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Mulheres travestis e trans

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2017. / Made available in DSpace on 2018-01-16T03:18:52Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2017 / Esta dissertação teve como objetivo principal desconstruir processos de singularizações sobre violências vivenciadas ou não por um grupo de mulheres travestis e trans residentes na região da Grande Florianópolis. Foram entrevistadas seis pessoas que se reconhecem ou já se reconheceram como mulheres travestis ou trans. Também fizeram parte das análises, falas e situações que acompanhei nas rodas de conversa nas Segundas Transtornadas, que ocorrem na Associação em Defesa dos Direitos Humanos com Enfoque na Sexualidade ? ADEH, em Florianópolis, assim como falas que escutei em Congressos, Seminários, etc. Embasei a abordagem teórica nas obras de Judith Butler e Jacques Derrida, assim como busquei contribuições da psicanálise ? considerando o diálogo crítico que Butler e Derrida estabelecem com essa abordagem ? e dos transfeminismos. Recorri aos conceitos de différance, hospitalidade, vulnerabilidade, precariedade, abjeção, heteronormatividade, cisheteronormatividade, ficção identitária, dentre outros. Na pesquisa foi possível discutir como paradoxais as categorizações das transexualidades e travestilidades, que produzem as violências da patologização, ao mesmo tempo em que se mostram como possibilidades de garantia de direitos relacionados ao processo transexualizador do SUS e a processos jurídicos que reivindicavam retificação de nome e sexo em Registros Civis. A grande recorrência de situações de violências em ambientes, como família, instituições de escolarização, busca por emprego formal e outros, foi associada à naturalização de tais violências. Os territórios de prostituição apareceram nas falas das entrevistadas como ambientes nos quais eram maiores as probabilidades de ocorrerem situações de violências com mulheres travestis e trans, em especial envolvendo clientes. Por fim, as informações veiculadas pelas mídias sobre violências envolvendo mulheres travestis e trans foram discutidas com as entrevistadas, que consideravam as notícias desrespeitosas, mas não violentas, o que analisei como formas de naturalização de violências. Desse modo, foi possível desconstruir formas singulares de lidar com o que as entrevistadas consideravam ou não por violências. Em alguns momentos, essas apropriações dos (con)textos se davam de forma a reafirmar binarismos como o de vítima/agressor. Assim como também surgiram falas em que foram articuladas possibilidades de deslocamento de significados atribuídos às vivências relacionadas às violências. De modo a mostrar a potencialidade e as estratégias para lidar com tais (con)textos, que envolviam uma ética pautada no reconhecimento da sua implicação em algumas dessas situações violentas. / Abstract : This dissertation had as main objective to desconstruct processes of singularizations about violence experienced or not by a group of transvestite and trans women residents in the region of Grande Florianópolis. Six people, who recognize themselves now or in the past as trans and travestite woman, were interviewed. It is also included in the analyses speeches and situations that I accompanied during meetings at Segundas Transtornadas occured in the Associação em Defesa dos Direitos Humanos com Enfoque na Sexualidade - ADEH (Association for Defense of Human Rights with a Focus on Sexuality), in Florianópolis, as well as speeches I have heard in Congresses, Seminars, etc. I based the theoretical approach in the works of Judith Butler and Jacques Derrida, as well as I sought contributions of the psychoanalysis ? considering the critical dialog both authrors establish with it ? and the Transfeminist discussions. I brought the concepts of différance, hospitality, vulnerability, precarity, abjection, heteronormativity, cisheteronormativity, identitary fiction, and others. In the research, it was possible to articulate the transsexualities and travestilities as paradoxical cathegorizations when producing the violence of pathologization at the same time they show themselves as possibility of guarantee of rights related to the Transsexualizing process of the SUS (Health Unic System) and legal processes that demanded rectification of name and sex in Official documents. The great recurrence of situations of violence in places, such as family, schooling institutions, search for formal employment and others, was associated with the naturalization of such violence. The sites of prostitution appeared in the speeches of the interviewees as environments with the highest probabilities of ocurring situations of violence with transvestite and trans women, in special involvement clients. Finally, the news of violences involving transvestite and trans women were discussed with interviewees, which they considered to be disrespectful but not violent, what I analyzed as forms of naturalization of violence. In this way, it was possible to desconstruct singular ways of dealing with what those interviewed considered as violence or not. Sometimes these appropriations of the (con)texts were given in a way to reaffirm binarisms like that of the victim/aggressor. As in other moments, there have been speeches in which possibilities for the displacement of meanings attributed to vivencies related to violence, in order to show the potentiality and the strategies to deal with these (con)texts, which involved an ethic based on recognition of the implication of the subject in some of the violent situations.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/182709
Date January 2017
CreatorsPrado, Marcelo de Oliveira
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Souza, Mériti de
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Format209, 3 p.| il.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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