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A resiliência enquanto experiência de dignidade : antropologia das práticas políticas em um cotidiano de lutas e contestações junto a moradoras ameaçadas de remoção nas cidades sede da Copa do Mundo 2014 (Porto Alegre, RS e Rio de Janeiro, RJ)

A ameaça de remoção feita pelos governos municipais as moradoras de comunidades, vilas ou favelas é uma das marcas da habitação de famílias e sujeitos nesses locais. As narrativas sobre o cotidiano nesses territórios parecem ser tecidas cuidadosamente sob o signo da resiliência, que não raro é sintetizado na categoria luta, que nesse caso expressa a experiência de viver na comunidade, e que vincula, casa, corpo, diferentes relações sociais. A partir de alguns relatos elaborados nessa condição de resiliência, conhecemos outras marcas intrínsecas a trajetória dessas mulheres e como elas chegam e vivem nesses territórios, em meio a confrontos armados, coação feita por funcionários da prefeitura, e diversas outras violências. Sacrifícios e sofrimentos que compõem os seus argumentos mais profundos de permanência naquele espaço, já que nenhuma delas gostaria de ser removida dali. Nos aproximamos dessas mulheres através do percurso de uma pesquisa de campo realizada em Porto Alegre e no Rio de Janeiro, em meio a uma rede de contestação às obras dos megaeventos no Brasil– Copa do Mundo e Olimpíadas – que se fortalece a partir de 2010 quando as obras preparatórias se iniciam nas cidades sede. As contestações que aparecem nos relatos remontam a um esgotamento político profundo e a um fosso generoso entre algumas conquistas sociais conquistadas desde 1988 e sua efetivação. A moradoras diante desse cenário são compreendidas através de uma cidadania insurgente que tem, no exercício efetivo da luta, a resiliência como uma prática política que lhe garante a dignidade. / The threat of removal houses made by municipal governments for the residents of communities, towns or favelas is a hallmark of housing in these locations. The narratives about everyday life in these areas seem to be woven carefully under the sign of resilience, which often is synthesized in the struggle, which in this case expresses the experience of living in the community, and linking: home, body, different social relations. Witnessing some narratives prepared under this condition of resilience, I met other intrinsic marks the trajectory of these women and how they come and live in these territories, amid armed confrontations, threats made by city officials, and several other violence. The sacrifice and suffering that constitute their arguments deeper to stay in that space, since none of them would like to be removed from thence. This women are part of this field survey conducted in Porto Alegre and Rio de Janeiro, amid a network of opposition to construction of megaevents in the Brazil World Cup and Olympics - started from 2010, when preparatory works begin in the host cities. The disputes that appear in the narratives, are components to a deep political exhaustion and a generous gap between some social gains won since 1988 and its implementation. The residents in this scenario are understood through an insurgent citizenship, which has in the effective exercise of struggle, resilience as a political practice that ensures dignity.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/114459
Date January 2014
CreatorsGutterres, Anelise dos Santos
ContributorsEckert, Cornelia
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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