao sistema IOCG. Adicionalmente, os dados geocronológicos e a sequência de alteração hidrotermal parecem evidenciar que a mineralização é mais antiga que a colocação do granito Old Salobo e não possui relação genética com o mesmo. O depósito Salobo, entretanto, foi submetido a uma complexa evolução com possível mineralização IOCG em ca. 2,7 Ga e remobilização do minério em ca. 2,57 Ga e durante o Paleoproterozoico / Abstract: The giant Salobo deposit represents the largest iron oxide-copper-gold deposit (IOCG) in the Carajás Province. The deposit is hosted by gneisses of the Igarapé Gelado suite (2,763 ± 4.4 Ma; MSWD = 1,7) and of the Xingu Complex. The latter has SHRIMP IIe U-Pb zircon ages of 2,950 ± 25 Ma (MSWD = 5,9) and 2,857 ± 6.7 Ma (MSWD = 0,001), attributed to igneous crystallization and metamorphism. Gneissic rocks underwent strong hydrothermal alteration within the Cinzento Shear Zone, resulting in hastingsite-actinolite-, grunerite-almadine-biotite-(tourmaline)- and magnetite-rich rocks with disseminated bornite and chalcocite. The hydrothermal system evolved from early sodic-calcic (hastingsite-actinolite) alteration followed by a stage of iron-enrichment (grunerite-almandine-fayalite) and tourmaline formation. Subsequent potassic alteration I with biotite was superposed by magnetite formation, coeval with ore precipitation. Ore minerals include mainly bornite, chalcocite, magnetite and minor chalcopyrite and gold, with significant enrichment in Co, Ni, As, Ag, Mo, and REE. Post-ore alteration (potassic alteration II with K feldspar, propylitic alteration, and hematite formation) was spatially related with the emplacement of the Old Salobo Granite at 2,547 ± 5.3 Ma (MSWD = 0.92), and overprints the IOCG hydrothermal alteration and mineralization. Moreover, the geochronological data and the sequence of hydrothermal alteration may evidence the mineralization is older than the emplacement of the Old Salobo Granite and has no genetic relationship with its emplacement. The Salobo deposit, however, may have undergone a complex evolution with possible IOCG mineralization at ca. 2.7 Ga and ore remobilization at ca. 2.57 Ga and during Paleoproterozoic, similarly to the IOCG deposits in the Southern Copper Belt / Mestrado / Geologia e Recursos Naturais / Mestre em Geociências
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Caracterização geológica e metalogenética do depósito X1 : Província Aurífera de Alta Floresta, região de Matupá (MT) / Geological and metallogenic characterization of deposit X1 : alta floresta gold province, region Matupá (MT)Rodrigues, Rosana Mara, 1983- 04 March 2012 (has links)
Orientadores: Roberto Perez Xavier, Rúbia Ribeiro Viana / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências / Made available in DSpace on 2018-08-20T22:16:36Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2012 / Resumo: Depósitos auríferos na Província Aurífera de Alta Floresta (PAAF), localizada no centro-sul do Craton Amazônico, extremo norte do Estado de Mato Grosso, geralmente hospedam-se em suítes graníticas geradas em ambiente de arcos magmáticos que se desenvolveram e se agregaram progressivamente no decorrer do Paleoproterozóico (1,98 Ga - 1,87 Ga). A mineralização aurífera nesses depósitos está comumente associada a sulfetos (dominantemente pirita) que ocorrem tanto disseminados quanto em veios de quartzo. Em especial na sua porção leste, essa província contém mais de uma centena de depósitos e ocorrências auríferas que se concentram ao longo de um cinturão de direção NW-SE, denominado informalmente de Peru-Trairão, na região correspondente aos municípios de Nova Santa Helena, Peixoto de Azevedo, Matupá, Guarantã do Norte e Novo Mundo (MT). Neste contexto, o depósito X1 (alvo deste trabalho) representa um dos principais exemplos neste setor da PAAF de mineralização aurífera sulfetada e disseminada em rochas graníticas. Descrições de testemunhos de sondagem e estudos petrográficos no depósito X1 revelaram que o minério está hospedado em dois litotipos: (i) granodiorito fino a grosso e (ii) quartzo-feldspato pórfiro (QFP). Dados litogeoquímicos mostram que o granodiorito do depósito X1 representa um magmatismo cálcio-alcalino, de médio K, peraluminoso, magnesiano, moderado a fortemente oxidado e evoluído (granito tipo I). Entretanto, estudos geoquímicos no QFP não foram realizados em virtude da escassez de amostras sem ou com pouca alteração hidrotermal. Ambos litotipos mostram-se afetados por ampla alteração potássica com feldspato potássico que comumente baliza as zonas mineralizadas do depósito e alteração com muscovita + quartzo + sulfetos. De forma bastante restrita, ainda ocorrem alteração propilítica distal à mineralização, além de cloritização e carbonatação. Nesse cenário, as zonas mineralizadas encontram-se espacial e geneticamente relacionadas à intensa alteração com muscovita + quartzo que oblitera as zonas de alteração potássica. O minério é caracterizado por concentrações significativas de pirita disseminada, frequentemente acompanhada por calcopirita, rutilo e hematita, e mostra teores de ouro entre 0,5 e 10 ppm. De modo mais restrito, essa mesma associação paragenética também é encontrada em veios de quartzo sulfetados, porém com menores teores de ouro (~0,2 ppm). O ouro, frequentemente associado a minerais de Bi, Te e Ag, como tsumoita e hessita, além de galena, monazita, esfalerita e apatita, possui concentrações de Ag que variam de 20% a 30% e ocorre como inclusões de 20?m na pirita. Adicionalmente, as zonas mineralizadas do depósito X1 exibem assinatura geoquímica representada por Au + Ag + Bi ± Cu. Estudos de inclusões fluidas em amostras de veios de quartzo ± pirita ± calcopirita ± muscovita provenientes da zona mineralizada do depósito X1 revelam a existência de dois tipos de fluidos. O tipo I é representado por inclusões aquo-carbônicas trifásicas à temperatura ambiente. Essas inclusões mostram baixa salinidade (6 a 9% eq. NaCl) e temperaturas de homogeneização total entre 251,6 e 297,4ºC. Esses fluidos exibem variação no grau de preenchimento (40% - 95%) indicando aprisionamento heterogêneo, possivelmente por meio de imiscibilidade. O tipo II é representado por inclusões fluidas aquosas bifásicas à temperatura ambiente. São geralmente pobres em CO2, de salinidade baixa a elevada (0 a 25% eq. NaCl) e mostram temperaturas de homogeneização total entre 68,4ºC e 126,5. A forte relação da alteração hidrotermal e mineralização aurífera associada com dois pulsos magmáticos (granodiorito e QFP) sugerem que o depósito X1 tenha se originado a partir de um sistema magmático-hidrotermal. A presença de estruturas (e.g. lineamentos NW e NE observados na área do depósito X1) podem ter promovido ou auxiliado uma maior circulação de fluidos provenientes da cristalização magmática e/ou permitido o acesso de fluidos externos (e.g. meteóricos?). A mineralização aurífera pode estar relacionada tanto à imiscibilidade de fluidos como à interação de fluidos magmáticos quentes, aquo-carbônicos, provenientes da cristalização do sistema magmático local, com fluidos externos, mais frios e oxidantes. Esse mecanismo teria causado o resfriamento do sistema, intensificação da zona de muscovita e quartzo através da substituição progressiva do feldspato potássico e aumento da ¿O2 (hematita estável) causando a precipitação do ouro. Neste contexto, a íntima associação espacial com plútons graníticos oxidados, do tipo I, alojados em ambiente de arcos vulcânicos, os tipos e padrões da alteração hidrotermal assim como a associação paragenética do minério, sugerem que o depósito X1 possa estar geneticamente relacionado a sistemas magmáticos-hidrotermais similares aos sistemas do tipo ouro pórfiro, ricos em ouro, porém, pobres em cobre, similar aos depósitos de Maricunga (Chile) e La Colosa (Colômbia). O depósito X1 também poderia ser enquadrado no modelo IRGS (intrusion-related gold systems), pela forte associação do Au com minerais de Bi e Te, contudo, a natureza oxidada das hospedeiras graníticas e dos fluidos mineralizantes, presença de hematita no minério, assim como o extenso e zonado padrão da alteração hidrotermal, não se mostram coerentes com essa classe de depósitos auríferos / Abstract: The Alta Floresta Gold Province (PAAF) is located in the southern sector of the Amazon Craton, northern sector of Mato Grosso state, and contains a series of gold deposits hosted by granitic suites generated in continental arc settings during the Paleoproterozoic (1.98 Ga - 1.87 Ga). Gold mineralization in these deposits is commonly associated with sulfides (dominantly pyrite) that occur disseminated in the host rocks, as