Esta dissertação reflete sobre o papel desempenhado pela comunicação social, e pelo jornalismo em particular, nas relações de poder e nas desigualdades que se fundam na cultura, principalmente no que se refere às relações de gênero e sexualidade. Para tanto, foi desenvolvida com o objetivo de analisar as concepções de gênero dos jornalistas percebendo se e de que maneira elas atravessam a produção de notícias e contribuem na reprodução, manutenção, re-significação ou transformação de padrões de desigualdade, e se expressam a existência da heteronormatividade no jornalismo. Desenvolveu-se amparada nas teorias construcionistas do jornalismo, nos estudos culturais, estudos feministas pós-estruturalistas e nos estudos queer. Inspirada no método etnográfico, com uso da técnica da observação participante, a investigação se deu no acompanhamento da produção de notícias, durante onze semanas, junto a um grupo de jornalistas partícipes de um dos programas jornalísticos da RBS TV, na cidade de Porto Alegre/RS. Acompanhando o cotidiano dos jornalistas com foco nas rotinas produtivas das notícias e nas relações entre os profissionais, o jornalismo se desvelou constituído de gênero. Não apenas porque seus operadores são sujeitos que possuem gênero e concepções de gênero. Fundamentalmente porque demonstrou que as convenções de gênero são pervasivas dos valores culturais e visões de mundo, presentes na subjetividade dos jornalistas, e como tal incidem nas estruturas organizacionais e hierárquicas da empresa e nas próprias notícias, bem como nos modos como o jornalismo está relacionado à reprodução de saberes selecionados por serem reconhecidos como podendo ou devendo dar lugar àquilo que uma sociedade considera digno de ser conhecido (LOURO, 1997). / This dissertation reflects upon the role performed by social communication, particularly journalism, in power relations and inequality based in culture, mainly with regard to relations of gender and sexuality. For that, this paper was developed aiming the analysis of journalists’ conceptions of gender, realizing if and in what way they cross the production of news and contribute to the reproduction, maintenance, re-significance or alteration of inequity patterns, and if they express the existence of heteronormativity in journalism. The research was based on journalism’s constructivism theories, on cultural studies, post-structuralism feminist studies and queer studies. Inspired in the ethnographic method, using participant observation techniques, the investigation took place while accompanying the production of news during eleven weeks alongside a group of journalists that are part of one of RBS TV’s news programs in Porto Alegre/RS. Observing the journalists’ quotidian with focus on the productive routines of news and the relationship between professionals, journalism showed itself to be constituted of gender. Not only because its operators are subjects possessed of gender and conceptions of gender, but essentially because it was demonstrated that gender conventions are pervasive of cultural values present in the subjectivity of journalists and, as such, incur in organizational and hierarchic structures of the company and in news itself as well as in modes in which journalism is related to the reproduction of knowledge selected for being recognized as being able or having to give place to what society considers worth knowing (LOURO, 1997).
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/25629 |
Date | January 2010 |
Creators | Silva, Márcia Veiga da |
Contributors | Fonseca, Virginia Pradelina da Silveira |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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