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Homens na enfermagem : atravessamentos de gênero na escolha, formação e exercício profissional

A presente dissertação discute alguns atravessamentos de gênero na escolha, na formação e no exercício profissional de homens enfermeiros. Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo, que trabalha com entrevistas narrativas, desenvolvidas com enfermeiros, analisadas desde as perspectivas dos estudos culturais e de gênero pós-estruturalistas com análise de discurso inspirada em Michel Foucault. Procurou-se discutir alguns dos modos pelos quais os discursos que instituíram e continuam apresentando a enfermagem como profissão feminina, de-limitaram a opção profissional e incidiram sobre o processo de formação de alguns homens, durante sua graduação em enfermagem. Também buscou-se discutir quais são, na perspectiva dos informantes, as facilidades e as dificuldades de ser homem no contexto de um curso e de uma profissão definida/representada como feminina. O corpus de análise foi organizado a partir de entrevistas narrativas realizadas com seis enfermeiros da região de Porto Alegre e um enfermeiro da região noroeste do estado. Com essas entrevistas, foram construídas duas categorias centrais de análise: a) o gênero como elemento constitutivo do processo de escolha e de formação profissional que se desdobrou em duas subcategorias: escolha e formação profissional; b) como eles vivem e falam sobre a condição de “ser homem” no contexto da formação e do exercício profissional da Enfermagem, que se desdobrou nas seguintes subcategorias de análise: formação e exercício profissional. A análise possibilita dizer que o gênero constitui masculinidades e feminilidades na Enfermagem, organiza as relações de trabalho, produz áreas de atuação mais adequadas para homens e para mulheres. A partir da análise das relações de poder entre homens e mulheres, e das posições de sujeito então criadas na Enfermagem, foi possível tensionar discursos que tratam a Enfermagem como uma prática naturalmente feminina, tanto quanto romper com discursos singulares que posicionam homens nessa profissão apenas como vítimas, por conta dos pressupostos de gênero que constituem as representações culturais da prática. / The current paper discusses a few gender crossings upon the choice, education and professional activity of male nurses. It is a qualitative research working with narrative interviews carried out with male nurses and analyzed from the perspectives of post structuralism cultural and gender studies with analysis of speech inspired on Michel Foucault. It aimed at discussing some of the modes whereby the speeches that have established and continue presenting Nursing as a feminine occupation, have de-limited the professional choice and have affected the education process of several men during their Nursing graduation. In addition, it discusses which are, under the perspective of the interviewees, the facilities and difficulties of being a man within the context of a course and occupation defined and represented as feminine.The corpus of the analysis was organized from the narrative interviews carried out with six male nurses from the area of Porto Alegre and with one male nurse from the northwest region of the state of Rio Grande do Sul. These interviews provided the construction of two central analysis categories: a) the gender as an element that constitutes the process of professional choice and education that broke down into two sub-categories: professional choice and education; b) how they live and talk about the condition of “being a man” within the context of Nursing education and professional activity that broke down into two analysis sub-categories: professional education and practice. The analysis allows saying that the gender constitutes male and female features in Nursing and it organizes the labor relations besides producing performance fields which are more adequate for men and for women. From the analysis of power relations between men and women and from subject positions, then created in Nursing, it was possible to strain speeches that view Nursing as a naturally feminine practice as well as breaking with singular speeches that position men in this occupation as victims only on account of gender presuppositions that constitute the cultural representation of the activity. / El presente trabajo discute algunos cruzamientos de género en la escogencia, en la formación y en el ejercicio profesional de hombres enfermeros. Se trata de una investigación de carácter cualitativo, que trabaja con entrevistas narrativas, desarrolladas con enfermeros, analizadas desde las perspectivas de los estudios culturales y de género pos-estructuralistas con análisis de discurso inspirado en Michel Foucault. Se buscó discutir algunos de los modos a través de los cuales los discursos, que instituyeron y siguen presentando la Enfermería como ocupación femenina, de-limitaron la opción profesional e incidieron sobre el proceso de formación de algunos hombres, durante su graduación en Enfermería. También, se buscó discutir cuales son, en la perspectiva de los informantes, las facilidades y las dificultades de ser hombre en el contexto de un curso y de una profesión definida/representada como femenina. El corpus de análisis fue organizado a partir de entrevistas narrativas realizadas con seis enfermeros de la región de Porto Alegre y un enfermero de la región noroeste del estado. Con esas entrevistas se construyeron dos categorías centrales de análisis: a) el género como elemento constitutivo del proceso de escogencia y de formación profesional que se desdobló en dos sub-categorías: escogencia y formación profesional; b) como ellos viven y hablan acerca de la condición de “ser hombre” en el contexto de la formación y del ejercicio profesional de la Enfermería, que se desdobló en las siguientes sub-categorías de análisis: formación y ejercicio profesional. El análisis posibilita decir que el género constituye masculinidades y feminidades en la Enfermería, organiza las relaciones de trabajo, produce áreas de actuación más adecuadas para hombres y para mujeres. A partir del análisis de las relaciones de poder entre hombres y mujeres, y de las posiciones de sujeto, entonces creadas en Enfermería, fue posible tensionar discursos que tratan la Enfermería como una práctica naturalmente femenina, tanto cuanto romper con discursos singulares que posicionan hombres en esa ocupación solamente como víctimas, por cuenta de los presupuestos de género que constituyen la representación cultural de la práctica.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.lume.ufrgs.br:10183/13069
Date January 2008
CreatorsPereira, Paulo Fábio
ContributorsMeyer, Dagmar Elisabeth Estermann
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageSpanish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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