well in quartz veins. Particularly in the eastern portion of this province, in the Nova Santa Helena, Peixoto de Azevedo, Matupá, Guarantã do Norte and Novo Mundo (MT) region, the great majority of these gold occurrences and deposits concentrate along a NW-SE-striking belt informally named Peru-Trairão. In this context, the X1 deposit (case study of this work) represents a prime example in this sector of the PAAF of disseminated gold - sulfide mineralization in granitic rocks. Descriptions of drill core samples and petrographic investigations reveal that the gold mineralization at the X1 deposit is hosted by two granitic rock types: (i) fine to coarse-grained granodiorite and (ii) quartz-feldspar porphyry (QFP). Lithogeochemical data show that the granodiorite represents a calc-alkaline, medium K, peraluminous, magnesium, moderate to strongly oxidized and I-type magmatism. No geochemical data could be obtained for the QFP due to the lack of samples without or with little hydrothermal alteration. Both rocks have been affected by pervasive potassic alteration with K-feldspar, which usually envelope the main orebodies and by muscovite + quartz + sulfide alteration. Propylitic alteration, generally distal to the mineralized zones, chloritization and carbonation, are very restricted alteration types. In this scenario, the mineralized zones are spatially and genetically related to intense muscovite + quartz alteration that overprints the potassic alteration. The mineralization is marked by significant concentrations of disseminated pyrite, often accompanied by chalcopyrite, rutile and hematite, with gold grades ranging from 0.5 to 10 ppm. More subordinately, the same paragenetic association is also found in quartz veins, but with lower gold grades (~ 0.2 ppm). Gold is frequently found as inclusions of up to 20 ?m in pyrite, often in association with Bi, Te and Ag-bearing minerals, such as tsumoite (Bi = 60% + Te = 40%), Bi + Mo, hessita (Ag = 63% + Te = 37%), as well as galena, monazite, sphalerite and apatite. Gold also contains Ag concentrations in the 20% - 30% range. As a consequence, the X1 deposit exhibits a geochemical signature represented by Au + Ag + Bi ± Pb ± Cu. Fluid inclusion studies in quartz ± pyrite ± chalcopyrite ± muscovite veins from the mineralized zones reveal the existence of two types of fluids. The type I is represented by three-phase inclusions with aqueous-carbonic fluids of low salinity (6-9% eq. NaCl) and total homogenization varying from 251,6 to 297.4ºC. These aqueous-carbonic fluids exhibit variation in the degree of fill (40% - 95%) which indicates heterogeneous entrapment, possibly by means of immiscibility. The type II is represented by two-phase CO2-poor aqueous fluids of low to high salinity (0-25% eq. NaCl) and total homogenization between 68.4 ° C to 126.5. The strong spatial relationship between the hydrothermal alteration types and the gold mineralization with two magmatic pulses (granodiorite and QFP) suggest that the deposit X1 may have developed from a magmatic-hydrothermal system. The presence of structures, such as the NW and NE lineaments observed in the X1 deposit area may have promoted a higher flow rate of magmatic fluids and/or allowed access of external fluids (e.g. meteoric?). The gold mineralization may be related both to fluid immiscibility and the interaction of magmatic fluids with colder and oxidizing fluids. This mechanism likely caused the development of the muscovite - quartz zone with the progressive cooling of the system, as well as increase in ¿O2 (hematite stable) which may have caused the gold precipitation. Collectively, the close spatial relationship with relatively oxidized (magnetite-bearing) I-type granitic plutons emplaced in a volcanic arc setting, the types and distribution of the hydrothermal alteration and the ore mineral association, suggest that the X1 deposit may be genetically linked to magmatic-hydrothermal systems similar to gold-only, Cu-poor porphyry systems, as those from the Maricunga belt (Chile) and La Colosa (Colombia). Despite containing some features also encountered in intrusion-related gold deposit class, such as the correlation of Au with Bi and Te, the oxidized nature of the granitic host rocks and the conspicuous occurrence of hematite in the gold ore, seem not to be consistent with this gold mineral system / Mestrado / Metalogenese / Mestre em Geociências
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Depósitos auríferos associados ao magmatismo granítico do setor leste da Província de Alta Floresta (MT), Craton Amazônico = tipologia das mineralizações, modelos genéticos e implicações prospectivas / Granitoid-related gold deposits in the Alta Floresta Gold Province (MT), Amazon Craton : ore-forming processes, genetic models and implications to explorationAssis, Rafael Rodrigues de, 1985- 18 August 2018 (has links)
Orientadores: Roberto Perez Xavier, Antônio João Paes de Barros / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências / Made available in DSpace on 2018-08-18T19:24:22Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2011 / Resumo: A Província Aurífera de Alta Floresta, porção centro-sul do Craton Amazônico, localiza-se entre os limites das províncias geocronológicas Ventuari - Tapajós (1,95-1,8 Ga) e Rio Negro - Juruena (1,8-1,55 Ga). Corresponde a uma unidade tectônica essencialmente composta por sequências plutono-vulcânicas geradas em ambiente de arcos magmáticos que se desenvolveram e se agregaram progressivamente no Paleoproterozóico. No segmento leste da província, na região que compreende os municípios de Nova Santa Helena - Peixoto de Azevedo - Guarantã do Norte - Novo Mundo (MT), rochas plutônicas e vulcânicas são as hospedeiras de mais de uma centena de depósitos auríferos que ocorrem concentrados ao longo do Cinturão Peru-Trairão, de direção NW-SW. Inseridos neste contexto, estão os depósitos Pé Quente e Francisco, alvos de estudo deste trabalho. O Depósito Pé Quente hospeda-se na suíte homônima, que compreende quartzo monzodiorito-monzodiorito a leucomonzonito, isotrópicos, inequigranulares a equigranulares. Apatita, rutilo e zircão correspondem às fases acessórias comuns na suíte. Nos arredores do depósito são individualizadas uma série de manifestações plutônicas mais tardias, não cogenéticas a Suíte Pé Quente, de composição eminentemente granítica e com biotita, hornblenda, titanita, apatita e magnetita como fases acessórias. Diques de vulcânicas são comuns na região e truncam todas as suítes supracitadas. A Suíte Pé Quente exibe afinidade geoquímica com as séries cálcio-alcalinas de médio K, metaa peraluminosas e magnesianas, semelhante aos granitos orogênicos do tipo I, enquanto que as demais suítes são cálcio-alcalinas de médio a alto K, metaluminosas e magnesianas, mas ligeiramente ferrosas. No geral, as observações petrográficas e geoquímicas indicam que essas suítes plutônicas correspondem a granitos do tipo I que teriam se originado em ambiente de arcos vulcânicos evoluindo para arcabouço pós-colisional. A Suíte Pé Quente foi submetida a expressivos estágios de alteração hidrotermal, a destacar: (i) forte alteração sódica com albita; (ii) alteração potássica com ortoclásio + microclínio; (iii) alteração sericítica; (iv) carbonatação; (v) alteração pervasiva a venular com muscovita grossa fibro-radial; (vi) silicificação com brechas e veios com textura do tipo pente subordinadas; (vii) alteração sódica fissural com quartzo + albita e; (viii) alteração propilítica mais tardia e regional. O minério no Deposto Pé Quente é representado pela paragênese pirita + barita ± hematita ± calcopirita ± galena, associada tanto à alteração sódica pervasiva mais precoce quanto à fissural (quartzo + albita). O ouro é mais frequente na alteração pervasiva, na qual ocorre incluso na pirita e exibe concentrações em Ag que variam de 14,2 a 46,3%. Estudos preliminares de inclusões fluidas na zona de minério disseminado indicam fluidos eminentemente aquo-carbônicos em coexistência com fluidos aquosos bifásicos. Os principais atributos geológicos do Depósito Pé Quente correspondem: (i) íntima associação com rochas originadas em arcabouço de arcos vulcânicos (granitos tipo I); (ii) alteração hidrotermal extensa e zonada, com oscilações nas aNa+, aK+, aH+ and aCa2+; (iii) minério que representa fluidos de natureza oxidada. Neste sentido, o Depósito Pé Quente reflete um sistema com múltiplos pulsos de fluidos hidrotermais possivelmente relacionados a estágios de desgaseificação da câmara magmática em um contínuo gradativo de rebaixamento da temperatura. A precipitação do minério aurífero teria ocorrido mediante