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O discurso sociolingustico da fotografia : fotógrafo e fotografado construindo sentidos por meio da fotoetnotextografia na Ilha dos Marinheiros Pelotas

Recuero, Carlos Leonardo Coelho 19 August 2015 (has links)
Submitted by Cristiane Chim (cristiane.chim@ucpel.edu.br) on 2016-10-25T13:09:21Z No. of bitstreams: 1 Tese Carlos Leonardo Coelho Recuero.pdf: 254307358 bytes, checksum: 2bd4fcbe49793d2237119f3bc2862e95 (MD5) / Made available in DSpace on 2016-10-25T13:09:21Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Tese Carlos Leonardo Coelho Recuero.pdf: 254307358 bytes, checksum: 2bd4fcbe49793d2237119f3bc2862e95 (MD5) Previous issue date: 2015-08-19 / This thesis aims at comprehending the production of meaning through photography as a way to recognize oneself and as a way to build a social discourse through the eye of the subject photographed, in a dialogue with the photographer. Thus, we don't look only into the researcher's registers but also into the perceptions of the subject, one who is author and actor of its own everyday life. We present a methodology named "Photoethnotextography", which comes from the recognition of the usage of photography in the description of social phenomena not only as an illustration, but as part of scientific knowledge, as important as the written text for academic research. Through photos, we believe it is possible to show, build and analyze discourse in scientific researches. Our theoretical background is based on the perception of the photographed image as a way to build identity for the occidental subject, based not only on the idea that photography indicates "truth", but also, that it offers ways to observe phenomena which are capable of forming knowledge and linguistic discourse. Following this part, we discuss the methodologies that use images in sociolinguistic narratives like ethnography and photoethnography and finally, present the thesis of Photoetnotextography. After this discussion, we apply the method for Ilha dos Marinheiros (Mariner's Island), an island in Rio Grande do Sul, Brazil. We chose this island because of its population characteristics: They still keep their traditions, which are little influenced by globalization around them in the continent. Thus, the study is able to reveal a culture that produces different meanings, centered on family, on the work of fishermen and farmers, in religion and the production of myths and legends that are passed on generation through generation. This way, the researched subjects build their perception of the world through photography and "conversations" (interviews) with the researcher. Together, the research and the researched subjects build the imagery description of this population, presenting theoretical basis and technicalities of the images. Through this double language, it was possible to understand how the population of the Mariner's Island recognize themselves through the photographic narratives of their social process. The implications of this work reveal that through photography, people find new ways to talk about themselves and to show their identities, producing new social meaning. We also perceived the importance of using text and images (with equal importance and equal weight) in the academic discourse, in order to build knowledge about cultures through Photoetnotextography. Finally, our results point to possible resignifications produced by the method, allowing the strength of the photography as social discourse in communication and research. / A presente tese tem como objetivo compreender a produção de sentidos provenientes de fotografias como forma de reconhecimento e discurso social a partir do olhar do fotografado, em diálogo com o olhar do fotógrafo (produtor da foto). Portanto, parte-se não apenas dos registros do pesquisador, como também da percepção do sujeito pesquisado enquanto ator e autor de seu cotidiano. Para isso, desenvolveu-se uma metodologia denominada de Fotoetnotextografia que parte do reconhecimento da importância do uso da fotografia nas descrições de fenômenos sociais, tratando-a não com uma mera fonte de ilustração, mas como parte de conhecimento científico, fundamental