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Compreendendo o processo de viver com diabetes mellitus em uma comunidade de Florianópolis, Santa Catarina

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Florianópolis, 2010 / Made available in DSpace on 2012-10-25T10:26:43Z (GMT). No. of bitstreams: 1
277448.pdf: 3975390 bytes, checksum: e2326a0d0ad650d9aa7661ffdb3946bf (MD5) / O estudo teve o objetivo de compreender o significado das práticas de autoatenção das pessoas com Diabetes Mellitus (DM) e seus familiares em suas interações sociais. Trata-se de pesquisa de natureza qualitativa, utilizando como referência o método etnográfico. Fizeram parte desta pesquisa 28 pessoas com DM cadastradas no Programa de Saúde da Família, vinculadas ao grupo de apoio às pessoas com DM e hipertensão arterial de uma Unidade Local de Saúde, numa comunidade de Florianópolis em Santa Catarina. Familiares e profissionais de saúde também integraram o estudo, uma vez que foram referidos pelas pessoas com DM como parte de sua rede de apoio social. A coleta de dados foi realizada entre maio de 2008 e novembro de 2009, utilizando as técnicas de entrevistas em profundidade e de observação participante, com base na integração da pesquisadora na comunidade. As entrevistas foram gravadas sempre que possível, e as observações foram registradas em diário de campo. O processo de análise de dados foi realizado em dois momentos. O primeiro envolveu leituras e releituras do material (entrevistas e diário de campo) para apreensão do conteúdo e identificação das temáticas. O segundo momento envolveu a reorganização do material por temática efetuando a codificação dos dados; agrupamento dos códigos semelhantes; criação de subcategorias e categorias preliminares; e interpretação dos achados para definição das categorias. Como resultados do primeiro momento do processo de análise, emergiram três temáticas que deram origem aos três manuscritos que compõem a tese: Práticas de auto-atenção de pessoas com DM; Relacionamento entre pessoas com DM e profissionais da saúde; Compreendendo a rede de apoio de pessoas com DM de uma comunidade em Florianópolis, Santa Catarina. O primeiro artigo teve como objetivo conhecer os significados atribuídos ao viver com DM e suas práticas de autoatenção. Possibilitou ampliar a compreensão acerca das esferas vivenciais que abarcam diferentes práticas de autoatenção à saúde, envolvendo práticas profissionais, populares e tradicionais como parte do processo de sociabilidade dos sujeitos. O segundo artigo teve como objetivo conhecer como ocorrem os processos interativos entre as pessoas com DM e os profissionais de saúde. Mostrou que a relação entre pessoas com DM e profissionais de saúde inclui não apenas o processo biológico, mas também o social, o cultural e o político. Por meio dessas relações, os sujeitos buscam equilíbrio em suas ações cotidianas, envolvendo tanto as práticas de atenção à saúde quanto os demais âmbitos de suas vidas. O terceiro artigo teve como objetivo compreender como se organiza a rede de apoio de pessoas com DM. As redes de apoio a pessoas com DM são constituídas por familiares, amigos, profissionais de saúde e pessoas que vivem nessa comunidade e são reconhecidas segundo as subjetividades e os significados vivenciados e compartilhados. Compreender as redes de apoio apontou para a necessidade eminente dos profissionais de saúde ampliarem seus conhecimentos acerca do universo dos sujeitos, respeitando seus modos de vida, reconhecendo as diferentes práticas de atenção à saúde. Interagir com diferentes culturas é um esforço que desencadeia uma série de implicações relacionais. A rede de apoio é considerada essencial, influenciando positivamente na forma como as pessoas lidam com a doença. Os três manuscritos se interconectam, uma vez que as práticas de autoatenção que as pessoas com DM e seus familiares realizam em seus cotidianos influenciam e são influenciadas pelas interações que essas pessoas estabelecem em suas redes sociais, especialmente com seus familiares e profissionais de saúde. O estudo traz importante contribuição para a prática assistencial em saúde no sentido de compreender que, contrariamente ao que nós profissionais de saúde somos preparados para intervir, solucionar, ou controlar os problemas de saúde, a doença crônica pode não ser o centro da vida das pessoas com DM, sendo apenas mais um aspecto de seu viver. Portanto, tem uma conotação diferente daquela significada pelos profissionais de saúde, uma vez que as decisões nesse setor não estão submetidas ao saber da biomedicina, mas fazem parte das experiências pessoais e culturais das pessoas com DM. Nesse sentido, torna-se importante valorizar os cuidados em saúde, com foco na autonomia dos sujeitos e respeito pelo seu modo de vida. / The objective of this study is to comprehend the meaning of self-care practices expressed in the social interaction of people with diabetes mellitus (DM) and their families. It is a qualitative study based on the ethnographic method. The 28 people with DM studied were registered in the Family Health Program and participated in the DM and High Blood Pressure support group at a Public Health Clinic in Florianópolis, SC, Brazil. Family members and health care professionals part of the social network of those with DM were also included. Data was collected from May of 2008 to November of 2009, utilizing in-depth interview and participant observation techniques which were facilitated by the integration of the researcher in the community. When possible, interviews were recorded. Observations were registered in a field diary. Analysis of the data was conducted in two parts. The first involved readings and re-readings of the material (interviews and field diary) in order to apprehend content and identify themes. Subsequently the material was reorganized and coded according to topics and then grouped according to codes for the creation of preliminary categories and final categories. Three themes emerged from the first part of the analysis which gave origin to the three articles which compose this thesis: Practices of Self-Care among people with DM; Relationships between people with DM and health care professionals; and Support networks of people with DM in a community in Florianópolis, Santa Catarina. The objective of the first article is to understand meanings attributed to the experience of living with DM and practices of self-care. It broadens the comprehension of the domains that encompass self-care practices to include the professional, popular, and traditional which compose the sociability processes of the subjects. The objective of the second article is to understand how interactive processes occur among people with DM and health care professionals. It demonstrates that the relationship between people with DM and health care professionals includes not only the biological process, but also the social, cultural, and political. Through these relationships, the subjects seek balance in their daily lives through self-care practices as well as other activities. The objective of the third article is to comprehend how people with DM organize support networks. Family members, friends, and health care professionals constitute support networks for people with DM. Members of the community are recognized according to subjectivities and lived and shared meanings. The study points out the need for health care professionals to expand their knowledge concerning their subjects, respecting their lifestyles and recognizing the different practices of self-care. Interacting with different cultures is an effort that implies relational issues. The support network is essential, positively influencing the manner in which people deal with the disease. The three manuscripts are interconnected, to the extent that the daily practices of self-care influence and are influenced by the interactions that people with DM establish in their social networks, especially with their family members and health care professionals. The study offers an important contribution to health care services. Contrary to the understanding of health care professionals who intervene, resolve, or control health problems, chronic disease is not necessarily the center of life for the subjects with DM. Rather, it is simply one more aspect of their lives. Thus, it has a different connotation than that attributed by health care professionals, one that is not dominated by biomedical knowledge but is determined by personal and cultural experiences. In this sense, it is important to value practices of self-care with focus on the subjects# autonomy and respect for their way of life.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/94465
Date25 October 2012
CreatorsFrancioni, Fabiane Ferreira
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Silva, Denise Maria Guerreiro Vieira da, Langdon, Esther Jean
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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