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A Construção do eu no Contexto da Educação Infantil Influências da Escola e a Perspectiva da Criança Sobre esse ProcessoSCHRAMM, Sandra Maria de Oliveira January 2009 (has links)
SCHRAMM, Sandra Maria de Oliveira. A construção do eu no contexto da educação infantil influências da escola e a perspectiva da criança sobre esse processo. 2009. 269 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira Fortaleza-CE, 2009. / Submitted by Liliane oliveira (morena.liliane@hotmail.com) on 2012-07-27T12:58:25Z
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Previous issue date: 2009 / A presente pesquisa foi realizada com o objetivo de compreender como a pré-escola está contribuindo para que a criança se construa como sujeito, tendo como um dos focos a escuta das crianças sobre esse processo. O referencial teórico básico foi a abordagem psicogenética de Henri Wallon, mas buscou-se também fundamentação na perspectiva de Michel Foucault acerca do poder disciplinar, na Sociologia da Infância e na Psicanálise. A investigação empírica aconteceu numa instituição da rede municipal de ensino de Fortaleza, onde vinha sendo desenvolvido há três anos um trabalho de investigação e desenvolvimento profissional contextualizado e teve como foco uma classe de crianças de 5 anos da Educação Infantil. A pesquisa situou-se no enfoque qualitativo e consistiu de um estudo de caso. Diversos instrumentos foram utilizados na coleta de dados: observação, entrevistas e consulta a documentos. Foram definidas três categorias a partir das fases do estágio personalista proposto por Wallon, a saber: oposição, sedução e imitação como focos de observação e de filmagens, o que possibilitou que cenas de cada categoria fossem captadas e utilizadas em entrevistas de explicitação com a professora e com um grupo de seis crianças. A análise dos dados revelou que as práticas pedagógicas e os estilos de interação estabelecidos na escola parecem prejudicar as possibilidades de expansão de potencialidades pelas crianças, na medida em que elas são pouco escutadas, pouco desafiadas e pouco incentivadas a criar, opinar ou participar ativamente da dinâmica escolar. Foram percebidas ocorrências mínimas de conflitos entre as crianças e entre as crianças e a professora. As situações de oposição, em geral, eram inibidas pela professora antes de se transformarem em conflitos, configurando um ambiente pouco propiciador à diferenciação. Foram identificados momentos significativos para o exercício da sedução pelas crianças, ocasiões necessárias para se sentirem valorizadas. O modelo expositor e disciplinar das aulas da professora manifestou-se nas imitações das crianças e foi por elas identificado como algo difícil de ser suportado. A escola parece estar contribuindo, prioritariamente, para a constituição de um sujeito submisso, dependente, passivo, pouco crítico e pouco criativo. A excessiva tônica no controle disciplinar contribui para a produção de um determinado tipo de individualidade: sujeitos “assujeitados” a uma sempre real ou suposta autoridade. No entanto, a insubordinação também se manifesta e as crianças demonstram sinal de protesto em situações onde se sentem injustiçadas, embora mais frequentemente de forma camuflada. As respostas das crianças, no geral, apontam que elas introjetaram o discurso disciplinar da escola, mas também revelam competência em manifestar o mal estar que sentem em diversas situações escolares. As falas das crianças também sugerem que a escola raramente oferece momentos de prazer e alegria. Concepções arraigadas sobre infância e compartilhadas socialmente parecem embasar a postura disciplinadora da professora e ajudam a compreender suas ações traduzidas em expresso compromisso com a aprendizagem das crianças, zelo nos cuidados com a integridade física delas, mas pouca atenção às suas manifestações emotivas relativas a sofrimento psicológico. No percurso metodológico da pesquisa, sem intenção interventiva, a professora revelou ter tomado consciência de ações inadequadas em sua conduta, o que fortalece a idéia de que um trabalho constante, onde as professoras pudessem compartilhar experiências e refletir sobre a prática docente que desenvolvem, teria um impacto positivo no trabalho delas
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