imiscibilidade de fluidos em um sistema magmático-hidrotermal a elevadas temperaturas e ¿O2, típicos das raízes de sistemas auríferos do tipo pórfiro. O contexto geológico do Depósito do Francisco, no entanto, é distinto daquele observado no Depósito Pé Quente. A região de União do Norte, onde se localiza o Depósito do Francisco, é constituída por uma Unidade Vulcanoclástica epiclástica que aloja uma série de intrusões graníticas paleoproterozóicas. Essa unidade vulcanoclástica é composta por arenito arcoseano, arenito arcoseano lítico, grauvaca-feldspática e lentes de conglomerado polimítico matriz suportada, todos vulcanoclásticos. Esses sedimentos teriam sido provenientes da dissecação de antigos edifícios vulcânicos de composição intermediária e depositados em uma bacia de retroarco, próxima à área fonte. As suítes intrusivas são temporalmente representadas por plútons de (i) granodiorito com tonalito e quartzo monzodiorito subordinados; (ii) sieno-monzogranito e; (iii) pelo Pórfiro União do Norte, uma manifestação sub-vulcânica que consiste de álcali-feldspato granito porfirítico a monzogranito porfirítico. As duas primeiras suítes são cogenéticas e correlacionáveis à Suíte Intrusiva Matupá (1.872 ±12Ma), enquanto que o granito sub-vulcânico estaria relacionado as manifestações graníticas pós-colisionais do tipo A da Suíte Intrusiva Teles Pires (1.782 ±17 Ma a 1.757 ±16 Ma). Truncando todas essas unidades ocorrem diques de vulcânicas de composição traquibasáltica a dacítica. A litogeoquímica do Pórfiro União do Norte indica magmatismo eminentemente alcalino de alto potássico, ferroso e meta- a peraluminoso, enquanto que os diques de vulcânicas e as demais suítes plutônicas exibem afinididades geoquímicas com as séries cálcio-alcalinas de alto K, metaluminosas, magnesianas a ligeiramente ferrosas. Evidências de campo em conjunto com os dados litogeoquímicos ainda apontam para uma evolução do magmatismo com geração de rochas mais primitivas em ambiente de arcos vulcânicos (granodiorito; Suíte Intrusiva Matupá) até o alojamento de corpos altamente evoluídos (Pórfiro União do Norte; Suíte Intrusiva Teles Pires) em contexto pós-colisional. Todas essas unidades são ainda recobertas pelos sedimentos arenáceos da Formação Dardanelos, com idade máxima de deposição entre 1.987 ±4 Ma a 1.377 ±13 Ma. Na região de União do Norte desponta o Depósito do Francisco, o primeiro depósito epitermal polimetálico de intermediária sulfetação da Província Aurífera de Alta Floresta, e ao qual o ouro está associado a elevadas concentrações de metais de base (Zn+Pb±Cu). As zonas mineralizadas são representadas pela associação pirita + esfalerita + galena + hematita ± calcopirita ± magnetita ± digenita. O minério ocorre hospedado na Unidade Vulcanoclástica em veios com intensa silicificação e extenso halo de alteração sericítica. As alterações potássica, argílica e propilítica são as mais distais ao minério, sendo que as duas primeiras ocorrem intimamente associadas ao Pórfiro União do Norte. Estudos premilimares de inclusões fluidas realizados nas zonas mineralizadas indicam regime de fluidos eminentemente aquosos, com inclusões aquosas primárias que exibem heterogeneidade no grau de preenchimento pela fase de vapor (10-70%). Os principais atributos geológicos do depósito do Francisco podem ser considerados: (i) alteração hidrotermal e minério íntimamente associados a um granito sub-vulcânico (Pórfiro União do Norte) que teria se saturado em uma fase aquosa residual decorrente de sua cristalização; (ii) alunita, embora em pequenas concentrações, associadas a ocorrênicas de silica cap; (iii) minério hospedado em rochas sedimentares epiclásticas; (iv) zonas mineralizadas que frequentemente exibem texturas indicativas da percolação de fluidos em nível crustal raso; (v) minério aurífero associado tanto a elevadas concentrações de metais de base quanto de prata; (vi) paragênese do minério dominada por fases ricas em sulfetos, o que indica oscilações no estado de sulfetação do enxofre. Todas essas características são similares àquelas encontradas em depósitos epitermais polimetálicos de intermediária sulfetação. Devido à presença constante de texturas que tipificam a percolação de fluidos em nível crustal raso nas regiões internas, proximais e de contato do Pórfiro União do Norte, além da existência de apófises sub-vulcânicas intensamente sericitizadas e/ou silicificadas, é proposto que esta suíte tenha correspondido ao evento termal causativo da mineralização aurífera associada a metais de base do Depósito do Francisco. Desta forma, sugere-se que a Suíte Intrusiva Teles Pires, até o momento conhecida por ser estéril a ouro, possa ter potencial, mesmo que restrito às suas ocorrências sub-vulcânicas, para hospedar mineralizações auríferas com metais de base associados. Em adicional, o contexto pós-colisional em que o depósito se formou teria promovido a sua preservação quanto aos agentes erosivos, metamórficos e de deformação que posteriormente poderiam ter afetado e destruído o depósito. Neste contexto, a deposição do ouro no Depósito do Francisco ocorreu mediante aumento das condições de ¿O2 do fluido (precipitação de hematita) decorrente da entrada de fluidos externos e oxidantes (meteóricos), potencializada por eventos de fraturamento hidráulico quando o granito sub-vulcânico se saturou em uma fase fluida residual (expansão adiabática seguida de ebulição). As elevadas concentrações de metais de base aliadas ao processo de ebulição ainda sugerem que variações na temperatura e pH foram importantes na precipitação do minério. Neste cenário, as suítes plutônicas individualizadas neste trabalho começaram a ser geradas em um momento anterior ao magmatismo da Suíte Intrusiva Matupá (1.872 ±12Ma), com a colocação da Suíte Pé Quente. Com a continuidade do envento magmático, suítes graníticas mais evoluídas foram sendo geradas, até o alojamento da Suíte Intrusiva Teles Pires (~ 1.757 Ma), que representa a colocação de intrusões mais tardias (Pórfiro União do Norte), em plataforma continental pós-colisional (granito tipo A). A depender do modelo geotectônico adotado, o conjunto dessas suítes, portanto, teria sido criado durante a instalação dos arcos magmáticos Cuiú-Cuiú (2,1-1,9 Ga) e Juruena (1,8-1,75 Ga), ou então, no decorrer do Arco Magmático Ventuari-Tapajós (1,95 e 1,8 Ga). As informações aqui reunidas indicam que os depósitos estudados podem ser enquadrados em distintos sistemas mineralizados no modelo geral dos depósitos do tipo ouro pórfiro - epitermal, no qual a colocação de intrusões paleoproterozóicas teria correspondido às fontes geradoras de calor, fluidos e metais necessários para a instalação de um sistema magmático-hidrotermal. O Depósito Pé Quente corresponderia a um sistema de maior profundidade e temperatura, no qual a forte alteração sódica com albita, com fluidos oxidados eminentemente aquosos e aquo-carbônicos representariam as zonas mais profundas de depósitos auríferos do tipo pórfiro. Em contraste, o Depósito do Francisco seria correlato às mineralizações de níveis crustais mais raros, com grande aporte de fluidos meteóricos, e relativamente distais de intrusivas félsicas. Deste modo, as mineralizações auríferas com metais de base associados seriam equivalentes aos depósitos epitermais polimetálicos de intermediária sulfetação. / Abstract: The Alta Floresta Gold Province, eastern portion of the Amazon Craton, extends between the Ventuari - Tapajós (1.95 to 1.8 Ga) and Rio Negro - Juruena (1.8 to 1.55 Ga) geochronological provinces. This provinces represents a tectonic unit composed primarily of plutono-volcanic sequences generated in continental arc settings during the Paleoproterozoic. At the easternmost segment of the province, in region that comprises the districts of Nova Santa Helena - Peixoto de Azevedo - Guarantã do Norte - Novo Mundo (MT), a significant number of gold deposits are distributed along a NW-SW striking belt (Peru - Trairão belt). Within this belt, the Pé Quente and Francisco gold deposits, currently exploited by local prospectors (garimpeiros), are the main case studies of this work. The Pé Quente deposit is hosted by the Pé Quente Suite that consists of quartz-monzodiorite to leucomonzonite with apatite, rutile and zircon as accessory phases. Several other later granitic intrusions occur in the vicinity of the deposit, but geological relationships and geochemical data suggest neither genetic nor temporal links to the Pé Quente Suite. These suites are mainly granitic composition and have biotite, hornblende, titanite, apatite and magnetite as accessory phases. Volcanic dikes are often in the area and crosscut all these