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Conflito familiar, vida urbana e estigmatização na África Proconsularis: o caso de Apuleio de Madaura (século II d.C.)LIMA NETO, B. M. 26 June 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-06-26 / Na sociedade romana, o matrimônio era um meio de consolidação de alianças familiares, atendendo, muitas vezes, a conveniências políticas, econômicas e sociais, como no caso do casamento de Apuleio com Emília Pudentila, em Oea. Unindo-se a Apuleio, Pudentila usufruiria da amicitia do autor com personagens importantes da sociedade imperial, abrindo possibilidades de ascensão social para seu filho mais velho, Sicínio Ponciano. O casamento de Apuleio com Pudentila, contudo, representou um novo paradigma de relações político-matrimoniais em Oea, rompendo uma aliança ancestral entre duas das mais importantes famílias locais: os Aemilii e os Sicinii. Como consequência, parte da elite oeaense se opôs à presença de Apuleio na cidade, disseminando boatos que o estigmatizavam como magus e homo extrarius, fato que denotava, em última instância, um processo de degradação da honra do autor perante a opinião pública de Oea. Frente a este cenário, Apuleio foi julgado por crimen magiae diante do tribunal do governador da África Proconsular, instalado na basílica de Sabrata, cidade vizinha de Oea. A despeito do perigo de poder ser punido com a pena capital, Apuleio concebia seu julgamento como uma arena pública de absolvição de sua honra, uma vez que, da basílica de Sabrata, seu discurso de defesa poderia reverberar e influenciar aqueles que o tinham como mago. Para tanto, Apuleio baseou seu discurso numa lógica de construção de identidades, investindo numa retórica de diferenciação. O autor distinguiu-se de seus adversários por intermédio de uma representação excelsa de si, como filósofo platônico possuidor da paideia, ao mesmo tempo que representava os seus acusadores como ignorantes e rústicos; quer dizer, como incapazes de diferenciar filósofos de magos. Esta estratégia apresentou-se bem-sucedida, como demonstra a distinção pública posteriormente gozada por Apuleio em Cartago, onde o autor foi homenageado com a construção de uma estátua e se consagrou como orador público e magistrado. O estigma e a posterior recuperação da honra de Apuleio evidenciam, em nossa percepção, a forma como as diferentes representações podem ser construídas de acordo com o modo como os vários grupos sociais produzem suas distintas interpretações muitas vezes concorrentes e diferenciadas do mundo. Em suma, as problemáticas analisadas nesta tese esclarecem os múltiplos processos pelos quais as identidades são diferentemente definidas.
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Felicitas Imperii: The Roman African Modes of Antonine Dynastic Commemoration in African Proconsularis (138-192 A.D.)Gordon, Jody Michael 31 March 2004 (has links)
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Pela unidade da igreja: Inácio de Antioquia e o monepiscopado na província romana da Ásia / For the unity of the church: Ignatius of Antioch and the monepiscopacy in the Roman province of AsiaPiza, Pedro Luís de Toledo 17 August 2016 (has links)
A passagem dos séculos I e II d.C. assistiu ao desenvolvimento de um cristianismo dinâmico na província romana da Ásia Proconsular, na costa egeia da Ásia Menor. Concomitante à ascensão política e econômica da região no contexto do Mediterrâneo em pleno Alto Império Romano, as comunidades cristãs locais apresentam um prolífico quadro doutrinal e ritual, o qual lhes confere destaque e as torna destinatárias da maior parte do curto epistolário de um personagem histórico tão marcante quanto enigmático: Inácio de Antioquia, que afirma ser o supervisor da igreja presente na grande metrópole síria, e que passa pela Ásia acorrentado a um pelotão de soldados, rumo à capital romana, para lá ser supostamente executado na arena. As cartas de Inácio sugerem a existência, em comunidades presentes em centros urbanos importantes da província, de um corpo de líderes fixos, dentre os quais destacando-se a figura de um único supervisor, do qual o prisioneiro defende a autoridade sobre todos os cristãos de uma mesma cidade. Uma análise de documentos datados de antes da composição do breve epistolário inaciano não oferece, contudo, bases para a afirmação de uma perenidade de tal forma de governo das comunidades cristãs asiáticas. Ao invés, uma leitura atenta das fontes aponta para um processo social de ligeira alteração dos referenciais de autoridade, de modo que, sobretudo após a morte do apóstolo Paulo de Tarso (principal fundador do cristianismo na Ásia Proconsular), um valor singular é dado a líderes homens que sejam reconhecidos publicamente como bons chefes de households. Nesse processo Inácio de Antioquia procura tomar parte, de modo a solidificar a autoridade do