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Maus-tratos na inf?ncia e coping no curso do transtorno bipolar

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Previous issue date: 2011-03-02 / Dentro do modelo de carga alost?tica no Transtorno Bipolar (TB), a resposta ao estresse representa um papel de grande import?ncia no curso da doen?a. Estressores psicossociais, como eventos de vida negativos e a exposi??o a maus-tratos durante a inf?ncia (MTI) s?o algumas das vari?veis que, atrav?s de mecanismos neurofisiol?gicos e neuropsicol?gicos, moderam a gravidade e o deterioro do TB. Ao ser submetido a um evento estressor, o indiv?duo utiliza-se de estrat?gias de a??o para o manejo do problema. A esse fen?meno, dependente de processos cognitivos, em especial o funcionamento executivo, denominamos coping. O coping pode se apresentar focalizado no problema, onde h? a tentativa de intervir diretamente sobre o estressor, tentando modific?-lo (atrav?s de resolu??o de problemas ou reavalia??o cognitiva), ou focalizado na emo??o quando, pelo contr?rio, o indiv?duo usa apenas de esfor?os para a regula??o do estado emocional associado ao estresse, como forma de diminuir o desconforto emocional causado pelo estressor. A exposi??o a formas cr?nicas ou graves de estresse, como MTI, est? associada a preju?zos neurofuncionais vinculados principalmente a estruturas do c?rtex pr?-frontal e am?gdala, de quem o coping depende. O preju?zo no modo com que esses indiv?duos ir?o lidar com os novos estressores faz crescer o seu peso alost?tico, promovendo impacto direto sobre o curso do TB. O objetivo dessa disserta??o ? responder a tr?s quest?es: (a) Qual o impacto da exposi??o a maus-tratos durante a inf?ncia no curso do transtorno bipolar? (b) Quais s?o os dados recentes na pesquisa cient?fica sobre coping no transtorno bipolar? (c) Qual o impacto da exposi??o a maus-tratos durante a inf?ncia nas estrat?gias e estilos de coping em pacientes portadores de transtorno bipolar? Para respond?-las, s?o apresentados tr?s artigos cient?ficos. O primeiro artigo apresenta uma revis?o sistem?tica sobre o impacto dos MTI no curso do TB. A sele??o dos artigos foi realizada at? julho de 2010, atrav?s dos bancos de dados Medline e ISI, buscando estudos emp?ricos que identificassem maus-tratos na inf?ncia como uma vari?vel preditora do curso do TB. Dos 342 estudos encontrados e analisados, 18 foram selecionados para a revis?o. A s?ntese desses trabalhos confirma a hip?tese de que o curso do transtorno se apresenta pior em indiv?duos expostos a MTI. Os maus-tratos predizem um padr?o de doen?a caracterizado por um in?cio precoce, ciclagem r?pida, recorr?ncia, comorbidades, maior gravidade dos sintomas, pior resposta ao tratamento e maior n?mero de interna??es e tentativas de suic?dio. O segundo artigo apresenta uma proposta de modelo te?rico para o entendimento do coping no TB. Nele, o coping ? tratado como um processo dependente de fun??es cognitivas, especialmente o funcionamento executivo. Anormaliades neuroanat?micas e neurofuncionais associadas com o TB podem afetar os mecanismos que est?o envolvidos com uma sele??o adequada de estrat?gias e estilos de coping. Como consequ?ncia, a habilidade dos indiv?duos em reduzir a carga do estresse est? prejudicada, aumentando a vulnerabilidade a eventos estressores e afetando negativamente o curso do TB. Por fim, o artigo emp?rico teve o objetivo de investigar o impacto da exposi??o a MTI na escolha por estilos e estrat?gias de coping de pacientes bipolares adultos. Trinta mulheres portadoras de TB tipo 1, eut?micas, foram selecionadas e tiveram suas estrat?gias e estilos de coping avaliados atrav?s, respectivamente, dos instrumentos Escala Modos de Enfrentamento de Problemas (EMEP) e Escala Brief COPE. A presen?a de MTI foi mensurada atrav?s do Question?rio sobre Eventos Traum?ticos na Inf?ncia (QUESI/CTQ). Os resultados desse trabalho confirmam a hip?tese que eventos traum?ticos acontecidos durante a inf?ncia interferem negativamente no modo em que indiv?duos enfrentam situa??es estressoras (coping). Pacientes bipolares que foram submetidas a MTI, em especial neglig?ncia f?sica e emocional e abuso f?sico, apresentam uma prefer?ncia pelo uso de estilos e estrat?gias de coping focados no controle emocional, mais voltados a um comportamento esquivo em rela??o ao estressor, portanto menos resolutivos. Em concord?ncia com a linha te?rica proposta, o uso de estilos e estrat?gias de coping associados a reavalia??o cognitiva ou resolu??o de problemas foram menos frequentes na popula??o submetida a maus-tratos. Conclui-se que a exposi??o a MTI influencia o processo de manejo do estresse nos indiv?duos bipolares, sugerindo o coping como mais um preditor de vulnerabilidade para um pior curso da doen?a. Em uma hipot?tica e prov?vel situa??o estressora no futuro, as pacientes expostas a MTI ir?o experi?ncia-la de maneira mais negativa e delet?ria, aumentando o peso alost?tico daquele evento. Portanto, a presente disserta??o apresenta os MTI como fatores de vulnerabilidade para um curso pernicioso do TB, e como preditor da sele??o de estilos e estrat?gias de coping menos adaptativas. Por fim, ? fornecido o embasamento te?rico apresentando o coping como mais uma vari?vel moderadora do desfecho cl?nico do transtorno

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:tede2.pucrs.br:tede/754
Date02 March 2011
CreatorsDaruy Filho, Ledo
ContributorsGrassi-oliveira, Rodrigo
PublisherPontif?cia Universidade Cat?lica do Rio Grande do Sul, Programa de P?s-Gradua??o em Psicologia, PUCRS, BR, Faculdade de Psicologia
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_RS, instname:Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, instacron:PUC_RS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess
Relation2588426296948062698, 500, 600, 2599381623216554467

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