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Previous issue date: 2014-02-19 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / A alta curabilidade do câncer do colo do útero (CCU), quando detectado
precocemente associada aos recentes avanços científicos na terapêutica da doença
têm contribuído para uma maior sobrevida das pacientes. Porém, seu tratamento
pode levar a efeitos adversos tardios importantes, como disfunções sexuais, que
comprometem de forma significativa a qualidade de vida (QV). Desta forma, torna-se
essencial investigar a QV e a função sexual de sobreviventes ao CCU, visando
verificar, de forma holística, as reais necessidades dessas pacientes e guiar as
ações de equipes inter e multidisciplinares. E, com isso, oferecer um cuidado
adequado, humanizado e que atenda a todas essas necessidades, pois não basta
aumentar a sobrevida, é necessário ter qualidade nesta sobrevivência. Dentro deste
contexto, o objetivo principal desta pesquisa foi avaliar a QV e a função sexual de
mulheres submetidas ao tratamento para o CCU e comparar com um grupo controle
de mulheres sem história de câncer. Trata-se de estudo epidemiológico
observacional, analítico, do tipo caso-controle com amostra total de 74 mulheres
divididas em grupo câncer - GCa (mulheres submetidas a tratamento para o CCU
há, pelo menos três meses - n=37) e grupo controle de base populacional - GCo
(mulheres sem história de câncer - n=37). Foram aplicados três questionários: um de
caracterização geral da amostra; um questionário de avaliação da qualidade de vida,
desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde (WHOQOL-bref); e um
instrumento de avaliação da função sexual (Índice de Função Sexual Feminina –
FSFI). O grupo controle apresentou maior frequência de mulheres vivendo com
companheiro (GCo=73%; GCa=51,4%; p=0,05) e de mulheres que consideravam o
relacionamento com este como bom ou muito bom (GCo=93,1%; GCa=63,2%;
p=0,02). As seguintes variáveis, que no GCa poderiam estar associadas a efeitos
adversos do tratamento, foram diferentes entre os grupos (p ˂ 0,05), sendo mais
frequentes no GCa: menopausa (GCo=59,5%; GCa=100%; p˂0,01); sangramento
durante ou após a relação sexual (GCo=0; GCa=36,8%; p˂0,01); aumento da
frequência (GCo=0; GCa=37,8%; p˂0,01), urgência (GCo=16,2%; GCa=37,8%;
p=0,03), incontinência (GCo=10,8%; GCa=35,1%; p=0,02) e retenção urinárias
(GCo=2,7%; GCa=21,6%; p=0,02); diarréia (GCo=0; GCa=43,2%; p˂0,01), urgência
(GCo=0; GCa=37,8%; p˂0,01) e incontinência fecais (GCo=0; GCa=21,6%; p˂0,01);
dor (GCo=0; GCa=21,6%; p˂0,01) e muco anais (GCo=0; GCa=18,9%; p=0,01);
enterorragia (GCo=0; GCa=24,3%; p˂0,01) e linfedema em membros inferiores
(GCo=0; GCa=35,1%; p˂0,01). Além disto, o grupo câncer apresentou piores
resultados quanto a variáveis relacionadas à função sexual: 64,9% relataram vagina
estreita ou curta demais; a maioria não era sexualmente ativa (59,5%) e, das
mulheres que tinham relação sexual, 80% apresentavam disfunção. Foi encontrada
diferença estatisticamente significativa entre os grupos nos domínios “Físico” e
“Relações Sociais” do WHOQOL-bref, sendo que a média destes domínios foi
superior no grupo controle. As médias do grupo câncer foram estatisticamente
inferiores às do grupo controle em todos os domínios do FSFI e também no escore
total do instrumento. Diante dos resultados encontrados, conclui-se que há impacto
negativo do tratamento para o CCU na QV e função sexual das sobreviventes. A
partir disto, pode-se contribuir para dar maior visibilidade a estes aspectos na prática
clínica, buscando guiar as intervenções de forma a atender todas as necessidades
destas pacientes, contribuindo para uma melhor qualidade de vida na sobrevivência. / The high curability of cervical cancer (CC), when detected early, coupled with the
latest scientific advances in the treatment of disease, has contributed to increased
survival of patients. However, its treatment can lead to significant late adverse effects
such as sexual dysfunctions that compromise significantly the quality of life (QoL).