supervisor por meio de um incremento do alcance de seu controle social: ele prega, com autoarrogada autoridade profética, que o encarregado da supervisão da comunidade seja visto como a própria representação da figura divina e patriarcal de Deus Pai, e que apenas sob ele uma reunião ritual pode ser considerada válida. / The transit from the first to the second century CE saw the development of a dynamic Christianity in the Roman province of Asia Proconsularis, on the Aegean Asia Minor coast. Concomitant to the political and economic ascension of the region in the context of the Mediterranean, in plain Early Roman Empire, the local Christian communities show a prolific doctrinal and ritual frame, which give them highlighted status, and make them the recipients of most of the short epistolary of a historical character so outstanding as enigmatic: Ignatius of Antioch, who claims to be the overseer of the church in the great Syrian metropolis, and which goes through Asia bonded to a band of soldiers in way to the Roman capital, where he should, supposedly, be executed in the arena. The letters of Ignatius suggest the existence, in communities existent in the provinces main urban centers, of a group of fixed leaders, from which is detached the figure of the sole overseer. This overseers authority, the prisoner says, is extended over all the Christians living in a same city. However, an analysis of the documents dated from before the composition of the short Ignatian epistolary, do not offer basis to the affirmation of perennial status of such a way in governing the Asiatic Christian communities. To the contrary, a careful reading of the sources directs to a slight social process of change in the references of authority, in such a way that, especially after the death of the apostle Paul of Tarsus (main founder of Christianity in Asia Proconsularis), a special value is given to men leaders publicly recognized as good household chiefs. Ignatius of Antioch attempts to have a part in this process with the aim of solidifying the authority of the overseer by incrementing the range of his social control; he preaches, with selfproclaimed prophetic authority, that the one charged with community overseeing should be seen as the very representation of the divine and patriarchal figure of God the Father, and that only under him a ritual reunion could be considered as valid.
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Pela unidade da igreja: Inácio de Antioquia e o monepiscopado na província romana da Ásia / For the unity of the church: Ignatius of Antioch and the monepiscopacy in the Roman province of AsiaPedro Luís de Toledo Piza 17 August 2016 (has links)
A passagem dos séculos I e II d.C. assistiu ao desenvolvimento de um cristianismo dinâmico na província romana da Ásia Proconsular, na costa egeia da Ásia Menor. Concomitante à ascensão política e econômica da região no contexto do Mediterrâneo em pleno Alto Império Romano, as comunidades cristãs locais apresentam um prolífico quadro doutrinal e ritual, o qual lhes confere destaque e as torna destinatárias da maior parte do curto epistolário de um personagem histórico tão marcante quanto enigmático: Inácio de Antioquia, que afirma ser o supervisor da igreja presente na grande metrópole síria, e que passa pela Ásia acorrentado a um pelotão de soldados, rumo à capital romana, para lá ser supostamente executado na arena. As cartas de Inácio sugerem a existência, em comunidades presentes em centros urbanos importantes da província, de um corpo de líderes fixos, dentre os quais destacando-se a figura de um único supervisor, do qual o prisioneiro defende a autoridade sobre todos os cristãos de uma mesma cidade. Uma análise de documentos datados de antes da composição do breve epistolário inaciano não oferece, contudo, bases para a afirmação de uma perenidade de tal forma de governo das comunidades cristãs asiáticas. Ao invés, uma leitura atenta das fontes aponta para um processo social de ligeira alteração dos referenciais de autoridade, de modo que, sobretudo após a morte do apóstolo Paulo de Tarso (principal fundador do cristianismo na Ásia Proconsular), um valor singular é dado a líderes homens que sejam reconhecidos publicamente como bons chefes de households. Nesse processo Inácio de Antioquia procura tomar parte, de modo a solidificar a autoridade do supervisor por meio de um incremento do alcance de seu controle social: ele prega, com autoarrogada autoridade profética, que o encarregado da supervisão da comunidade seja visto como a própria representação da figura divina e patriarcal de Deus Pai, e que apenas sob ele uma reunião ritual pode ser considerada válida. / The transit from the first to the second century CE saw the development of a dynamic Christianity in the Roman province of Asia Proconsularis, on the Aegean Asia Minor coast. Concomitant to the political