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Previous issue date: 2010 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Nesta pesquisa tive como objetivo investigar o processo de fabricação de
identidades na interseção dos discursos midiático e científico. Para tanto, elegi
como fonte de material empírico reportagens da revista Superinteressante.
Dentre as edições do ano de 2008 da revista foram selecionadas aquelas
reportagens em que o discurso biológico consistia no argumento central para a
produção de subjetividades. Duas foram as questões principais que orientaram
o percurso investigativo: Que identidades são fabricadas a partir dos discursos
biológicos veiculados por revistas de divulgação científica? Qual a
produtividade social desses discursos? Analisei esta problemática com as
ferramentas teóricas do pensamento de Michel Foucault, de alguns teóricos/as
dos Estudos Culturais e dos Estudos Culturais da Ciência, para pensar na
articulação saber/poder do processo de produção de subjetividades através da
pedagogia cultural da mídia e para discutir o caráter contingente e as relações
de poder presentes nos discursos biológicos. Neste estudo, a mídia é
considerada como uma pedagogia cultural que ensina modos de ser e ver,
regula condutas, naturaliza significados, e é ativamente envolvida na formação
de identidades sociais. Por esse viés, discuto a natureza fabricada da
subjetividade para pensarmos que os modos como vivemos nossas
subjetividades e ocupamos posições-de-sujeito estão histórica e culturalmente
condicionados. Partindo desses pressupostos teóricos, agrupei o material
empírico em seis núcleos temáticos que respondem às questões de
investigação. São eles: 1) Sujeito Moral, no qual a moralidade comparece como
característica inata e universal ao humano; 2) Sujeito Instintivo, que define
certos comportamentos sociais como sendo instintivos, frutos de uma suposta
natureza humana; 3) “DNAtidade”, em que o discurso genético comparece
como fator determinante na previsão do que são e de como viverão as
pessoas; 4) Sujeito Psi, aborda como as subjetividades são enquadradas e
administradas através da psicopatologização dos indivíduos; 5) Sujeito
Generificado, em que os atributos de masculinidades e feminilidades aparecem
de forma natural e essencializada em relação aos gêneros e 6) Sujeito Estético,
no qual são definidos formas certas e naturalmente melhores de corpo. O
conjunto dessas análises das identidades produzidas nos convida a tomarmos
o discurso biológico/científico e outros discursos como construções sociais,
históricas e culturais, uma discussão importante para a Educação em Ciências
para questionarmos essas verdades que se tornam hegemônicas ao
ensinarmos Ciências. Dar visibilidade à construção discursiva da identidade,
às estratégias de interpelação e regulação possibilita-nos desconfiarmos
daquilo que é repetidamente anunciado como natural, legítimo e aceitável para
vivenciarmos nossas subjetividades, isso permite-nos participarmos nesse
processo de construção e, portanto, inclui a possibilidade de posições de
resistência em relação a discursos hegemônicos, isto é, não encararmos as
identidades sociais como monolíticas e fixas. Essa é uma relevante questão a
ser discutida na educação, a fim de gerar processos de transformações sociais,
uma vez que, a maneira como vimos e somos vistos determina, em parte, o
modo como tratamos e somos tratados nas relações sociais. / This research had as objective investigating the process of constructing
identities at the intersection of media and scientific discourse. To this end
elected as a source of the empirical data analyzed here reports from
Superinteressante magazine. Among the editions of 2008 the magazine was
selected in those reports that the biological discourse was the central argument
to the production of subjectivities. Two were the main issues that guided the
investigative journey: “Which identities are manufactured from the speech
carried out by biological science magazines? “What is the social productivity of
these speeches?” I analyzed the problem with the theoretical tools of thought of
Michel Foucault some theoretical and the Cultural Studies and Cultural Studies
of Science, in order to consider the connection between power / knowledge of
production of subjectivities through cultural pedagogy and media to discuss the
nature contingent and the power relationships present in biological
discourses. In this study the media is regarded as a cultural pedagogy that
teaches us ways of being and seeing, regulates conduct, naturalize meanings,
and it is involved actively in the formation of social identities. Considering those
ideas, discuss the constructed nature of subjectivity, to think that the ways we
live our subjectivities and hold subjects’ positions are historically and culturally
conditioned. Based on these theoretical assumptions, the empirical material
grouped into six themes core that answer the research questions. They are: 1)
Moral Subject, in which morality appears as a characteristic innate and
universal to the human 2) Instinctive Subject, defining certain social behaviors
as instinctive fruits of a supposed human nature; 3) DNAtidade in which genetic
discourse appears as a determining factor in predicting what they are and how
people will live; 4) Psi Subject discusses how the subjectivities are managed
and administered by individuals psychologization 5) Gendered Subject in which
the attributes of masculinity and femininity appear naturally and essentialized in
relation to gender and 6) Aesthetic Subject which are defined in certain ways
and of course the best body. The analysis of all identities produce in the speech
we take calls on biological/scientific and other discourses as social
constructions, historical and cultural, an important discussion for Education
Sciences for questioning those truths that become hegemonic to teach science.
To highlight the discursive construction of identity, the strategies of formal
regulation to experience our subjectivities, this allows us to participate in this
process of construction and therefore includes the possibility positions of
resistance against hegemonic discourses, not face social identities as
monolithic and fixed. This is an important issue to be discussed in education in
order to generate processes of social transformations, since, as we saw and the
way we are seen determines in part how we treat and are treated in social
relations.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpa.br:2011/2669 |
Date | 25 March 2010 |
Creators | FREITAS, Lilliane Miranda |
Contributors | CHAVES, Silvia Nogueira |
Publisher | Universidade Federal do Pará, Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemáticas, UFPA, Brasil, Instituto de Educação Matemática e Científica |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFPA, instname:Universidade Federal do Pará, instacron:UFPA |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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