plutonic suites. The Pé Quente suite exhibits geochemistry affinities to the medium-K, calc-alkaline, meta- to peraluminous and magnesian granitic series, thus similar to the I-type orogenic granites, whereas the other suites are medium to high-K, metaluminous and magnesian, but slightly ferroan. Additionally, petrographic and geochemical data indicate that these rocks correspond to I-type granitic series that probably had been generated in a volcanic arc setting that have also evolved to a post-collisional one. The Pé Quente Suite has been affected by the following hydrothermal alteration types (temporal sequence): (i) strong sodic alteration with albite; (ii) potassic alteration with orthoclase and microcline; (iii) sericitic alteration; (iv) carbonate alteration represented by calcite; (v) pervasive to venular coarse muscovite alteration; (vi) silicification with breccias and comb-texture quartz veins; (vii) fissural sodic alteration that consists of quartz + albite and; (viii) later and regional propylitic alteration. The ore zones comprise pyrite + barite ± hematite ± chalcopyrite ± galena that are related to both earlier sodic alteration and later veins with quartz and albite. Gold generally occurs as small inclusions within pyrite and shows Ag concentrations that range from 14.2 to 46.3%. Preliminary studies of fluid inclusions within the disseminated ore-zones indicate carbonic fluids that coexisting with aqueous biphasic. The main geological feautures of this deposit are: (i) close association with rocks that have been originated in the onset of volcanic arcs (granite type I), (ii) widespread and zoned hydrothermal alteration, with oscillations in aNa+, aK+, aH+ and aCa2 +; (iii) ore that represents oxidized fluids. Therefore, the Pé Quente deposit is interpreted to have been formed from multiple pulses of hydrotermal fluids, possibly generated by episodes of magma degassing. The ore precipitation might have taken place by fluid immiscibility within a high-temperature and high-¿O2 system, similar to those related to root zones of porphyry systems. Very dissimilar from the Pé Quente gold deposit, the Francisco gold deposit, in the União do Norte region, is hosted by an epiclastic volcaniclastic unit that is crosscut by a series of Paleoproterozoic granitic intrusions. This unit contains mainly feldspathic-arenite and feldspathic-wake, besides lenses of matrix-supported conglomerate, both volcaniclastics. The sediments that compose the rocks of this unit have possibly derived from the erosion of old volcanic centers of intermediate composition in a active continental setting. Furthermore, the sediments might have been deposited in a retroarc basin, near to the source-area. The intrusive suites are sequentially represented by: (i) granodiorite with tonalite and quartz-monzodiorite subordinate; (ii) sieno- to monzogranite and; (iii) União do Norte Porphyry, a subvolcanic manifestation that comprises porphyritic alkali-feldspar granite and porphyritic monzogranite. The firt two suites are tentatively correlated with the Matupá Intrusive Suite (1.872 ±12Ma), whereas the porphyry could be related to the post-collisional A-type granitic rocks from the Teles Pires Intrusive Suite (1.782 ±17 Ma to 1.757 ±16 Ma). Mafic to felsic volcanic dikes that consist of trachybasalt, basaltic-trachyandesite, andesite and dacite crosscut both the volcaniclastic unit and the granitic suites. Litogeochemical data from the União do Norte Porphyry indicate that this suite represents an alkaline, high-K, magnesian to ferroan, meta- to slightly peraluminous magmatism, whereas the volcanic dikes and the two other plutonic suites exhibit geochemical affinities with to the calc-alkaline, high-K, metaluminous and magnesian to slightly ferroan series. Additionally, field and geochemical data indicate that the granitic suites represent a magmatic series that were probably formed in the onset of a volcanic arc setting, manly with granodioritic rocks (Matupá Intrusive Suite), which evolved to the emplacement of highly-evolved granitic rocks, such as the União do Norte Porphyry (Teles Pires Intrusive Suite) in a postcollisional setting. All these units are still overlain by arenaceous sediments of the Dardanelos Formation (1.987 ±4Ma to 1.377 ±13Ma). In this geological setting, the Francisco deposit represents the first intermediate-sulfidation epithermal gold mineralization associated with base metals (Zn+ Pb±Cu) in the Alta Floresta Gold Province. Pyrite + sphalerite + galena + chalcopyrite ± hematite ± magnetite ± digenite represent the ore zones, hosted at the Volcanilcasto unit. The ore occurs in veins with strong silicification and extensive sericitic halo. The potassic (ortoclase ± hematite ± quartz ± biotite), argillic (kaolinite + sericite + quartz ± hematite), propilitic (chlorite + epidote + magnetite ± actinolite ±calcite ± apatite ± pyrite ± chalcopyrite ± quartz ± shalerite ± margarite) alterations, plus the late-hematite veins, correspond to the distal hydrothermal alterations to the ore zone. The potassic and argililic alterations generally are closely associated to the União do Norte Porphyry. Preliminary studies of fluid inclusions within the ore zones indicate the presence of an aqueous fluid system represented by primary aqueous inclusions with heterogeneity in the vapor-phase filling degree (10-70%). The main geological feautures of the deposit are: (i) hydrothermal alteration and ore closely associated with a subvolcanic granite (União do Norte Porphyry) that could have saturated in an residual aqueous fluid phase due to its crystallization; (ii) alunite, although in small concentrations, associated to the occurrences of silica cap; (iii) ore zones hosted in epiclastic sedimentary rocks; (iv) ore zones that often exhibit textures that indicate fluid percolation at shallow crustal level; (v) gold ore associated either to high concentration of base metals and silver; (vi) ore paragenesis dominated by phases rich in sulfides that are indicative of oscillations in the sulfidation state of the sulfur. All these feautures are similar to those found in epithermal polymetallic deposits of intermediate sulfidation. Due to the constant presence of textures that typify the percolation of fluids in shallow crustal level in the inner, proximal and contact regions of the Porphyry North Union, besides the existence of subvolcanic apophyses strongly sericitized and/or silicified, it is proposed that this suite has been responsible by the causative thermal event of gold mineralization associated with base metals at the Francisco deposit. Therefore, it is suggested that the Teles Pires Intrusive Suite, so far known to be barren of gold mineralizations, may have potencial, even if restricted to occurrences of the subvolcanic from this suite, to host gold mineralizations with associated base metals. In addition, the post-collisional setting in which the deposit have been formed would have promoted its preservation from the later erosion, metamorphism and deformation events, which could have affected and destroyed the deposit. The ore precipitation might have taken place by increase in the ¿O2 of the fluid (hematite precipitation), possibly due to influx of oxidizing external fluids (meteoric) after hydraulic fracturing events when the subvolcanic granite had been oversaturated in a residual aqueous fluid phase. The high concentrations of base metals suggest that the variations on the temperature and pH of the fluid could have been an important key in the formation of the mineralized ore zones. In this context, the identified plutonic suites around the Pé Quente and Francisco would have been initially formed before the magmatic event that resulted in the Matupá Intrusive Suite (1.872 ±12Ma), with the emplacement of the Pé Quente suite. With the continuity of the magmatic event, more evolved granitic suites would have been created by the emplacement of the Teles Pires Intrusive Suite (~ 1757 Ma), which represents the later intrusions (União do Norte Porphyry) within a post-collisional setting. Therefore, depending on the tectonic model adopted, all of these suites would have been created during the installation of the magmatic arc Cuiú-Cuiú (2.1-1.9 Ga) and Juruena (1.8-1.75 Ga), or then, during the Ventuari-Tapajós Magmatic Arc (1.95 to 1.8 Ga). In this scenario, the Pé Quente and Francisco deposits could be classified as different mineralizing systems within the general model of gold-porphyry - epithermal, which the emplacement of Paleoproterozoic granitic intrusions may have served as source of heat, fluids and metals to the installation of the magmatic-hydrothermal system. The Pé Quente deposit, for instance, could correspond a system of greater depth and higher temperature, where the strong pervasive albite alteration plus highly oxidized-aqueous and carbonic fluids represent the root zones of porphyry gold deposits. The Francisco deposit, however, could be correlated to mineralization nested in shallow crustal levels with great influx of meteoric fluids and relatively distal from felsic intrusive subvolcanic granite. Therefore, the Francisco deposit could be similar to the polymetallic epithermal deposits of intermediate-sulfidation. / Mestrado / Metalogenese / Mestre em Geociências