and economic ascension of the region in the context of the Mediterranean, in plain Early Roman Empire, the local Christian communities show a prolific doctrinal and ritual frame, which give them highlighted status, and make them the recipients of most of the short epistolary of a historical character so outstanding as enigmatic: Ignatius of Antioch, who claims to be the overseer of the church in the great Syrian metropolis, and which goes through Asia bonded to a band of soldiers in way to the Roman capital, where he should, supposedly, be executed in the arena. The letters of Ignatius suggest the existence, in communities existent in the provinces main urban centers, of a group of fixed leaders, from which is detached the figure of the sole overseer. This overseers authority, the prisoner says, is extended over all the Christians living in a same city. However, an analysis of the documents dated from before the composition of the short Ignatian epistolary, do not offer basis to the affirmation of perennial status of such a way in governing the Asiatic Christian communities. To the contrary, a careful reading of the sources directs to a slight social process of change in the references of authority, in such a way that, especially after the death of the apostle Paul of Tarsus (main founder of Christianity in Asia Proconsularis), a special value is given to men leaders publicly recognized as good household chiefs. Ignatius of Antioch attempts to have a part in this process with the aim of solidifying the authority of the overseer by incrementing the range of his social control; he preaches, with selfproclaimed prophetic authority, that the one charged with community overseeing should be seen as the very representation of the divine and patriarchal figure of God the Father, and that only under him a ritual reunion could be considered as valid.
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Mourir enfant en Afrique romaine : gestes, pratiques et rituels : Afrique Proconsulaire, Numidie et Mauritanie Césarienne, Ier-IIIe siècle de notre èreDe Larminat, Solenn 06 December 2011 (has links)
L’objectif de cette étude est de caractériser les gestes, les pratiques et les rituels entourant la mort des enfants dans les provinces romaines d’Afrique Proconsulaire, de Numidie et de Maurétanie césarienne aux trois premiers siècles de notre ère. La documentation disponible provient de nombreuses publications de nécropoles, plus ou moins bien documentées en fonction de la date des fouilles, et de la nécropole de Pupput (Hammamet) qui offre pour la première fois un corpus suffisamment important pour être statistiquement crédible. En raison de leur disparité, les données sont présentées sous différents catalogues mais elles sont en revanche analysées simultanément lorsqu’elles renseignaient la même séquence des funérailles. Il a été opté d’étudier dans un premier temps la gestion des corps, de l’emplacement de la sépulture à sa fermeture, puis dans un second temps, les rituels réalisés dans et autour de la sépulture. Le postulat de départ est que les différentes pratiques funéraires adoptées par les familles responsables de l’enterrement de leurs enfants dépendaient d’un certain nombre de facteurs. Parmi eux, l’âge des enfants qui déterminait en grande partie le statut du défunt a été mis en évidence. D’après les données archéo-anthropologiques étudiées, les âges de 6 mois, 3 ans et 7 ans marquaient des étapes importantes dans la socialisation de l’enfant dans sa famille et la société africaine. / The aim of this study is to characterize the gestures, practices and rituals about the children’s death in the Roman provinces of Africa Proconsularis, Numidia and Mauretania cesarean in the first three centuries AD. The available documentation is divided between numerous publications of cemeteries, more or less well documented depending on the date of excavation, and unpublished literature of the necropolis of Pupput (Hammamet), which provides for the first time a corpus large enough to be statistically credible. Because of their differences, the data are presented in various catalogs but analyzed simultaneously when associated to the same funeral sequence. At first, it was decided to study how corpses were managed from the localization of burial to its closure, then in a second time, the rituals performed in and around the grave. The initial postulate is that different burial practices adopted by families in charge of the funeral of their children depended on a number of factors. Among them, the children's age that determined the status of the deceased has been identified. According to archaeological and anthropological data studied, the ages of 6 months, 3 years and 7 years marked important steps in the socialization of the child in his family and the African society.
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