[pt] A militarização do cotidiano das cidades, que tem pautado as políticas de segurança pública no estado do Rio de Janeiro, traz consequências para as práticas culturais, sobretudo nas favelas e periferias. É o caso do funk. Entre bordas e fronteiras: gênero, política e interseccionalidade no funk carioca concebe esse gênero musical, expressão cultural da diáspora africana, a partir das categorias de fronteira e interseccionalidade para apresentá-lo como cultura fronteiriça, lugar de encontro e diversidade. Três hipóteses justificariam essa leitura: a linguagem da forma-cultural da fronteira; o incentivo atual a temas relativos à diversidade de raça e gênero; o fato de ser essa fronteira habitada pelos chamados corpos matáveis. O funk mostra, em seus subgêneros musicais, uma lógica na divisão entre gêneros masculino e feminino. O subgênero musical proibidão reitera uma masculinidade hegemônica; a putaria, a transgressão de uma feminilidade tida como ideal. O funk mostra que na cultura de fronteira o binarismo é recurso para desvendá-lo e, possivelmente, desconstruir dualismos, ainda que a partir de reiterações. Não há de dentro e de fora: a ambiguidade comanda e a blasfêmia permite sonhar. / [en] The militarization of everyday urban life, which has marked public security policies in the state of Rio de Janeiro, bears consequences for cultural practices, especially those of favelas and peripheries. This is the case of funk carioca. Between Border-Lines and Border-Lands: Gender, Politics and Intersectionality in Funk Carioca conceives this musical genre, which is a cultural expression of the African diaspora, within the categories of borderland and intersectionality to present it as a borderland culture: a place of diversity and a meeting place. Three hypotheses underpin this reading: the language of the borderland culture-form; present-day stimuli to issues of race and gender diversity; the fact that this borderland is inhabited by so-called killable bodies. Brazilian funk subgenres display a logic of masculine and feminine gendering. The proibidão (forbidden) subgenre iterates hegemonic masculinity; the putaria (explicit) subgenre iterates the transgression of a femininity that is viewed as ideal. Funk carioca shows that in borderland culture there is no room for binarism, no inside and outside place: ambiguity rules and blasphemy allows dreaming.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:47039 |
Date | 09 March 2020 |
Creators | MARIANA GOMES CAETANO |
Contributors | MARIA SARAH DA SILVA TELLES |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
Page generated in 0.0021 seconds