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Previous issue date: 2014-12-15 / Capes / As conquistas políticas dos grupos rotulados como minorias, que representam a emergência de novos sujeitos sociais, vêm ganhando a cena acadêmica das Ciências Sociais nestes últimos 40 anos, evidenciando a inquietação destas ciências com o novo. É a partir desse prisma das lutas por direitos que o movimento quilombola aparece impulsionado pela conquista constitucional em 1988, uma vez que, o pressuposto legal indicado no Art. 68 - Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) se refere a um conjunto possível de novos sujeitos sociais designados pelo termo remanescente de quilombo. Foi exatamente o enfrentamento desse novo que impulsionou a escolha do campo de pesquisa, qual seja uma comunidade quilombola da zona rural do brejo paraibano – Caiana dos Crioulos, área rural localizada a 12 km do município de
Alagoa Grande-PB. A pesquisa, com sua modelagem, é erguida a partir de uma relação entre a etnografia - a prática de descrever/negociar/experimentar a “sociedade do outro” - e a cartografia cujo objetivo é definir as fronteiras, os traçados, os pontos de referência e as depressões, portanto, criar uma semântica espacial que, no caso específico dessa pesquisa, vai sendo construída por uma teia de relações tecida no cotidiano. Neste contexto etnográfico, eu me propus a pensar como problemática de pesquisa: quais dimensões podemos considerar como fundadoras do sentimento de grupo e do fluxo da vida comunitária e que, portanto, seriam definidoras da experiência desses sujeitos como comunidade remanescente de quilombolas? A partir daí, surge uma teia de relações a qual me proponho etnocartografar, entrando em cena o território, as relações de parentescos e, sobretudo, o sentimento de grupo e as experiências espirituais dos
moradores de Caiana dos Crioulos. Para enfrentar esta problemática, propõe-se a delimitação de três panoramas: panorama étnico territorial, panorama espiritual e panorama familiar como dimensões que se conjugam no cotidiano, dando forma e dinâmica ao que denominei de fluxo da vida comunitária. / The political achievements of the groups labeled as minorities, which represent the emergence of new social individuals, have been gaining the academic scenario of the Social Sciences in the last forty years, highlighting the uneasiness of these sciences with the new. It is from this perspective of struggles for rights that the quilombola movement appears boosted by the constitutional conquest in 1988, once the legal assumption stated in the Art.68 – Temporary Constitutional Provisions Act (ADCT) refers to a possible set of new social individuals designated by the remaining term called quilombola. It was exactly this new confrontation that led studying to a quilombola community in the Brejo rural area of Paraíba - Caiana dos Crioulos – rural area located 12km far from Alagoa Grande-PB municipality. The piece of research, with its modeling, is based on a harmonious relationship between ethnography – the practice of describing/negotiating/experimenting “the other´s society” - and cartography whose objective is to define the boundaries, the outlines, the reference points and the depressions, thus creating a spatial semantics that, in the specific case of this study, is being constructed by a web of relations woven in the daily activities. In this ethnographic context, the research problem was focused on: which dimensions can we consider as the founders of the group´s feeling and flow of community life and that, however, would define these individuals´ experience as a
remaining quilombola community? From this, a web of relations, which I propose to carry out ethnocartography, then, the territory, the relations about the relatives and, especially, the feeling of group and the spiritual experiences of those dwellers from Caiana dos Crioulos arise. In order to face this problem, the delimitation of three perspectives is proposed: territorial ethnic perspective, spiritual perspective and familiar perspective as dimensions which are articulated in the daily routine by providing form and dynamics to what I have named the flow of community life. / Les conquêtes politiques des groupes dits minoritaires, qui représentent l’émergence de nouveaux sujets sociaux, ont occupé le devant de la scène académique dans le domaine des Sciences Sociales, dans ces derniers 40 ans, en rendant évident l’intérêt de ces sciences par le nouveau. C’est à partir de ce prisme des luttes pour des droits que le mouvement des habitants des quilombes se développe, poussé par la conquête de la Constitution de 1988, dont un supposé juridique, présent dans l’Article 68 (Acte des dispositions constitutionnelles transitoires – ADCT), indique un ensemble possible de nouveaux sujets sociaux, désignés par le nom subsistant de quilombe. C’est justement le défi posé par ce nouveau qui m’a mené à changer l’objet de ma thèse, en abandonnant le thème des représentations de la nature dans les religions afro-brésiliennes dans l’espace urbain de Joao Pessoa au profit d’une investigation sur une communauté de quilombe dans la zone rurale de la région du Brejo de l’État de Paraiba (PB) – Caiana dos Crioulos, à 12 km de la ville de Alagoa Grande, PB. La recherche et ses paramètres sont dressés à partir d’une relation harmonieuse entre l’ethnographie, cette pratique de décrire/négocier/éprouver la société de l’autre, et la cartographie, dont l’objectif est de définir les
frontières, les tracés, les points de référence et les dépressions, et donc de créer une sémantique spatiale que, dans le cas spécifique de cette recherche, va se construire à travers une toile de relations tissue dans le quotidien. Dans ce contexte ethnographique, je me suis proposé la problématique de recherche suivante : quelles dimensions nous pourrions considérer comme fondatrices du sentiment de groupe et le flux de la vie communautaire, et responsables de la définition de l’expérience de ces sujets en tant que communauté subsistante d’habitants de quilombe ? À partir de cette question, une toile de relations apparaît et devient l’objet de notre ethnocartographie, qui prend en compte le territoire, les relations de famille et surtout le sentiment de groupe et les vécus spirituels des habitants de Caiana dos Crioulos. Pour faire face à cette problématique, nous proposons la délimitation de trois panoramas : le panorama ethnicoterritorial, le panorama spirituel et le panorama familial, en tant que dimensions qui s’articulent dans le quotidien, en donnant une forme et une dynamique à ce que nous avons appelé le flux de la vie communautaire.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:localhost:riufcg/1327 |
Date | 02 August 2018 |
Creators | SOUZA, Wallace Ferreira de. |
Contributors | GRÜNEWALD, Rodrigo de Azeredo., NASCIMENTO, Rogério Humberto Zeferino., CANIELLO, Márcio de Matos., NOGUEIRA, Verena Sevá., SILVA, Ivonildes Fonseca da. |
Publisher | Universidade Federal de Campina Grande, PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS, UFCG, Brasil, Centro de Humanidades - CH |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | French |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Biblioteca de Teses e Dissertações da UFCG, instname:Universidade Federal de Campina Grande, instacron:UFCG |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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