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Laboratórios sociais de autogestão no Brasil e na Argentina

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política / Made available in DSpace on 2012-10-23T19:52:52Z (GMT). No. of bitstreams: 1
251454.pdf: 6820798 bytes, checksum: 8774e8d7e4b099ae24387ceddd12696b (MD5) / A tese tem como objetivo principal demonstrar a impossibilidade humana de, individualmente, efetivar-se a produção da existência social. A reflexão tem como ponto de partida o aumento das fábricas autogeridas por trabalhadores associados no Brasil e na Argentina, neste estudo designados de "laboratórios sociais de autogestão". Recentemente esses têm sido criados, sobretudo desde 1990, como resposta coletiva ao desemprego, e têm gerado um grande debate no campo teórico acerca de suas possibilidades e limites. Os laboratórios sociais revelam mudanças importantes na forma de organização dos trabalhadores, a começar pela grande fábrica, símbolo do surgimento da Revolução Industrial no século XIX. Também o sindicato advindo da grande fábrica parece estar sob questionamento e no seu lugar tem se colocado a autogestão, como luta contra a propriedade privada e por uma nova gestão social. Na busca por compreender a generalidade e as especificidades dessas formas de ser e agir dos trabalhadores, foram selecionados dois laboratórios sociais exemplares de desobediência ao capital: a Cooperativa dos Metalúrgicos de Criciúma (COOPERMETAL) - autogestionada por trabalhadores desde 1998 -, e a Indústria Metalúrgica e Plástica Argentina (IMPA) - fábrica metalúrgica recuperada em 1998. Para o desenvolvimento da pesquisa foram utilizados instrumentos como observação direta no cotidiano das experiências, entrevista com trabalhadores e análise de fontes documentais, como livro de atas, recortes de jornais e bibliografia sobre a temática. Como conclusão, o estudo evidencia possibilidades relevantes de soluções que "põem comida na mesa" para um conjunto de trabalhadores sem ser pelo assalariamento e sem deixar de questionar a ordem capitalista. O aprendizado de produzir e, simultaneamente, tentar transcender a lógica capitalista tem desencadeado ações que ultrapassam o âmbito da fábrica e apontam para o advento de uma outra "cultura do trabalho". Os limites também ficam evidenciados na conjuntura adversa em que esses laboratórios estão inseridos, na dificuldade de manter acesa a bandeira histórica dos trabalhadores de redução da jornada de trabalho e avanço nas lutas por melhor condições de produção da vida e do próprio trabalho.

This thesis aims to demonstrate the human impossibility to individually accomplish the production of the social existence. The reflection starts with the increase of self-managed factories by associated workers in Brazil and Argentina, called here "social laboratories for self-management". They have been created recently, specially since 1990, as a collective answer to unemployment and have produced a great debate in theoretical field about their possibilities and limits. The social laboratories revealed important changes in the form of the workers organization, starting by the great factory, symbol of the Industrial Revolution in the nineteenth century. Also the labor union that came from the great factory seems to be under question and has been replaced by self-management, as a struggle against the private property and for a new social management. Trying to understand the generality and the specificities of these forms of being and acting of the workers, two social laboratories were selected as examples of disobedience to capital: the Metallurgists Cooperative of Criciúma (COOPERMETAL) - self-managed by workers since 1998 -, and the Argentinian Metallurgic and Plastic Industry (IMPA) - metallurgic factory recovered in 1998. To develop this research, instruments like direct observation in everyday experiences, interviews with workers and documental resources analysis, like book of proceedings, newspapers and thematic bibliography were used. As conclusion, this study reveals important possibilities of solutions that "put food on the table" of a group of workers without earning wages and without letting to question the capitalist order. The learning of producting and, simultaneously, trying to transcend the capitalist logic has unleashed actions that go beyond the factory extent and point to the advent of another "culture of work". The limits are also revealed in the adverse conjuncture in which these laboratories are inserted, in the difficulty to carry on the historical symbol of the workers of reducing day's work and the advancement in struggles for better conditions of production of life and work.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/91208
Date January 2008
CreatorsChaves, Luiz Carlos
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Aued, Bernardete Wrublevski
PublisherFlorianópolis, SC
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatxv, 237 f.| il., grafs., tabs.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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