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Geocronologia e evolução do sistema hidrotermal do depósito aurífero de Juruena, Província Aurífera de Alta Floresta (MT), Brasil / The evolution of the Paleoproterozoic Juruena intrusion-hosted gold deposit, northwestern sector of the Alta Floresta Gold Province (Mt), BrazilAcevedo Serrato, Andersson Alirio, 1986- 03 December 2014 (has links)
Orientador: Roberto Perez Xavier / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências / Made available in DSpace on 2018-08-24T11:02:32Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2014 / Resumo: O depósito aurífero de Juruena, localiza-se no setor oeste da Província Aurífera de Alta Floresta, sul do Cráton Amazônico, onde se hospeda em rochas graníticas da Suíte Intrusiva Paranaíta (1819 - 1793 Ma). Foram reconhecidos cinco tipos de alteração hidrotermal no depósito, organizado cronologicamente do evento mais precoce à mais jovem: (1) alteração potássica com veios de quartzo-sulfetos e quartzo+clorita+fluorita+sulfetos; (2) alteração sericitica com veios de quartzo+molibdenita±pirita com halo de feldspato K e veios de quartzo+calcita+clorita com halo de sericita ; (3) carbonatação com veios de calcita-fluorita-sulfetos; (4) silicificação, pervasiva e em veios; e (5) alteração propilítica com veios de epídoto e calcita. A mineralização encontra-se hospedada nos eventos 1 e 3, onde aparece principalmente como inclusões ou preenchendo fraturas em pirita e também relacionado com fases minerais ricas em Te-Bi-Ag. Estudos da paragênese do minério combinados com analises de microssonda, indicam sucessivos eventos de formação de piritas, definidos em quatro gerações: pirita euedral porosa (py1), desenvolvida nos veios iniciais da alteração potássica; pirita de granulação grossa, arredondada a subhedral, não porosa (py2), representante da segunda geração de pirita com cristais ocorrendo distribuídos na alteração potássica e sericitica; pirita anedral, muito porosa, com abundantes inclusões de silicatos, sendo esta fase dominante na alteração sericitica (py3). Pirita sobrecrescida nos cristais da geração mais jovem (py3) representante por tanto da ultima geração. Ressalta-se ainda que as gerações de py2 e py3 contém inclusões de ouro livre e ouro-teluretos. A geoquímica de elementos traço em pirita, revela que pirita de estágios mais precoces (py1) geralmente são mais pobres em ouro (Au < 0.02wt%) quando comparada à pirita de fases mais tardia (py2 e py3) que pode mostrar valores de Au de até 0.035 wt%. As análises também sugerem que o ouro deve ocorrer como nano- micropartículas na pirita e não como parte de sua estrutura cristalina. O cobre apresenta comportamento oposto, com contrações mais baixas em pirita tardia (Cu < 0.04wt%). Uma amostra de molibdenita associada à paragênese do minério aurífero forneceu uma idade modelo Re-Os de 1805 ± 7 Ma. Levando em consideração o erro, esta idade se sobrepõe parcialmente às idades U-Pb SHRIMP em zircão de 1790 ± 6.4 Ma,(com um nível de confiança de 95%, MSWD = 4.8, n =15) e de 1792 ± 5.8 (com um nível de confiança de 95%, MSWD = 0.32, n =17) obtidas, respectivamente em biotita monzogranito (principal hospedeira da mineralização) e em micromonzogranito representante da ultima fase granítica no depósito. Essa sobreposição sugere uma possível relação genética entre o magmatismo félsicos de idade correlata ao da Suíte Intrusiva Paranaíta e a mineralização aurífera. Dados de inclusões fluidas indicam que fluidos aquo-carbônicos com salinidades entre 0.6 e 11.3 wt% NaCl equiv. e temperaturas no intervalo de 341 ¿ 456 oC foram responsáveis pelos estágios iniciais da mineralização aurífera conteúdos na alteração potássica. Durante a evolução os fluidos ricos em CO2 decrescem, dando lugar para um regime de fluidos aquosos de salinidade elevada (31.4 e 36 wt% NaCl equiv.) com temperaturas entre 239 e 349 oC , representado por inclusões fluidas saturadas em sais. Fluidos essencialmente aquosos mais frios (155 ¿ 285 oC ) e de baixa salinidade representa os estágios finais do sistema hidrotermal. Valores calculados de ?18O para os fluidos hidrotermais oscilam entre 6.9 e 0.5 ¿ indicando uma fonte predominantemente magmática, com adição de pequenas quantidades de aguas meteóricas nos veio mais tardios da alteração sericitica. Os valores ?34S para os sulfetos (-7.1 até +1.5 ¿), são consistente com a precipitação a partir de uma fonte magmática oxidada. Um importante zoneamento foi reconhecido: valores menores de ?34Ssulfetos (-7.1 até -4.5 ¿) tendem a se associar aos veios representativos do estágio precoce da mineralização aurífera, enquanto que valores mais elevados de ?34Ssulfetos (-0.5 até +1.5 ¿) correspondem ao sulfetos contidos na carbonatação, o ultimo evento estudado. Este zoneamento é o resultado da interação fluido-rocha que muda as condições de oxidação-redução ao longo da evolução do fluido magmático-hidrotermal no depósito. Baseados nos dados de campo, petrográficos, de inclusões fluidas, isotópicos e na geoquímica de elementos traço é possível definir que o depósito aurífero de Juruena se trata de um sistema magmático-hidrotermal, com fluidos ricos em CO2 que evoluem para fluidos aquosos. O minério foi depositado diretamente dos fluidos hidrotermais durante diferentes e repetidos pulsos hidrotermais de composição variável. Os processos de formação do depósito aurífero de Juruena são similares aos depósitos do tipo ouro-pórfiro. / Abstract: The Juruena deposit belongs to a large group of intrusion-hosted gold deposits of the Alta Floresta Gold Province in the southern portion of the Amazonian Craton. This gold deposit is hosted by granitic rocks of Paranaita Intrusive Suite (1819 to 1793 Ma) which is crosscut by different sets of mafic intrusions. The hydrothermal alteration can be divided into five stages, from early to late: (1) potassic alteration, with quartz+sulfides and quartz+chlorite+fluorite+sulfides veins (2) sericitic alteration with quartz+molybdenite±pyrite veins with K-feldspar halo and quartz+calcite+chlorite veins with sericitic halo; (3) carbonatization with calcite+fluorite+sulfides veins; (4) silicification, pervasive and in veins; and (5) propylitic alteration with epidote and calcite veins. The mineralization is hosted in stages 1 and 3, where it occurs mostly as particles or filling fractures in the pyrite crystals and related with Te-Bi-Ag phases. Paragenetic studies of the mineralization combined with microprobe analysis indicated successive stages of pyrite formation defined in four generations: euhedral porous form the earliest generation, developed in the earliest veins from potassic alteration (py1). Coarser grained pyrite is a rounded to subhedral nonporous generation distributed in potassic and sericitic alterations (py2). Anhedral very porous generation contains abundant inclusions of silicates and is the dominant generation on the sericitic alteration (py3). Py2 and py3 contain inclusions of native gold and gold tellurides. The fourth generation (py4) overgrows the earlier py3. The geochemistry of trace elements in pyrite reveal that the earliest generation (py1) is particularly depleted in Au (Au ? 0.02 wt%) in comparison with other pyrite generations (py2 and py3) that showed results up to 0.35 wt% Au. Microprobe analysis also suggests that gold occurs mostly as nano- micro-size particles in the pyrite, and not as part of its crystal structure. Copper presents opposite behavior, with the lowest concentration on the richest gold pyrites (Cu ? 