Thus, it becomes essential to investigate the QoL and sexual function of survivors at
the CC in order to verify, holistically, the real needs of these patients and guide the
actions of inter and multidisciplinary teams. And with that, provide a convenient and
humanizing care that meets all these requirements, it is not enough to increase
survival, it is necessary to have this quality survival. Within this context, the main
objective of this research was to assess quality of life and sexual function in women
submitted to treatment for cervical cancer, and compare with a control group of
women without a history of cancer. It is, analytical, observational, epidemiological
study of case-control sample with a total of 74 women divided into cancer group -
CaG (women submitted to treatment for cancer of the cervix for at least three months
- n = 37) and population-based control group - CoG (women without a history of
cancer - n = 37). Three questionnaires were applied: a general characterization of the
sample, a survey for evaluating the quality of life, developed by the World Health
Organization (WHOQOL-BREF), and an instrument for assessment of sexual
function (Female Sexual Function Index - FSFI). The control group had a higher
frequency of women living with a partner (CoG = 73%; CaG = 51.4%, p = 0.05) and
women who considered the relationship even as good or very good (CoG = 93 1%;
CaG = 63.2%, p = 0.02). The following variables related to potential adverse effects
of treatment were more frequent in the cancer group: menopause (CoG = 59.5%;
CaG = 100%, p ˂ 0.01), bleeding during or after intercourse (CoG = 0; CaG = 36.8%,
p ˂ 0.01) increase in the frequency (CoG = 0; CaG = 37.8%, p ˂ 0.01), urgency (CoG
= 16.2%; CaG = 37.8 %, p = 0.03), incontinence (CoG = 10.8%; CaG = 35.1%, p =
0.02) and urinary retention (CoG = 2.7%; CaG = 21.6%, p = 0.02), diarrhea (CoG = 0;
CaG = 43.2%, p ˂ 0.01), urgency (CoG = 0; CaG = 37.8%, p ˂ 0.01) and fecal
incontinence (CoG = 0; CaG = 21.6%, p ˂ 0.01), pain (CoG = 0; CaG = 21.6%, p ˂
0.01) and anal mucus (CoG = 0; CaG = 18.9% p = 0.01), rectal bleeding (CoG = 0;
CaG = 24.3%, p ˂ 0.01) and lower limb lymphedema (CoG = 0; CaG = 35.1%, p ˂
0.01). Moreover, the cancer group had worse results as related to sexual function
variables: 64.9% reported narrow or too short vagina most were not sexually active
(59.5%) and women who had sexual intercourse, 80 % dysfunctional. Statistically
significant difference between groups in the fields "Physical" and "Social Relations"
WHOQOL-BREF was found, while the average of these areas was higher in the
control group. The averages of cancer group were statistically lower than the control
group in all domains of FSFI, and total score of the instrument. Considering the
results, it is concluded that there is negative impact of treatment for CC in QoL and
sexual function of survivors. From this, one can contribute to giving greater visibility
to these issues in clinical practice, seeking to guide interventions in order to attend all
the needs of these patients, contributing to a better quality of life in survivors.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/516 |
Date | 19 February 2014 |
Creators | Corrêa, Camila Soares Lima |
Contributors | Leite, Isabel Cristina Gonçalves, Guerra, Maximiliano Ribeiro, Leite, Isabel Cristina Gonçalves, Moreno, Arlinda Barbosa, Arantes Júnior, João Carlos |
Publisher | Universidade Federal de Juiz de Fora, Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva, UFJF, Brasil, Faculdade de Medicina |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFJF, instname:Universidade Federal de Juiz de Fora, instacron:UFJF |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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