Esta dissertação de mestrado busca traçar pistas para formular estratégias de resistência no trabalho no Sistema Único de Saúde (SUS) frente aos perigos que este enfrenta – relativos não só à aceleração do desmanche das políticas públicas, mas também a movimentos de captura do fazer dos trabalhadores em campos de possíveis estanques. Parte de narrativas da experiência de um trabalhador e militante desta política que busca recuperar do trabalho em saúde o que este tem de problemático, e, habitando as questões deste campo, aposta na deserção como afirmação de uma política do comum. O trajeto o qual essa discussão percorre é marcado por ensaios de caráter fragmentar onde narrativas de vivência em trabalho clamam por produção conceitual e questionam a potência política que este trabalho pode engendrar. Nesse movimento, conceitos como atividade e poder de agir são acionados para pensar as indeterminações e capturas deste trabalho; Ciência régia e ciência nômade (bem como as figuras do soldado e do guerreiro e a operação de profanação) comparecem para traçar linhas acerca dos possíveis de um trabalhador cujas práticas habitam o limiar entre o caráter público (comum) e Estatal de uma política. Tais construções possibilitam outros investimentos conceituais e desenhos de estratégias de afirmação política pelo trabalho, que passam por operações tais como a viralização, a pirataria, a criação de novos possíveis e a resistência pela composição de comum. A política a ser afirmada enquanto deserção é, então, aquela que sustenta a produção de trabalhos e mundos outros no contínuo exercício de um fazer que nunca dá-se como acabado. / This Masters thesis aims to trace clues in order to plan resistance strategies for the work in the Brazilian National Health System (SUS), considering the dangers this system face in the present days. These dangers are relative not only to the accelerating dismantling of the public policies, but also to the capture of its worker’s doing, movements that limit the field of possibilities of said work. Starting from narratives of the experiences of a worker and activist of this policy, it tries to redeem what is presented in health work as problematic. By taking the questions of this field as an occupation, it claims the act of deserting as the affirmation of a policy of the common. This discussion follows a path marked by essays of a fragmentary character, where narratives of lived working situations call for conceptual production and explore the political power that this work can engender. In this movement, concepts such as activity and power to act are called upon so as to question the indeterminations and captures of this work; royal Science and nomad science (as well as the soldier and warrior figures and the operation of profanation) help us draw some lines about the possibilities of a worker whose practices inhabit the threshold between the public and State character of a policy. These thoughts enable other conceptual investments and the design of political affirmation by work strategies, which rely on operations such as viralization, piracy, creation of new possibilities and resistance by the composition of common. This policy affirmed as an act of deserting is the one that, by its continuous exercise of a doing that is never taken as finished, sustains worlds and ways of working in the making.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/174571 |
Date | January 2017 |
Creators | Fernandes, Daniel Rodrigues |
Contributors | Amador, Fernanda Spanier |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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