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[en] THE PSYCHIATRIC INTERVIEW: THE DOCTOR´S ROUTINE, HIS CLINICAL PRACTICE AND HIS REPRESENTATIONS / [pt] A ENTREVISTA PSIQUIÁTRICA: A ROTINA, O FAZER CLÍNICO E AS REPRESENTAÇÕESTANIA CONCEICAO PEREIRA 11 October 2005 (has links)
[pt] A proposta do estudo consiste em fazer uma análise densa
da entrevista
psiquiátrica, mediante articulação de três perspectivas:
análise da rotina, a partir
de roteiros de manuais com diretrizes e regras que
orientam a prática clínica;
análise de enquadres, do fazer clínico, com foco no aqui e
agora da entrevista
entre médico e pacientes; análise das representações do
médico sobre o fazer
clínico, em entrevistas com a pesquisadora. As bases
teóricas do trabalho
fundamentam-se na Sociolingüística Interacional, na
Pesquisa Etnográfica e na
Psicologia Social. Pretendeu-se, a partir das três
perspectivas de análise, fazer um
contraponto entre a prática da entrevista centrada no
médico, enquanto voz da
medicina, e a prática da entrevista centrada no paciente,
a voz da sua vida de
experiências.
Os resultados revelaram que, em relação aos roteiros, há
aqueles que
voltam-se para tópicos que devem ser abordados, como forma
de exercer maior
controle, e outros que voltam-se para a valorização das
histórias e experiências
individuais dos pacientes, podendo propiciar uma interação
mais espontânea.
Nas entrevistas entre médico e pacientes, o médico aciona
enquadres que
oscilam entre o investigativo/exploratório e o de co-
construção das experiências
de vida do paciente, com mudanças na relação de
assimetria. Releva-se, assim, um
comportamento discursivo híbrido do médico que, ao mesmo
tempo em que
exerce controle, promove um estado de conversa,
facilitando a representação
discursiva das experiências dos pacientes.
Na análise das entrevistas realizadas com o médico,
percebeu-se que suas
representações da entrevista são de uma prática que tem
como objetivo valorizar a
experiência dos pacientes, distanciando-se o quanto
possível dos procedimentos
determinados pelos roteiros.
Os resultados indicam, no entanto, que, no aqui e agora da
entrevista, o
médico estabelece um meta-enquadre de controle das
informações, gerenciando as
informações com retomadas e resumos da fala do paciente,
sinalizando um modo
híbrido de fala. / [en] The purpose of this study consists of an accurate analysis
of the
psychiatric interview, by combining three perspectives:
analysis of the doctor´s
routine or interview agenda, which has a standard format
and guides the doctor
throughout his clinical practice; frame analysis of the
doctor´s clinical practice
with a focus on the here and now in doctor-patient
interviews; and analysis of
the doctor´s representations regarding his practice,
revealed during interviews
with the researcher. Interactional Sociolinguistics,
Ethnographic Research and
Social Psychology provide the theoretical framework for
this study. Hence, a
distinction was made between doctor-centered interviews,
denoting the voice of
medicine, and patient-centered interviews, denoting the
patient´s account of his
world of experience.
The results showed that there are two kinds of interview
agendas: those
which tend to control the course of the interview, and
others which tend to set a
high value on the patient´s stories and experiences,
providing more spontaneous
interactions.
During doctor-patient interviews, the doctor introduces
framings, which
shift from the investigatory/exploratory to the co-
construction of the patient´s
world of experience, provoking changes in the asymmetrical
relationship.
Therefore, the doctor adopts a hybrid discourse behavior,
that is, on the one hand
he controls the patients´ flow of talk in the encounter,
and on the other, he fosters
a state of talk where patients may express how they
represent their world of
experience.
As the doctor-researcher interviews were analysed, it
became clear that the
doctor valued patient-centered interviews, moving away
from the procedures in
the pre-established agenda.
The results suggest, however, that+ the doctor establishes
an informationcontrolled
meta-frame during the here and now in the interview. He
manages
the information by controlling the turn structure and
summing up the patient´s
talk, ignoring, many times, the patients´ contributions.
