Introdução - A anemia ferropriva, um importante problema de saúde pública tanto nos países em desenvolvimento quanto nos desenvolvidos, afeta principalmente as crianças menores de cinco anos de idade e as mulheres em idade reprodutiva. Objetivo - Analisar a taxa de hemoglobina e a prevalência de anemia em mães cujos filhos menores de 5 anos de idade frequentam creches públicas de um município de elevado Índice de Desenvolvimento Humano. Métodos - Estudo de corte transversal. A amostra foi constituída por 230 pares de mães biológicas com idade entre 15 e 49 anos e seus filhos, menores de cinco anos de idade, que frequentavam creches públicas no município de Taubaté-SP. A coleta de dados foi realizada por meio de questionário preenchido pelos responsáveis pela criança e de formulário aplicado às mães, para obter informações sobre fatores socioeconômicos e de saúde da mulher e da criança. Da mãe e de seu respectivo filho foram verificados o peso, a estatura e dosagem da concentração da hemoglobina do sangue capilar, com leitura imediata por hemoglobinômetro portátil. Foram feitas análises descritivas por meio de medidas de tendência central e dispersão, testes de proporções além de uma análise binária logística de múltiplas variáveis. Resultados - A prevalência de anemia nas mães foi de 9,6 por cento e nas crianças de 16,9 por cento. Para as mães, as variáveis analisadas que mostraram associação com anemia foram a idade, ter alguma doença, ter tido intercorrências obstétricas e ser atendida pela Estratégia de Saúde da Família, esta última aparecendo como fator de proteção para a mãe. Na análise multivariada apenas a Estratégia de Saúde da Família se manteve associada, enquanto as demais variáveis não mantiveram associação estatisticamente significante com a anemia. Paradoxalmente, a anemia materna não teve relação com a anemia do filho, bem como não houve correlação entre o nível de hemoglobina de mães anêmicas ou não anêmicas com o nível de hemoglobina de seus filhos. Conclusões - Apesar da anemia, nessa população de elevado Índice de Desenvolvimento Humano, ter prevalência baixa, segundo critério da Organização Mundial da Saúde, a mesma afetava uma em cada dez mães e uma em cada seis crianças. Isso evidencia que ainda há necessidade de atenção direcionada para esse agravo nas mulheres em idade reprodutiva e nas crianças com menos de cinco anos. Embora no grupo populacional haja semelhanças quanto às variáveis analisadas, é preciso um olhar atento às necessidades, principalmente em relação às crianças, com reforço na manutenção de ações intersetoriais entre saúde e educação, voltadas para a prevenção da anemia ferropriva. / Introduction - The iron deficiency anemia, an important public health problem in both developing and developed countries, affects mainly under five-year-old children and women of reproductive age. Objective - to analyze the prevalence of anemia in women with children under 5 years-old enrolled in municipal day care centers in a municipality with a high Human Development Index. Methods - cross-sectional study. Sample consisting of 230 pairs of biological mothers aged 15-49 years and their under five-year-old children, who attended public day care centers in the city of Taubaté-SP. The data collection was performed through a questionnaire completed by those responsible for the child and a form applied to the mothers, to obtain information on socioeconomic and health factors of the woman and the child. The weight, height, and blood hemoglobin concentration of the capillary blood were verified from the mother and her respective son, with an immediate reading by the portable hemoglobinometer. Descriptive analyzes were made through measures of central tendency and dispersion proportions test, also a binary logistic analysis of multiple variables. Results - the prevalence of anemia in women was 9,6 per cent and in children 16.9 per cent. For women, the analyzed variables that showed an association with anemia were: age, being a carrier of disease, having had obstetric intercurrences and being attended by the Family Health Strategy, the latter appearing as a protection factor for the woman. In the multivariate analysis, only Family Health Strategy remained associated, while the other variables did not maintain a statistically significant association with anemia. Paradoxically, maternal anemia is not related to childhood anemia, and there was no correlation between the hemoglobin level of anemic and non-anemic mothers with their children\'s hemoglobin level. Conclusion - Although anemia in this high Human Development Index population was of low prevalence, according to World Health Organization criteria, it affected one in ten mothers and one in six children. This shows that there is still a need for targeted attention to this condition in women of reproductive age and in children under five years old. Although in the population group there are similarities to the analyzed variables, it is necessary to look closely at the needs, especially in relation to children, with a reinforcement in the maintenance of intersectoral actions between health and education aimed at the prevention of iron deficiency anemia.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-13042018-102353 |
Date | 12 March 2018 |
Creators | Cintra, Silvia Maira Pereira |
Contributors | Leone, Claudio |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | Tese de Doutorado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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