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O poder e a cultura do automóvel desafiam a vida e a morte na propaganda do Estado e da indústria

Esta tese objetiva compreender como se opera a comunicação sobre o automóvel com ênfase no discurso publicitário do Estado e da indústria automobilística, demonstrando a cultura e as relações de poder onde o automóvel é o objeto-chave nas dimensões culturais, sociais, políticas e econômicas. Esta complexa rede de comunicação busca divulgar, informar, seduzir, chocar através de discursos estrategicamente postos em circulação pelo Estado e pela indústria automobilística, através de aproximações e afastamentos onde ocorrem disputas, acordos, intenções mútuas e contrárias que acabam por confundir o que pertence ao consumo e a cidadania em seus aspectos públicos e privados. Na apresentação destas contradições o cidadão/consumidor é posto em constante disputa entre interesses e oscila, constantemente, entre a sedutora publicidade da indústria que promete, sobretudo, liberdade, velocidade e status; e o discurso Estatal que promete punições a qualquer comportamento contrário às normas e avisa que a liberdade e a velocidade podem causar danos à vida e levar a morte, ao mesmo tempo em que incentiva o consumo desta máquina para desenvolver a economia. A estrutura da tese obedece a cinco capítulos que abordam simultaneamente as bases teóricas e metodológicas e a análise de material empírico. Para compreender este objeto na relação que se propõe, utilizam-se como metodologia a pesquisa bibliográfica, a pesquisa documental e a Análise Crítica do Discurso (ACD) de Fairclough (2008) juntamente com o conceito de poder disciplinador discutido sob a perspectiva de Foucault (1999; 2002; 2005; 2008). A ACD auxilia na análise de meios de comunicação, pois, além da análise do texto, do discurso e do contexto, promove também suposições acerca de sua construção, ou seja, como a realidade social é produzida. Parte-se então, para a análise o poder do automóvel através da descrição de sua história aliando as relações políticas e econômicas onde o carro aparece como objeto de interesse e discussão, juntamente com um levantamento sobre a estrutura e os dispositivos de controle que o Estado utiliza para regular o uso do automóvel. Depois se apresenta a cultura do automóvel pela relação entre corpo e máquina; velocidade e liberdade, o seu consumo e a rede de entretenimento que o envolve. Após, dedica-se a comunicação do automóvel na relação entre a vida e a morte. Para o referencial teórico utilizam-se diversos documentos de instituições e organizações como o IBGE, Denatran, ONU e Anfavea. Dentre os autores destacam-se Canclini (1995), Featherstone (2004), DaMatta (2010), Baudrillard (1995, 1973), Cassell (1989), Flink (1976), Longhurst e Carrabine (2002), Featherstone, Thrift e Urry (2004). Por fim, parte-se das diversas contradições que envolvem o automóvel para demonstrar que ele exerce um poder disciplinador, pois está no centro das relações de poder do Estado, do mercado, da sociedade e dos indivíduos determinadas por interesses públicos (política, economia, desenvolvimento) e interesses privados (necessidade, utilidade e status) que podem ser identificadas através de uma complexa rede de comunicação que se demonstra com diferentes objetivos. O fluxo de informações dessa rede sustenta o paradoxo sobre a impossibilidade de decidir sobre a vida e a morte diante do sedutor produto automóvel. Ou seja, na relação entre Estado e indústria, vence o irrecusável apelo ao consumo e às utilidades reais e simbólicas que atendem os desejos do consumidor. Este jogo contraditório contribui para a dissolução do espaço público em espaços privados onde os indivíduos circulam indiferentes em relação às outras pessoas, promovendo a velocidade, a competição e o individualismo e, quem perde é a cidadania e a coletividade. Vence a valorização do individualismo incentivado pelo consumo do carro e todo seu significado. / This thesis aims to understand how the communication about the car operates with emphasis on advertising discourse of the State and the automotive industry, showing the culture and power relations where the car is the object in the cultural, social, political and economic relations. This complex network of communication search disclose, inform, seduce, shock through speeches strategically put into circulation by the State and by the automotive industry, through approaches and separations where there are disputes, agreements, mutual intentions and contrary confuses what belongs to consumption and citizenship and their public and private aspects. In proposing these contradictions the citizen/consumer is put in constant dispute between interests and oscillates constantly between the seductive advertising industry that promises freedom, speed and status; and the State speech that promises punishments for any behavior contrary to the rules and warns and the speed can cause damage to life, while encouraging the consumption of this machine to develop the economy. The thesis structure follows five chapters that consist both the theoretical and methodological bases and the analysis of empirical data. To understand this object in the relationship that is proposed, the methodology used are the documentary research and Critical Discourse Analysis (CDA) of Fairclough (2008) along with the concept of disciplinary power discussed from the perspective of Foucault (1999 ; 2002; 2005; 2008). The CDA assists in the analysis of the media, because in addition to text analysis, discourse and context, also promotes assumptions about its construction, as how social reality is produced. A party then, for the analysis power of the car through the description of its history combining the political and economic relations where the car appears as an object of interest and discussion, along with a reserach