In doing so, the doctor
ends up using a legitimated institutional power.
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Práticas conversacionais na tomada do histórico em uma entrevista psiquiátricaFernandes, Rafael Jefferson 24 September 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-09-24 / O presente estudo constitui uma interface entre linguagem e saúde mental. Inserida nos pressupostos teórico-metodológicos da Análise da Conversa Etnometodológica (SACKS, SCHEGLOFF e JEFFERSON (2003 [1974]) e, apoiando-se nos marcos teóricos da Linguística Aplicada das Profissões (SARANGI, 2006), essa dissertação buscou, em um primeiro momento, mapear, sob uma ótica interacional, as fases que compõem uma entrevista psiquiátrica de primeira vez de um ambulatório médico psiquiátrico que funcionda dentro de Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), vinculado ao Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora. Quanto ao método de pesquisa escolhido, utilizamos o estudo de caso, a fim de, em um segundo momento, realizar uma investigação de natureza exploratória, através da qual procuramos compreender as práticas conversacionais realizadas por uma médica residente em psiquiatria de nível um – R1 – para a tomada do histórico de um paciente.A análise de dados evidenciou que, inicialmente, as fases mapeadas durante esse evento discursivo afastam-se da proposta apresentada pela literatura especializada, na medida em que foi encontrado um número superior em relação às descritas nos manuais, isto é, abertura - apresentação do problema – tomada do histórico – avaliação do caso e encaminhamento – negociação e prescrição da medicação – recomendação do tratamento – realização do laudo – encerramento. Ademais, os resultados mostraram que a médica utiliza uma série de práticas, como o uso de formulação, a produção de continuadores (SCHEGLOFF, 1982), a repetição da fala do paciente e a elaboração de novas perguntas (HERITAGE, 2007), que fomentam no paciente a produção de relato, o que parece estar orientado para o objetivo da fase. Acredita-se que, ao desempenhar tais práticas, a médica aproxima-se de uma escuta ativa (HUTCHBY, 2005). Nessa direção, considerando a importância da relação médico-paciente para a construção das hipóteses diagnósticas e para o encaminhamento terapêutico, acredita-se que essa pesquisa é extremamente relevante, pois auxilia na compreensão da dinâmica interacional entre esse par, o que implica uma nova perspectiva para o entendimento do uso da linguagem nesse contexto, o que, por conseguinte, pode melhorar a qualidade dos serviços oferecidos. / The current study forms an interface between language and mental health. Embedded in methodological and theoretical assumptions from the Ethnomethodological Conversation Analysis (SACKS, SCHEGLOFF e JEFFERSON (2003 [1974]) and, is supported by theoretical milestones of Applied Linguistics on Professions (SARANGI, 2006), this essay aimed, firstly, at mapping, through an interactional standpoint, the stages which compose a first-time psychiatric interview from a medical psychosocial ambulatory that works on a Psychosocial Attention Center (Centro de AtençãoPsicossocial – CAPS), linked to the University Hospital of the Federal University of Juiz de Fora. Regarding the chosen research method, we made use of the case study, aiming at, in a second moment, performing an exploratory-oriented investigation through which we try to understand the conversational practices undertaken by a psychiatric resident doctor on level 1 – R1 – for taking the patient history. The data analysis showed that, initially, the stages mapped during this discursive event moved away from the initiative proposed by the specialized literature, as a higher number of relations when compared to the manuals were found, which is, opening – problem display – history taking – case evaluation and forwarding – negotiation and drug prescription – treatment advisory – report fulfillment – closing. Furthermore, the results showed that the doctor used several practices, such as the use of formulation, the production of continuators (SCHEGLOFF, 1982), the patient speech repetition and elaboration of new questions (HERITAGE, 2007), which encourage patient report, seemingly more oriented to the goal of the stage. It is believed that when engaging this practice, the doctor gets closer to an active hearing (HUTCHBY, 2005). In this direction, regarding the importance of doctor-patient relation for the development of diagnosed hypothesis and the therapy addressing, we consider this research extremely relevant, as it helps understanding the interactive dynamics of the duo, implying a new perspective for the understanding of language use within this context, what, consequently, may improve quality of living of offered services.
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