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CULTIVO DE EUCALYPTUS REDUZ A DIVERSIDADE DA HERPETOFAUNA EM ÁREA DE CAMPO NO SUL DO BRASIL / EUCALYPTUS FORESTATION REDUCES THE HERPETOFAUNA DIVERSITY OF GRASSLANDS INSOUTHERN BRAZILAlves, Suélen da Silva 19 February 2014 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / The expansion of forestation on grassland ecosystems has dramatically changed the landscape, as well
as affected the biodiversity and the sustainability of these ecosystems around the world. Grasslands of
southern South America hold high diversity and several cases of endemism, but historically are
insufficiently protected in conservation units and experience drastic reduction due to cultivation of
exotic trees as eucalyptus, black wattle and pine. Grasslands of Pampa biome in Brazilian territory are
restricted to the state of Rio Grande do Sul, where recent estimates indicate that the grassyfields will
disappear within the next few decades if the current scenario of changes in the productive matrix is
maintained. In order to contribute with subsidies to conservation of grasslands ecosystems, the goal of
this Dissertation was to study the spatial patterns in the distribution of herpetofauna (i.e. amphibians and
reptiles), as well as environmental variables associated with native grasslands and eucalyptus plantation
in the Pampa biome, Rio Grande do Sul state, Brazil. Thus, native grasslands and eucalyptus crops were
characterized and compared regarding species richness, taxonomic composition, and abundance of
amphibians and reptiles, using pitfall traps during eight sampling months (September 2012 to April
2013). The communities of amphibians and reptiles studied responded negatively to the replacement of
native grasslands by arboreal crops because they were dominated by a few species in eucalyptus
cultivation . Through nesting analysis and similarity tests, we recorded that reptiles responded strongly
to habitat modification, since the community recorded in eucalypt was an impoverished subset of that
recorded in native pasture, being still dominated by species commonly abundant in degraded areas.
Amphibians responded strongly regarding species abundance and keenly to species richness, but did not
respond to the gradient regarding taxonomic composition of the community. The environmental
variables most strongly related to the pattern of segregation observed between native grasslands and
eucalyptus cultivation were the percentage of low cover vegetation on soil and brightness. Our results
indicate that eucalyptus forestation profoundly modify the structure of undergrowth vegetation, typical
of grassland ecosystems and essential to the biology of several habitat-specialist species, including rare
species. In this context, we emphasize that the habitat loss due to expanding forestation on grasslands
configures a serious threat to conservation of the herpetofauna of the Pampa biome. Such effects can be
minimized only after the adoption of specifically committed environmental policies to the conservation
of grasslands ecosystems, until now so neglected. / A expansão da silvicultura sobre os ecossistemas campestres tem alterado dramaticamente a paisagem,
bem como afetado a biodiversidade e a sustentabilidade desses ecossistemas ao redor do mundo. Os
campos do sul da América do Sul detêm alta diversidade biológica e inúmeros casos de endemismos,
mas historicamente são insuficientemente protegidos em Unidades de Conservação e experimentam
drástica redução devido ao plantio de exóticas como o eucalipto, a acácia-negra e pinus. Os campos do
bioma Pampa em território brasileiro estão restritos ao estado do Rio Grande do Sul, onde estimativas
recentes apontam que estes desaparecerão dentro das próximas décadas se o corrente cenário de
mudanças na matriz produtiva for mantido. A fim de contribuir com subsídios à preservação dos
ecossistemas campestres, o objetivo dessa Dissertação foi estudar os padrões espaciais da distribuição da
herpetofauna (i.e. anfíbios e répteis), bem como de variáveis ambientais associadas, em campo nativo e
plantio de eucalipto localizados no bioma Pampa, Rio Grande do Sul, Brasil. Assim, campos nativos e
cultivos de eucalipto foram caracterizados e comparados quanto à riqueza de espécies, composição
taxonômica e abundância de anfíbios e répteis, utilizando armadilhas de interceptação e queda durante
oito meses de coleta (setembro de 2012 à abril de 2013). As comunidades de anfíbios e répteis estudadas
responderam negativamente à substituição dos campos nativos por cultivos arbóreos, pois foram
dominadas por poucas espécies no cultivo de eucalipto. Através da análise de aninhamento e teste de
similaridade, evidenciamos que os répteis responderam fortemente à alteração do hábitat, já que a
comunidade registrada no eucalipto foi um subconjunto empobrecido daquela registrada no campo
nativo, sendo ainda dominada por espécies comumente abundantes em áreas degradadas. Anfíbios
responderam fortemente quanto à abundância das espécies e sutilmente quanto à riqueza específica, mas
não responderam ao gradiente quanto à composição taxonômica da comunidade. As variáveis
ambientais mais fortemente relacionadas ao padrão de segregação observado entre o campo nativo e o
cultivo de eucalipto foram a porcentagem de vegetação rasteira recobrindo o solo e a luminosidade.