0.04 wt%.). A sample of molybdenite coexisting with Au-bearing pyrite from stage 2, revealed a Re-Os model age of 1805 ± 7 Ma. Taking into account the uncertainties, this age could overlaps with the U/Pb SHRIMP obtained in zircon from granitic rocks of the Paranaíta Intrusive Suite at 1790 ± 6.4 Ma (95% confidence level, MSDW= 4.8, n = 15) and 1792 ± 5.8Ma (95% confidence level, MSDW = 0.32, n = 17). This poses a genetic relationships between the felsic magmatism attributed to this granitic suite and the emplacement of the gold mineralization at the Juruena deposit, which can be defined as the result of a magmatic-hydrothermal system. Fluid inclusions microthermometric data obtained in veins of quartz constrain the formation of the early mineralizing events in the range of 341 and 456 oC from a low to moderate-salinity (0.6 and 11.3 wt% NaCl equiv.) H2O-CO2-NaCl fluid. At late stages of gold mineralization, fluid gradually become CO2-poor and higher salinities (31.4 to 36 wt% NaCl equiv.), represented by NaCl-bearing fluid inclusions. More diluted (0.4 to 13.7 wt% Nacl equiv.) and cooler (185 to 285 oC) aqueous fluid inclusions dominate the latest stages of the magmatic-hydrothermal system. Calculated ?18Ofluid values range from 6.9 to 0.5 ¿ indicating that ore fluids of essentially magmatic origin in the earlier mineralizing stages undergoes mixing with meteoric waters in the late stages. Sulfides from early veins display ?34SSulfide values in the range of -7.1 to -4.5 ¿, whereas more enriched ?34SSulfide values varying from -0.5 to +1.5 ¿ are obtained in sulfides from the late veins sets. The more negative ?34SSulfide values may reflect sulfides precipitation from oxidized magmatic fluids in the early ore stages, whereas higher ?34SSulfide values be attained in later stages as a result of water-rock interactions, fluid mixing and change of the redox conditions. Based on field, petrography, fluid inclusions, isotopic evidence and geochemistry of trace elements in pyrites, is possible to define that Juruena gold deposits is a magmatic-hydrothermal system, with hot CO2-fluid rich that evolve to lower temperature, aqueous fluids. The gold was precipitated directly from the hydrothermal solution during different pulses. The formation processes of the Juruena gold deposit are most similar with a typical small Au-porphyry system formed in the Paleoproterozoic / Mestrado / Geologia e Recursos Naturais / Mestre em Geociências
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Estudo comparativo entre mineralizações filonares de Au ± Cu e Au + metais base do setor leste da Província Aurífera de Alta Floresta (MT), Cráton Amazônico / A comparative study between Au ± Cu and Au + base metals vein-type mineralizations of the eastern sector of the Alta Floresta Gold Province (MT), Amazon CratonTrevisan, Verônica Godinho, 1990- 28 August 2018 (has links)
Orientador: Roberto Perez Xavier / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências / Made available in DSpace on 2018-08-28T02:16:57Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2015 / Resumo: O setor leste da Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico, Brasil, hospeda um grande número de depósitos de ouro na forma de veios, sistemas de veios em stockwork e disseminados associados à sequências plutôno-vulcânicas paleoproterozóicas, incluindo os depósitos filonares de Au + metais base Luiz e Au ± Cu Paraíba e Pezão. Descrição de testemunhos de sondagem, petrografia e geocronologia U-Pb SHRIMP IIe em zircão permitiram a caracterização dos diferentes atributos geológicos desses depósitos. A rocha hospedeira do depósito Paraíba é representada por biotita tonalito, enquanto que nos depósitos Luiz e Pezão corresponde a um biotita granodiorito intrudido por feldspato-pórfiro e sienogranito cortado por quartzo-pórfiro, respectivamente. As zonas de metassomatismo incluem as alterações clorítica, potássica com biotita e sericítica e, em direção aos setores distais, alterações potássica com K-feldspato e propilítica, preenchimento por carbonato, silicificação + preenchimento por quartzo e, vênulas pós-mineralização compostas por quartzo, carbonato, epidoto, sericita e/ou clorita. O veio de quartzo aurífero dos três depósitos apresenta textura maciça, enquanto que nos depósitos Luiz e Pezão é comum a ocorrência de texturas de preenchimento de espaços vazios em veios de quartzo e/ou quartzo + carbonato não mineralizados. As zonas mineralizadas do depósito Paraíba e Pezão são representadas por pirita + calcopirita, enquanto que no depósito Luiz a paragênese do minério é caracterizada por pirita + esfalerita + galena ± calcopirita. O regime de fluidos nas zonas de minério do depósito Paraíba é representado essencialmente por fluidos aquo-carbônicos, enquanto que nos depósitos Luiz e Pezão por fluidos aquosos bifásicos de baixa salinidade. Análises U-Pb SHRIMP IIe em zircão das rochas hospedeiras e feldspato-pórfiro Luiz forneceram idades de cristalização entre 2,01 e 1,97 Ga. A evolução do sistema hidrotermal dos depósitos indica redução da temperatura e incremento da ¿O2 e pH dos fluidos mineralizantes. A precipitação do minério no depósito Paraíba deve estar relacionada com o processo de imiscibilidade e interações fluido-rocha, enquanto que nos depósitos Luiz e Pezão pode ser atribuída a expansão adiabática seguida por boiling. A integração dos dados sugere que o depósito Paraíba se formou em um nível crustal mais profundo, enquanto que os depósitos Luiz e Pezão em níveis crustais mais rasos. A estreita relação espacial com plútons graníticos sugere que os depósitos Paraíba, Luiz e Pezão possam representar sistemas magmático-hidrotermais que se desenvolveram a partir da cristalização de corpos sub-vulcânicos (e.g. pórfiros), considerados com a possível fonte de fluidos, calor e metais para estes sistemas. Neste contexto, o depósito Paraíba pode ser considerado como um sistema filonar rico em ouro-quartzo hospedado por intrusões, enquanto que os depósitos Luiz e Pezão podem representar sistemas mineralizados similares a depósitos epitermais polimetálicos de sulfuração intermediária e rico em ouro-cobre de baixa sulfuração, respectivamente. Embora a idade da mineralização seja ainda desconhecida nos três depósitos, as relações geológicas entre as hospedeiras, os corpos sub-vulcânicos e zonas de minério, combinadas com os dados geocronológicos obtidos neste estudo e disponíveis na literatura, abrem a possibilidade de que a metalogênese do ouro no setor leste da província não esteja restrita a um único evento intrusivo (1.787 ± 3.2 a 1.786 ± 1 Ma), mas apontam para a possível existência de pelo menos dois eventos mineralizantes (~1.78 e ~1.97 Ga). Os dados geocronológicos U-Pb SHRIMP em zircão obtidos neste estudo sugerem a correlação das rochas graníticas hospedeiras com o primeiro evento magmático (1.98 a 1.97 Ga) do setor leste da província, ou mesmo a expansão desse intervalo de idades / Abstract: The easternmost sector of the Alta Floresta Gold Province, Amazon Craton, Brazil, hosts a significant number of disseminated, stockwork and vein-type gold deposits associated with paleoproterozoic plutonic-volcanic sequences, including the Luiz Au + base metals and the Paraíba and Pezão Au ± Cu vein-type deposits. Description of drill cores, petrography and U-Pb sensitive high-resolution ion microprobe (SHRIMP) IIe zircon geochronology allowed the characterization of the different geological attributes of these three deposits. At the Paraíba deposit the host lithotype is represented by biotite tonalite, whereas at the Luiz and Pezão deposits the host rocks encompass a biotite granodiorite intruded by a feldspar-porphyry and a syenogranite truncated by a quartz-porphyry, respectively. Metasomatic zones include chloritic, sericitic and potassic (biotite) alteration, and, outwards from the ore zones, carbonate infill, silicification plus quartz infill, potassic (K-feldspar) and propylitic alteration, besides post-mineralization quartz, carbonate, epidote, sericite and/or chlorite veinlets. The auriferous quartz veins in all deposits display massive texture, whereas barren quartz and/or quartz + carbonate veins at the Luiz and Pezão deposits commonly display open-space filling textures. Ore zones at Paraíba and Pezão deposits are represented by pyrite + chalcopyrite, whereas at Luiz deposit is characterized by pyrite + sphalerite + galena ± chalcopyrite. Fluid regime at the Paraíba ore zones encompasses aqueous-carbonic fluids, whereas at the Luiz and Pezão deposits are essentially characterized by low salinity two-phase aqueous fluids. U-Pb SHRIMP IIe zircon analysis of host rocks and Luiz feldspar-porphyry provided crystallization ages between 2,01 and 1,97 Ga. The evolution of the hydrothermal systems of these three deposits indicates a decrease in temperature and an increase in ¿O2 and pH of the fluid. Ore precipitation at the Paraíba deposit would be related to a combination of immiscibility process and fluid-rock interactions, while at the Luiz and Pezão deposits can be attributed to adiabatic expansion followed by boiling process. Data integration