Esta dissertação trata dos movimentos de resistência ao questionamento judicial acerca da validade do exercício profissional de professoras negras admitidas por meio de cotas raciais em um concurso público municipal realizado na cidade de Porto Alegre, no ano de 2005. A ação judicial, protagonizada pelo Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul (TCE/RS), considerava a política de cotas inconstitucional. O estudo problematiza como estas mulheres negras, professoras e cotistas ressignificaram suas histórias de vida e de atuação docente a partir dessa experiência. Constitui-se no campo da pesquisa em Educação, com abordagem qualitativa, utilizando estratégias metodológicas como a entrevista compreensiva (KAUFFMANN, 2013) e a análise documental e se anuncia dentro dos princípios da pesquisa ativista (D’SOUZA, 2014). Opero com a categoria raça como fundamento do fenômeno em análise, destacando-o como expressão do racismo institucional. Simultaneamente, ressalto memórias da vivência desse racismo, contadas por seis mulheres capazes de agenciar e resistir, movidas pelas histórias de seus ancestrais, de seus familiares e dos grupos do movimento negro que a elas se uniram. Ressalto como conclusão parcial o fato de que essas mulheres deixaram uma marca negra por dentro da institucionalidade, criando brechas, rompendo barreiras, avançando e retrocedendo, garantindo uma política pública que se estende até hoje aos cidadãos porto-alegrenses. Este trabalho é fruto dessas marcas e objetiva sistematizar fragmentos das diversas possibilidades epistemológicas que as professoras negras cotistas proporcionam através de suas subjetividades desestabilizadoras (GOMES, 2017). / The dissertation deals with the movements of resistance to judicial questioning about the validity of the professional exercise of black teachers, admitted through racial quotas in municipal public tender held in the city of Porto Alegre, in the year of 2005. The lawsuit, starring by the Court of Auditors of Rio Grande do Sul (TCE/RS), considered the policy of quotas unconstitutional. The study problematizes as these black women, quota teachers, resignified their stories of life and teaching acting, from this experience. It constitutes in the field of research in education, with qualitative approach, using methodological strategies such as the comprehensive interview (KAUFFMANN, 2013) and the documentary analysis. It is advertised within the principles of activist research (D'SOUZA, 2014). It operates with the race category to understand the phenomenon under analysis, highlighting it as an expression of institutional racism. Simultaneously, it highlights memories of the experimentation of this racism, told by six women, capable of acting and resisting, driven by the stories of their ancestors, their families and the groups of the black movement that joined them. As a partial conclusion, the fact that these women left black marks within the institutional framework, creating gaps, breaking barriers, advancing and receding, guaranteeing a public policy that extends to the citizens of Porto Alegre. The work is tributary to these marks and systematizes fragments of the various epistemological possibilities constructed from the destabilizing subjectivities (GOMES, 2017) of black teachers.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.lume.ufrgs.br:10183/183202 |
Date | January 2018 |
Creators | Pereira, Priscila Nunes |
Contributors | Meinerz, Carla Beatriz |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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