e tão importante quanto o texto escrito para os trabalhos acadêmicos. Por meio da foto, acredita-se ser capaz de mostrar, construir discursos e análises consistentes nas pesquisas científicas. O referencial teórico é focado na percepção da imagem fotográfica como facilitadora da formação identitária do sujeito ocidental, partindo não apenas das premissas que a fotografia é uma indicadora de “verdades”, como também, de que ela oferece formas de observação diferenciadas de fenômenos capazes de atuar na formação do conhecimento e do discurso linguístico. A seguir, discute-se e problematiza-se as metodologias que utilizam as imagens fotográficas nestas narrativas sociolinguísticas científicas, como a etnografia e a fotoetnografia, apresentando-se, finalmente, a Fotoetnotextografia. Após esta etapa da pesquisa, descreve-se a localidade escolhida: a Ilha dos Marinheiros. A eleição se deve às características da população ilhéu: um povo que mantém suas tradições ainda pouco influenciadas pela crescente globalização das cidades continentais, capaz, então, de revelar uma cultura produtora de sentidos ímpares, centrada na constituição da família, no trabalho de pescadores e agricultores, na religiosidade e na produção de mitos e lendas que são passados de geração a geração. Desse modo, o sujeito pesquisado constrói a sua percepção de mundo por meio da fotografia e das “conversas” (entrevistas) desenvolvidas com o pesquisador. Conjuntamente, o pesquisador edifica a descrição imagética da população, apresentando as bases teóricas e técnicas da lida com as imagens. Por meio desta dupla linguagem, foi possível compreender como o ilhéu da Ilha dos Marinheiros se reconhece a partir da narrativa fotográfica de seus processos sociais. As implicações deste estudo revelam que, por meio da fotografia, os sujeitos encontram outras maneiras para falar sobre si e para manifestarem suas identidades, produzindo novos sentidos sociais. Também se percebeu a importância da conjugação de textos com imagens (no discurso acadêmico e com igual peso de importância) como fundamentais para a construção do conhecimento de culturas por meio da Fotoetnotextografia. Por fim, os resultados apontam para possíveis ressignificações produzidas pelo duplo diálogo narrado entre o olhar do fotografado e o olhar do fotógrafo, capazes de apontar a “força” da imagem fotográfica como discurso social em processos de comunicação e pesquisa.
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“Só barulho do spray foskando algum tom”: os grafismos urbanos na paisagem sociolinguística da cidade de Juiz de Fora/MG

Soares, Mariana Schuchter 15 March 2018 (has links)
Submitted by Geandra Rodrigues (geandrar@gmail.com) on 2018-05-17T18:21:14Z No. of bitstreams: 1 marianaschuchtersoares.pdf: 20615931 bytes, checksum: 2873d36ceb31b42d2d3c4ffb1893edb9 (MD5) / Approved for entry into archive by Adriana Oliveira (adriana.oliveira@ufjf.edu.br) on 2018-05-22T11:51:54Z (GMT) No. of bitstreams: 1 marianaschuchtersoares.pdf: 20615931 bytes, checksum: 2873d36ceb31b42d2d3c4ffb1893edb9 (MD5) / Made available in DSpace on 2018-05-22T11:51:54Z (GMT). No. of bitstreams: 1 marianaschuchtersoares.pdf: 20615931 bytes, checksum: 2873d36ceb31b42d2d3c4ffb1893edb9 (MD5) Previous issue date: 2018-03-15 / FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais / O objetivo deste trabalho é compreender como a superdiversidade está presente na paisagem sociolinguística da cidade de Juiz de Fora/MG por meio dos grafismos urbanos (grafites e pichações), considerando que, em seus contornos locais, essas manifestações tornaram-se frequentemente plurilíngues – conforme percepção anterior nossa – apresentando fragmentos de línguas diversas. Sob a abordagem qualitativa, por meio de etnografia e etnografia visual, a partir de entrevistas com grafiteiros e pichadores da cidade, bem como de fotografias da paisagem sociolinguística, buscamos demonstrar como a superdiversidade (VERTOVEC, 2007; BLOMMAERT, 2010, 2012, 2013), produto de movimentos migratórios e do desenvolvimento da tecnologia, pode ser vivenciada por meio de repertórios cada vez mais diversificados. Consideramos, neste contexto, que os recursos linguísticos são móveis, assim