suggest that the Paraiba deposit may have originated at deeper crustal levels, whereas the Luiz and Pezão deposits would be positioned at shallower crustal levels. The close spatial relationship with granitic plutons suggests that the Paraíba, Pezão and Luiz deposits may be genetically linked to magmatic-hydrothermal systems, which developed as a result of the crystallization of sub-volcanic rocks (e.g. porphyries), considered as the possible source of fluids, heat and metals for these systems. In this context, the Paraíba deposit can be classified as an intrusion-hosted gold-quartz vein system, whereas the Luiz and Pezão deposits may represent mineralized systems similar to intermediate sulfidation polymettalic and low sulfidation gold-copper-bearing epithermal deposits, respectively. Although the mineralization ages are still unknown for these three deposits, the geological relationships between host and sub-volcanic rocks and ore zones, combined with geochronological data from this study and from literature, open the possibility that gold metallogeny within the province is not restricted to a single paleoproterozoic intrusive event (1.787 ± 3.2 to ± 1.786 1 Ma), but point to the possible existence of at least two mineralizing events (~ 1.78 and ~ 1.97 Ga). The U-Pb zircon geochronological data from this study suggest the correlation of the granitic rocks to the first magmatic event (1.98 to 1.97 Ga) in the easternmost portion of the province, or even an expansion of this age interval / Mestrado / Geologia e Recursos Naturais / Mestra em Geociências
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Greisens e Epi-sienitos potássicos associados ao granito água boa, Pitanga (AM): um estudo dos processos hidrotermais geradores de mineralizações estaníferasBORGES, Régis Munhoz Krás 23 October 2002 (has links)
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Previous issue date: 2002-10-23 / CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / Na borda oeste do pluton Água Boa, na mina Pitinga (AM), ocorrem três tipos de greisens estaníferos associados espacialmente à fácies granito rapakivi: greisen 1 (Gs1), constituído principalmente por quartzo, topázio, siderofilita marrom e esfalerita; greisen 2 (Gs2), formado essencialmente por quartzo, fengita e clorita; greisen 3 (Gs3), constituído essencialmente por quartzo, fluorita e fengita, com quantidades subordinadas de siderofilita verde. Além disso, associado ao Gs2, ocorre um epi-sienito potássico (EpSK), formado pela dessilicificação do granito rapakivi. Apesar de suas diferenças composicionais e petrográficas, os greisens e epi-sienitos se formaram a partir do mesmo protólito granítico, um hornblenda-biotita-álcali-feldspato-granito a sienogranito. O Gsl apresenta uma zonação interna definida pela predominância de determinados minerais. Assim, ao longo de um halo de alteração contínuo, a zona rica em siderofilita (ZS) está em contato com o granito greisenizado, enquanto que a zona rica em topázio (ZT) situa-se mais afastada do granito. A siderofilita marrom apresenta teores moderados em AI, e sua variação composicional ocorre pela substituição de Fe+2 por A1+3 e Li nos sítios octaédricos, com geração de vacâncias, e concomitante substituição de A1+3por Si+4nos sítios tetraédricos. No Gs2, as zonas mineralógicas estão separadas espacialmente, em níveis onde predomina a fengita (ZF) ou a clorita (ZC). A fengita apresenta um mecanismo evolutivo em que o viAl é substituído por Fe+2 nos sítios octaédricos, com enriquecimento acoplado de Si+4 às expensas de A1+3 nos sítios tetraédricos. Seus teores de Li calculado são ainda menores do que aqueles estimados para a siderofilita do Gs1. No Gs3, a siderofilita verde é composicionalmente mais rica em VIAl e mais pobre em F do que a siderofilita do Gsl, enquanto que a fengita subdivide-se em dois tipos composicionais: uma fengita mais aluminosa, pobre em Fe+2, e uma mais rica em F e Fe+2, que segue os mesmos trends evolutivos apresentados pela fengita do Gs2. A clorita dos três greisens é extremamente rica em Fe, do tipo dafnita. Na sua estrutura, a substituição de 'JIA' por cátions R+2 causa um aumento na ocupação tetraédrica do Si. As cloritas mais aluminosas apresentam as mais altas temperaturas de formação, segundo os geotermômetros clássicos propostos na literatura. Os greisens são resultantes de diferentes processos de interação entre três fluidos principais: (1) fluido aquo-carbônico de baixa salinidade, rico em F, com temperaturas iniciais entre 400° e 350°C, presente durante a formação do Gs1 e Gs3; (2) fluido aquoso de baixa salinidade, e temperatura ao redor de 300°C e que, ao longo de um processo contínuo de salinização, gera um fluido residual de salinidade moderada a alta, com temperaturas entre 200° e 100°C, presente durante a formação do Gs2 e no estágio de silicificação do EpSK; (3) fluido aquoso de baixa salinidade, com temperaturas entre 2000 e 150°C, e que interagiu com os outros dois fluidos, contribuindo, em diferentes graus, para a formação de praticamente todas as rochas hidrotermais. Os dois primeiros fluidos aparentemente têm origem ortomagmática, enquanto que o último tem características de fluido superficial (meteórico?). Além destes, considera-se que o fluido responsável pelo estágio inicial do processo de epi-sienitização não ficou registrado nas amostras estudadas. Estes fluidos foram aprisionados em condições de pressão ao redor de 1 Kb, compatível com níveis crustais rasos, como parece ser o caso dos granitos estaniferos de Pitinga. Tanto a epi-sienitização quanto a greisenização ocorreram sem mudanças no volume original do granito, enquanto as variações de massa decorrentes das transformações causaram as diferenças nas densidades das rochas alteradas. A greisenização causou uma grande remoção em Na2O e K2O, enquanto que SiO2 permaneceu imóvel no Gsl e foi parcialmente removido no Gs2. O Al2O3 sofreu perdas durante a formação do Gs2, mas foi parcialmente adicionado ao Gsl. Os responsáveis pelo aumento de massa durante a greisenização foram Fe2O3 (Fe total), Sn, S, voláteis (P.F.) e F. No Gsl, a diminuição da atividade do F e o aumento da fO2 durante o resfriamento, causaram mudanças químicas nos fluidos, e a conseqüente diferenciação entre a ZT, nas porções mais internas dos condutos/fraturas, e a ZS, mais próxima do granito encaixante. O Gs3 foi formado sob condições mais oxidantes e por fluidos mais pobres em F do que aqueles aprisionados na ZS. A geração de cavidades de dissolução durante a epi-sienitização aumentou a permeabilidade das rochas alteradas, propiciando o aumento das razões fluido-rocha no sitio de formação do EpSK e Gs2. A interação dos fluidos aquosos com os feldspatos do EpSK, durante a formação do Gs2, causou um aumento contínuo na sua salinidade. A ZF foi formada nos estágios mais precoces desta interação, sob temperaturas relativamente mais altas, enquanto que a ZC é um produto dos fluidos aquosos residuais, mais salinos e mais frios. Estes fluidos residuais também foram aprisionados no quartzo de preenchimento de cavidades no EpSK durante o processo de silicificação tardia. Desta forma, os greisens e epi-sienitos potássicos foram formados pela interação entre, pelo menos, três fluidos de origem aparentemente independente, a partir do mesmo protólito granítico, em condições de crosta rasa. As variações nas condições de fO2, atividade do F e salinidade, durante o resfriamento do sistema hidrotermal, e contrastes nas razões fluido-rocha causadas por diferenças de permeabilidade, foram fatores fundamentais para a diferenciação dos greisens. Estes fatores influenciaram sobremaneira as mudanças composicionais dos fluidos e foram responsáveis pela precipitação de cassiterita e sulfetos nos greisens, e pelo enriquecimento em Sn e S durante a greisenização tardia dos epi-sienitos potássicos. / Three stanniferous greisen types were characterized in the western border of Água Boa pluton, Pitinga mine (AM), associated with the rapakivi granite facies: greisen 1 (Gsl), composed mainly by quartz, topaz, brown siderophyllite and sphalerite; greisen 2 (Gs2), composed essentially by quartz, phengite and chlorite; greisen 3 (Gs3), composed of quartz, fluorite and phengite, with minor green siderophyllite. Besides these rocks, a potassic episyenite (EpSK) was identified associated with the Gs2. In spite of the compositional and petrographic differences, all of these hydrothermal rocks derived from a same protholith, a hornblende biotite aikali feldspar granite to syenogranite. The Gsl shows an inner mineralogical zoning defined by topaz or siderophyllite predominance. Along drill cores, the