O objetivo deste trabalho é discutir os usos das categorias travesti e transexual, referidas a identidades sexuais e de gênero, com base em observações e entrevistas realizadas entre 2008 e 2009 com participantes das reuniões denominadas Terças Trans, que ocorrem quinzenalmente no Centro de Referência em Diversidade (CRD) um equipamento social direcionado para LGBT na cidade de São Paulo. Procurei explorar duas frentes de análise. A primeira concentrou-se nos resultados de observação das interações e debates entre os participantes, durante as reuniões, especialmente no que diz respeito ao modo como se elaboram as diferenças entre travestis e transexuais. A segunda concentrou-se nas narrativas de história de vida de três participantes, que refletem sobre suas vivências de sexualidade e gênero. Embora as convenções do discurso médico sejam referências centrais para a definição de corpos, subjetividades e identidades das pessoas pesquisadas, foi possível observar também uma variedade de reelaborações e deslocamentos de sentidos nas trajetórias biográficas e na produção das identidades, que têm relação direta com as situações sociais vividas no presente e com os variados contextos de interlocução. Procuro desenvolver o argumento de que travesti e transexual são categorias performativas, e que tal performatividade não se esgota apenas em enunciados de gênero e sexualidade, mas também podem ser expressas por meio de articulações contingentes que remetem a diferenças de classe, cor/raça e geração. / The point of this work is to discuss the uses of the transvestite and transsexual categories, related to sexual and gender identity, based on observations and interviews conducted between 2008 and 2009 with participants of the meetings called Terças Trans, that happen fortnightly at the Centro de Referência em Diversidade (CRD), a public utility service directed to LGBT in São Paulo. I tried to explore two analysis ways. The first was focused on the observations results from the interactions and debates between the participants, during the meetings, especially with regard to how they work out differences between transvestites and trassexuals. The second was focused on the life histories narratives of three participants, who reflect on their sexuality and gender experiences. Although the conventions of medical discourse are key references for the definition of bodies, subjectivities and identity of people surveyed, it was possible to note also a variety of reelaborations and displacements of meaning in the life histories and in the identities production, that are directed related to social situations experienced in the present and with the varied contexts of dialogue. I try to develop the argument that transvestite and transsexual categories are performatives, and that this performativity is not limited only in statements of gender and sexuality, but can also be expressed by means of contingent articulation which refer to differences of class, color/race and generation.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-09032010-115929 |
Date | 22 February 2010 |
Creators | Barbosa, Bruno Cesar |
Contributors | Simoes, Julio Assis |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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