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Violência e realismo na particularidade russaSantos, Kátia Hale dos 21 May 2018 (has links)
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Previous issue date: 2018-05-21 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / Violence is an integral principle of capitalism from its historical origins to its modern
development. The violence toward the semifeudal peasantry that came from English
capitalists in the 14th to 17th centuries shaped the pre-history of capitalism. The continuity of
this violence toward more primitive peoples shaped the modern history of capitalism. In the
first case, this violence is used in order to establish capitalism; in the other, it develops and
universalizes its concept. In both cases, violence is inevitable and inseparable from capital.
However, in the case of peripheral countries, where the capitalist mode of production is
combined with another mode of production, violence becomes even more evident. This paper
has the objective of investigating violence in the particular case of Russia and its effect on
Maxim Gorky’s realist literature. We start from the premise that structural and ‘naturalized’
violence in Russia between the last quarter of the 19th century to early 20th century – focus of
this paper – is inherent to the implementation of the capitalist mode of production and liberal
ideals in a feudal society, with different coexisting modes of production, when the brutal
violence among the populace was even bigger than in the formality that characterized human
relations in capitalism. The unequal rhythm of capitalist development in the international
arena in locations that are lagging behind, according to Trotsky, ended up creating its own
history in underdeveloped nations, when the late capitalism will be marked by the
assimilation of more modern elements from advanced nations and its adaptation to archaic
material and cultural conditions. Realist literature is by definition the one that, from reality
itself, can go beyond an appearance of reality and meet its essence, representing it in its
dynamic totality, in which beginning and end are man himself in his authenticity. Gorky’s
work was chosen for its reflection upon the violence brought about in this period, revealing
russian society’s contradictions in its process of adherence to capitalism in its imperialist
phase, keeping traces of the old regime / A violência é um princípio do capitalismo que o compõe desde a sua gênese ao seu
desenvolvimento moderno. A violência originária do capitalismo inglês dos séculos XIVXVII
sobre o campesinato semifeudal forma a pré-história do capitalismo. A continuidade
desta violência sobre os povos atrasados forma a história moderna do capitalismo. Em um
caso, a violência atua para formar o capitalismo; noutro, para desenvolver e universalizar seu
conceito. Em ambos, a violência é inevitável e inseparável do capital, mas, no caso dos países
periféricos, onde o modo de produção capitalista está associado a outro modo de produção, a
violência se faz ainda mais presente. A pesquisa ora apresentada tem como objeto de
investigação a violência na particularidade russa e seu reflexo na literatura realista de Máximo
Gorki. Partimos do pressuposto de que a violência estrutural e “naturalizada” na Rússia entre
o último quartil do século XIX e início do século XX – recorte da pesquisa – é inerente à
implementação do modo de produção capitalista e dos ideais liberais numa sociedade de base
feudal, coexistindo modos de produção distintos, quando a brutal violência entre os extratos
populares era ainda maior que no formalismo que caracteriza as relações humanas no
capitalismo. A desigualdade de ritmo do desenvolvimento do capitalismo no plano
internacional acabou por impor uma historicidade própria nas localidades atrasadas, segundo
Trotsky (1977), quando o capitalismo tardio será marcado pela assimilação de elementos mais
modernos das nações avançadas e sua adaptação a condições materiais e culturais arcaicas. A
literatura realista é, por definição, aquela que, a partir da própria realidade, consegue
ultrapassar a aparência da realidade e ir ao encontro de sua essência, figurando-a em sua
totalidade dinâmica, na qual o início e o fim são o próprio homem em sua autenticidade. A
obra de Gorki foi eleita por refletir a violência gerada nesse momento, revelando as
contradições da sociedade russa no seu processo de aderência ao capitalismo em sua fase
imperialista, guardando traços do antigo regime
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