Nossos resultados indicam que o cultivo de eucalipto altera profundamente a estrutura da vegetação
rasteira, típica do ecossistema campestre e imprescindível à biologia de inúmeras espécies habitatespecialistas,
incluindo espécies raras. Nesse sentido, enfatizamos que a perda de hábitat campestre
devido à expansão da silvicultura configura séria ameaça à conservação da herpetofauna do bioma
Pampa. Tais efeitos poderão ser minimizados somente após a adoção de políticas públicas ambientais
especificamente comprometidas com a conservação dos ecossistemas campestres, até então
negligenciados.
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Estratégias reprodutivas e ecologia alimentar de serpentes aquáticas da tribo Hydropsini (Dipsadidae, Xenodontinae). / Reproductive strategies and feeding ecology of the aquatic snakes of the tribe Hydropsini (Dipsadidae, Xenodontinae).Rodrigo Roveri Scartozzoni 27 January 2010 (has links)
A tribo Hydropsini compreende três gêneros de serpentes. Dados alimentares são escassos, mas indicam que as espécies consomem principalmente peixes e secundariamente anfíbios anuros. Os Hydropsini são ovíparos ou vivíparos e o polimorfismo é sugerido para algumas espécies. Entretanto, outros aspectos reprodutivos são desconhecidos para a maioria dessas serpentes. Por outro lado, as relações filogenéticas entre os Hydropsini estão estabelecidas. Este trabalho teve como objetivo caracterizar a reprodução e alimentação de doze espécies dos três gêneros, mapear a evolução e analisar possíveis relações entre a evolução de caracteres morfológicos, reprodutivos e alimentares, utilizando a filogenia disponível. Dados foram obtidos de indivíduos preservados (N = 2.871) de espécies amazônicas (Hydrops spp., Pseudoeryx spp., Helicops hagmanni, H trivittatus, H angulatus, H polylepis), do sudoeste (H leopardinus) e sudeste do Brasil (H carinicaudus, H modestus, H infrataeniatus, H gomesi). Os Hydropsini são especialistas em peixes, porém algumas Helicops (exceto H hagmanni) podem consumir anfíbios e lagartos. Hydrops triangularis e P. plicatilis são especialistas em peixes alongados (Synbranchiformes), Peixes Gymnotiformes, Siluriformes e Perciformes foram dominantes nas dietas de Hy. martii, H polylepis e H hagmanni, respectivamente. Nenhum tipo de presa teve dominância importante nas dietas das demais espécies, porém Perciformes foram consumidos com maior freqüência pela maioria. Esses dados indicam que as espécies diferem quanto ao local de forrageio. Aparentemente, o ancestral da tribo possuía cabeça pequena e dieta composta por Synbranchiformes. A dieta se toma mais ampla e o tamanho da cabeça parece ter aumento no ancestral de Helicops. As presas consumidas por muitas Helicops possuem corpos relativamente mais altos e são mais robustas o que pode explicar alterações no crânio de determinadas espécies. Fêmeas atingem a maturidade com tamanho, relativo ao tamanho médio dos adultos, similar em comparação aos machos. Fêmeas são maiores, possuem maior cabeça, circunferência e cauda mais curta que machos. O menor tamanho dos machos indica que o ritual de combate não deve ocorrer na tribo. Os Hydropsini são ovíparos ou vivíparos e o polimorfismo foi confirmado para H angulatus. A reprodução da maioria das espécies deve ser bienal, já que menos de 50% das fêmeas estavam reprodutivas. Os ciclos das fêmeas são sazonais, exceto para H angulatus. A reprodução das espécies amazônicas ocorre ao longo da estação seca e parte da chuvosa. Ciclos reprodutivos restritos às chuvas ocorrem para as espécies do sudeste e sudoeste. Diferenças nos ciclos das fêmeas podem estar associadas à variação no clima dessas regiões. A espermatogênese pode ser contínua ou sazonal. Os duetos deferentes de muitas espécies estão maiores na seca, sugerindo a ocorrência de cópula