Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação. Programa de Pós-Graduação em Educação / Made available in DSpace on 2013-07-16T01:52:21Z (GMT). No. of bitstreams: 1
224202.pdf: 582681 bytes, checksum: e9ce737aa0d86c6df7ec3c0e78786201 (MD5) / Esta pesquisa estudou as relações de trabalho produtoras dos sujeitos e as relações de gênero no assentamento Sepé Tiaraju (MST) localizado no município catarinense de Campos Novos. O objetivo foi compreender como ocorrem as relações de gênero na interface do trabalho entre os sem-terra. A articulação entre o trabalho coletivo e o trabalho doméstico organiza a vida no assentamento e remete às relações de gênero, configuração que se desdobra em uma específica divisão sexual do trabalho. Por que há divisão sexual do trabalho onde tudo é coletivo? Por que são as mulheres que continuam a realizar de modo predominante o trabalho doméstico? Os procedimentos de coleta de informações utilizados para responder as questões de pesquisa foram entrevistas abertas gravadas com homens e mulheres, aplicação de um questionário e observação das atividades dos sem-terra que seguem diretrizes do trabalho coletivo, sugerido pelo MST. Fundamentado nas concepções marxistas, esta pesquisa buscou analisar as relações de trabalho no assentamento que combina o trabalho coletivo e o trabalho doméstico e as relações de gênero que esta organização constitui. No capítulo um são feitas as caracterizações sociais e econômicas de Campos Novos e do assentamento Sepé Tiaraju. Campos Novos se insere como produtor de matérias primas destinadas à exportação a serviço da acumulação do capital. O Sepé Tiaraju também produz excedentes para viabilizar sua existência no âmbito da sociedade capitalista. No capítulo dois se aprofunda teoricamente as relações de trabalho produtoras da existência. O trabalho no assentamento combina os cinco setores coletivos com o trabalho doméstico e no capítulo três se analisam as relações de gênero na interface dos processos de trabalho no assentamento. Homens e mulheres realizam dupla jornada de trabalho. Os sem-terra não inauguram um assentamento totalmente coletivo, pois combinam antigas formas individuais de trabalho com novas, provocando a emergência de conflitos de gênero. Os principais resultados podem ser assim anunciados: 1) Os sem-terra organizam o trabalho coletivamente, fato que tem provocado transformações na vida dos assentados. 2) As responsabilidades pelo trabalho são de todas as famílias. Fato que tem modificado a divisão sexual do trabalho e alterado algumas atividades atribuídas historicamente aos homens e às mulheres. 3) Outros trabalhos, porém, perpetuam no assentamento determinados padrões relacionais cristalizados, os quais sugerem uma naturalização do trabalho masculino e feminino. Pois, a organização da vida coletiva dos assentados se inscreve nos limites e possibilidades da sociedade capitalista.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/102769 |
Date | January 2005 |
Creators | Pires, Moacir Francisco |
Contributors | Universidade Federal de Santa Catarina, Jantsch, Ari Paulo |
Publisher | Florianópolis, SC |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | ix, 159 f.| grafs. |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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