The waves of modernity linked to the regional development projects in the low part of São Francisco river have not so far meant the rising of social justice and citizenship for local
communities, there arising rather a picture of environmental deterioration, social inequalities and subjects living in risk situation. For these artisanal fishers, who have been practicing the extractivism of aroeira (Schinus terebenthifolius Raddi) for eight years, the species has become an income source, as well as a goal of industries located in Espirito Santo which export and process its fruit, the so-called pink pepper . This research aimed to analyse the socioenvironmental aspects related to the process starting with extractivism and leading up to the transformation in pink pepper in the low parto of São Francisco river, describing the extractivist process prevailing there; it unveils the socioeconomic importance of aroeira extractivism for the artisanal fishers in the region; it identifies the production chain of aoreira in the low part of São Francisco river and tipifies the socioenvironmental conflicts originating in the extractivism of aroeira in the low part of
São Francisco river. It is a case study with a qualitative focus whose data analysis is based in hermeneutics from pre interpretation by subjects to the reinterpretation of researcher, combining multiple theoretical, methodological and data approaches, and participation methods alike. The research found out that pink pepper is especially used in food and cosmetics industry, being production chiefly exported to European Union, United States, Canada and Argentina. Such demand causes an unceasing search for new areas of natural
occurrence of the species. In this case, it has been integrated into the production chain the municipalities of the low part of São Francisco river: Santana do São Francisco Saúde
and Brejo Grande counties Brejão dos Negros county, Pacatuba, Ilha das Flores, in Sergipe, and Piaçabuçu Peba and Sudene counties, in Alagoas. On one hand, the results
of intentional extractivism and corporate practice are socioenvironmental conflicts involving different subjects . On the other hand, the pressure on resources leads to
environmental degradation, a negative externality stemming from not following technical guidelines, causing areas which should be preserved to become environmentally unsustainable. In exporting markets, pink pepper reaches up to US$ 14/18 while the extractivist gets R$ 1,50 per kilo. In this context, capitalistic structural relations only partially pervades subjects´social life, including them in the production process while
alienate them from that of capital growth, a result of economic rationality which turns nature into merchandise. Poverty is a strong factor behind environmental degradation, which causes socioenvironmental conflicts in the low part of São Francisco river (SE/AL). For extractivist fishers such a practice comes as an alternative to family income, which is accepted because of the lack of opportunities to provide for family needs in face of failing fishing in the region. Thus, aroeira (Schinus terebenthifolius Raddi) could be part of a proposal of sustainable development for the region. Especially so if one considers the immense poverty prevailing in the collecting areas, where new managing practices have been introduced which include the participation of local communities so as to improve surviving conditions. / As ondas modernizadoras relacionadas aos projetos de desenvolvimento regional no Baixo São Francisco não resultaram em justiça social e cidadania para as comunidades locais, existindo um quadro de desigualdades sociais, degradação ambiental e atores em situação de risco social. A exemplo dos pescadores artesanais, que há oito anos praticam o extrativismo da aroeira (Schinus terebenthifolius Raddi), espécie nativa que por uma demanda das indústrias processadoras-exportadora desse fruto, a pimenta-rosa ,
localizadas no estado do Espírito Santo tornou-se uma alternativa de renda às comunidades locais. Esta pesquisa teve como objetivos: analisar os aspectos socioambientais envolvidos do extrativismo até a transformação em pimenta-rosa a partir do Baixo São Francisco SE/AL, descrevendo o processo extrativista preponderante no local; conhecer a
importância sócio-econômica do extrativismo da aroeira para os pescadores artesanais da região; identificar a cadeia produtiva da aroeira a partir do Baixo São Francisco SE/AL e
tipificar os conflitos socioambientais envolvidos no extrativismo da aroeira no Baixo São Francisco. Trata-se de um estudo de caso com enfoque qualitativo, cuja análise dos dados orientou-se na hermenêutica a partir da pré-interpretação dos atores para uma reintrepretação do pesquisador, combinando múltiplas perspectivas teóricas, metodológica e de dados, juntamente com métodos participativos. A pesquisa identificou que a pimentarosa destina-se a indústria de alimentos com o uso especialmente na culinária e na indústria de cosmético, com a produção voltada aos países da União Européia, Estados
Unidos, Canadá e Argentina. Dessa demanda resulta, a constante procura por novas áreas de ocorrência natural da espécie como, nesse caso, integrou-se a cadeia produtiva dos
municípios do Baixo São Francisco SE/AL: Santana do São Francisco - povoado Saúde, Brejo Grande povoado Brejão dos Negros, Pacatuba, Ilha das Flores, em Sergipe e;
Piaçabuçu povoado Sudene e Peba, em Alagoas. Por um lado, os resultados da ação intencional da prática extrativista e empresarial têm conseqüências como os conflitos de
natureza socioambiental (de uso dos recursos naturais) entre diversos atores envolvidos. Por outro, a pressão sobre o recurso gera degradação ambiental, uma externalidade
negativa por não seguir orientações técnicas, tornando-se não sustentável ambientalmente em áreas que devem estar sendo preservadas. No extrativismo e comercialização a pimenta-rosa no mercado exterior alcança o preço em dólar de US$ 14/18kg e o extrativista recebe por essa atividade o valor de R$1,50/kg. Nesse contexto, as relações estruturais do capitalismo penetram de forma parcial em circunstâncias da vida social dos atores, incluindo-os no processo de produção de mercadoria e excluindo-os do processo de ampliação do capital na racionalidade econômica que avança sobre elementos da natureza para torná-los mercadoria. A condição de pobreza é uma grande aliada da degradação ambiental que gera os conflitos socioambientais no Baixo São Francisco (SE/AL). Para os pescadores-extrativistas essa prática se apresenta como uma alternativa de complementação à renda familiar, cuja adesão decorre da ausência de oportunidades para garantir a sobrevivência, diante do declínio da pesca na região. Portanto, a aroeira (Schinus terebenthifolius Raddi) poderia fazer parte de uma proposta de desenvolvimento
sustentável para essa região. Sobretudo, diante das condições paupérrimas das populações nos locais de coleta e gestão até então ausente, envolvendo a participação das comunidades
locais como parceiras, visando melhorar as condições de sobrevivência.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:ri.ufs.br:riufs/4096 |
Date | 25 February 2010 |
Creators | Jesus, Nádia Batista de |
Contributors | Gomes, Laura Jane |
Publisher | Universidade Federal de Sergipe, Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente, UFS, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFS, instname:Universidade Federal de Sergipe, instacron:UFS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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