nesta estação. A fecundidade e o tamanho dos filhotes, relativos ao tamanho das fêmeas, não diferiu entre serpentes ovíparas e vivíparas. A oviparidade é característica plesiomórfica e a viviparidade pode ter surgido três vezes entre as Helicops. A fecundidade parece aumentar no ancestral do clado (Pseudoeryx, Helicops), o qual é composto por serpentes mais robustas em comparação a Hydrops e a muitos Xenodontinae. Porém, o tamanho dos filhotes tende a diminuir nessas serpentes. / The tribe Hydropsini comprises three genera of snakes. Information on food habits is scarce. However previous data indicate that species feed mainly upon fishes but also eat anurans. The Hydropsini are oviparous or viviparous and the polymorphism is suggested for some species. Other reproductive traits are unknown for most species. On the other hand, the phylogenetic relationships of Hydropsini are established. This study aimed to characterize the reproduction and the feeding habits of twelve species of three genera, hypothesise the evolution of morphological, reproductive and diet characters, as well as probable relationships among these traits. Data were obtained from preserved individuals (N = 2.871) of species from northern (Hydrops sp., Pseudoeryx sp., Helicops hagmanni, H. trivittatus, H. angulatus, H. polylepis), southwestern (H. leopardinus) and southeastern Brazil (H. carinicaudus, H. modestus, H. infrataeniatus, H. gomesi). The Hydropsini feed on fishes, but most Helicops eat also frogs and eventually lizards. Hydrops triangularis and P. plicatilis are specialized on Synbranchiformes fishes. Siluriformes, Perciformes and Gymnotiformes were the dominant item in of H. polylepis, H. hagmanni and Hy. martii, respectively. Other species eat several fishes, but Perciformes were consumed more frequently by most. These data here obtained suggest that the species differ in foraging microhabitat. The ancestor of the tribe probably had small head and diet composed predominantly by Synbranchiformes. The diet became widespread and the size of the head increase in the ancestor of Helicops. The preys consumed by most Helicops are stouter and have higher bodies, which may explain changes in the skull of some species. Females and males attain sexual maturity at similar body size, but adult females are larger. Moreover females have larger head and body circumference, and shorter tail than males. The smaller size of males indicates that the combat behavior should not occur in the tribe. The Hydropsini are oviparous or viviparous and the polymorphism was confirmed to H. angulatus. The reproduction of most species may be biennial, since less than 50% of females were reproductive. The cycles of females are seasonal. At the least H. angulatus, has continuous cycle. The reproduction of the Amazonian species occurs throughout the dry season and part of the rainy season. Cycles restricted mainly to the rainy season occur for species in southeastern and southwestern. Differences in the females cycles may be related to distinct climate in the occurrence areas of the species. The spermatogenesis are continuous or seasonal (restricted to the dry or rainy season). The diameter of deferent ducts of most species are larger in the dry season, suggesting that mating is restricted to this season. The fecundity and size of newborns, relative to the body size of female, was similar among species and did not differ between oviparous and viviparous snakes. The oviparity is plesiomorphic and the viviparity may have arisen at the least three times among Helicops. The fecundity increases in the ancestor of the clade (Pseudoeryx, Helicops), which is stouter than Hydrops and many Xenodontinae. However, the size of newborns tends to decrease in these snakes.
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