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Adesão ao regime terapêutico anti-retroviral por pessoas com HIV/Aids em um serviço de referência

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Florianópolis, 2011 / Made available in DSpace on 2012-10-26T07:04:04Z (GMT). No. of bitstreams: 1
292563.pdf: 1232535 bytes, checksum: f8eaf8f69c1df39d5a827c38e786f5a0 (MD5) / Introdução: Com o advento da terapia antirretroviral altamente eficaz, efetiva na redução da carga viral plasmática de RNA-HIV-1 para níveis indetectáveis, observou-se um profundo impacto na história natural da infecção pelo HIV e da Aids. Contudo, regimes terapêuticos muito exigentes e efeitos adversos provocados por essa terapia surgem dificultando a adesão ao regime terapêutico. A não-aderência aos novos medicamentos para a Aids tem sido considerada como um dos mais ameaçadores perigos para a efetividade do tratamento, no plano individual, e para a disseminação de vírus-resistência, no plano coletivo. Uma avaliação precisa da adesão é fundamental para um adequado planejamento do tratamento. Objetivos: Descrever a adesão ao tratamento antirretroviral por pessoas com HIV/Aids em um serviço público estadual de referência em infectologia. Sujeitos e Métodos: trata-se de um estudo transversal retrospectivo, com amostra não probabilística, realizado com 172 pessoas fazendo uso de terapia antirretroviral a mais de 3 meses, atendidas no ambulatório de um serviço de referência estadual em Infectologia, que responderam ao #Cuestionario para La Evaluación de La Adhesión al Tratamiento Antiretroviral# CEAT-VIH, que é um instrumento auto-informe, com 20 perguntas, que em seu conjunto avalia a adesão ao tratamento antirretroviral. A coleta de dados foi de julho a dezembro de 2010. A adesão foi medida por meio do questionário CEAT-VIH e os demais dados analisados por meio das médias, desvio-padrão e/ou mediana O nível de significância assumido foi de 5%. Aplicou-se o teste T de Student, o teste de qui-quadrado e o teste Exato de Fisher. Para avaliar a significância, calculou-se o intervalo de confiança do Odds Ratio (OR). Resultados: A maioria da amostra apresentou escore de adesão baixa (62,2%) ou irregular (28,5%). A adesão ao tratamento antirretroviral por pessoas com HIV/Aids está associada às variáveis psicossociais e demográficas. Foram observadas associações significativas com o sexo (p = 0.0026), com a escolaridade (p = 0.0094), com a presença de outras doenças (p = 0.0213) e a adesão. Observou-se uma chance 3,34 vezes maior (IC :1,11 a 10,07) de homens não aderirem ao tratamento do que mulheres. Na escolaridade, pessoas com segundo grau possuem 71% menos chance (1 # 0,29) de adesão irregular do que as com primeiro grau. Houve também associação significativa entre a forma que o paciente adquiriu o HIV e a adesão P = 0.0283. Observou-se a maior taxa de não-adesão em pessoas que usaram drogas injetáveis (93,8%). As variáveis clínicas como carga viral e células CD4 não apresentaram associação significativa com a não-adesão. Apenas 37,3% da amostra relatou ter recebido algum tipo de informação sobre sua condição de saúde. Considerações finais: A compreensão de aspectos associados a adesão é o primeiro passo para o seu manejo e superação. A adesão ao tratamento das pessoas com HIV/Aids encontrada no estudo foi insatisfatória, como baixa e irregular, trazendo alguns questionamentos quanto a novas estratégias de intervenção com esses pacientes. A adesão ao tratamento antirretroviral por pessoas com HIV/Aids está associada às variáveis psicossociais e demográficas, como sexo, escolaridade e forma que adquiriu a infeção. Há importância do reconhecimento desta associação na indicação de tratamento ARV, com avaliação criteriosa dos profissionais de saúde frente as condutas a serem adotadas para uma maior adesão. O acesso ao serviço e a informação adequada podem garantir um atendimento de qualidade, com profissionais capacitados e disponíveis, considerando que a relação dialógica entre profissional e pessoa sob seus cuidados jamais poderá ser substituída. / Introduction: With the advent of the highly effective antiretroviral therapy, which is effective in reducing plasma viral load of HIV-1 RNA to undetectable levels, a profound impact on the natural history of HIV infection and AIDS has been observed. However, very demanding drug regimens and adverse effects caused by this therapy appear making the adherence to the therapeutic regime difficult. Non-adherence to new medicines for AIDS has been regarded as one of the most threatening dangers to the effectiveness of treatment, at the individual level, and the spread of virus-resistance, at the collective level. An accurate assessment of adherence is essential for an adequate treatment planning. Objectives: To describe adherence to antiretroviral treatment for people with HIV/AIDS in a state public service that has been set as a benchmark in infectology. Subjects and Methods: This is a retrospective cross-sectional study, with non-probability samples conducted with 172 people making use of antiretroviral therapy for more than three months, treated in an outpatient state service, benchmark in infectology who responded to the "Questionnaire for the Assessment of Adherence to Antiretroviral Treatment", CEAT-HIV, which is a self-report instrument with 20 questions, and as a whole, assesses adherence to antiretroviral therapy. Data collection was from July to December 2010. Adherence was measured through the questionnaire CEAT-HIV and other data were analyzed using the mean, standard deviation and/or median. The level of significance assumed was 5%. The tests applied were the Student#s t test, chi-squared test and Fisher#s exact test. To assess significance, the confidence interval of Odds Ratio (OR) was calculated. Results: Most of the samples had low adherence score (62.2%) or irregular (28.5%). Adherence to antiretroviral treatment by people with HIV/AIDS is associated with psychosocial and demographic variables. Significant associations with sex (p = 0.0026), with education (p = 0.0094), with the presence of other diseases (p = 0.0213) and adherence were observed. There was a chance 3.34 times higher (CI: 1.11 to 10.07) of men not adhering to treatment than women. In education, people with high school levels are 71% less likely (1 - 0.29) of irregular adherence than those with primary school levels. There was also a significant association between the way that the patient acquired HIV and adherence P = 0.0283. It was also observed the highest rate of non-adherence in people who injected drugs (93.8%). Clinical variables such as viral load and CD4 were not significantly associated with nonadherence to treatment. Only 37.3% of the samples reported having received some information about their health condition. Final Considerations: The understanding of issues associated with adherence is the first step to manage and accept it. Adherence to treatment for people with HIV/AIDS found in the study was unsatisfactory, low and irregular, bringing some questions about new strategies for intervention with these patients. Adherence to antiretroviral treatment for people with HIV/AIDS is associated with psychosocial and demographic variables such as gender, schooling and how the infection was acquired. There is recognition of the importance of this association in the indication for ARV treatment, with careful assessment by health professionals against the measures to be taken for a larger adherence to treatment. Access to appropriate information and services can ensure a quality service, with availability of trained professionals, taking into consideration that the dialogical relationship between professionals and a person under their care can never be replaced.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/95911
Date26 October 2012
CreatorsGoulart, Suelen
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Meirelles, Betina Hörner Schlindwein
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Format133 p.| tabs.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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