[pt] Esta dissertação explora tensões emergentes do crescente engajamento dos
chamados provedores Sul-Sul no campo da cooperação internacional para o
desenvolvimento, discutindo alguns de seus efeitos sob a ação de governos receptores,
doadores Norte-Sul e estruturas de governança no espaço social em questão.
Beneficiamo-nos principalmente das noções de campo e cultura de auditoria de
Pierre Bourdieu e Marilyn Strathern, respectivamente. Por meio dessas, descrevemos a
trajetória da cooperação internacional para o desenvolvimento a partir da segunda metade do século XX, ressaltando o papel do Comitê de Assistência ao Desenvolvimento (CAD) da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) na elaboração e manutenção de princípios organizadores e práticas dominantes no campo. Enfatizamos o plano simbólico ao narrar a oposição histórica entre cooperação Norte-Sul e Sul-Sul, sugerindo conexão inextricável entre a emergência da última e a crítica no campo à agenda da eficácia da ajuda. Observamos os efeitos das tensões entre cooperação Sul-Sul e Norte-Sul na dimensão local a partir de um estudo de caso sobre Moçambique, aplicando as noções de dependência simbólica e efeito BRICS a fim compreender tendências e impactos sob o comportamento do Governo de Moçambique, doadores Norte-Sul e suas condicionalidades, e o processo de consolidação democrática no país. Ao final, sistematizamos algumas reflexões sobre o estado de fluxo do campo, sugerindo que sua re-politização não necessariamente se traduz em democratização para países receptores. / [en] This thesis explores tensions emerging from the growing engagement of so-called
South-South providers in the field of international development cooperation, discussing
some of their effects on the behavior of recipient governments, North-South donors and
governance structures within the referred social space. The primary concepts mobilized
are those of field and audit culture, as used by Pierre Bourdieu and Marilyn Strathern
respectively. Through these, we describe the trajectory of international development
cooperation during the second half of the twentieth century, emphasizing the role of the
Development Assistance Committee (DAC) of the Organization for Economic
Cooperation and Development (OECD) in creating and maintaining the field’s organizing
principles and dominant practices. We emphasize the symbolic realm in narrating the
historic opposition between North-South and South-South cooperation, suggesting an
inextricable connection between the emergence of the later and the critique of the aid
effectiveness agenda. We explore the local effects of tensions between South-South and
North-South cooperation through a case study on Mozambique, applying the notions of
symbolic dependence and the BRICS effect in order to understand trends and impacts
on the behavior of the Government of Mozambique, North-South donors and their
conditionalities, and the process of democratic consolidation in the country. Finally, we
draw some reflections on the state of flux of the development cooperation field,
suggesting that its re-politicization does not necessarily imply democratization for
recipient countries.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:24612 |
Date | 19 May 2015 |
Creators | JOAO MOURA ESTEVAO MARQUES DA FONSECA |
Contributors | PAULO LUIZ MOREAUX LAVIGNE ESTEVES, PAULO LUIZ MOREAUX LAVIGNE ESTEVES, PAULO LUIZ MOREAUX LAVIGNE ESTEVES |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | TEXTO |
Page generated in 0.0026 seconds