[pt] Quando Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York, propôs o limite
para o tamanho de copos de refrigerantes vendidos em lanchonetes, críticos
denunciaram o flagrante desrespeito à liberdade de escolha. Apoiadores do
prefeito, por sua vez, alardearam os benefícios previstos à saúde da população.
Esses valores inconciliáveis, liberdade versus bem-estar, abasteceram um debate
sobre os limites do paternalismo de Estado. Recentemente, porém, baseados em
evidências de falhas e vieses cognitivos diagnosticados por psicólogos e
economistas comportamentais, Cass Sunstein e Richard Thaler sugeriram uma
terceira via, o paternalismo fraco ou libertário, que aumentaria o bem-estar das
pessoas sem eliminar opções de escolha: em vez de coerção, nudges sutis em
direção a melhores decisões. Se, de um lado, o paternalismo fraco teve sucesso
entre governantes, o mesmo sucesso não foi acompanhado dentro da academia:
Sarah Conly o considerou pouco eficiente para ser uma alternativa ao
paternalismo forte e liberais o consideraram contra a liberdade, mais
especificamente contra um tipo de liberdade: a autonomia. Assim, chega-se à
hipótese de que a rejeição ao paternalismo forte decorre da percepção da perda da
liberdade em sentido negativo, ao passo que a rejeição ao paternalismo fraco
decorre da percepção de perda de liberdade em sentido positivo ou autonomia.
Com o intuito de testar esta hipótese, foram feitos diversos experimentos
utilizando métodos da psicologia social. Os resultados dos experimentos
corroboram com a hipótese, ao indicar a correlação entre crença em determinismo
científico, que desafia a noção de autonomia e autodeterminação, e menor rejeição
ao paternalismo fraco de Estado. / [en] When Michael Bloomberg, former mayor of New York, proposed to limit
the size of soft drink cups sold in cafeterias, critics denounced the flagrant
disregard for freedom of choice. Supporters of the mayor, in turn, boasted the
expected benefits to public health. These irreconcilable values, freedom versus
well-being, heated a debate about the limits of state paternalism. Recently,
however, based on evidences of cognitive failures and biases diagnosed by
psychologists and behavioral economists, Cass Sunstein and Richard Thaler
suggested a third way, the weak or libertarian paternalism, which would increase
people s well-being without eliminating options to choose from: in instead of
coercion, subtle nudges toward better decisions. Although the weak paternalism
was a success among governors, the same success was not followed within the
academy: Sarah Conly considered it inefficient to be an alternative to the strong
paternalism and liberals considered it against freedom, specifically against one
type of freedom: autonomy. Thus, one comes to the hypothesis that the rejection
of strong paternalism stems from the perception of loss of freedom in the negative
sense, whereas the rejection of weak paternalism stems from the perception of
loss of freedom in a positive sense or autonomy. In order to test this hypothesis,
several experiments were ran using methods of social psychology. The results of
the experiments corroborate the hypothesis by indicating the correlation between
belief in scientific determinism, which challenges the notion of autonomy and
self-determination, and less rejection of weak paternalism of state.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:27207 |
Date | 25 August 2016 |
Creators | GABRIEL CABRAL |
Contributors | NOEL STRUCHINER, NOEL STRUCHINER, NOEL STRUCHINER |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
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