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Previous issue date: 2010 / Esta é uma tese de doutoramento em educação do Programa de Pesquisa e Pósgraduação da Faculdade de Educação (FACED/UFBA). Apesar de ser fundamentada na filosofia bergsoniana, ela não se constitui como um recorte nas obras nem no pensamento de Henri Bergson, isso porque se sua filosofia é uma filosofia da vida e seu pensamento algo vivo, não poderia ser repartido sem matá-lo ou torcê-lo; logo, ele precisa ser inteiro, intuído, absolutamente. Como esta não é uma tese em filosofia, mas em filosofia da educação, não pretendo fazer interpretações do pensamento de Bergson, sendo que às vezes isso foi inevitável. Então, ela é um transbordamento do pensamento de Bergson para dar subsídio a uma filosofia da educação que considere a duração. Partindo da diferenciação que Bergson faz entre o que é vivo e o construído, realizei uma viragem interna; por isso a tese foi antes intuída, e depois construída. Para Bergson, o construído vai da periferia para o centro e o vivo do centro para a periferia, essa diferença é muito importante no meu trabalho, pelo fato do construído permitir uma ação de análise da inteligência, já que tudo que ele possui veio de fora, e ao reparti-lo encontraremos esses componentes, mas o vivo explode de um centro para a periferia, criando, e não se submete à analise da inteligência, a não ser deformando-o. O vivo é inteiro e só pode ser apreendido de um só golpe. Juntando a isso o entendimento de que consciência é algo vivo, foi preciso refazer tudo que entendia sobre Educação. Outra ideia fundamental para esta tese é a de tempo real como duração; em Bergson o tempo é qualidade pura, contínuo e heterogêneo, não pode ser contado; assim, o que importa não são as horas vividas mas o que se viveu nessas horas. Isso revoluciona os conceitos de currículo, carga horária e hora-aula. Também foi de grande utilidade para mim a ideia de Henri Bergson de que construímos nossa personalidade a partir de nossas escolhas, essa idéia destrói as mentalidades tribais, os grupos sociais, culturais, sexuais ou étnicos como pressuposto para uma Educação bergsoniana. Foi feito um esforço para utilizar a intuição como método, pois a inteligência possui o hábito da analise e de espacializar e quantificar, além da própria linguagem ser uma espacialização do pensamento. De início, segui os conselhos de Bergson, colocando na perspectiva temporal os entes educativos: o aluno, o professor, a escola e a atividade de ensinar e aprender. Desse esforço resultou um novo entendimento desses entes e a compreensão de que a educação se dá individualmente e de maneira irrepetível, ela é mudança contínua e heterogênea; mudança vital que resulta das escolhas e da vocação. Mostramos o desmoronamento da escola em todos os seus sentidos, estrutura física, pensamento pedagógicos e teorias educacionais. Verificamos o papel central do professor como ente privilegiado do encontro do educar, pois ele não desmorona com o tempo, ele devém, ele cria. Esse movimento em direção ao pensamento de Bergson levou-me à intimidade, ao indizível do eu profundo. Isso impôs a utilização de linguagens para além do discurso filosófico-científico, e foi preciso recorrer à poesia e a conceitos da teologia para tentar dizer o indizível. Assim, após uma reconceituação dos entes educativos, conforme a metafísica de Bergson, cheguei aos últimos capítulos através da obra As duas fontes da moral e da religião ao ensinamento do moral e da ética, realizando um passeio pelo misticismo bergsoniano e suas relações com a educação e a moral. / Salvador
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:192.168.11:11:ri/11803 |
Date | January 2010 |
Creators | Torreão, Rita Célia Magalhães |
Contributors | Arapiraca, Mary de Andrade |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFBA, instname:Universidade Federal da Bahia, instacron:UFBA |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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