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A filosofia dionisíaca de Nietzsche: supressão da metafísica e pathos afirmativo / The Dionysian philosophy: suppression of metaphysics and pathos affirmative

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Previous issue date: 2010-12-14 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / This paper aims to investigate the conception of Dionysian philosophy presented by Friedrich Nietzsche in his final writings. The German philosopher articulates the Dionysian notion along with the notion of Apollo in his first published book, namely, The birth of the tragedy (1872). In this work, there is a direct influence of Wagner s music and Schopenhauer s philosophy in the main theoretical conceptions, thus initiating a metaphysic of artist because, according to his conception, life can only be vindicated while aesthetic phenomenon. Since his work Too human (1878), the Dionysian concept disappears from Nietzschian texts, even in later fragments, returning only in the so called third phase, that is, from Thus spoke Zarathustra (1883), this time under a new approach Nietzsche completely disengages himself from Wagner and Schopenhoauer by not working with the metaphysic of artist or using the concept of Apollo. With a more mature thinking, the German philosopher diffuses his Dionysian philosophy proposing to be completely free from the metaphysic and at the same time affirming existence without boundaries. To do so, it is mainly necessary to transpose the Dionysian into philosophical pathos. Nietzsche makes use of tragic wisdom as the main instrument for such transposition for, only then, one can converse as regards Dionysian philosophy. Understanding tragic wisdom not as theoretical knowledge, but as the understanding and acceptance of the incessant fight that pervades all fractions of life, Nietzsche can declare himself as the first tragic philosopher. Not to fall in pessimism that depreciates life, due to his relentless fighting character, the philosopher exploits game notion. With it, man establishes common sense to the coming-to-be, interlining himself as supreme creator. Thus, a child s image is the example of the most skillful player because he or she inexorably throws him or herself at it without worrying about victory or defeat -- the important thing is to play the game. Hence, the path to understand Dionysian philosophy without presupposed metaphysisists is open. For Nietzsche metaphysic is articulated with the duplication of worlds a real world is envisioned as a condition of the apparent world . Having the need for truth as modus operandi, metaphysic mendaciously created a fixed and immutable world to justify the flow from the coming-to-be. According to the nietzschinian view, this entails the denial of effectiveness because by privileging the real world the apparent world is refuted, the only sphere on which the phenomenon life is possible. With the conception of the eternal recurrence of it, Nietzsche reaches a thought without metaphysic duality, overcoming the instant/everlasting dichotomy. For the metaphysic tradition, eternity has always been transcendent to the instant, as the eternal recurrence, eternity and instant have become equivalent, in other words, the instant is conceived as eternal. Moreover, to reach supreme affirmation of eternal recurrence, Nietzsche has notion of amor fati as being the great formula for the Yes, ie, of unrestricted affirmation for joy and pleasure as well as pain and suffering. In this sense, we can understand the Dionysian philosophy proposed by Nietzsche in his last writings while total suppression of affirmative pathos and metaphysic par excellence. / O objetivo do presente trabalho consiste na investigação da concepção da filosofia dionisíaca apresentada por Friedrich Nietzsche em seus escritos finais. O filósofo alemão lança a noção de dionisíaco, ao lado da noção de apolíneo, em seu primeiro livro publicado, a saber, O nascimento da tragédia (1872). Nesta obra há uma influência direta da música de Wagner e da filosofia de Schopenhauer nas principais concepções teóricas, surgindo, assim, uma metafísica de artista , pois a vida, na concepção de Nietzsche, só pode ser justificada enquanto fenômeno estético. Desde a obra Humano demasiado humano (1878), o conceito de dionisíaco desaparece dos textos nietzschianos, inclusive nos fragmentos póstumos, retornando apenas na chamada terceira fase do autor, ou seja, a partir de Assim falou Zaratustra (1883), só que agora sob uma nova abordagem: Nietzsche desvencilha-se completamente de Wagner e Schopenhauer, não trabalha sob uma metafísica de artista e não necessita mais da noção de apolíneo. Com o pensamento mais maduro, o filósofo alemão lança sua filosofia dionisíaca com a proposta de ser totalmente livre da metafísica ao mesmo tempo em que afirma irrestritamente a existência. Para isso, é necessário, primeiramente, transpor o dionisíaco em pathos filosófico. Nietzsche utiliza a sabedoria trágica como principal instrumento para tal transposição, pois, apenas assim, pode-se falar em filosofia dionisíaca. Entendendo a sabedoria trágica não como um conhecimento teórico, mas como a compreensão e aceitação da luta incessante que permeia todos os âmbitos da vida, Nietzsche pode declarar-se o primeiro filósofo trágico. E, para não cair num pessimismo que deprecie a vida, devido o seu caráter de luta sem trégua, o filósofo utiliza a noção de jogo. Com esta noção, o homem instaura sentido ao vir-a-ser, pautando-se como supremo criador. Deste modo, a imagem da criança é o exemplo do mais hábil jogador, pois se entrega inexoravelmente sem se preocupar com vitórias ou derrotas: o importante é jogar. Assim, abre-se o caminho para entender a filosofia dionisíaca sem pressupostos metafísicos. A metafísica, para Nietzsche, se articula com a duplicação de mundos: um mundo verdadeiro é concebido como condição do mundo aparente . Tendo a vontade de verdade como modus operandi, a metafísica criou mendazmente um mundo fixo e imutável para justificar o fluxo proveniente do vir-a-ser. Isso acarreta, segundo a visão nietzschiana, a negação da efetividade, pois, ao privilegiar o mundo verdadeiro, nega-se o mundo aparente, único âmbito no qual o fenômeno vida é possível. Com a concepção do eterno retorno do mesmo, Nietzsche atinge um pensamento sem dualidades metafísicas, superando também a dicotomia instante/eternidade. Para a tradição metafísica, a eternidade sempre foi transcendente ao instante, com o eterno retorno, eternidade e instante passam a ser equivalentes, ou seja, o instante é concebido como eterno. E, para atingir a afirmação suprema do eterno retorno, Nietzsche dispõe da noção de amor fati como sendo a grande fórmula para o Sim, ou seja, da afirmação irrestrita tanto da alegria e do prazer, quanto da dor e do sofrimento. Neste sentido, podemos compreender a filosofia dionisíaca, proposta por Nietzsche em seus últimos escritos, enquanto supressão total da metafísica e pathos afirmativo por excelência.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:tede.unioeste.br:tede/2106
Date14 December 2010
CreatorsCatafesta, Leonardo Augusto
ContributorsFrezzatti Junior, Wilson Antonio, Onate, Alberto Marcos, Dias, Rosa Maria
PublisherUniversidade Estadual do Oeste do Parana, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Filosofia, UNIOESTE, BR, Filosofia Moderna e Contemporânea
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do UNIOESTE, instname:Universidade Estadual do Oeste do Paraná, instacron:UNIOESTE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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