como as pessoas (KROON, DONG & BLOMMAERT, 2011), e que esses recursos são absorvidos pelo meio ambiente sociolinguístico, adaptados a ele e influenciados por grafias já existentes, formas locais de pronúncia, padrões pragmáticos ou poéticos dominantes etc. (BLOMMAERT, 2012). Buscamos desconstruir, dessa forma, a ideia de que a cidade em questão é monolíngue por meio da observação de sua paisagem, que não é só linguística, mas também social. Nesse sentido, falamos de to language, i.e, de língua como verbo (SHOHAMY, 2006; MAKONY E PENNYCOOK, 2007; GARCÍA, 2009), das práticas que estão nas ruas, longe das instituições que propagam as formas normativas, e que estão muito mais ligadas à agentividade e criatividade linguísticas. As evidências encontradas e registradas (120 fotografias) apontam para a presença de manifestações plurais em línguas diversas (como italiano, latim, espanhol, francês, inglês, entre outras) e de codemeshing (CANAGARAJAH, 2013). Apesar de existirem pichações espalhadas por toda a área de 1.435,664 km2 da cidade, inclusive em bairros periféricos, o estilo delas geralmente se difere do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Belo Horizonte. Em vez de códigos, i.e., símbolos gráficos do tag reto, encontramos, em Juiz de Fora, com mais frequência, pichações em forma de palavras que podem facilmente ser lidas por um leigo, por alguém que está fora da “cultura do spray”. Neste contexto, além de “agredir a sociedade”, a pichação também “se comunica” com ela. A ideia é protestar sim (uma vez que a propriedade privada é utilizada), mas também compartilhar ideias e marcar presença na cidade. / El objetivo de este trabajo es comprender cómo la superdiversidad está presente en el paisaje sociolingüístico de la ciudad de Juiz de Fora / MG por medio de los grafismos urbanos (grafitos y pintadas), teniendo en cuenta que, en sus contornos locales, esas manifestaciones se vuelven frecuentemente plurilingües – según la percepción anterior nuestra –, exhibiendo fragmentos de lenguas diversas. Bajo el abordaje cualitativo, a través de etnografía y etnografía visual, a partir de entrevistas con grafiteros de la ciudad, así como de fotografías de paisaje sociolingüístico, se busca demonstrar como la superdiversidad (VERTOVEC, 2007; BLOMMAERT, 2010, 2012, 2013), producto de movimiento migratorio y del desarrollo de la tecnología, puede ser experimentada por medio de repertorios cada vez más diversificados. Consideramos, en este contexto, que los recursos lingüísticos son móviles, tanto como las personas (KROON, DONG & BLOMMAERT, 2011), y que eses recursos son absorbidos por el medio ambiente sociolingüístico, se adaptan a ese y son influenciados por grafías preexistentes, formas locales de pronunciación, patrones pragmáticos o poéticos dominantes etc. (BLOMMAERT, 2012). Buscamos deconstruir, así, la idea de que esta ciudad es monolingüe mediante la observación de su paisaje, que no es sólo lingüística, sino también social. En este sentido, hablamos de to language, i.e, de lengua como verbo (SHOHAMY, 2006; MAKONY E PENNYCOOK, 2007; GARCÍA, 2009), de las prácticas que están por las calles, lejos de las instituciones que propagan las formas normativas y que están mucho más asociadas a la agentividad y creatividad lingüística. Las evidencias encontradas y registradas (119 fotografías) señalan la presencia de manifestaciones plurales en lenguas diversas (como italiano, latín, español, francés, inglés entre otras) y de codemeshing (CANAGARAJAH, 2013). A pesar de existieren grafiti ubicadas por toda el área de 1.435,664 km² de la ciudad, incluso en las regiones periféricas, su estilo se difiere de Rio de Janeiro, São Paulo y Belo Horizonte. En vez de códigos, i.e., símbolos gráficos del tag reto, encontramos en Juiz de Fora, con más frecuencia, pintadas en forma de palabras que pueden fácilmente ser leídas por un lego, por alguien que no está dentro de la "cultura del spray". En este contexto, además de "agredir a la sociedad", la pintada también "se comunica con ella". La idea, sí, es protestar (ya que se utiliza la propiedad privada), pero también compartir ideas y marcar presencia en la ciudad.

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