siderophyllite-rich zone occurs near the contact with the greisenized grafite and the topaz-rich zone is situated far from the grafite contact. The brown siderophyllite displays moderated Al contents, and its compositional changes can be explained by Fe+2 substitution for A1+3 and Li in octahedral sites, with a coupled Al+3 substitution for Si+4 in tetrahedral sites. The mineralogical zones in the Gs2 are physicaliy separated in leveis with phengite or chlorite predominance. The mica of Gs2 is a phengite, whose chemical variation is due to substitution of viAl for Fe+2, coupled with Si+4 enrichment. The calculated Li contents in phengites are lesser than those estimated in siderophyllite. The green siderophyllite from Gs3 is VIAl richer and F poorer than Gs1 brown siderophyllite, and the phengite displays two compositional types: an early Fe+2-poor aluminous phengite and a later Fe+2- F-rich one whose chemical variation is similar to that of Gs2 phengite. The chlorite from the three greisen is a Fe-rich daphnite, and its compositional range is due to VIAl substitution for R+2 cations, coupled with Si+2 enrichment. The aluminous chlorite displays higher temperature formation than ferrous one, according to the geothermeter proposed in the literature. The Pitinga greisens were formed by different processes of interaction among three main fluids: (1) low salinity, F-rich, aquo-carbonic fluid, with initial temperatures between 400° -350°C, present during Gsl and Gs3 formation; (2) low salinity aqueous fluid, with a temperature around 300°C, which during a progressive salinity increasing process, originates a moderate to high salinity residual fluid, with temperatures between 200° - 100°C, present during the Gs2 formation and silicification stage of EpSK; (3) low salinity aqueous fluid, with temperatures between 200° - 150°C, which interplayed with the others two fluids in differents grades, contributing to the formation of ali the hydrothermal rocks. The first two fluids has seemingly an orthomagmatic origin while the latter has a surface characteristic (meteoric water?). Moreover, the data suggests that the fluid responsible by the initial stage of the episyenitization process was not registered in the studied samples. These fluids were trapped in pressure conditions around 1 Kbar, representing high crustal levels conditions, similar to that of the stanniferous granites from Pitinga. Both episyenitization and greisenization processes occurred without volume changes in the granitic protholith, and the density differences of the altered rocks were caused by the mass variations along the alteration processes. The greisenization process caused a extensive loss of Na2O and K2O, while SiO2 showed a immobile behaviour in Gsl but was parcially removed in Gs2. The Al2O3 was depleted during the Gs2 formation but added in Gsl. The Fe2O3 (Fe total), Sn, S, volatiles LOl and F were the responsible by the mass increase at greisenization. In the Gsl, the chemical changes in the fiuids were caused by F activity decrease and fO2 increase during cooling. These changes also originated the differentiation between the ZT, in the inner portions of the fratures/conducts, and the ZS, nearest to surrounding gravite. The Gs3 was formed in more oxidizing conditions by F-poorer fiuids than those trapped in the ZS. The dissolution cavities generated during the episyenitization process increased the permeability of the altered rocks, providing an increase of fluid/rock ratios in the EpSK and Gs2 sites. The interaction between aqueous fluid and EpSK feldspar, during the Gs2 formation, caused a continuous salinity increase. The ZF was formed in the early stages of this interaction, at higher temperatures, while the ZC was originated by the more cold and saline, residual fluid. The latter was also trapped in the quartz filling cavities in the EpSK during the later silicification stage. In this way, the greisens and the potassic episyenites were generated from interactions among, at least, three fluids of seemingly independent origin, from a same protholith, in shallow crust conditions. The fO2, F activity and salinity variations, during the hydrothermal system cooling, and the contrast in fluid/rock ratios caused by permeability differences, were very important factors to greisen differentiation. These factors controlled greatly the fluids compositional changes, and caused the cassiterite and sulphides precipitation in the greisens and the Sn- S-enrichment during later greisenization of EpSK.
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Quartzo magmático e hidrotermal do depósito de ouro são jorge, província aurífera do Tapajós-PA: petrografia, MEV-CL e implicações metalogenéticasSOTERO, Aldemir de Melo 05 August 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-08-05 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / O Depósito São Jorge, localizado no município de Vila Riozinho, Província Aurífera do Tapajós, sudoeste do estado do Pará, está hospedado em rochas monzograníticas com 1,89 Ga, hidrotermalizadas em diferentes intensidades, pertencentes ao Granito São Jorge Jovem (GSJJ). Quatro tipos morfológico-texturais de quartzo (Qz1, Qz2, Qz3 e Qz4) foram identificados através de imagens de microscopia eletrônica de varredura-catodoluminescência (MEV-CL) nas associações minerais propostas por Borges et al. (2009) para a área do depósito de ouro São Jorge. Nas rochas mais preservadas (associação 1 e 2), ricas em anfibólio e biotita, ocorrem cristais anédricos de quartzo magmático, de luminescência moderada a alta (Qz1). Nas rochas alteradas (associações 2 e 3), fluidos pós-magmáticos a hidrotermais que afetaram o granito percolaram fraturas do Qz1 e cristalizaram Qz2 não luminescente (escuro). Nas rochas mais intensamente alteradas (associação 4), sucessivos processos de alteração, dissolução e recristalização deram origem a cristais de quartzo zonados, subédricos (Qz3) e euédricos (Qz4) tipicamente hidrotermais, sendo este último hospedeiro da mineralização aurífera. A evolução textural do quartzo está diretamente relacionada às atividades hidrotermais que afetaram as rochas do GSJJ. Imagens de elétrons retroespalhados (ERE) e análises semiquantitativas por espectroscopia por dispersão de energia (EDS), identificaram duas gerações de ouro: Au1, enriquecido em Ag (4,3 a 23,7%) e incluso ou associado a cristais de Py; Au2, enriquecido em Te (1,1 a 17,2%) e incluso no Qz4. O estudo de cristais de quartzo através de MEV-CL forneceu informações morfológico-texturais importantes para o entendimento dos processos hidrotermais que atuaram na área mineralizada do depósito de ouro São Jorge, podendo esta metodologia ser aplicada em estudos de quartzo de outros depósitos hidrotermais. / The São Jorge Deposit (DSJ), located in the municipality of Vila Riozinho, Gold Tapajós Province, southwest of Pará state, is hosted on 1.89 Ga monzogranite rocks, hydrothermalized at different intensities, belonging to the Younger São Jorge granite. Four morphologicaltextural types of quartz (Qz1, Qz2, Qz3 e Qz4) were identified through images of scanning electron microscopy-cathodoluminescence (SEM-CL) in the mineral assemblages proposed by Borges et al. (2009) to the area of the São Jorge gold deposit. In the most preserved rocks (assemblages 1 and 2), rich in amphibole and biotite, occur anhedral crystals of primary magmatic quartz, with moderate to high luminescence (Qz1). In the altered rocks (assemblages 2 and 3), post-magmatic to hydrothermal fluids affected the granite and percolated fractures in Qz1 and crystallized Qz2 not luminescent (dark). In the most intensely altered rocks (assemblage 4), successive alteration, dissolution and recrystallization processes gave rise to zoned subhedral (Qz3) and euhedral (Qz4) quartz crystals, typically hydrothermal, the latter being host of the gold mineralization. The textural evolution of quartz is directly related to hydrothermal fluids that affected the rocks of the Younger São Jorge granite. Backscattered electrons images (ERE) and semiquantitative analysis by energy dispersive spectroscopy (EDS) identified two generations of gold: Au1, enriched in Ag (4.3 to 23.7%) and included or associated to crystals of Py; Au2, enriched in Te (1.1 to 17.2%) and included in Qz4. The study of quartz crystals by SEM-CL provided important morphological and textural information for understanding of the hydrothermal processes that acted in the mineralized area of the São Jorge gold deposit, allowing the application of this methodology in studies of quartz of other hydrothermal deposits.
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