Return to search

Formas de militância feminista em cenário de auto-organização e ciberativismo no Brasil contemporâneo : tendências atuais a partir do caso de Aracaju/SE

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / This dissertation’s main purpose is to discuss forms of militancy in a scenario characterized by the increase in the use of the social networking websites for militant purposes and by the auto-organization as general tendencies since the June 2013 protests, focusing on the feminist struggle in Aracaju. As a more specific issue, it aimed to apprehend the rules and principles, framings, organizational forms and profiles of feminist militancy constituted in this scenario, as well as means and tools used to include their demands in the public arenas of confrontation. From the analytical point of view, the study was based on the assumption that, in order to give intelligibility to the feminist militancy, it was necessary to resort to the gender relations analyses (and its intersections with race, class and sexuality) and to feminist theories, in addition to the general concepts of the sociology of social movements used in this work, given that the women depiction in the public range and the roles historically attributed to them are conceived here as important factors that help us understand the political participation and the organizational forms and tools mobilized in this type of militancy. Assuming a critical perspective that aims to comprehend the logic of formal and informal exclusions of the subordinate groups like women in the public scope demands, conversely, an approach on the points of view of the agents studied about the public, the political participation and the organizational forms presented as an alternative to those institutionalized, as a way of resisting. Therefore, this dissertation’s epistemic-methodological background relied on some tenets of the Latournian sociology in what concerns group formation and also on a feminist epistemology, especially Donna Haraway’s approach, in order to apprehend the feminist movements’ and engagements’ own logics and dynamics from the fieldwork. The research evinced, in general, that the depictions related to the women generated by the gender subordination are expressed in a number of ways as constraints to the feminists’ political participation, however, from another perspective, the emotions that are incongruent with the standard depictions about “being woman” (which varies according to race, class, sexuality, gender identity, among others), converted into moral emotions and a sense of injustice, have played a crucial role to understand the motivations to the individual engagement, the constitution of new collective identities of the movement, and the creation of their own organizational forms. In other words, women’s auto-organization and their autonomous means of publicizing their demands, through the Marchs, the social networking websites, and art in general, are alternatives developed through a feminist vocabulary, constituted from the verification of women’s subordination in the gender relations and the misery experienced in an everyday basis, so that their demands, regarded as merely “private” issues or “secondary” questions, are included in the public arenas and widely debated by society. / Esta tese tem como questão central discutir formas de militância em um cenário caracterizado pela ampliação do uso das redes sociais da internet para fins militantes e pela auto-organização como tendências gerais desde as manifestações de junho de 2013, com foco na luta feminista em Aracaju. Como questão mais específica, buscou-se apreender as gramáticas, enquadramentos, formas organizacionais e perfis de militância feminista constituídas neste cenário, bem como os meios e ferramentas utilizados para inserir suas demandas nas arenas públicas de confrontos. Do ponto de vista analítico, o estudo partiu do pressuposto de que, para dar inteligibilidade à militância feminista, era necessário recuperar as análises das relações de gênero (e suas intersecções com raça, classe e sexualidade) e de teorias feministas, para além dos conceitos gerais da sociologia dos movimentos sociais utilizados neste trabalho, uma vez que as representações sobre as mulheres no âmbito público e os papéis atribuídos historicamente a elas são concebidos aqui como fatores importantes para compreendermos a participação política e as formas organizacionais e ferramentas mobilizadas neste tipo de militância. Partir de uma perspectiva crítica que busca compreender as lógicas de exclusões formais e informais no âmbito público dos grupos subordinados como os das mulheres, exige, em contrapartida, uma abordagem sobre os pontos de vista das atrizes pesquisadas acerca do público, da participação política e das formas organizativas alternativas àquelas institucionalizadas, como modo de resistência. Portando, a tese teve como pano de fundo epistêmico-metodológico alguns pressupostos da sociologia latourniana de formação de grupos e de uma epistemologia feminista, com destaque para a abordagem de Donna Haraway, com o intuito de apreender as dinâmicas e lógicas próprias dos movimentos e engajamentos feministas a partir do trabalho de campo. A pesquisa evidenciou, de modo geral, que as representações relacionadas às mulheres geradas pela subordinação de gênero apresentam-se de diversas maneiras como constrangimentos para a participação política das feministas, mas, sob outro ângulo, as emoções incongruentes com as representações padrões sobre “ser mulher” (que varia de acordo com a raça, classe, sexualidade, identidade de gênero, entre outros), convertidas em emoções morais e em sentimento de injustiça, têm exercido papel fundamental para a compreensão das motivações para o engajamento individual, da constituição de novas identidades coletivas do movimento e a criação de formas organizacionais próprias. Em outras palavras, a auto-organização de mulheres e os meios autônomos de publicização das suas reivindicações, através das Marchas, das redes sociais e da arte em geral, são alternativas pensadas através de um vocabulário feminista, constituído a partir da constatação da subordinação da mulher nas relações de gênero e dos sofrimentos vivenciados cotidianamente, para que suas demandas, tidas como questões meramente “privadas” ou como pautas “secundarizadas”, sejam inseridas nas arenas públicas e debatidas amplamente pela sociedade. / São Cristóvão, SE

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:ri.ufs.br:riufs/7234
Date25 July 2017
CreatorsSouza, Maria Erica Santana de
ContributorsNeves, Paulo Sérgio da Costa
PublisherPós-Graduação em Sociologia, Universidade Federal de Sergipe
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFS, instname:Universidade Federal de Sergipe, instacron:UFS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0029 seconds