of the structure and control devices that the State used to regulate the use of the automobile. Then presents the car culture by the relationship between body and the machine; speed and freedom, their consumption and the entertainment network that surrounds it. After, automobile communication is devoted to the relationship between life and death. For the theoretical framework is used several documents of institutions and organizations such as IBGE, Denatran, UN, Anfavea. Among the authors highlight Canclini (1995) Featherstone (2004) DaMatta (2010), Baudrillard (1995, 1973), Cassell (1989) Flink (1976) Carrabine Longhurst (2002) Featherstone, thrift and Urry (2004). Finally, the thesis shows the various contradictions involving the car to demonstrate that it provides a disciplinary power, as it is in the center of State power relations, market, society and individuals by certain public interests (political, economic, development) and private interests (necessity, utility and status) that can be identified through a complex network of communication that is shown with different goals. The flow of information that network sustains the paradox about the impossibility to decide about life and death. The relationship between State and industry, wins the undeniable appeal to the consumer and to the real and symbolic utilities that meet consumer desires. This contradictory game contributes to the dissolution of the public space in private spaces where individuals circulate indifferent to others, promoting speed, competition and individualism and the citizenship and the community lose. Win the appreciation of individualism encouraged by the car's consumption and all meaning. / Esta tesis tiene como objetivo entender cómo funciona la comunicación en el automóvil, con énfasis en el discurso publicitario del Estado y de la industria del coche, que muestra la cultura y las relaciones de poder donde el coche es el objeto-clave en los ámbitos cultural, social, político y económico. Esta compleja red de comunicación quiere divulgar, informar, seducir a través de discursos estratégicamente puestos en circulación por el Estado y por la industria del automóvil, a través de enfoques y separaciones en las que hay conflictos, acuerdos, intenciones mutuas y contrario confundiendo lo que es del consumo o la ciudadanía y sus aspectos públicos y privados. Al proponer estas contradicciones del ciudadano/consumidor se pone en constante disputa entre intereses y oscila constantemente entre la industria de la publicidad seductora que promete, sobre todo, la libertad, la velocidad y la libertad; y el discurso del Estado que promete castigos por cualquier comportamiento contrario a las normas y advierte que la libertad y la velocidad pueden causar daños a la vida y llevar a la muerte, fomentando al mismo tiempo el consumo de esta máquina para desarrollar la economía. La estructura de la tesis sigue los cinco capítulos que abordan tanto las bases teóricas y metodológicas cuanto el análisis de los datos empíricos. Para entender este objeto en la relación que se propone, se utiliza como una metodología que implica en la investigación documental y Análisis Crítico del Discurso (ACD) de Fairclough (2008), junto con el concepto de poder disciplinario discutido desde la perspectiva de Foucault (1999; 2002; 2005; 2008). El ACD ayuda en el análisis de la comunicación, porque además de análisis de texto, el discurso y el contexto, también promueve suposiciones acerca de su construcción, es decir, como se produce la realidad social. Se describe sobre el poder del coche a través de la descripción de su historia que combina las relaciones políticas y económicas en las que el coche aparece como un objeto de interés y discusión, junto con un estudio de los dispositivos de estructura y control que el Estado ha utilizado para regular el uso del automóvil. Después se presenta la cultura del automóvil por la relación entre el cuerpo y la máquina; velocidad y libertad, su consumo y la red de entretenimiento que lo rodea. Por fin, la comunicación del automóvil está dedicada a la relación entre la vida y la muerte. Para el marco teórico se utiliza varios documentos de las instituciones y organizaciones como el IBGE, Denatran, ONU, Anfavea. Entre los autores destacan Canclini (1995) Featherstone (2004) DaMatta (2010), Baudrillard (1995, 1973), Cassell (1989) Flink (1976) Carrabine Longhurst (2002) Featherstone, el ahorro y Urry (2004). Finalmente, se comienza las diversas contradicciones que implican el coche para demostrar que proporciona un poder disciplinario, ya que está en el centro de las relaciones estatales de energía, mercado, la sociedad y las personas, determinados intereses públicos (políticos, económicos, desarrollo) y los intereses privados (necesidad, utilidad y de estado) que pueden ser identificados a través de una compleja red de comunicación que se muestra con diferentes objetivos. El flujo de información de la red mantiene la paradoja acerca de la imposibilidad de decidir sobre la vida y la muerte. Es decir que, la relación entre el Estado y la industria, gana el innegable atractivo para el consumidor y para las utilidades reales y simbólicas que cumplen los deseos del consumidor. Este juego contradictorio contribuye a la disolución del espacio público en los espacios privados donde las personas circulan indiferente a los demás, promover la velocidad, la competencia y el individualismo y quién pierde, es la ciudadanía y la comunidad. Gana la apreciación del individualismo alentado por el consumo del coche y todo significado.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/117279
Date January 2015
CreatorsStevens, Leandro
ContributorsWeber, Maria Helena
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageSpanish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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