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Las madres de Plaza de Mayo: à memória do sangue, o legado ao revés / Las Madres de Plaza de Mayo: a la memoria de la sangre, el legado al revés

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro / O contexto da Argentina da década de setenta é o cenário de personagens e
narrativas que emergem do medo e permanecem, até os dias atuais, em posições de
resistência e enfrentamento. Nessa paisagem marcada pela opressão do Estado militar,
nascem as Madres de Plaza de Mayo, originadas pela tragédia do desaparecimento
forçado de seus filhos. Investidas pela maternidade, elas rompem com a esfera privada
para desestabilizar a esfera pública e questionar a memória de um país maculado pelo
silenciamento, alcançando um protagonismo viável à reelaboração da dor, em mais de
três décadas de luta em defesa de seus filhos. Paralelo às performances na Plaza de
Mayo, elas esboçam um intento literário e publicam, durante a ditadura militar, seus primeiros poemas. O desejo anunciado de um encontro com a literatura ganha força no
projeto das oficinas literárias, do qual são produzidos cinco livros, restando também um
material inédito que servirá de base para publicações futuras. O encontro com a ficção
viabiliza um processo narrativo empreendido rumo à reconstrução biográfica do ser
responsável pelo nascimento do ator político Madre, quem se torna personagem de si
mesma, recriando-se na escritura e propondo novos olhares à memória, ao testemunho.
A reelaboração do trauma e o surgimento de uma discursividade capaz de ressignificar a
ausência compõem os principais elementos desses textos. Em analogia a personagens como Antígona (de Sófocles), Hécuba (de Eurípides) e Pelagea Wlassowa (de Gorki-
Brecht), elas confirmam uma postura de enfrentamento e se projetam como herdeiras de uma linhagem de mulheres que convulsionaram o público, a partir da entoação de um
páthos coletivo. Em devoção aos seus desaparecidos insepultos, as Madres recriam um
legado ao revés, presente na escritura e na reinvenção de personagens que encontram o
caminho da sobrevivência na memória do filho / El contexto de la Argentina de los años setenta es el escenario de personajes y
narrativas que provienen del miedo y permanecen hasta la actualidad en posiciones de
resistencia y enfrentamiento. En este paisaje escrito por la opresión del Estado militar,
nacen las Madres de Plaza de Mayo, originadas por la tragedia de la desaparición
forzada de sus hijos. Investidas por la maternidad, ellas rompen con la esfera privada
para desestabilizar la esfera pública y cuestionar la memoria de un país maculado por el
silencio, alcanzando una situación de protagonismo viable a la reelaboración del dolor,
en más de tres décadas de lucha por la defensa de sus hijos. Paralelo a las performances en la Plaza de Mayo, ellas esbozan un intento literario y publican durante la dictadura
sus primeros poemas. El deseo anunciado de un encuentro con la literatura crece en el
proyecto de las oficinas literarias, del cual son publicados cinco libros, quedando
además material inédito que servirá de base para publicaciones futuras. El encuentro
con la ficción viabiliza un proceso narrativo emprendido rumbo a la reconstrucción biográfica del ser responsable por el nacimiento del actor político Madre, quien se
transforma en personaje de sí misma, recreándose en la escritura y proponiendo nuevas
miradas hacia la memoria y el testimonio. La reelaboración del trauma y el surgimiento
de una discursividad capaz de resignificar la ausencia componen los principales
elementos de estos textos. En analogía a personajes como Antígona (de Sófocles),
Hécuba (de Eurípides) y Pelagea Wlassowa (de Gorki-Brecht), ellas confirman una
postura de enfrentamiento y se proyectan como herederas de un linaje de mujeres que convulsionaron al público a partir de la entonación de un páthos colectivo. En devoción
a sus desaparecidos insepultos, las Madres recrean un legado al revés, presente en la
escritura y en la reinvención de personajes que encuentran el camino de la supervivencia en la memoria del hijo

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/urn:repox.ist.utl.pt:UERJ:oai:www.bdtd.uerj.br:562
Date23 March 2009
CreatorsMaria Fernanda Garbero de Aragão Ponzio
ContributorsGuillermo Francisco Giucci Schmidt, Carlinda Fragale Pate Nuñez, Italo Moriconi Júnior, Andrea Lombardi, Terezinha Maria Scher Pereira
PublisherUniversidade do Estado do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Letras, UERJ, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageSpanish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ, instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro, instacron:UERJ
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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