[pt] Como compreender as marcas da diferença e suas fronteiras que separam quem faz parte
ou não, quem é bem-vindo ou não, e como configuram rastros de divisões de mundo e subjetividades? Como tal diferença foi pensada, quais os enquadramentos foram usados para posicionar diversas populações em deslocamento migratório forçado, produzindo um jogo entre
um suposto eu e um suposto outro? É possível (re)pensar o problema da diferença pela
chave de inteligibilidade e movimento da desconstrução, da différance? É dentro desta trajetória que pretendo construir e traduzir tal percurso de (des)encontros com a temática, a partir
de uma escrita que se esforça a não recalcar as aporias, e faz uso deste recenseamento dos
próprios encontros e desencontros que precipitam as seguintes reflexões, no esforço de contribuir para os estudos sobre migração e refúgio, seja dentro ou fora do campo de saber
das Relações Internacionais. Em outros termos, é um movimento possível de prestar atenção
às linhas de demarcação (sejam geográficas, dialéticas, coloniais, raciais, dentre outras), fraturas e seus territórios indesignáveis das experiências vividas, como uma maneira de fazer
ecoar a dimensão do (des)encontro com o contexto do refúgio, e encontrar-se diante de si
mesmo, o risco, a responsabilidade de decompor em miríades de partículas tal viagem (sem
pretensões de dar conta desta) a ser empreendida quando se fala, estuda e trabalha no cenário
do refúgio. As linhas deste trabalho propõem destacar a dimensão relacional da pesquisa, principalmente nos encontros e desencontros com o contexto do refúgio – e (re)considerar tais
subjetividades viandantes em situação de refúgio, não como substâncias a serem capturadas,
mas como formas radicais de relacionalidade, que são sempre ao mesmo tempo singular e
plural, irredutíveis a uma entidade pressuposta a um encontro e desencontro totalizantes –, e
como (re)olhar esta relação a partir de uma constatação pelo movimento da desconstrução
desse (des)encontro constitutivo e ético. / [en] How can we understand the marks of difference and the borders that separate who belongs and who doesn t, who is welcome and who isn t, and how they create traces of world dividions and subjectivities? How has this difference been thought of, what frameworks have been used to position various populations in forced migratory displacement, producing a game between a supposed self and a supposed Other? Is it possible to (re)think the problem of difference through the key of intelligibility and movement of deconstruction, of différance? It is within this trajectory and that I intend to construct and translate such a journey of (dis)encounters with the theme from a criting that strives not to repress the aporias and makes use of this census of the very encounters and disagreements that precipitate the following reflections in an effort to contribute to studies on migration and refuge, whether inside or outside the field of knowledge of International Relations. In other words, it is possible move to pay attention to the lines of demarcation, fractures and their undesignable territoriesof lived experiences, as a way of echoing the dimension of the (dis)encounter with the context of refuge, and finding oneself a journey (without pretending to be able to account for it) to be undertaken when talking about, studing and working in the refuge scenario. The lines (whether geographical, dialectical, colonial, racial, among others), of this work lead to and propose some attempts to grasp these facets based on a movement and language of crossing and opening up to diffrent logics, scenarios and theoretical frameworks of contact, not only within the field of International Relations. It s a dialogue that brings together horizons of possibility for thinking about the context of refuge and its borders, demarcations, possibilities, impossibilities and negotiations present in the relationship with difference itself. The lines of this work propose to highlight the relational dimension of research, especially in the encounters and disencounters with the context of refuge – and to (re)consider these subjectivities in displacement, not as substances to be captured, but as radical forms of relationality, which is always at the same time singular and plural, irreducible to an entity presupposed by a totalizing encounter and disagreement – and how to (re)look at this relationship from a point of view of the movement of deconstruciton of this constitutive and ethical (dis)encounter.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:67721 |
Date | 26 August 2024 |
Creators | ANDRESSA MACIEL CORREA |
Contributors | ROBERTO VILCHEZ YAMATO, ROBERTO VILCHEZ YAMATO |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
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