Este trabalho consiste na produção de significações para o significante fronteira. A partir da análise de uma experiência pessoal vivida na fronteira entre o Líbano e Israel, buscamos resgatar a dimensão de contato da fronteira num contexto político e social atual no qual ela aparece confundida com a ideia de limite e resumida ao significado de fechamento. Este contexto é o dos deslocamentos humanos, acompanhado pelo fortalecimento de estratégias de fechamento das fronteiras aos sujeitos em deslocamento. É ele que instiga esta pesquisa e justifica a necessidade de circulação de novos entendimentos sobre a fronteira. A experiência que serve como material de análise funda-se no espanto da escuta de uma voz em hebraico no Líbano vinda de Israel. Essa voz, por uma interferência na rádio, cruzou a fronteira entre territórios vizinhos, mas em conflito. Dividimos a análise da experiência em duas esferas, a voz e o espaço, e elegemos trabalhar com dois afetos, o espanto e o inquietante. A voz é o elemento que fez passagem na fronteira e permitiu uma série de ressignificações que desembocaram na descoberta de uma nova organização espacial. O espanto refere-se àquilo que aparece fora do lugar esperado e produz interrupção do saber. Ele é o paradigma do inquietante, sentimento provocado pelo acesso à estranha familiaridade. Será pela interrupção do saber que o sujeito da experiência produzirá ressignificações que apontarão para a dimensão de contato da fronteira. Com essa demonstração, quiçá possamos contribuir para a circulação de novos entendimentos sobre a fronteira que não recaiam necessariamente no significado de fechamento e promovam uma forma de encontro com a alteridade / This work consists of the production of a signification for the signifier \"border\". From the analysis of a personal experience lived at the border between Lebanon and Israel, we seek to rescue the contact dimension of the borders in a current political and social context in which the borders appear confused with the idea of boundary and summarized to the meaning of closure. The context is the one of human displacement, accompanied by the strengthening of border closure strategies for displaced subjects. The current political and social scenario is what instigates this research and justifies the need of circulation of new understandings for the signifier \"border\". The experience that constitutes the material of analysis is based on the astonishment produced by the hearing of a voice in hebrew in Lebanon, which came from Israel. This voice, because of an interference on the radio, crossed the border between territories that are neighbors, but with political conflict among each other. We divide the analysis of the experience into two spheres, the voice and the space and we choose to work with two affections the astonishment and the uncanny. The voice is the element that crossed the border and allowed a series of resignifications that led to the discovery of a new spatial organization. The astonishment refers to what appears out of place and produces interruption of subjective knowledge. It is the paradigm of the uncanny, affections provoked by the access to the strange familiarity. It will be by the interruption of the knowledge that the subject of the experience will produce resignifications that will point to the border contact dimension. With this demonstration, perhaps we can contribute to the circulation of new understandings about the border that do not necessarily fall into the meaning of closure and promote a new form of encounter with alterity
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-30082019-163716 |
Date | 24 June 2019 |
Creators | Fahs, Kamila Kamel |
Contributors | Mountian, Ilana |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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