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Entre efeitos e estratégias de linguagem numa produção de conhecimento situado: blogueiras feministas (re)pensando concepções e construindo novas práticas / Between language effects and strategies in situated knowledge production: blogueiras feministas (re)thinking conceptions and building new practices

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Previous issue date: 2013-04-29 / Science, as we know it today, has been established as the legitimate paradigm of knowledge production, which relies on the pillars of universality, neutrality, and objectivity. In contrast, feminist epistemology defends the production of situated knowledge, seeking a partial and critical positioning. In this thesis, I discuss knowledge about language produced under a feminist standpoint, assuming that knowledge is produced not only in the academy, but also by counter-hegemonic, minority, or minoritized groups. To this end, I analyze the texts of a group of feminist women on the internet, named Blogueiras Feministas, to identify the language conceptions that are at stake in their concerns, by studying their texts posted from October 2010 to October 2011, totaling 365 posts and 54 authors.
The modern science paradigm, constituted from the XVI-XVII centuries on as the only legitimate form of producing knowledge, was based on the notion of scientific rationality, achieved by means of a strict set of methodological rules and epistemological principles, as well as on political and economic factors, in which the process of colonization played a fundamental role. In this thesis, I use the metaphor of vision to explain this paradigm, because modern science lies on this metaphor and on the idea of the specific ways in which the eye is directed toward the object to differ from other forms of knowledge production. Furthermore, modern science paradigm defends that, while anyone can see an object, only the trained scientist can interpret what is seen. I contrast this paradigm with the idea of an embodied, marked, partial, limited, non-transcendent, i.e. situated nature of vision.
Hegemonic Linguistics was established as a science during the development of nation-states, the consolidation of science itself, and the emergence of the sociological subject. Based on dictionaries and introduction guides, which limit the field and are used in the education and training of new scientists, I explore Linguistics, passing through its legitimate areas and authors verifying, precisely, how the history of this discipline is presented, which language conceptions are emphasized in the official context and what kind of metalanguage is used.
Finally, the analysis of language conceptions displayed in the texts of Blogueiras Feministas indicates that they see language from a discursive perspective and think about language practices from its effects and strategies for possible changes. The main effects identified by Blogueiras Feministas are the naturalization and essentialization of identities; among the strategies of resistance and change they emphasize the need of raising awareness about the inconsistencies of our speech, multiplying discourses and voices, using inclusive language and thinking about the possibilities of producing new meanings. / A ciência que conhecemos hoje se estabeleceu como o paradigma válido da produção do conhecimento apoiando-se sobre os pilares da universalidade, neutralidade e objetividade. Em oposição, a epistemologia feminista defende a produção de saberes localizados, buscando um posicionamento parcial e crítico. Nesta tese, discuto conhecimento sobre linguagem produzido e defendido sob um ponto de vista feminista, partindo do princípio de que o conhecimento não é produzido só na academia, mas de que grupos contra-hegemônicos, minoritários ou minoritarizados, também o produzem. Para tanto, analisei os textos de um grupo de mulheres feministas na internet nomeado Blogueiras Feministas, a fim de identificar as concepções de linguagem que estão em jogo em suas preocupações, por meio da leitura de seus textos, publicados em um site durante o período de outubro de 2010 a outubro de 2011, totalizando 365 posts e 54 autoras.
O paradigma moderno da ciência, que se constituiu a partir dos séculos XVI-XVII como a forma válida de produção do conhecimento, baseou-se tanto na noção de racionalidade científica, alcançada por meio de um conjunto rígido de regras metodológicas e princípios epistemológicos, quanto em questões políticas e econômicas, sendo o processo de colonização fundamental. Nesta tese, explico esse paradigma a partir da metáfora da visão, pois a ciência moderna diferencia-se das outras formas de saber pela maneira como o olhar é dirigido ao objeto e pela defesa de que, enquanto qualquer pessoa pode perceber o objeto, só o olhar treinado da/o cientista pode interpretá-lo; essa noção contraponho com a ideia de uma visão corporificada, marcada, parcial, limitada, não transcendente, ou seja, localizada.
A Linguística, enquanto ciência, estabeleceu-se num período de desenvolvimento dos Estados nação, da consolidação da própria ciência, e do surgimento da noção de sujeito sociológico. Partindo do que dizem os dicionários e manuais introdutórios, que delimitam o campo de estudo e formam os/as cientistas iniciantes, busco percorrer os caminhos da Linguística, passando por suas correntes e autores/as legitimados e observando, justamente, como essa história é contada, quais concepções de língua e linguagem aparecem no contexto oficial e qual metalinguagem é utilizada para lidar com a língua(gem).
Finalmente, a análise das concepções de linguagem presentes nos textos das Blogueiras Feministas indica que elas veem a linguagem a partir de uma perspectiva discursiva e pensam as práticas linguageiras a partir de seus efeitos e das estratégias para possíveis mudanças. Os principais efeitos identificados pelas Blogueiras Feministas são a naturalização e essencialização das identidades; dentre as estratégias de resistência e mudança encontram-se a necessidade de se despertar a consciência para as incoerências de nossos discursos e de se multiplicar os discursos e as vozes, além da necessidade de se pensar no uso de uma linguagem inclusiva e as possibilidades de ressignificação.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.bc.ufg.br:tede/7320
Date29 April 2013
CreatorsAvanço, Karla Fernanda Fonseca Corrêa
ContributorsPinto, Joana Plaza, Pinto, Joana Plaza, Caldas-Coulthard, Carmem Rosa, Gonçalves , Eliane, Souza, Kátia Menezes de, Silva, Maria do Socorro Pimentel da
PublisherUniversidade Federal de Goiás, Programa de Pós-graduação em Letras e Linguística (FL), UFG, Brasil, Faculdade de Letras - FL (RG)
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFG, instname:Universidade Federal de Goiás, instacron:UFG
Rightshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/, info:eu-repo/semantics/openAccess
Relation-1403758209736362229, 600, 600, 600, -5417850704678072988, 7955259954785510783

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