Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro / O estudo teve como objetivo avaliar a efetividade de um programa de exercício físico domiciliar combinado à pequena restrição energética sobre a modificação do peso corporal em mulheres não obesas acompanhadas durante 12 meses. Além disso, foi avaliado o efeito da resistência insulínica (RI) na linha de base na modulação da perda de peso. Trata-se de ensaio clínico randomizado, com desenho fatorial, conduzido entre 2003 e 2005. Duzentas e três mulheres, com idade entre 25 e 45 anos, foram alocadas randomicamente para intervenção com exercícios físicos [grupo controle (CG) ou exercício domiciliar (ED)] e dieta [baixo índice glicêmico (BIG) ou alto índice glicêmico (AIG)]. O grupo ED recebeu uma cartilha com exercícios aeróbios que pudessem ser realizados em casa, durante três vezes por semana, 40 minutos por sessão, com intensidade moderada. A intervenção dietética foi baseada em pequeno déficit energético diário (100-300) kcal com distribuição equilibrada de macronutrientes. A variação do índice glicêmico baseou-se em diferença de 40 unidades entre AIG e BIG para cada refeição, utilizando o pão branco como alimento padrão. Em relação à intervenção com exercícios, o grupo ED encontrou maior redução do peso corporal nos seis primeiros meses (-1,4 vs. -0,8 kg; p=0,04) sem diferença após 12 meses (-1,1 vs. -1,0 kg; p=0,20). Foi observado maior aumento do HDL colesterol para ED (18,3 vs. 9,5 mg/dl; p<0,01) ao final do estudo. Não foram encontradas diferenças na linha de base entre os grupos não RI (n=121) e RI (n=64) para IMC (26,7 vs. 26,3 p=0,21), exceto para circunferência de cintura, glicose, insulina e HOMA-IR, em que o grupo não IR apresentou menores valores. As mulheres classificadas como RI apresentaram maior perda de peso após 12 meses de acompanhamento quando comparadas com as não RI (-1,6 vs. -1,1 kg; p=0,01). O grupo ED apresentou maior redução do peso corporal apenas entre as mulheres não RI (-1,5 vs. -0,7 kg; p=0,04). A dieta AIG promoveu maior redução do peso corporal e do IMC em comparação com a BIG durante o período de acompanhamento sendo esta maior para as mulheres com RI (-2,1 vs. -1,0 kg; p=0,005 e -0,8 vs. -0,4 kg/m2; p=0,007) em comparação com as não insulino-resistentes (-1,4 vs. -0,8 kg; p=0,04 e -0,5 vs. -0,3 kg/m2; p=0,05). As mulheres com RI base tiveram uma redução do HOMA-IR após três meses com aumento para as não insulino-resistentes (-0,73 vs. +0,37; p=<0,001). Os resultados do presente trabalho permitem concluir que o programa de exercício físico domiciliar promoveu maior redução do peso corporal apenas nos seis primeiros meses não tendo sido observadas diferenças entre os grupos após 12 meses de seguimento. A melhora no perfil lipídico durante todo o período de acompanhamento observado no grupo que realizou exercícios, principalmente para HDL colesterol, sugere benefícios de saúde relacionados a essa intervenção. A RI na linha de base facilitou a perda peso durante todo o período de acompanhamento tendo o exercício físico promovido maior perda de peso apenas entre as mulheres não insulino-resistentes. / The study investigated the effectiveness of home-based exercise combined with a slight caloric restriction on weight change during 12 months in non-obese women. In addition, the effects of baseline insulin resistance (IR) on modulation of weight change were evaluated. Data was from a randomized clinical trial with a factorial design that was conducted from 2003 to 2005. Two hundred three middle-aged women, 25-45 years, were randomly assigned to exercise [control (CG) or home-based exercise (HB)] and diet intervention [low glycemic index (LGI) or high glycemic index (HGI)]. The HB group received a booklet on aerobic exercise that could be practiced at home (3 times/week - 40 min/session), in low-moderate intensity, during 12 months. Monthly dietary counseling was based on a small energy restriction (100-300 kcal per day), with 26-28% of energy as fat. For each diet meal there was an average difference of 40 units of GI compared to the HGI diet based on published GI values, using white bread as the standard GI of 100%. The HB experienced a greater weight loss in the first 6 months (-1.4 vs. -0.8 kg; p=0.04), but after 12 months there was no differences between groups (-1.1 vs. -1.0; p=0.20). Of the serum biochemical markers, HDL-cholesterol showed major change, with an increase at month 12 of 18.3 mg/dl in the HB compared to 9.5 in the CG (p<0.01). At baseline the non-IR group (n=121) compared to IR (n=64) had similar values of BMI (26.7 vs. 26.3 p=0.21), but statistically significant lower values of waist, glucose, insulin and HOMA-IR, as expected. Women classified as IR at baseline had greater weight loss after 12 months of follow-up (-1.6 kg vs. -1.1 kg; p=0.01) independently of the intervention. The HB exercise helped to reduce weight only among NIR women (-1.5 vs. -0.7; p=0.04) and no differences were observed between intervention groups for IR women (-1.5 vs. -1.7; p=0.24). During follow-up, changes were more pronounced among those women in the HGI diet. These differences were statistically significant for weight and BMI and were greater among the IR (-2.1 kg vs. -1.0 kg; p=0.005 and 0.8 vs. -0.4 kg/m2; p=0.007) compared to the non-IR (-1.4 kg vs. -0.8 kg; p=0.04 and -0.5 vs. -0.3 kg/m2; p=0.05). Changes in HOMA-IR after 3 months of follow-up were different comparing non-IR with IR at baseline. The IR had a reduction in the HOMA-IR, whereas in the non-IR this value increased (-0.73 vs. +0.37; p=<0.001). Also this reduction was greater among high compared to LGI diet (p=0.04). To conclude, home-based exercise promoted greater weight reduction during the first six months after which no further benefits are observed. Continuous favorable changes in HDL-cholesterol after 1 year suggest that home-based exercise promote health benefits. In addition, insulin resistance facilitated weight loss, and home-based exercise promoted greater weight loss only in non-insulin resistance women.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/urn:repox.ist.utl.pt:UERJ:oai:www.bdtd.uerj.br:1132 |
Date | 05 November 2010 |
Creators | Mauro Felippe Felix Mediano |
Contributors | Rosely Sichieri, Anibal Sanchez Moura, Gloria Valeria da Veiga, Érica Patrícia Garcia de Souza, Ana Raimunda Dâmaso |
Publisher | Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental, UERJ, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ, instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro, instacron:UERJ |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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