A criptococose é infecção fúngica oportunista causada pelo Cryptococcus neoformans
com alta incidência em indivíduos imunodebilitados, principalmente entre pacientes com Aids,
sendo o número de casos registrados da doença no Brasil, 474.279, de 1980 a junho de 2007.
Para melhor compreensão do agente etiológico, da criptococose e dos fatores associados à
virulência são necessários estudos adicionais sobre a patogênese deste microrganismo. Dentre
os fatores relacionados à virulência, a melanina é um dos principais e sua síntese ocorre por
ação da lacase. Assim sendo, foram realizados estudos para avaliar a produção do pigmento
entre amostras clínicas e ambientais de C. neoformans sob diferentes condições de pH (5, 6 e
7) e temperatura (25 °C, 30 °C e 35°C). A relação do pigmento com o perfil de sensibilidade
aos antifúngicos fluconazol e anfotericina B também foi avaliada. Os resultados mostraram
que não houve comportamento uniforme de melanização entre as amostras. As maiores
alterações de pigmentação e crescimento das leveduras foram observadas nos meios de
cultura com pH 7 incubados a 35 °C. A técnica de eletroforese em gel PAGE nãodesnaturante
mostrou-se uma ferramenta útil na análise da lacase produzida pelas amostras de
C. neoformans com posterior quantificação de melanina por densitometria das bandas após
reação com o substrato L-dopa. As amostras ambientais apresentaram os maiores valores de
intensidade de melanina e ampla faixa de variação. Mais da metade das amostras clínicas
(56,2 %) apresentaram as menores intensidades de melanina. A amostra clínica ICB 88
revelou duas bandas de melanina no gel indicando a presença de duas isoformas da lacase. Os
testes de sensibilidade aos antifúngicos fluconazol e anfotericina B, através das metodologias
de difusão em agar por disco e fita (E-test®), mostraram que a leitura após 72 h de incubação
pode levar a erro na classificação quanto ao perfil de sensibilidade, tanto nos testes com ou
sem adição de melanina. Adição de melanina pareceu não interferir nos resultados frente ao
fluconazol nas metodologias de difusão em agar a partir de disco e fita (E-test®). Para
anfotericina B houve aumento de CIMs para 90,9 % das amostras, sendo 45,4 % superior a 2
diluições com adição de melanina nos testes de sensibilidade na metodologia de difusão em
agar a partir de fita (E-test®). / Cryptococcosis is an opportunistic fungal infection caused by Cryptococcus
neoformans that has presented increased incidence with the great number of
immunocompromised patients, mainly AIDS ones, being 474.273, the number of cases
registered in Brazil since 1980 to june 2007. Additional studies about microorganism’s
pathogenesis is necessary for better comprehension about the aethyological agent,
criptococosis and associated factors to virulence. Among virulence’s factors, melanin is one
of the mainly and its synthesis occurs by laccases action. So, some studies were performed to
evaluate the melanin pigment’s production between clinical and environmental strains of C.
neoformans under different conditions of pH (5, 6 and 7) and temperatures (25 °C, 30 °C and
35 °C). The pigment and susceptibility to fluconazole and amphotericin B relation’s was also
evaluated. The results showed that there wasn’t comparable behaviour of melanization among
the strains. The higher alterations on yeast’s pigmentation and growth were noted under pH 7
and at 35 °C. The electrophoresis technique on non-denaturant PAGE gel showed to be an
useful tool to the analysis of laccase produced by C. neoformans strains and posterior
quantification of melanin by spot’s densitometry after reaction with L-dopa substrate. The
environmental strains showed the higher values of melanin intensities and large variation
range. Over than a half of clinical strains (56.2 %) showed the lower melanin’s intensities.
The clinical strain, ICB 88 revealed two melanin spots on gel indicating the presence of two
laccase isoforms. The susceptibility antifungal tests with fluconazole and amphotericin B
through disk diffusion and E-test® methods showed that reading after 72 hours can induce to
mistakes on the susceptibility profile of strains, either in presence or absence of melanin.
Addition of melanin on medium surface appears not change the results of susceptibility to
fluconazole in disk diffusion and E-test®, but to amphotericin B was observed increase of
MICs to 90.9 % of strains, been 45.4 % upper to 2 dilutions after addition of melanin in Etest
® methodology.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:10.254.254.39:tede/747 |
Date | 27 August 2008 |
Creators | PEREIRA, Cristiane Bigatti |
Contributors | SIQUEIRA, Antonio Martins de, http://lattes.cnpq.br/1322867469168117, DIAS, Amanda Latercia Tranches, SILVA, Eriques Gonçalves da, CHAVASCO, Jorge Kleber |
Publisher | Universidade Federal de Alfenas, Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Brasil, UNIFAL-MG, Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFAL, instname:Universidade Federal de Alfenas, instacron:UNIFAL |
Rights | http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/, info:eu-repo/semantics/openAccess |
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