O objetivo desta dissertação é compreender as percepções de professores/as sobre gênero, sexualidade e homofobia, bem como o modo como eles/as lidam com tais temáticas na prática docente. Trata-se de uma investigação de natureza qualitativa que teve como sujeitos de pesquisa professores/as da rede estadual de ensino de São Paulo que participaram de um curso intitulado Convivendo com a Diversidade Sexual na Escola, oferecido em 2007 por meio da parceria entre duas ONGs e financiado pelo Ministério da Educação (MEC) e pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH), em conformidade com a política de formação continuada em gênero e sexualidade. Os instrumentos teórico-metodológicos utilizados na pesquisa empírica consistiram em análise documental, aplicação de questionários e realização de entrevistas em profundidade. No exame do material obtido, foram fundamentais as reflexões teóricas sobre formação docente, relações de gênero, sexualidade, homofobia e, em especial, sobre o conceito de experiência social. Por meio da perspectiva pós-estruturalista, o estudo da homofobia intrinsecamente relacionada ao gênero e à sexualidade estruturou a discussão sobre os processos distintivos que organizam uma espécie de vigilância de gênero e agem como forças normativas na constituição das identidades docentes. As contradições e dissonâncias apresentadas nos discursos dos/as professores/as entrevistados/as evidenciaram que a construção da experiência social em homofobia por eles/as vivenciada tem a mesma dinâmica de produção-reprodução-resistência apresentada pela escola no que tange às relações gênero e sexualidade. No contexto analisado, a combinação de várias lógicas de ação e de vivências múltiplas das relações sociais levou os/as professores/as à manutenção do preconceito por identidade de gênero e por orientação sexual. Por outro lado, a empatia do/a professor/a com um/a aluno/a que se autorreconhece com orientação não heterossexual e, especialmente, a inclusão dessa vivência empática em suas reflexões sobre diversidade sexual mostraram-se fatores-chave para a superação de preconceitos e estereótipos relativos ao tema, com transgressões significativas dos padrões heteronormativos para pensar a sexualidade. / The purpose of this dissertation is to understand the perceptions of male and female teachers about gender, sexuality and homophobia, as well as the way they deal with such themes in their teaching practice. It is an investigation of qualitative nature whose research subjects were teachers from public schools in the State of São Paulo who participated in a training course called Living together with Sexual Diversity in the School, conducted in 2007 through the partnership between two NGOs and funded by the Ministry of Education (MEC) and by the Special Secretariat of Human Rights (SEDH), in compliance with the policy for ongoing teacher training in gender and sexuality. The theoretical and methodological tools utilized in the empirical research consisted of documental analyses, questionnaires and in-depth interviews. When examining the materials collected, emphasis was given to the theoretical elaborations on teacher training, gender relations, sexuality, homophobia and, especially, on the concept of social experience. Assuming a post-structuralist perspective, the study of homophobia closely knitted with gender and sexuality served as the framework to discuss distinctive processes which organize a sort of gender surveillance and act as normative forces upon the institution of teaching identities. The contradictions and dissonances found in the speeches of both male and female teachers provide evidence that the construction of the social experience in the homophobia they deal with shows the same dynamics of productionreproductions- resistance revealed by the school in regard of gender relations and sexuality in general. In the context analyzed here, the combination of several logics of action and multiple existences of social relations made teachers keep their prejudice based on gender identity and sexual orientation. On the other hand, both male and female teachers´ empathy towards a student who acknowledges him/herself as being non-heterosexual and, especially, the inclusion of such empathic experience in his/her view of sexual diversity turned out to be a key factor in overcoming prejudices and stereotypes associated with this theme, resulting in significant transgressions of the heteronormative patterns usually adopted for sexuality.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-23102013-112910 |
Date | 11 April 2013 |
Creators | Rizzato, Liane Kelen |
Contributors | Vianna, Claudia Pereira |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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