Fundação de Apoio a Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe - FAPITEC/SE / Forró is a cultural production which is connected to tradition and today is inserted in consumer logic. This dual relation (tradition/cultural consumption) demonstrates the reality of a transitional world in which social actors compete for spaces in search of recognition and survival. This paper is about the disputes among those that produce the traditional forró, commonly known as forró-pé-de-serra. This research shows a part of the trajectory of the forró of Sergipe, its history and constructed meanings. Meanings that already start to to be confrontational in the definition of what is forró, from the place it speaks and the terminologies used (pé-de-serra, electronic, college). To observe the actors of forró-pé-de-serra, is also to observe how they relate and position themselves with otherness. The research sought, using biographies, interviews and perceptions of the social spaces of forró (arraiais, public and private events) to understand how the music expresses a social identification, of belonging and, at the same time, conflicts and disputes inherent in these processes. We observed at this point two types of dispute: one more concrete and direct in which the forró artist tries to make his music present on big event stages financed by the state, as the Forró Caju; and a wider one that sometimes crosses even the passing of the years, connected to sensory disputes, to circumstances and to different positions among the social actors. In respect to the scope of the first dispute, to be on stage to make your own music known is fundamental to the production chain and consumption of forró. However until the moment of contact of the artist and the audience, there are steps where power relations pass through, that materialize in actions like the definition of the criteria of choosing artists, the adopted behaviours to attain a space in the June Festivities. Among other authors, we adopt the theoretical perspective of Elias to observe the power in the configurations and relations of interdependence. The public manager, whether he is mayor, governor or an event director, needs the artist to make the “show go on” and the artist, in turn, needs the stage to express his art and world vision, but also to have his performance consumed. / O forró é uma produção cultural que tem vínculos com a tradição e hoje se insere em uma lógica de consumo. Essa dupla relação tradição-consumo cultural demonstra a realidade de um mundo em transição no qual atores sociais disputam espaços em busca da sobrevivência e do reconhecimento. O presente trabalho trata das disputas entre aqueles que produzem o forró tradicional, mais conhecido como forró pé-de-serra. Entendo a tradição como uma construção social aberta a mudanças e que contém sentidos e modos de vida agregadores podendo ser perpetuação por entre gerações. Esta pesquisa mostra uma parte da trajetória do forró sergipano, sua história e construções de sentidos. Sentidos que começam a se confrontar já na definição do que é forró, a partir do lugar do qual se fala e das terminologias utilizadas (pé-de-serra, eletrônico, universitário). Observar os atores do forró pé-de-serra é observar também como eles se relacionam e se posicionam com a alteridade. A pesquisa procurou, por meio de biografias, depoimentos e percepções dos espaços de sociabilidade do forró (arraiais, eventos públicos e privados) compreender como a música expressa uma identificação social de pertencimento e, ao mesmo tempo, conflitos e disputas inerentes a esses processos. Observamos aqui dois tipos de disputas: uma mais concreta e direta, em que o forrozeiro busca fazer a sua música circular no palco de grandes eventos financiados pelo poder público, como o Forró Caju; e outra mais ampla que, por vezes, atravessa até o passar dos anos, ligada às disputas de sentidos, às circunstâncias e aos diferentes posicionamentos entre os atores sociais. No que diz respeito ao âmbito da primeira disputa, subir ao palco para fazer a sua música circular, é algo fundamental na cadeia de produção e consumo do forró. No entanto, até o momento do contato do artista com o público há etapas onde perpassam relações de poder que se materializam em ações, como a definição dos critérios de escolhas de artistas e os comportamentos adotados para conseguir uma vaga nas programações juninas. Entre outros autores, adotamos a perspectiva teórica de Elias, para observar as relações de poder presentes nas configurações sociais. O gestor público, seja ele prefeito, governador ou um diretor de eventos, necessita do forrozeiro para “fazer o show acontecer” e o artista, por sua vez, precisa do palco para expressar sua arte e visão de mundo, mas também para que a sua apresentação seja consumida. / São Cristóvão, SE
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:ri.ufs.br:riufs/7235 |
Date | 24 July 2017 |
Creators | Paulino, Thiago |
Contributors | Ennes, Marcelo Alario |
Publisher | Pós-Graduação em Sociologia, Universidade Federal de Sergipe |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFS, instname:Universidade Federal de Sergipe, instacron:UFS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0116 seconds