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Tecnologias e trabalho

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2010 / Made available in DSpace on 2012-10-25T13:33:57Z (GMT). No. of bitstreams: 1
281328.pdf: 1022001 bytes, checksum: 10c96ccb8f8ac79f576271387460b172 (MD5) / O trabalho, compreendido pelo materialismo histórico-dialético, é fundante do ser social ocupando um lugar central na vida das pessoas. Ao transformar a natureza o homem transforma a si próprio. O uso de ferramentas de forma planejada distinguiria o homem dos demais animais. Entretanto, o sistema capitalista de produção apropria-se desses artefatos para ampliar a exploração do trabalho humano em busca da constante valorização do capital. A presente pesquisa teve por objetivo compreender os sentidos produzidos por cobradores de ônibus acerca do uso das tecnologias produtivas no cotidiano do trabalho. Realizamos um estudo de caso numa perspectiva qualitativa com trabalhadores de uma empresa de transporte coletivo de Florianópolis. O caminho percorrido para alcançar o objetivo da pesquisa iniciou-se com observações de cunho etnográfico (de um terminal de integração e a bordo dos ônibus) com apoio do Diário de Campo, e, posteriormente, foram feitas entrevistas compreensivas com cinco cobradores e um motorista de ônibus. Também foram entrevistados os representantes dos sindicatos dos trabalhadores e patronal, uma psicóloga e um gerente de tráfego. A análise do material deu-se a partir do referencial teórico-metodológico do construcionismo social, inspirado no modelo de mapas de associação de idéias desenvolvido pelo grupo de pesquisa da Profª. Mary Jane Spink, que preconiza a análise das produções discursivas para o entendimento dos sentidos produzidos cotidianamente pelas pessoas. Duas grandes categorias foram desenvolvidas a partir do material da pesquisa: o trabalho no transporte e os sentidos produzidos sobre as tecnologias. Na primeira, discutimos o processo de trabalho no transporte, além das relações no cotidiano de trabalho e as trajetórias dos sujeitos entrevistados. As repercussões do anunciado "cobrador não é profissão" foram analisadas tanto em relação ao cotidiano do trabalho quanto ao futuro da ocupação. Na segunda categoria apresentamos a implantação do Sistema Integrado de Transporte de Florianópolis e as mudanças no trabalho. As tecnologias introduzidas nesse contexto foram entendidas em dois grupos: incorporadas e embarcadas. O primeiro grupo produziria sentidos positivos ao trazer melhorias ao trabalho dos operadores. As embarcadas, por sua vez, produziriam sentidos antagônicos, sendo a catraca eletrônica a principal representante desse grupo. Por um lado, ela agiliza e traz maior segurança aos trabalhadores e usuários, por outro, é utilizada para maior controle do trabalho e gera insegurança em relação ao futuro da ocupação. De uma maneira geral, as tecnologias são vistas pelos sujeitos dessa pesquisa como as responsáveis pela submissão e substituição do trabalhador, desconsiderando, dessa forma, qualquer relação sócio-histórica nela materializada.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/94612
Date25 October 2012
CreatorsDalmaso, Sandra Aparecida Resende
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Coutinho, Maria Chalfin
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Format157 p.| il., tabs., grafs.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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