[pt] A dissertação discute a relação entre as identidades, a construção social de
gênero e a perpetração da violência no contexto dos genocídios. O objetivo central
é apontar como ocorre a inserção das violências contra o gênero nessas dinâmicas,
tendo como foco os crimes atualmente perpetrados em Darfur (Sudão).
Argumenta-se que a construção social de gênero atua constitutivamente nos
padrões de atuação do perpetrador durante os genocídios, informando suas
percepções e condutas. A pesquisa evidencia, portanto, como os genocidas
constroem a imagem do inimigo, que se soma aos papéis e expectativas baseados
em construções de gênero, para autorizar diferentes padrões de perpetração como
a violência sexual e os massacres seletivos. Nesse sentido, são relevantes as
contribuições da literatura de gênero e genocídio de autores como Adam Jones e
Charli Carpenter. Ao apontar como o genocídio depende da construção de uma
alteridade radical, o trabalho também utiliza o arcabouço teórico proporcionado
pelos trabalhos de Lene Hansen e David Campbell para contemplar a mudança
nas identidades e a autorização da violência de acordo com o contexto político. A
partir disso, é analisado como as identidades de gênero se articulam com a
identidade do outro durante os genocídios. Em suma, a pesquisa destaca a
necessidade de analisar o uso da violência contra o gênero nas dinâmicas de
genocídio de maneira mais abrangente do que a realizada pela(s) teoria(s)
feminista(s), revelando como o gênero pode representar um fator de insegurança
tanto para mulheres quanto para homens nesses cenários. / [en] The dissertation discusses the relationship between identities, the social
construction of gender and the perpetration of violence in cases of genocides. The
main purpose is to comprehend how gender-based violence (GBV) occurs in these
dynamics, focusing on the crimes currently perpetrated in Darfur (Sudan). It is
argued that the social construction of gender interacts with the perpetrator’s
perception and actions by constituting different patterns of violence in genocidal
warfare. Therefore, the research shows how different patterns of GBV (such as
sexual violence and sex-selective massacres) are authorized as a result of the
interaction between the image of groups considered as enemies and the existing
gendered roles and expectations. In that sense, the academic contributions of the
literature on gender and genocide developed by authors such as Adam Jones and
Charli Carpenter are crucial for this work. Since the occurrence of genocide is
based on the construction of a radical alterity, the research also benefits from the
theoretical work of Lene Hansen and David Campbell. These contributions allow
us to contemplate the change in identities and the authorization of violence in
specific political contexts. Based on the above-mentioned theoretical reflections,
this dissertation will analyze how gendered identities are articulated with the
identity of the other during episodes of genocide. In sum, the present work
emphasizes the need to assess the occurrence of GBV by overcoming the blind
spots in feminist theories in order to acknowledge how gender constructions can
represent a threat to both women and men in these scenarios.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:16716 |
Date | 10 January 2011 |
Creators | PAULA DRUMOND RANGEL CAMPOS |
Contributors | JOAO FRANKLIN ABELARDO PONTES NOGUEIRA |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
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